terça-feira, 19 de junho de 2012

Disco 'Construção', de Chico Buarque

Grifo nosso # 33

Hoje, dia 19 de junho de 2012, Chico Buarque de Hollanda completa 68 anos de idade. Quando pensei em postar algo sobre ele nesta data, a primeira coisa que me lembrei foi do fato de ter um de seus álbuns indicado no livro 1001 discos para ouvir antes de morrer. Fui conferir e lá estava Construção, de 1971, sendo chamado de disco "obrigatório" em uma pequena resenha.

A curiosidade pra mim se dava pelo fato de o livro ser formado por uma lista predominantemente roqueira. E, até em decorrência disso, dominada basicamente por bandas e cantores da Inglaterra e dos Estados Unidos. Mesmo assim, lá está Construção, junto a clássicos do rock lançados em 1971 (ano extremamente produtivo para as mais diversas coleções de discos).

Para se ter uma ideia, outras pérolas indicadas no livro e que foram gravadas em 1971: No. 1 Record, do Big Star; Hunk Dory, de David Bowie; Maggot Brain, do Funkadelic; Blue, da Joni Mitchell; Fragile, do Yes; Imagine, de John Lennon; Sticky Fingers, do Rolling Stones; Aqualung, do Jethro Tull; e muito mais.

Mas voltando a Chico Buarque: isso tudo para mostrar que, até numa lista com esse tipo de material (e falando de um período preominantemente roqueiro no cenário mundial), lembraram de mencionar (merecidamente, lógico) um grande compositor de um país "periférico" no quesito mercado fonográfico*. E vamos à resenha publicada no livro:

Chico Buarque - Construção (1971)

"Construção foi o quinto álbum de chico Buarque para a Philips. É um trabalho que se tornou um clássico e um marco de referência desse cantor de importância maior na música brasileira e mundial. Quase todas as músicas que compõem este disco fizeram sucesso. Buarque aparece aqui num ambiente acústico. A orquestração do álbum foi influenciada por Rogério Duprat. Logo no início, o LP mergulha fundo nos ritmos tradicionais brasileiros, em canções que, implicitamente, criticam o regime político ditatorial do país ("Deus Lhe Pague" e a música-título, "Construção").

Como é comum na obra desse inigualável contador de histórias, ele realça os detalhes do dia-a-dia característicos e definidores das relações humanas (e da condição humana — como em Ópera do Malandro) em "Cotidiano", que fala da rotina da relação entre um homem e uma mulher. As três faixas seguintes, "Olha Maria", "Samba de Orly" e "Valsinha", são parcerias com outros grandes letristas e compositores da música brasileira — Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Toquinho ("Samba de Orly" faz referência ao aeroporto francês e a Paris, que se tornaram familiares para os brasileiros exilados). Outro destaque é "Valsinha", uma canção de amor de dois minutos que permaneceu nos ouvidos e no coração do público internacional. Um disco obrigatório."
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Tim Jones, no livro 1001 discos para ouvir antes de morrer (Editora Sextante, 2007).

"Desalento" (ao vivo, 2012):


* no livro também foram contemplados outros artistas brasileiros, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Ben Jor, Os Mutantes, Tom Jobim, Baden Powell, Sepultura, Milton Nascimento e Elis Regina..

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