segunda-feira, 30 de maio de 2011

O Padre e o Romeiro: leitura para o Centenário de Juazeiro

Centenário de Juazeiro do Norte # 47

"Não se assuste o leitor. Você vai caminhar, enquanto reza, vai rezar, enquanto caminha. A estrada é da Fé. A liturgia é das estradas, a salmodia são os passos de uma família alagoana, rumo a Juazeiro do Padre Cícero, no extremo sul do Ceará. Você vai admirar a fotografia do chão dos penitentes, em feliz pitadas de emoção que Geraldo Menezes Barbosa se acostumou a burilar com a mão de artista e paciente profissional da estética odontológica. Mas não fique apenas na admiração do pano de fundo do escritor e cronista. Adentre no conteúdo, penetre na conexão: O Padre, o Romeiro, Juazeiro e suas romarias."

É com essas palavras que o Monsenhor Murilo de Sá Barreto, que fez a apresentação do livro O Padre e o Romeiro, romance escrito pelo pesquisador Geraldo Menezes Barbosa, convida-nos à leitura da obra.

Geraldo Menezes Barbosa, zeloso estudioso e fonte de inestimável e imensurável conhecimento sobre a vida do santo Padre, que antes de iniciar a peregrinação do romeiro alagoano, que viveu uma verdadeira "diáspora" que duraram vários dias, avisa ao leitor: "é uma narrativa real, assegurados fatos, datas, cenários do Nordeste, ambientes místicos com toda a caleidoscopia viva, envolvendo, como destaque, a personalidade do Padre Cícero Romão Batista, e o protótipo do seu romeiro, o sertanejo das Alagoas que se fez devoto e afilhado de corpo e alma, Aureliano Pereira da Silva. O Padre e o Romeiro, num contexto histórico, abrange uma época de importantes fermentações sociológicas, destacando-se o sofrimento de um povo residente e fiel ao seu ao próprio sentimento transcendental, envolvido no misticismo regional, durante a primeira metade do século XX, em lances políticos, cenas de milagres, profecias, perseguições clericais e abuso de poder, que resultaram na transformação da cidade de Juazeiro do Norte, no maior centro de religiosidade popular, talvez do mundo, com o apoio de nada menos que 40 milhões de devotos do Padre Cícero."

É com esses dois fragmentos extraídos do livro, que inicio essa postagem sobre o Centenário de Juazeiro do Norte. Com a intenção de passar uma dica de leitura leve, cheia de fé, esperança, e que também mostra uma virtude do autor da obra, quando ele nos arrebata de onde estamos e nos lança para aquele contexto, aquele momento histórico.

Atualmente, vivemos um momento festivo e de súbita curiosidade — por parte de uma maioria — sobre Juazeiro do Norte. Essa curiosidade não deve se restringir apenas ao foco religioso, o que de certa maneira já virou lugar comum. É bom conhecer um pouco das questões políticas e culturais da nossa cidade, quando da sua origem, e esse livro traz um pouco dessa possibilidade.

Um sábio ensinamento filosófico (mesmo não se tendo feito carne), nos ensina que devemos conhecer a nós mesmos, "conhece-te a ti mesmo", e dessa máxima podemos trazer reflexões não apenas para nossa vida pessoal, mas também para o nosso lado cidadão, que precisa conhecer as origens da cidade em que mora. Para isso, existe uma boa quantidade de documentários, filmes e livros como este. É só escolher uma forma de aprender e enxergar-se como parte integrante dessa construção diária chamada Juazeiro do Norte, do Padre Cícero, do Romeiro, meu, seu, nosso.

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Geraldo Menezes Barbosa, livro O Padre e o Romeiro, edição I.C.V.C - Instituto Cultural do Vale Caririense. Gráfica e Editora Royal, Juazeiro do Norte, 1997.

Um comentário:

  1. Talvez, o grande problema da maioria dos juazeirenses é não ter a menor ideia da importancia histórica de Juazeiro do Norte.

    No geral, as pessoas de fora tem mais apreço e mais admiração por tudo que Juazeiro representa do que nós, nativos dessa terra.

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