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Hoje recorremos à antologia Juazeiro poético, organizada por Raimundo Araújo e lançada em 1988, e reproduzimos dois poemas que homenageiam o Príncipe.
Príncipe Ribamar
(Ivan Fernandes Magalhães)
Os filtros narcotizantes do amor
Que lhe injetaram na alma rudemente,
Minaram de tal forma a sua mente,
Que o fizeram um vulgar mercador
De sonhos! Viveu com tanto ardor
O seu papel de Príncipe Demente,
Que até uma Gioconda irreverente
Encheu o seu palácio de esplendor!
Seus éditos, chulos e sem graça,
Eram lidos em voz alta, na praça,
E riam todos de suas loucas visões...
Somente eu, Príncipe, não ria de ti,
— Porque como tu, eu também vivi,
Qual mercador de sonhos e ilusões!...
____
Sua Majestade
(Eduardo José P. de Matos)
Com títulos de reinos incabíveis
Guardados em finíssimo escrínio,
Ribamar sonha com tronos e domínio.
— Coisas humanamente impossíveis —
Seus tesouros são tão inconcebíveis...!
Próprios das mentes em legal declínio.
Traz dragonas na roupa irreconhecíveis
E medalhões com brilho em extermínio.
Fala em realizações impraticáveis,
Tem ideias obscuras, inviáveis...
E as defende com têmpera sincera.
Por Príncipe, conhece-o a cidade.
E o povo que lhe deu a majestade,
Deu-lhe as chaves argênteas da quimera.
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