Cássia Eller: a voz grave e plena de expressividade enchia palcos, teatros, arenas, e transbordava emoção pelos poros ao executar canções de Nando Reis, Arnaldo Antunes, Renato russo, Cazuza, Caetano Veloso, Djavan, Gilberto Gil, Itamar Assumpção, Marisa Monte, Arrigo Barnabé, Hermelino Neder, ou dos Beatles, entre tantos outros.
(...) Capaz de ousar e navegar com desenvoltura por diferentes rumos e estilos musicais, do rock ao blues, do samba à MPB, experimentando raps e até mesmo um tango, Cássia respirava a liberdade de cada gesto novo e, com seu modo irreverente, repaginou obras consagradas da música brasileira e internacional, mostrando e confirmando que, em arte, nenhuma versão é definitiva ou acabada, e as possibilidades interpretativas ilimitadas, quando precisas, soam sempre enriquecedoras. Em suas 'viagens musicais', ia reiventando timbres, nuances e cores, e conferindo a todos os seus trabalhos, discos e shows um tom de irretocável originalidade.
Criativa, energia-pura, sempre conjugando todos os sentidos ao executar uma canção e deixando brotar de sua voz o calor que emana do fogo. Dona de absoluta precisão rítmica, saboreava cada síncope e sabia dar a cada sílaba o devido peso."
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Beatriz Helena Ramos Amaral, na introdução de seu livro Cássia Eller: canção na voz do fogo (Escrituras Editora, 2002).
Postagem neste 10 de dezembro de 2012, data em que Cássia Eller completaria 50 anos.
"Blues da Piedade" (Frejat / Cazuza):
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