Esta noite houve um apagão geral em Juazeiro. Acredito que tenha sido geral, pois fui até a rua dar uma olhada pro céu. Não avistei nenhum vestígio de luz artificial. Porém, pude me deparar com um céu estrelado, como aqueles que a gente vê no cinema. Há tempos que não via tantas estrelas no céu, brilhando em festa.
Me lembro que há uns dez atrás era possível se avistar bem mais estrelas no céu de Juazeiro do Norte, mas, hoje em dia, é com muito esforço que conseguimos, vez ou outra enxergar aquelas estrelas mais brilhantes, ofuscadas, lamentavelmente, por um céu rosa-alaranjado, resultados das luzes artificiais que iluminam nossas ruas e enviam os excendentes luminosos para o alto.
É o preço que pagamos pelo progresso e as mordomias da urbanização. E, em breve, ficaremos, cada vez mais sem céu e sem estrelas, porque, como diria o impagável Ciço Gnomo, “a cidade está comendo a mata”. Há pouco mais de um mês estive em Fortaleza-CE e me lembro de ter olhado para o céu e ter ficado grato por ter a oportunidade de ainda ver algumas estrelas em Juazeiro, porque lá é que a coisa está difícil mesmo.
Pois é... Saudades do céu do interior... Já dá pra sentir isso aqui, no interior. Nessa região metropolitana urbanizadamente caótica.
E, meu apelo à Coelce, é que ela nos permita mais vezes, um blackout geral. Um apagão anunciado para que possamos entrar, um pouco mais, em contato com este céu que está escondido sobre nossas cabeças.
Os poetas, os enamorados, as corujas e eu ficaremos gratos.
O apagão foi no ceará todo, e aqui no Icó também o céu estava lindo.
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