quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Exibições de ‘Cemitério do Esplendor’ e ‘O Fim e o Princípio’ na Mostra 21

Mostra 21 - O absurdo nos une, nos move (2017)
Curadoria e mediação: Elvis Pinheiro

Programação do dia 19 de janeiro de 2017 (quinta-feira):



14h, no Sesc Juazeiro:
Cemitério do Esplendor
(Rak Ti Khon Kaen, Dir. Apichatpong Weerasethakul, Alemanha / França / Malásia / Reino Unido / Tailândia, 2015, 122min)

Da Tailândia vem o mistério de lendas e histórias de mortos. Vem um cinema espiritual. Silencioso, contemplativo, cheio de insinuação e passagens de puro êxtase visual. Não se ocupe do nosso tempo. Existem outros. Não se ocupe da nossa vida. Existem outras. Um cemitério como você nunca viu. Uma existência que lhe escapa. (Elvis Pinheiro)
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19h, no Sesc Crato:
O Fim e o Princípio
(O fim  o princípio, Dir. Eduardo Coutinho, Brasil, 2006, 110min)

O fim e o princípio foi o primeiro filme de Eduardo Coutinho que eu assisti. Ele é de 2005 e apresenta depoimentos colhidos numa comunidade do interior da Paraíba. A comunidade retratada é o Sítio Araçás, localizado em São João do Rio do Peixe.

A maior parte dos depoimentos é de pessoas idosas – personagens de um universo austero, mas rico de experiências existenciais e sabedorias adquiridas pela intensa relação com o sertão e suas riquezas simples.

Recolhidas em seus anonimatos, essas personagens do mundo real, tão encontráveis no sertão nordestino, discorrem sobre suas histórias familiares, crenças, experiências de trabalho, alegrias e sofrimentos diários. Sem um roteiro prévio, Coutinho propõe uma abordagem inovadora e criativa ao construir sua obra a partir das tessituras narrativas apresentadas pelos moradores de Araçás. Em verdade, o cineasta visita os moradores da localidade, elabora perguntas aleatórias e registra os depoimentos de modo que nos sentimos bem próximos deles.

Nesse documentário, somos apresentados, a cada visita, à beleza da prosa sertaneja repleta de histórias envolventes. É instigante observar o registro das idiossincrasias linguísticas e das práticas culturais que marcam a vida dessas personalidades. Rezadeiras, parteiras, agricultores, poetas, pensadores, donas de casas tecem, com suas narrativas, uma colcha de retalhos alinhavada com as cores da vida em suas amplas potencialidades.

Para mim, é impossível assistir a esse filme sem me comover profundamente. Em alguns momentos, a câmera apresenta em close o olhar dos entrevistados e isto, definitivamente, dá-nos a sensação de que podemos mergulhar no universo dessas personalidades e, assim, apreendermos delas as mais densas sensações. (Émerson Cardoso)
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Sessões com entrada gratuita.
Para conferir a programação completa da Mostra 21, clique aqui.

Textos originalmente publicados na SÉTIMA: Revista de Cinema (edição 39, de janeiro de 2017 - Ed. Especial Mostra 21), que é distribuída gratuitamente na Região do Cariri cearense. A Revista Sétima é uma publicação do Grupo de Estudos Sétima de Cinema, que se reúne semanalmente no SESC de Juazeiro do Norte-CE.

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