terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Reinvenção do tempo



por Harlon Homem de Lacerda

Ainda é difícil, ao menos pra mim, ler um romance de Chico Buarque sem pensar no compositor, no cantor. Mas, pelo menos desde Budapeste, é uma tarefa que me agrada fazer. Quando tive notícias do novo romance, que trazia uma história de Sérgio Buarque ou um caso da família Buarque de Holanda, fiquei ainda mais curioso sobre esse irmão que Chico nos apresentaria.

O Irmão Alemão de Chico Buarque (Companhia das Letras, 2014) é um romance que nos faz pensar a todo instante. Com um narrador tecendo fios de fantasia sobre um tecido de memórias e documentos, o enredo nos leva por um caminho que segue pela biografia, pela autobiografia, pela historiografia, pelos labirintos de tempos misturados entre o que aconteceu e o que poderia acontecer. A ironia é o compasso que pontua todo esse caminho.

Pra quem já leu ou ouviu falar das biografias de Sérgio Buarque de Holanda e de Chico Buarque, a leitura dessa narrativa faz sorrir em diversos momentos: o episódio do roubo de carro na infância de Ciccio, por exemplo, ou o instante em que o narrador diz que conhece mesmo é literatura e não música etc. Outro fator que marca o romance é a metalinguagem, ora sutil ora estampada, sempre seguida de um tom irônico dotando o livro de uma marca quase lírica, muito parecido (e é quase inevitável falar disso) com as letras das canções de Chico Buarque.

Lembro agora da canção “Cala a boca, Bárbara” que tem duas estrofes espelhadas, na qual versos da primeira estrofe são repetidos com algumas palavras diferentes na segunda, criando um paralelismo que impede de ler uma estrofe sem a outra. O romance evolui com esse mesmo paralelismo, em vários níveis: impedindo-nos de ler a narrativa sem a História ou a biografia; impedindo-nos de avançar no tempo narrativo sem notar se o verbo está conjugado no futuro do pretérito ou no presente.

Esse paralelismo labiríntico criado por Chico Buarque pode trazer a um leitor desatento certo desconforto ao imaginar que o narrador fala sempre de si mesmo numa construção monológica, num tom emotivo que nunca muda e que pouco evolui ao longo da narrativa. Mas, se prestarmos bem atenção, o acento irônico se encaixa bem aqui, nessa ideia de devassar e de conhecer a vida do artista e do intelectual por meio das notícias advindas de biografias ou de programas de fofoca. Aqui, as várias linguagens utilizadas na construção do romance acentuam-se e trazem uma novidade que me permito comparar a uma produção de Quentin Tarantino, de reescrita completamente livre da História, de reinvenção do tempo.

A surpresa da existência de um irmão alemão, fruto da passagem de Sérgio Buarque de Holanda pela Alemanha entre 1929 e 1930, une-se a uma reconstrução da memória de Francisco de Hollander, o professor de Português, que segue o rastro do irmão através de uma São Paulo ainda amigável nos anos 1950, de um período inescapável dos tempos da Ditadura Militar e de um novo milênio enredado nas novidades da internet.

A personagem de destaque é Dona Assunta (que poderíamos talvez confundir com Dona Maria Amélia), a mãe e mulher que, com seu tom italiano, sabe de tudo o que acontece na sua casa, pois sabe onde estão todos os livros nas estantes que mantêm a casa em pé. 
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Harlon Homem de Lacerda é Mestre em Letras pela UFPB e Professor de Literatura Brasileira da Universidade Estadual do Piauí (UESPI - Oeiras). E-mail: harlon.lacerda@gmail.com.

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domingo, 28 de dezembro de 2014

Produção de cinema no Cariri contemporâneo



por Ravena Monte

Pensar no Cariri é ver o berço de cultura que é tão comentado mundo afora. Pensar Cariri é ver reisados, bandas cabaçais, lapinhas. Mas pensar Cariri, atualmente, vai muito além disso. Pensar Cariri também é ver a dança, seja contemporânea ou de salão, é pensar música autoral, é pensar cinema! E pensar cinema é também fazer cinema.

É bem verdade que nos dias de hoje a produção cinematográfica caririense vem se emergindo de forma lúcida e visível, correto? Deixamos de ser “do Cariri” para ser feito “no Cariri”. Assim como ocorreu na França, o Cariri também vem numa nova onda, palco de um “boom” cinematográfico com produções independentes que ganham cada vez mais uma identidade, uma característica do que é nosso.

Temos à frente dessa ebulição nomes que já carregam peso e reconhecimento nessa área fílmica, seja na parte de direção, como também produção, sem deixar de citar montagem e fotografia. A presença da mulher nessa produção é evidente, como o exemplo de Nívia Uchôa, que já produziu mais de dez filmes, além de ser fotógrafa reconhecida nacionalmente, e fala que “essa produção está em fase de transição” e que “é preciso criar cursos profissionalizantes nessa área para que haja uma maior inserção de pessoas nessa linguagem, com a inclusão também do manuseio em câmeras digitais”.

A professora e também cineasta Adriana Botelho, com seus oito anos na área e mais de seis filmes, nos conta que nessa cena do audiovisual “as produções e exibições são realizadas por iniciativas particulares, faltam políticas municipais para realização, exibição e distribuição”; e ressalta a importância da abertura do curso de audiovisual na UFCA (Universidade Federal do Cariri).

Falando em novas mídias, devemos citar o cineasta Daniel Batata, que é reconhecido por suas produções feitas com câmera de celular, ou imagem pixelada, deixando claro que a ideia é experimental: saber até onde dá para ir e saber o que fazer quando chegar. Junto dele, temos o Ythallo Rodrigues, que em nove anos produziu mais de 11 filmes e afirma que “a divulgação dos trabalhos dos realizadores ainda é um pouco tímida, mas tem melhorado” e que também “faltam espaços de formação, para que pessoas não precisem estudar fora”, se referindo ao que falta na região na questão da visibilidade cinematográfica.

Ainda dentro desse rol de figuras atuantes cito o Franklin Lacerda, que ganhou destaque como diretor, junto com Orlando Pereira, com o curta Também sou teu povo, e participou como coordenador do projeto da ONG Verde Vida, no Crato, na produção de um box com dez vídeos, intitulado “Ações culturais para povos rurais”, acreditando que “importante também foi o período em que a Associação Audiovisual do Cariri atuava firmemente articulando essa cena”.

Dentre outras produções, a Casa Grande (de Nova Olinda) com seu projeto 100 canal, onde curtas-metragens são produzidos com os meninos e meninas de lá, e também frisando a abertura do curso de Audiovisual na Escola Profissionalizante Violeta Arraes, no Crato. Além das produções feitas no e a partir do curso de Artes Visuais do Centro de Artes Violeta Arraes, em Juazeiro do Norte, onde destaco os jovens promissores Carlos Robério, Fábio Tavares, Jaildo Oliveira e Orismídio Duarte, entre tantos outros que estão por aqui e desconheço. 
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Ravena Monte é formada em Letras, poeta, produtora cultural e mais um monte de coisa.

Texto originalmente publicado na SÉTIMA: Revista de Cinema (edição 16, de 12 de fevereiro de 2014), que é distribuída gratuitamente na Região do Cariri cearense. A Revista Sétima é uma publicação do Grupo de Estudos Sétima de Cinema, que se reúne semanalmente no SESC de Juazeiro do Norte-CE.

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sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Drones acéfalos



por Wellington Bringel

Esse texto não é psicografado. Não foi ditado pelo espírito George Orwell. Estamos agora no ano de 2084, cem anos à frente do que Orwell imaginou em seu brilhante 1984. Finalmente a política brasileira foi saneada, depurada, assepsiada. Não existe mais corrupção no Brasil. Só que não foi fácil conseguir isso. Devemos tudo aos americanos do norte. Nós brasileiros jamais conseguiríamos fazer esse trabalho.

O mundo de hoje, em 2084, está muito diferente de outrora. Há uma nova ordem mundial vigente. Tudo começou quando os extremistas islâmicos deflagraram a Jihad Global, nos anos trinta deste século. Os islâmicos chegaram a dominar quase todo o Oriente. Conseguiram, inclusive, expulsar os judeus pelo mar adentro. Só que eles cometeram um erro primário. Resolveram invadir a China. Os chineses, evidentemente, não acharam graça nenhuma nesse negócio de ter que rezar toda tarde de joelhos e virados pra Meca. Os chineses ofereceram uma feroz e obstinada resistência. Depois de muitos anos de sangrentas batalhas, os muçulmanos foram perdendo as forças. Eles mataram mais de dois bilhões de chineses. Eu falei mais de DOIS BILHÕES. O problema é que ainda restavam mais dois bilhões de chineses de reserva e os islâmicos já tinham esgotado todos os seus quadros. Deu China na cabeça.

Pelo lado ocidental os Estados Unidos apenas consolidaram uma liderança natural que já exerciam.

Então a nova ordem mundial ficou bem definida. Os chineses dominam o Oriente e os Estados Unidos dominam o Ocidente, cabendo à Turquia, como sempre, o desagradável lugar de separar os dois mundos. Do outro lado do globo a fronteira é a ilha de Midway, bem no meio do Oceano Pacífico.

Exercendo seu domínio no lado ocidental, os Estados Unidos passaram a fazer as coisas a sua maneira. Aqui no Brasil, por exemplo, eles trataram logo de resolver o que havia de mais problemático. Eles detectaram que o grande problema do nosso país era um grupo formado pelos partidos, a classe política, e um conglomerado de empreiteiras, megaempresários e chefões do mercado financeiro (leia-se banqueiros). Os americanos perceberam que essa turma era a responsável pela nossa endêmica corrupção. Os americanos, pragmáticos como sempre, construíram dez super presídios na Ilha de Marajó, com capacidade para milhares de "hóspedes", e colocaram toda essa corja atrás das grades. Para garantir que a corrupção não voltasse, os americanos criaram uma nova maneira de administrar o Brasil. Toda organização administrativa do Brasil passou a ser exercida por robôs de última geração. Os yankees tentaram primeiro desenvolver uma geração de cyborgs mas, como eles tinham uma parte orgânica, o potente vírus da corrupção brasileira (corruptus-brasilis) infestou a todos. Os yankees então vieram com os robôs, equipados com potentíssimos antivírus de corrupção, e conseguiram o seu intento fazendo tudo funcionar direito nos três poderes centrados em Brasília.

E agora estamos aqui, vivendo nessa nação saneada. Um dos meus passatempos preferidos é ficar observando os milhões de drones que os americanos espalharam no nosso céu azul, para vigiar o povo. Eles também tiveram que aperfeiçoar a primeira geração de drones. A primeira geração de drones tinha um problema de fragilidade e estava sendo derrubado pelos traficantes nas favelas (pois é, com esses aí nem os americanos conseguiram acabar). Mas a segunda geração de drones corrigiu isso. Os novos drones são imunes a impactos de alto calibre. Só que os novos drones não são cem por cento indestrutíveis. Eu mesmo descobri isso. Aliás, acabei de derrubar um. Sempre gostei de brincar refletindo, com um espelho, a luz do sol nas pessoas e objetos. Peguei um espelho, refleti a luz do sol na direção de um drone e... pimba... ele caiu. Fui até ele, peguei o bicho e de repente comecei a ouvir uma gravação: "esse drone se autodestruirá em dez segundos". Então comecei a ouvir uns bips ritmados contado os segundos bip bip bip bip...

Bip bip bip... eu acordei com o toquezinho do meu despertador. Eu estava era sonhando com tudo isso e fui acordado pelos bips. Me levantei, bebi água e liguei aTV. Na Globo News estava passando uma reportagem falando a respeito da instalação de uma nova CPI para investigar gravíssimas denúncias envolvendo o uso dos valores que financiam campanhas eleitorais.
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Wellington Bringel é bancário e escreve por passatempo.

Ilustração: Reginaldo Farias.

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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Poesia exímia



por Amador Ribeiro Neto

Ronald Polito (Juiz de Fora, 1961) é poeta. Publicou Solo (1996), Vaga (1997), Objeto (poemas visuais, 1997), Intervalos (1998), De passagem (2001) e Terminal (2006). Fez o estabelecimento de textos de Tomás Antônio Gonzaga, Santa Rita Durão, Silva Alvarenga, Joaquim Manuel de Macedo e Drummond. Traduziu Joan Brossa, Narcís Comadira, Carles Camps Mundó, Maria Mercè-Marçal, José Juan Tablada, Renato Leduc e Octavio Paz, entre outros. A galinha e outros bichos inteligentes (São Paulo: Editora Dedo de Prosa, com ilustrações de Guto Lacaz, 2013) é sua estreia na vertente poesia para crianças e jovens.

É um livro bem humorado e, acima de tudo, incentivador de novas percepções frente aos estereótipos impressos na imagem de vários animais. Ronald Polito desmistifica. Assim, “a preguiça se espreguiça” mas “não fica enchendo linguiça”, numa alusão irônica ao nonsense da vida (profissional  ou pessoal) de muita gente.  A formiga, ao entrar em contato com a cigarra, percebe “que a vida não é só trabalho, / também é uma tarde de orvalho”. Um toque na contramão de Esopo. Claro.

O que mais incomoda o mosquito “é justamente ser chamado / de mosquito de Quito, / quando o seu sobrenome é / Machado”. No último verso, o corte abrupto do ritmo é uma machadada que resgata a inquietação dos chistes e picadas do grande bruxo da nossa literatura.

O gato gosta de nadar, não corre atrás de rato, não sobe em telhado e nem em cadeira pois “não gostava de lugar alto / vivia bem numa esteira”. A minhoca “queria ser uma foca” e acabou no polo norte “vendo a aurora boreal”. A gaivota não gosta de voar e quando levada ao alto pelas companheiras, “as asas soltas não bateu, / deixou todos de boca aberta: / com seu paraquedas desceu”.

Há poemas de três ou quatro estrofes, com oito ou seis versos. Há poemas de dois ou três versos. Tudo com alta condensação imagético-ideativa. Além de ambígua: “Em cada avião bate / o coração de um pássaro”. Ou: “Afinal, toda garrafa / é parente da girafa?”. Ou este que espelha o tempo nas marcas simbólicas das rugas: “A roupa da tartaruga / nunca rasga, só enruga”.

Por trás desta facilidade lúdica que vaza o livro de ponta a ponta esconde-se uma consciência de linguagem poética como a poucos é dado ter. Ronald Polito é um exímio trabalhador da palavra. Nenhum acento melódico, imagético ou de ideias passa-lhe incólume. Ele toma a palavra e faz dela o que quer. E como entende de poesia, seu livro é um game de mil veredas que se bifurcam sem cessar.

Machado de Assis e Borges beijam-se nos chistes e labirintos de A galinha. Guto Lacaz, sacando bem o espírito do poeta, traduziu visualmente o título como h’, reverberando o trocadilho verbal na síntese visual da letra e do apóstrofo.

“A formiga” é o poema que abre o livro. Formado por 3 estrofes de oito versos cada, e com versos de sete e oito sílabas, remete o leitor à ideia de unidade (número três) enquanto a variação métrica aponta para os dois bichos do poema e suas visões díspares: a formiga e a cigarra. Tudo num acordo leve e livre, que nos passa quase desapercebido.

Enfim, um livro para ler, analisar, ver e... ler em voz alta. E que este seja o primeiro de outros títulos destinados ao público infantojuvenil de todas as idades. 
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Publicado pelo jornal Contraponto, de João Pessoa-PB. Caderno B, coluna “Augusta Poesia”, dia 19 de dezembro de 2014, p. B-7.

Amador Ribeiro Neto é poeta, crítico literário e de música popular. Doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Professor do curso de Letras da UFPB.

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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Programação Orient Cinemas Cariri Shopping - de 25/12 a 31/12/2014

Êxodo: Deuses e Reis
(Exodus: Gods and Kings, 2014)
Direção: Ridley Scott
Elenco: Christian Bale, Aaron Paul, Ben Kingsley, Joel Edgerton, Sigourney Weaver, John Turturro, Indira Varma, María Valverde, Emun Elliott, Golshifteh Farahani
Produção: Ridley Scott, Peter Chernin, Mark Huffam, Michael Schaefer, Jenno Topping
Países: Inglaterra, EUA
Gênero: Ação, Aventura, Drama, Épico
Duração: 150 minutos
Distribuidor: 20th Century Fox
Classificação etária: 14 anos
Sinopse: Do aclamado diretor Ridley Scott (Gladiador, Prometheus) chega aos cinemas a aventura épica Êxodo: Deuses e Reis, uma história sobre a coragem de um homem para derrubar o líder de um império. Usando efeitos 3D de imersão, Scott traz à vida a batalha entre Moisés (Christian Bale), no momento em que ele ascende contra o faraó Ramsés (Joel Edgerton), levando 400 mil escravos a uma jornada monumental para escapar do Egito e das pragas que o aterrorizam. (para assistir ao trailer, clique aqui)

Dublado: 14h30, 17h40 (Sala 2)
Legendado: 20h50 (Sala 2)
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Operação Big Hero
(Big Hero Six, 2014)
Direção: Don Hall, Chris Williams
Produção executiva: John Lasseter
Produção: Roy Conli
Elenco: (Vozes de) Genesis Rodriguez, Maya Rudolph, Jamie Chung, Alan Tudyk, Damon Wayans Jr., T.J. Miller, James Cromwell, Daniel Henney
País: EUA
Gênero: Ação, Animação, Aventura
Duração: 102 minutos
Distribuidor: Walt Disney Studios
Classificação indicativa: livre
Sinopse: Grupo de seis super-heróis é recrutado pelo governo para proteger os Estados Unidos. Com exibição em 3D. (para assistir ao trailer, clique aqui)

Dublado 3D: 14h40, 17h, 19h30 (Sala 1)
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Os Caras de Pau em O Misterioso Roubo do Anel
(Os Caras de Pau em O Misterioso Roubo do Anel, 2013)
Direção: Felipe Joffily
Elenco: Leandro Hassum, Marcius Melhem, Christine Fernandes, Márcio Vito, Adriano Garib, André Mattos, Augusto Madeira, Antonio Fragoso, Alexandre Regis
Produção: Augusto Casé
Produção executiva: Roberta Oliveira, Augusto Casé
País: Brasil
Gênero: Comédia
Duração: 85 minutos
Distribuidor: Imagem Filmes
Classificação etária: 10 anos
Sinopse: Pedrão e Jorginho (Marcius Melhem e Leandro Hassum) são seguranças contratados de um importante museu e acabam envolvidos em uma grande confusão após serem acusados do roubo do anel mais valioso do mundo. A joia é herança de família da socialite Gracinha de Medeiros (Christine Fernandes). Ninguém parece mesmo acreditar na dupla, que passa a ser perseguida por mafiosos portugueses, ninjas implacáveis e toda policia. No meio dessa aventura, os dois precisam arquitetar um plano para provar sua inocência e desvendar todos os mistérios do anel. (para assistir ao trailer, clique aqui)

Filme nacional: 13h20, 15h20, 17h30, 19h40, 21h40 (Sala 6)
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A Noite da Virada
(A Noite da Virada, 2014)
Direção: Alex Gabassi
Elenco: Marcos Palmeira, Luana Piovanni, Júlia Rabello, Paulo Tiefenthaler
País: Brasil
Gênero: Comédia
Duração: 90 minutos
Distribuidor: Downtown/Paris
Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: Ana quer dar a festa de ano novo perfeita. Duda quer dar o fora em Ana na festa de ano novo perfeita. Sofia quer dar a volta por cima e desencalhar ainda este ano. Alê só quer dar. Sete vezes. Antes da meia-noite. Rica, seu ‘namorido’, só quer aguentar as 7 vezes. Paulo quer acertar as contas com Rica. Mário só aceitou passar na festa dos vizinhos por educação – e porque sua mulher mandou. Rosa, sua esposa, só quer que a noite acabe logo para que possa viajar... Tudo pode acontecer na noite de Réveillon. E eles estão prontos para tudo, menos para o que realmente acontece. (para assistir ao trailer, clique aqui)

Filme nacional: 14h20, 16h40, 18h50, 21h (Sala 5)
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O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos
(The Hobbit: The Battle of the Five Armies, 2014)
Direção: Peter Jackson
Elenco: Benedict Cumberbatch, Cate Blanchett, Evangeline Lilly, Manu Bennett, Richard Armitage, Martin Freeman, Lee Pace, Orlando Bloom, Hugo Weaving, Luke Evans, Ian McKellen, Billy Connolly
Produção: Peter Jackson, Carolynne Cunningham, Zane Weiner, Fran Walsh
País: Estados Unidos
Gênero: Aventura, Fantasia
Duração: 144 minutos
Distribuidor: Warner Bros.
Classificação indicativa: 12 anos
Sinopse: O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos é a épica conclusão das aventuras de Bilbo Bolseiro, Thorin Escudo-de-Carvalho e a Companhia de Anões. Tendo recuperado sua terra natal do dragão Smaug, a Companhia involuntariamente despertou uma força mortal para o mundo. Enfurecido, Smaug espalha sua ira sobre homens, mulheres e crianças indefesas da Cidade do Lago. (para assistir ao trailer, clique aqui)

Dublado: 14h10, 17h20 (Sala 3)
Legendado: 20h30 (Sala 3)
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O Abutre
(Nightcrawler, 2014)
Direção: Dan Gilroy
Elenco: Jake Gyllenhaal, Michael Papajohn, Marco Rodríguez, Bill Paxton, James Huang, Kent Shocknek, Pat Harvey, Sharon Tay, Rick Garcia
Produção executiva: Betsy Danbury, Gary Michael Walters
Produção: Jennifer Fox, Tony Gilroy, Jake Gyllenhaal, David Lancaster, Michel Litvak
País: EUA
Gênero: Drama, Thriller
Duração: 117 minutos
Distribuidor: Diamond Films
Classificação etária: 14 anos
Sinopse: O filme traz o ator Jake Gyllenhaal como Lou Bloom, um jovem determinado e desesperado por trabalho que descobre o mundo em alta velocidade do jornalismo sensacionalista em Los Angeles. Ao encontrar equipes de filmagem freelances à caça de acidentes, incêndios, assassinatos e outras desgraças, Lou entra no reino perigoso e predatório dos nightcrawlings – as minhocas que só saem da terra à noite. Nele, cada lamento da sirene da polícia pode significar uma tragédia em que as vítimas são convertidas em dinheiro. Ajudado por Rene Russo, como Nina, uma veterana do sensacionalismo sanguinário que se tornou a cobertura de notícias nos canais de televisão locais, Lou ultrapassa a linha entre o observador e o crime para se tornar a estrela de sua própria história. (para assistir ao trailer, clique aqui)

Legendado: 21h50 (Sala 1)
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Ouija - O Jogo dos Espíritos
(Ouija, 2014)
Direção: Stiles White
Elenco: Olivia Cooke, Ana Coto, Daren Kagasoff, Bianca A. Santos, Douglas Smith, Shelley Hennig, Sierra Heuermann, Sunny May Allison, Claudia Katz
Produção executiva: Couper Samuelson, Juliet Snowden
Produção: Michael Bay, Jason Blum, Bennett Schneir, Brian Goldner, Bradley Fuller, Andrew Form
País: EUA
Gênero: Terror
Duração: 89 minutos
Distribuidor: H2O Films
Classificação etária: 14 anos
Sinopse: No filme, um grupo de amigos precisa confrontar seus mais terríveis medos quando despertam os poderes sombrios de um jogo dos espíritos! (para assistir ao trailer, clique aqui)

Dublado: 13h10, 15h10, 17h10, 19h10 (Sala 4)
Legendado: 21h10 (Sala 4)
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Ingresso:
Valores Inteiros (exceto Sala 3D Digital):
Segunda, terça e quarta (exceto feriado e véspera de feriado): R$11,00 (o dia todo)
De quinta a domingo (e feriado): R$ 15,00

Valores Inteiros para a Sala 3D Digital:
Segunda, terça e quarta (exceto feriado e véspera de feriado): R$15,00 (o dia todo)
De quinta a domingo (e feriado): R$20,00.

No Cinema do Cariri Garden Shopping (Juazeiro do Norte-CE)
Site Orient Cinemas: http://www.orientcinemas.com.br/

Programação sujeita a alterações.

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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

'A Criança', filme dos Dardenne



por Samuel Macêdo

Os problemas cotidianos do par “romântico”, Bruno (Jérémie Renier) e Sonia (Déborah François), que têm 20 e 18 anos, respectivamente, constroem a trama de A Criança (L'enfant). O sexto longa-metragem dos irmãos Luc e Jean-Pierre Dardenne se passa nos subúrbios da cidade de Liège, Bélgica, e é ganhador da Palma de Ouro de Cannes, 2005, na categoria de melhor filme.

Os problemas desencadeados pela desigualdade social tornam-se o pano de fundo para a história do inconsequente jovem casal. Bruno vive de pequenos furtos com sua gangue, e Sonia recebe um subsídio de desemprego. Para agravar as dificuldades, o casal tem um filho, Jimmy. O filme traz características do cinema contemporâneo francês, considerado por muitos uma espécie de “pós-nouvelle vague”.

O cenário urbano da cidade e a presença da câmera dentro do filme transmite a sensação de realidade e emoção. Os chocoalhos e a movimentação constante, característicos da filmografia dos irmãos Dardenne, se fundem às inexperiências do casal, adequando-se a todas as problemáticas sociais da cidade. Nada escapa à câmera: as expressões faciais, as brincadeiras infantis do casal, os veículos também usados em cenas de assalto. O trabalho dos atores e a câmera proporcionam uma realidade quase documental, uma vez que muitas Sonias e Brunos estão espalhados pelo mundo.

O distanciamento da criança, conjuntamente com a necessidade de dinheiro, leva Bruno a vender o próprio filho para o tráfico de pessoas. Em uma situação quase cômica, Sonia descobre que Jeremy foi vendido para o tráfico e desmaia. No hospital ela exige que Bruno resgate o bebê ou o denunciaria para polícia. A história continua e, em meio a toda a confusão, os dois repensam suas próprias existências e responsabilidades com a vida do pequeno Jimmy.

Curiosidades do filme:
- Traz a temática “tabu” da pobreza no primeiro mundo;
- A Criança é o 2º filme pelo qual os irmãos Dardenne ganharam a Palma de Ouro. O anterior foi Rosetta (1999);
- Jimmy é interpretado por mais de 20 bebês diferentes e um boneco;
- Prémios Joseph Plateau 2005 - Melhor filme / Melhor realizador belga/ Melhor cenário / Melhor Ator para Jérémie Renier/ Melhor Atriz para Déborah François. 
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Samuel Macêdo é formado em Comunicação Social (Jornalismo) pela UFCA; mestrando em Cultura e Sociedade pela UFBA. Constrói coletivamente alguns projetos de extensão, como o GEMI (Grupo de Estudos de Gênero e Mídia) e o Cine Arte Clube (projeto itinerante que exibe curtas e documentários). Curte assuntos ligados a cinema, cultura, história e gênero.

Texto originalmente publicado na SÉTIMA: Revista de Cinema (edição 15, de 15 de janeiro de 2014), que é distribuída gratuitamente na Região do Cariri cearense. A Revista Sétima é uma publicação do Grupo de Estudos Sétima de Cinema, que se reúne semanalmente no SESC de Juazeiro do Norte-CE.

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sábado, 20 de dezembro de 2014

Sábado com rock nacional em Juazeiro



Show com Surfando Karmas (Engenheiros do Hawaii) e Amelia (Tributo a Pitty)
Sábado, 20 de dezembro de 2014, 22h
No Raul Rock Bar & Café
Av. Virgílio Távora, 950 (Juazeiro do Norte-CE)
Entrada: R$12,00 (inteira) e R$6,00 (meia).

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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Entrevista com o 'brega star' Falcão na Revista Bizz de outubro de 1994



Do papel # 29

"10 + 1 perguntas para Falcão": entrevista com o brega star cearense Falcão, publicada na revista Bizz 111, de outubro de 1994. À época, o cantor-galã divulgava o disco Dinheiro Não é Tudo Mas é 100%. Para ampliar as páginas da revista, clique nas imagens.
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10 + 1 perguntas para Falcão
Uma grande dificuldade ao se entrevistar Marcondes Falcão Maia, um cearense nascido em Pereiro há 36 anos, é perceber quando ele fala a verdade ou parte para a gozação. Falcão dispara suas frases malucas ao mesmo tempo em que entra num papo sério. O cantor nordestino e símbolo sexual ataca as paradas com seu disco O Dinheiro Não É Tudo Mas é 100%, entoando letras “sábias”, como “Prometo Não Ejacular Na Sua Boca” ou transformando a brega “Fuscão Preto” em “Black People Car” num inglês “shakesperiano”. Falcão, que digamos, não é o Keanu Reeves,  se diz assediado pelas mulheres e quer se eleger presidente do Brasil pelo PCB do B (Partido dos Cornos e Bregas do Brasil)

1 - Como nasceu O Dinheiro Não é Tudo Mas É 100%?
FALCÃO - Eu estava saindo da Continental [onde fez Bonito, Lindo e Joiado, em 1991] e decidi bancar meu próprio disco. Até que um dia o Fagner apareceu e disse: “Vou te levar para a BMG-Ariola”. Ele chamou o Robertinho do Recife para a produção e até hoje não sei por que eles caíram na besteira de fazer isso. O título saiu da esculhambação geral que acontece no Brasil. Se tivesse o real na época em que pensei no disco, eu sairia com um real na capa. Vale mais.

2 - Estão surgindo muitos valores humorísticos que são cearenses. Além de você há o Tom Cavalcante, Zé Modesto (ambos da Escolinha do Professor Raimundo). Existe algum tipo de Clube dos Bregas?
O Ceará hoje em dia vive uma onda de bregas. Eu sou mais pelo lado musical, mas há pessoas de teatro e de televisão fazendo isso. Há outros que fazem música, como Lailtinho Brega, que canta bregões clássicos. Sobre o Zé Modesto, eu costumo chamá-lo de “irmão do Falcão”.

3 - Como foi a história de você se candidatar a presidente?
Eu tenho um partido chamado PCB do B (Partido dos Cornos e Bregas do Brasil) e me candidato em tudo que é eleição. Fui candidato a rei, a prefeito de Fortaleza e agora a presidente. Sou uma alternativa para essa verdadeira legião de cornos e bregas desse meu Brasil. Eles já têm em quem votar.

4 - Qual sua plataforma de governo?
Primeiro, vou lançar a Declaração de Direitos do Corno. Diz que todo corno tem direito de ser tratado como gente. Inclusive tem um lema entre a gente, que agora foi redigido numa linguagem mais técnica: “toda penalidade imposta a um ser humano do sexo masculino cuja fidelidade conjugal tenha sido abruptamente subtraída, mesmo assim ainda é ineficiente”. Resumindo: todo castigo pra corno é pouco.

5 - Os cornos terão uma espécie de sindicato?
Pretendo fazer uma Confederação do Corno. No meu governo, ele vai ser legalizado e vai virar um “estado de espírito”. Podemos colocar no registro civil do sujeito, na carteira de identidade que ele é corno. Isso vai facilitar a vida da pessoa. Se o cidadão chega numa empresa procurando emprego e o chefe também é corno, é lógico que ele terá prioridade.

6 - Em quem você se inspirou para escrever “As bonitas que me Perdoem mas a feiúra é de lascar”? Na letra dessa música você diz que um analista pediu para que você o comesse. Como é essa história?
Depois que eu reacendi a carreira de Waldick Soriano com “I’m not dog no”, eu sonhei com Vinicius de Moraes. Ele se queixava para mim que a obra dele andava esquecida. Pensei em fazer uma música em francês, mas escrevi uma letra original, parafraseando a famosa frase do Vinícius. Agora o analista: como sou um cara fisicamente muito cobiçado, tenho muitos fãs — que chamo carinhosamente de “falconetes”. Esse analista “anda de marcha a ré”, gostou da personalidade e me queria de qualquer maneira. Mas eu dei um jeito de deixar ele na mão.

7 - Você acha que as pessoas que ouvem o seu disco ficam mais inteligentes?
Claro! É um disco didático, feito para ensinar as pessoas através do humor e da irreverência. Faço uns bolerões, umas valsas para o povão. Eles acham que sou um Frank Sinatra, um Julio Iglesias, querem me rasgar todo. Devo perder umas trinta cuecas por mês. E os jovens gostam de mim porque, apesar de não ser roqueiro, eu tenho uma certa irreverência — marca registrada no rock.

8 - E o que você achou do Ciro Gomes assumir o Ministério da Fazenda?
Acho bom. Só estou me escondendo porque tenho medo que ele me chame para ser assessor dele. Dizem no Ceara que ele anda me procurando. O Ciro Gomes é um cara novo, não tem rabo preso e vai fazer uma boa administração.

9 - Uma das suas grandes características é a “dança do jegue”, não?
Foi uma dança que eu inventei baseada nos movimentos sensuais do jegue. Mas eu observei de longe, porque eu não sou bobo de ficar espiando um jegue excitado de perto.

10 - O Falcão hoje em dia faz sucesso no mundo todo?
Sem dúvida. Inclusive o Paul McCartney entrou em contato comigo para fazermos os New Beatles. Era eu, ele, Agnaldo Timóteo e Genival Lacerda. O projeto só não deu certo porque houve ciumeira por parte da Linda McCartney.

+ 1 - Sendo uma figura tão desejada, sua mulher não tem ciúmes de você?
Não, ela já sabe administrar essa criatura aqui. Ela sabe que isso é coisa de um galã como eu.
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"Dinheiro não é tudo mas é 100%", música do álbum homônimo de Falcão, de 1994:

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Poesia de geometrias



por Amador Ribeiro Neto

Flávio Castro (Porto Alegre, 1966) é poeta e está radicado no Rio desde 1992. Estreia em 2009 com Audito, um livro radical. A sintaxe interrompida forma jatos de imagens. Sobrepõem-se num emaranhado geométrico de sons. Remetem o leitor a telas cubistas. O poema “ideograma” sintetiza o volume: “espaço conlui aglútino silêncio / hermética brancura papírica / voz altiva rápidos lances / sol sóis solstícios / palavra vulva / vácuo negra noite / estrelas entreletras / poço espelha narcíseo solaço / palavra válvula / aracne bússola elíptica / vereda verseja verdes versos / triângulo losango purgo cristal”.

Inaudito (Rio de Janeiro: Editora 7Letras, 2013) é igualmente perturbador. E ainda mais radical. Agora, não há um único poema que não ocupe os amplos espaços em branco da página. Todos movem-se num vaivém de imagens frenéticas, desenhadas no chamariz dos neologismos, da sintaxe truncada, das imagens sobrepostas em fusão de sons e significados.

O requinte poético de Flávio de Castro é fronteiriço, na ousadia, com Mallarmé, Joyce, Haroldo de Campos. Sem esquecermo-nos das inquietações rimbaudianas. Tudo é provocação em alto grau de inventividade. Este poeta conhece a palavra e propõe-se a tirar delas a “alquímica concreção”, como ele mesmo diz. E a busca da imagem é sua meta. Todavia, não tomemos imagem apenas como sinonímia de figurativismo. Ela é usada também como campo que recorta a curva de nível do sonoro.

O poema “Siderespaço” sintetiza a observação acima: “vaza gasoso espaço orbital / vácuo som plugado // xadrestrelas / brilhogaláxio // caos negror / ocaso sonoro / tombos estrobos fúcsios/ siovossibilantes // plexo distante”.

Quer parecer-me que o poeta, na busca foto-cinematográfica da imagem, antes de esculpi-la em ideias e relações interdependentes do pensamento com o referente, vale-se de vasto e amplo leque das sonoridades. Como um Cruz e Sousa reciclado por Haroldo de Campos, ele diz em “Sarcófago”: “templo trêmulo pêndulo / pulsorvo poema // nadavança / dígita distância / centrífuga presença // absolutolhar / palmos esculpidos / despoente arcopovíparo”.

A poesia de Flávio Castro pede um leitor atento e forte. Ela não é feita de concessões às facilidades da poesia palatável, digestiva, para consumo one-way. Ao contrário, sua poesia é cabralina pedra de quebrar dente. Vale para este poeta a lei do esforço, do trabalho árduo e lento com a palavra. Por isto mesmo seus livros exigem um leitor sem pressa, sem vontade de virar a página, sem ansiedade de chegar ao fim.

Uma poesia densa e, por isto mesmo, muito prazerosa em cada revelação. Em cada desnudamento da “Coisa” a que ela se refere. Uma coisa metalinguística, metapoética. Mas também lacaniana. O objeto que não se entrega de imediato. Velado e que só se “a-presenta”, na acepção heideggeriana do termo, depois de um convívio aplicado entre leitor e poema.

Nisto ele é valéryano: só lhe interessa o magro do prato. Nada de adiposidades verbais. Nada além da essência. Este poeta persegue a essência da palavra, da linguagem, da poesia.

Não é por menos que o exigente e igualmente brilhante poeta Mauro Gama referiu-se a ele como “notável poeta”. Notável. Brilhante. Admirável. Possivelmente esta chuva de adjetivações não agradem ao poeta. Mas são elas meu aplauso a seus livros arquitetados num corpo de osso e osso. 
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Publicado pelo jornal Contraponto, de João Pessoa-PB. Caderno B, coluna “Augusta Poesia”, dia 12 de dezembro de 2014, p. B-7.

Amador Ribeiro Neto é poeta, crítico literário e de música popular. Doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Professor do curso de Letras da UFPB.

Foto (detalhe): Elisa Guerra

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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Programação Orient Cinemas Cariri Shopping - de 18/12 a 24/12/2014

A Noite da Virada
(A Noite da Virada, 2014)
Direção: Alex Gabassi
Elenco: Marcos Palmeira, Luana Piovanni, Júlia Rabello, Paulo Tiefenthaler
País: Brasil
Gênero: Comédia
Duração: 90 minutos
Distribuidor: Downtown/Paris
Classificação indicativa: 14 anos
Sinopse: Ana quer dar a festa de ano novo perfeita. Duda quer dar o fora em Ana na festa de ano novo perfeita. Sofia quer dar a volta por cima e desencalhar ainda este ano. Alê só quer dar. Sete vezes. Antes da meia-noite. Rica, seu ‘namorido’, só quer aguentar as 7 vezes. Paulo quer acertar as contas com Rica. Mário só aceitou passar na festa dos vizinhos por educação – e porque sua mulher mandou. Rosa, sua esposa, só quer que a noite acabe logo para que possa viajar... Tudo pode acontecer na noite de Réveillon. E eles estão prontos para tudo, menos para o que realmente acontece. (para assistir ao trailer, clique aqui)

Filme nacional: 14h10, 16h20, 18h30, 20h40 (Sala 1)
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O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos
(The Hobbit: The Battle of the Five Armies, 2014)
Direção: Peter Jackson
Elenco: Benedict Cumberbatch, Cate Blanchett, Evangeline Lilly, Manu Bennett, Richard Armitage, Martin Freeman, Lee Pace, Orlando Bloom, Hugo Weaving, Luke Evans, Ian McKellen, Billy Connolly
Produção: Peter Jackson, Carolynne Cunningham, Zane Weiner, Fran Walsh
País: Estados Unidos
Gênero: Aventura, Fantasia
Duração: 144 minutos
Distribuidor: Warner Bros.
Classificação indicativa: 12 anos
Sinopse: O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos é a épica conclusão das aventuras de Bilbo Bolseiro, Thorin Escudo-de-Carvalho e a Companhia de Anões. Tendo recuperado sua terra natal do dragão Smaug, a Companhia involuntariamente despertou uma força mortal para o mundo. Enfurecido, Smaug espalha sua ira sobre homens, mulheres e crianças indefesas da Cidade do Lago. (para assistir ao trailer, clique aqui)

Dublado 3D: 14h30, 17h30, 20h30 (Sala 2)
Legendado: 15h10, 18h10, 21h10 (Sala 3)
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O Abutre
(Nightcrawler, 2014)
Direção: Dan Gilroy
Elenco: Jake Gyllenhaal, Michael Papajohn, Marco Rodríguez, Bill Paxton, James Huang, Kent Shocknek, Pat Harvey, Sharon Tay, Rick Garcia
Produção executiva: Betsy Danbury, Gary Michael Walters
Produção: Jennifer Fox, Tony Gilroy, Jake Gyllenhaal, David Lancaster, Michel Litvak
País: EUA
Gênero: Drama, Thriller
Duração: 117 minutos
Distribuidor: Diamond Films
Classificação etária: 14 anos
Sinopse: O filme traz o ator Jake Gyllenhaal como Lou Bloom, um jovem determinado e desesperado por trabalho que descobre o mundo em alta velocidade do jornalismo sensacionalista em Los Angeles. Ao encontrar equipes de filmagem freelances à caça de acidentes, incêndios, assassinatos e outras desgraças, Lou entra no reino perigoso e predatório dos nightcrawlings – as minhocas que só saem da terra à noite. Nele, cada lamento da sirene da polícia pode significar uma tragédia em que as vítimas são convertidas em dinheiro. Ajudado por Rene Russo, como Nina, uma veterana do sensacionalismo sanguinário que se tornou a cobertura de notícias nos canais de televisão locais, Lou ultrapassa a linha entre o observador e o crime para se tornar a estrela de sua própria história. (para assistir ao trailer, clique aqui)

Legendado: 13h20, 15h50, 18h20, 20h50 (Sala 4)
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Ouija - O Jogo dos Espíritos
(Ouija, 2014)
Direção: Stiles White
Elenco: Olivia Cooke, Ana Coto, Daren Kagasoff, Bianca A. Santos, Douglas Smith, Shelley Hennig, Sierra Heuermann, Sunny May Allison, Claudia Katz
Produção executiva: Couper Samuelson, Juliet Snowden
Produção: Michael Bay, Jason Blum, Bennett Schneir, Brian Goldner, Bradley Fuller, Andrew Form
País: EUA
Gênero: Terror
Duração: 89 minutos
Distribuidor: H2O Films
Classificação etária: 14 anos
Sinopse: No filme, um grupo de amigos precisa confrontar seus mais terríveis medos quando despertam os poderes sombrios de um jogo dos espíritos! (para assistir ao trailer, clique aqui)

Dublado: 14h50, 17h00, 19h20 (Sala 6)
Legendado: 21h30 (Sala 6)
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Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1
(The Hunger Games: Mockinjay - Part 1, 2014)
Direção: Francis Lawrence
Elenco: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Elizabeth Banks, Woody Harrelson, Julianne Moore, Philip Seymour Hoffman, Jeffrey Wright, Stanley Tucci, Donald Sutherland, Toby Jones
Produção executiva: Suzanne Collins, Michael Paseornek
Produção: Nina Jacobson, Jon Kilik
País: EUA
Gênero: Aventura, Ficção-científica
Duração: 123 minutos
Distribuidor: Paris Filmes
Classificação etária: 14 anos
Sinopse: Em Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1, Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) encontra-se no Distrito 13 depois de ter literalmente acabado com os jogos para sempre. Sob a liderança da Presidente Coin (Julianne Moore) e seguindo os conselhos de seus amigos de confiança, Katniss abre suas asas e luta para salvar Peeta (Josh Hutcherson) e toda uma nação movida por sua coragem. (para assistir ao trailer, clique aqui)

Dublado: 16h10, 21h20 (Sala 5)
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Debi & Lóide 2
(Dumb and Dumber To, 2014)
Direção: Bobby Farrelly, Peter Farrelly
Elenco: Jim Carrey, Jeff Daniels, Angela Kerecz, Laurie Holden, Kathleen Turner, Paul Blackthorne, Rob Riggle, Erika Bierman, Carly Craig, Lauren Henneberg, Rachel Melvin
Produção executiva: Marc S. Fischer, David Koplan
Produção: Riza Aziz, Bobby Farrelly, Peter Farrelly, Joey McFarland, Bradley Thomas, Charles B. Wessler
Classificação etária: 12 anos
País: Estados Unidos
Gênero: Comédia
Duração: 110 minutos
Distribuidor: Imagem Filmes
Sinopse: Eles continuam os mesmos: engraçados, divertidos e ainda mais debiloides. Vinte anos após a sua última aventura, os bem-intencionados, porém não muito espertos, melhores amigos Harry Dunne (Jeff Daniels) e Lloyd Christmas (Jim Carrey) partem em busca da filha perdida de Harry, enquanto Lloyd tenta conquistar a sua mais nova paixão. No caminho, eles reencontram diversos personagens do passado e precisam aprender a lidar com responsabilidades para as quais nenhum deles está preparado. Os irmãos Bobby e Peter Farrelly assinam novamente a direção do filme, retomando a história de um de seus maiores sucessos. (para assistir ao trailer, clique aqui)

Dublado: 13h40, 18h50 (Sala 5)
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Ingresso:
Valores Inteiros (exceto Sala 3D Digital):
Segunda, terça e quarta (exceto feriado e véspera de feriado): R$11,00 (o dia todo)
De quinta a domingo (e feriado): R$ 15,00

Valores Inteiros para a Sala 3D Digital:
Segunda, terça e quarta (exceto feriado e véspera de feriado): R$15,00 (o dia todo)
De quinta a domingo (e feriado): R$20,00.

No Cinema do Cariri Garden Shopping (Juazeiro do Norte-CE)
Site Orient Cinemas: http://www.orientcinemas.com.br/

Programação sujeita a alterações.

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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Michael Haneke e Lars von Trier: gênios violentos



por Elvis Pinheiro

Michael Haneke e Lars Von Trier são dois diretores bem queridos da Mostra 21. Seus filmes ajudaram, e muito, a dar a fama de polêmica para o nosso festival. Criadores precisos, com uma visão contundente do ser humano, violentos, mas de uma violência que ultrapassa e muito a “banalidade” das rajadas de balas, os dois são responsáveis por produzirem verdadeiros monumentos de densidade cinematográfica dos anos 90 para cá.

No mesmo ano, conheci a ambos: 1998. Os dois, na mesma e maravilhosa sala da Fundação Joaquim Nabuco, no bairro do Derby em Recife. Primeiro foi Os Idiotas (Lars Von Trier, 1998) e em seguida Funny Games (Michael Haneke, 1997).

Vamos à descrição das experiências: Os Idiotas apresenta-nos um grupo de atores/ativistas que se passam por pessoas com deficiência mental em restaurantes, visitas a fábricas ou qualquer outro lugar. Uma reflexão extrema sobre uma sociedade de idiotas burgueses. No filme vemos cenas de sexo explícito e acompanhamos uma filmagem sem trucagens. Pertence ao movimento Dogma 95, que defendia a pureza no cinema estabelecendo dez princípios a serem seguidos rigidamente pelos seus criadores: câmera na mão, sem uso de iluminação artificial, sem inserção de trilha sonora, gravado na ordem dos acontecimentos da história... Era tudo muito novo para mim e me deliciei com tudo: forma e conteúdo.

Funny Games eu assisti sem saber o que me esperava. Da sessão iria para uma festa com umas amigas da faculdade. Depois do filme, liguei cancelando e fui continuar a sofrer em casa. Foi uma experiência única na minha vida, onde eu me contorcia, buscava não olhar para a tela e até cogitei várias vezes abandonar a sala. Mas, ao mesmo tempo, aplaudia a genialidade daquela obra. Mulher, esposo e filhinho recebem a visita de dois psicopatas que iriam apostar com nós, espectadores, que até o amanhecer, os três estariam mortos depois de uma sequência macabra de joguinhos.

Os dois filmes são extremamente violentos e desconcertantes, mas a força que eles possuem é da ordem do psicológico, da sugestão, de uma maldade perigosa, íntima e acessível a todos nós. Quando nos deparamos com filmes assumidamente violentos porque torturam de forma explícita os seus personagens ou porque apresentam inúmeras mortes com direito a bastante sangue via facas, espadas, socos e tiros, é muito inusitado observar que a economia de todos esses artifícios pode deixar-nos mais atônitos e com muito medo. Observem que Tarantino, com todos os seus litros de sangue despejados no cinema, deixa-nos alegres e empolgados ao fim de cada filme.

Interessante é que depois busquei os filmes anteriores de cada um deles e deparei-me com Ondas do Destino (Trier) e Código Desconhecido (Haneke), que posso dizer, tranquilamente, serem tão bons e fortes quanto os primeiros citados. Todo ano sonhamos, nós do circuito de filmes de arte, com as novas produções destes dois gênios diabólicos. E o tempo vai passando e um números maior de espectadores vai conhecendo o trabalho deles. Amor em 2013 levou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e, em 2014, Ninfomaníaca está também nas salas comerciais despertando a curiosidade de um enorme público.

É fácil encontrar quem diga que nunca mais vai querer ver um filme, seja de um, seja do outro, seja dos dois. Eu devo ser muito perverso, porque amo tanto ver quanto exibir tudo que eles fazem. Acho geniais (e agora vou misturá-los): Dançando no Escuro, Caché, Dogville, A Professora de Piano, Anticristo, A Fita Branca, Melancolia. Considero esses dois diretores, na verdade, escritores. Realmente eles assinam o roteiro de seus filmes e possuem uma ideia muito precisa dos pontos de vista que querem defender. A maneira como apresentam os personagens, como desenham a trama de suas histórias, de como estabelecem a evolução do enredo é, antes, literária.

Em 2014, devido ao tema que propomos, os dos ficaram de fora. Eles até possuem filmes que poderiam ser encaixados na Mostra 21, mas o fato de já terem sido exibidos fez com que eu optasse por outra seleção. A capacidade de chocar, de revoltar, de surpreender funciona em termos de marketing, mas eles não colocam gratuitamente nenhum elemento em seus filmes com a intenção explícita de estarrecer. A visão que eles possuem do mundo é que é aterradora e aterrorizante. Quem tem medo de enfrentar sua própria natureza mais sombria, pode não querer, deliberadamente, se encontrar noutra sala de projeção frente a seus filmes-espelho.
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Elvis Pinheiro é editor da Revista Sétima e professor. Desde 2003 é Mediador de Cinema no Cariri cearense.

Texto originalmente publicado na SÉTIMA: Revista de Cinema (edição 15, de 15 de janeiro de 2014), que é distribuída gratuitamente na Região do Cariri cearense. A Revista Sétima é uma publicação do Grupo de Estudos Sétima de Cinema, que se reúne semanalmente no SESC de Juazeiro do Norte-CE.

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'O Nome da Rosa', filme de Jean-Jacques Annaud, no Cine Café



Cine Café (com mediação de Elvis Pinheiro)
Exibição do filme O Nome da Rosa
Ficha técnica:
Título original: Der Name der Rose
Direção: Jean-Jacques Annaud
Roteiro: Andrew Birkin, Gérard Brach, Howard Franklin e Alain Godard, baseados no romance de Umberto Eco
Elenco: Sean Connery, Christian Slater, Helmut Qualtinger, Elya Baskin, Michael Lonsdale, Volker Prechtel, Feodor Chaliapin, Jr., William Hickey, Michael Habeck
Duração: 130 minutos
Ano: 1986
Países de origem: França, Itália, Alemanha

"Em 1327, William de Baskerville (Sean Connery), um monge franciscano, e Adso von Melk (Christian Slater), um noviço que o acompanha, chegam a um remoto mosteiro no norte da Itália. O monge pretende participar de um conclave para decidir se a Igreja deve doar parte de suas riquezas, mas a atenção é desviada por vários assassinatos que acontecem no mosteiro. Ele começa a investigar o caso, apesar dos mais religiosos acreditarem que é obra do Demônio. Antes que conclua as investigações, o Grão-Inquisidor chega no local e está pronto para torturar qualquer suspeito de heresia que tenha cometido assassinatos em nome do Diabo." (sinopse da divulgação do evento)

Exibição no sábado, 13 de dezembro de 2014, às 17h30
No Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri (Juazeiro do Norte-CE). Entrada gratuita.

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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Poesia de açucareiro



por Amador Ribeiro Neto

Ana Martins Marques (Belo Horizonte, 1977) é mestre em Literatura Brasileira pela UFMG. Foi contemplada duas vezes com o Prêmio Cidade de Belo Horizonte de Literatura. A vida submarina (2009) reúne os poemas premiados. Com Da arte das armadilhas (São Paulo: Companhia das Letras, 2011) recebe o Prêmio Alphonsus de Guimaraens, da Fundação Biblioteca Nacional. 

As orelhas de seu mais recente livro são assinadas por Armando Freitas Filho, um nome respeitado por considerável número de críticos e leitores. Ele diz que leu os livros da poetisa num fôlego só, “de fio a pavio”. E acrescenta: “Não dá pra largar ou intercalar”.

O autor das orelhas mente. Esta poesia é um enfado.  A vida submarina nos oferece no máximo três poemas razoáveis, num volume de mais de 140 páginas. Ana Martins Marques peca pelo óbvio: nada tem a dizer e nem ao menos conhece a linguagem para dizer nada. Enfim: exaure. Dá nos nervos.

Considere, leitor, “Batata quente”: “Se eu te entregasse agora o meu amor / aceso como ele está, / como ele está, pesado, / você o trocaria rapidamente de mão, / você o guardaria um pouco na esquerda, / um pouco na direita, / por quanto tempo antes de o passar adiante?”. “Batatinha quando nasce” tem mais ritmo, imagens e ideias.

Agora veja “Reparos”: “Algumas coisas / quando se quebram / são fáceis de consertar: / uma xícara lascada / uma estatueta de gesso / um sapato velho / uma receita que desanda / ou uma  amizade arruinada. / Ainda que guardem / as marcas do remendo, / é possível que essas marcas / tenham  um certo charme / como algumas cicatrizes. / Mas experimente consertar / um poema que estragou”. Eis um poema de autoexorcismo, sem dúvida. A poetisa deveria ler o que escreve. E jamais publicar o que escreve. Já que nasce estragado.

O aborrecimento prossegue em Da arte das armadilhas. O lugar comum mais o prosaísmo e o coloquialismo insossos são a tônica ao livro. Se um concurso pode ter jurados bestiais, como entender os critérios de edição e seleção de uma prestigiosa editora como a Companhia das Letras ao publicar este miserabilíssimo volume?

Abre-se o livro e a poetisa Ana Martins Marques vem com o “Açucareiro”: “De amargo / basta / o amor // Agridoce, / ela disse // Mas a mim / pareceu / amargo”. Falta de expressividade quase absoluta. Estou pasmo. Trocadilho rude. Três estrofes competindo entre si: qual delas esgota mais rapidamente a paciência do leitor? Por ser o poema que abre o livro, não deixa de ser emblemático, não é mesmo, leitor?

Mas ele não está só. Encontra companhia em “Capacho”, que cito, tal como os anteriores, inteiramente: “Home / sweet / rua”. Pronto. É só isso o poema: um trocadilho de capacho. Outro: “Cinema”: “Encontramos na rua / uma fileira de cadeiras / de um velho cinema / levamos para casa / colocamos na varanda / passamos toda a tarde / bebendo e fumando / assistindo passar / um dia qualquer”. Nada mais nada igual a zero.

Veja agora o que ela diz em “Teatro”: “Certa noite / você me disse / que eu não tinha / coração // Nessa noite / aberta / como uma estranha flor / expus a todos / meu coração / que não tenho”. O leitor queria mais? A poetisa premiada não tem mais nada a oferecer. 
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Publicado pelo jornal Contraponto, de João Pessoa-PB. Caderno B, coluna “Augusta Poesia”, dia 05 de dezembro de 2014, p. B-7.

Amador Ribeiro Neto é poeta, crítico literário e de música popular. Doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Professor do curso de Letras da UFPB.

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Programação Orient Cinemas Cariri Shopping - de 11/12 a 17/12/2014

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos
(The Hobbit: The Battle of the Five Armies, 2014)
Direção: Peter Jackson
Elenco: Benedict Cumberbatch, Cate Blanchett, Evangeline Lilly, Manu Bennett, Richard Armitage, Martin Freeman, Lee Pace, Orlando Bloom, Hugo Weaving, Luke Evans, Ian McKellen, Billy Connolly
Produção: Peter Jackson, Carolynne Cunningham, Zane Weiner, Fran Walsh
País: Estados Unidos
Gênero: Aventura, Fantasia
Duração: 144 minutos
Distribuidor: Warner Bros.
Classificação indicativa: 12 anos
Sinopse: O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos é a épica conclusão das aventuras de Bilbo Bolseiro, Thorin Escudo-de-Carvalho e a Companhia de Anões. Tendo recuperado sua terra natal do dragão Smaug, a Companhia involuntariamente despertou uma força mortal para o mundo. Enfurecido, Smaug espalha sua ira sobre homens, mulheres e crianças indefesas da Cidade do Lago. (para assistir ao trailer, clique aqui)

Dublado 3D: 14h30, 17h30, 20h30 (Sala 2)
Legendado: 15h10, 18h10, 21h10 (Sala 1)
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Ouija - O Jogo dos Espíritos
(Ouija, 2014)
Direção: Stiles White
Elenco: Olivia Cooke, Ana Coto, Daren Kagasoff, Bianca A. Santos, Douglas Smith, Shelley Hennig, Sierra Heuermann, Sunny May Allison, Claudia Katz
Produção executiva: Couper Samuelson, Juliet Snowden
Produção: Michael Bay, Jason Blum, Bennett Schneir, Brian Goldner, Bradley Fuller, Andrew Form
País: EUA
Gênero: Terror
Duração: 89 minutos
Distribuidor: H2O Films
Classificação etária: 14 anos
Sinopse: No filme, um grupo de amigos precisa confrontar seus mais terríveis medos quando despertam os poderes sombrios de um jogo dos espíritos! (para assistir ao trailer, clique aqui)

Dublado: 13h, 15h, 17h10, 19h20 (Sala 6)
Legendado: 21h30 (Sala 6)
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Caçada Mortal
(A Walk Among the Tombstones, 2013)
Direção: Scott Frank
Elenco: Liam Neeson, Maurice Compte, Patrick McDade, Luciano Acuna Jr., Hans Marrero, Laura Birn, David Harbour, Adam David Thompson, Kim Rosen
Produção executiva: Kate Bacon, Guy East, John W. Hyde, Tracy Krohn, Mark Mallouk, Peter Mallouk, Kerry Orent, Lauren Selig, Adi Shankar, Spencer Silna, Nigel Sinclair, Tyler Thompson, Richard Toussaint
Produção: Tobin Armbrust, Danny DeVito, Brian Oliver, Michael Shamberg, Stacey Sher
País: Estados Unidos
Gênero: Drama, Thriller
Duração: 114 minutos
Distribuidor: Walt Disney Studios
Classificação etária: 14 anos
Sinopse: Caçada Mortal é estrelado por Liam Neeson como Matt Scudder, um ex-policial de Nova York que trabalha como detetive sem licença e atua à margem da lei. Quando Scudder relutantemente concorda em ajudar um traficante de heroína (Dan Stevens) a encontrar os homens que raptaram e depois assassinaram brutalmente sua esposa, ele fica sabendo que não é a primeira vez que esses homens haviam cometido este tipo de crime hediondo… e nem será a última. Misturando o certo com o errado, Scudder parte para localizar os marginais nas ruas da cidade de Nova York antes que eles matem de novo. (para assistir ao trailer, clique aqui)

Dublado: 16h20, 21h20 (Sala 5)
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O Casamento de Gorete
(O Casamento de Gorete, 2013)
Direção: Paulo Vespúcio Garcia
Elenco: Rodrigo Sant'Anna, Tadeu Melo, Ataíde Arcoverde, Tonico Pereira, Leticia Spiller, Carlos Bonow, Virgina Rodrigues, Maria Cristina Gatti, Jose Victor Amorim
País: Brasil
Gênero: Comédia
Duração: 100 minutos
Distribuidor: Europa Filmes
Classificação etária: 12 anos 
Sinopse: Essa é a história de Gorete, popular apresentadora de rádio, que recebe a inesperada herança de seu pai, há anos ausente em sua vida. Porém, nossa personagem só poderá tomar posse do dinheiro sob uma condição: casar-se. O que poderia ser o sonho de qualquer mulher é, entretanto, o pesadelo da caricata Gorete, que permanece apaixonada por seu grande e perdido amor de infância. Um torneio para escolha de seu futuro marido, um casamento nada tradicional, absurdas tentativas de assassinato e as inseparáveis amigas, Domitila e Marivalda, completam o cenário dessa divertida, leve e inspiradora história de amor. (para assistir ao trailer, clique aqui)

Filme nacional: 13h40, 18h50 (Sala 5)
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Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1
(The Hunger Games: Mockinjay - Part 1, 2014)
Direção: Francis Lawrence
Elenco: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Elizabeth Banks, Woody Harrelson, Julianne Moore, Philip Seymour Hoffman, Jeffrey Wright, Stanley Tucci, Donald Sutherland, Toby Jones
Produção executiva: Suzanne Collins, Michael Paseornek
Produção: Nina Jacobson, Jon Kilik
País: EUA
Gênero: Aventura, Ficção-científica
Duração: 123 minutos
Distribuidor: Paris Filmes
Classificação etária: 14 anos
Sinopse: Em Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1, Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) encontra-se no Distrito 13 depois de ter literalmente acabado com os jogos para sempre. Sob a liderança da Presidente Coin (Julianne Moore) e seguindo os conselhos de seus amigos de confiança, Katniss abre suas asas e luta para salvar Peeta (Josh Hutcherson) e toda uma nação movida por sua coragem. (para assistir ao trailer, clique aqui)

Dublado: 13h10, 15h40, 18h20 (Sala 4)
Legendado: 21h (Sala 4)
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Debi & Lóide 2
(Dumb and Dumber To, 2014)
Direção: Bobby Farrelly, Peter Farrelly
Elenco: Jim Carrey, Jeff Daniels, Angela Kerecz, Laurie Holden, Kathleen Turner, Paul Blackthorne, Rob Riggle, Erika Bierman, Carly Craig, Lauren Henneberg, Rachel Melvin
Produção executiva: Marc S. Fischer, David Koplan
Produção: Riza Aziz, Bobby Farrelly, Peter Farrelly, Joey McFarland, Bradley Thomas, Charles B. Wessler
Classificação etária: 12 anos
País: Estados Unidos
Gênero: Comédia
Duração: 110 minutos
Distribuidor: Imagem Filmes
Sinopse: Eles continuam os mesmos: engraçados, divertidos e ainda mais debiloides. Vinte anos após a sua última aventura, os bem-intencionados, porém não muito espertos, melhores amigos Harry Dunne (Jeff Daniels) e Lloyd Christmas (Jim Carrey) partem em busca da filha perdida de Harry, enquanto Lloyd tenta conquistar a sua mais nova paixão. No caminho, eles reencontram diversos personagens do passado e precisam aprender a lidar com responsabilidades para as quais nenhum deles está preparado. Os irmãos Bobby e Peter Farrelly assinam novamente a direção do filme, retomando a história de um de seus maiores sucessos. (para assistir ao trailer, clique aqui)

Dublado: 13h50, 16h10, 18h30 (Sala 3)
Legendado: 20h50 (Sala 3)
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Ingresso:
Valores Inteiros (exceto Sala 3D Digital):
Segunda, terça e quarta (exceto feriado e véspera de feriado): R$11,00 (o dia todo)
De quinta a domingo (e feriado): R$ 15,00

Valores Inteiros para a Sala 3D Digital:
Segunda, terça e quarta (exceto feriado e véspera de feriado): R$15,00 (o dia todo)
De quinta a domingo (e feriado): R$20,00.

No Cinema do Cariri Garden Shopping (Juazeiro do Norte-CE)
Site Orient Cinemas: http://www.orientcinemas.com.br/

Programação sujeita a alterações.

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