terça-feira, 7 de abril de 2020

Se eu me arrependi de ser jornalista?

por Hudson Jorge

Foto: Samuel Macedo 
Justamente hoje, dia 07 de abril, Dia do Jornalista, me perguntaram se eu já tinha me arrependido da profissão que escolhi.

Desde novinho me pego redigindo, lendo e brincando de jornalista. TVs, rádios, microfones de chave de fenda imaginários. Na adolescência, escolhi e fui escolhido por um jornal escolar (na verdade, entrei nele na marra). O Berro pulou os muros da antiga Escola Técnica Federal do Ceará (Uned Juazeiro do Norte), atualmente IFCE, e ganhou o mundo. Foi se aventurar pelos guetos culturais, corredores da Universidade e nas bancas de revistas.

De lá pra cá foram assessorias de imprensa, jornais impressos, web e rádio. Não me aventurei pela TV (ainda).

Apesar das dificuldades, da falta de reconhecimento, dos salários baixíssimos que o mercado de trabalho oferecem e da perseguição de uma parcela (insana) da sociedade, não encontro motivos para me arrepender. Não me considero, apenas, uma pessoa formada em Jornalismo. Eu me sinto Jornalista, desde sempre, apesar de ter iniciado a faculdade em uma idade um pouco avançada para a média e depois de já ter tido várias experiências que me trilharam nesse caminho.

E, a despeito dessas dificuldades todas, me resta, apenas, a reinvenção. Procurar surfar neste momento tecnológico atual nas possibilidades existentes, sambar por sobre o contracheque e encontrar saídas.

Não me enxergo em outra profissão que não seja a comunicação, o jornalismo, a assessoria de imprensa. Não me vejo em outro lugar que não esse!

Se um dia eu estiver em alguma outra frente, qualquer pessoa poderá me olhar nos olhos e constatar que parte de mim não estará feliz e pensando em arrumar um jeitinho de voltar.

Eu torço por dias melhores para os meus e as minhas colegas jornalistas, por um mundo mais humano nas relações de trabalho, pelo reconhecimento, por uma remuneração digna que os permitam viver sem percalços, sem dúvidas, sem estresses e com a dádiva de terem um momento de seus dias para viverem para além do trabalho (sim, existe vida fora do jornalismo, ou deveria existir).

Desejo também que a sociedade saiba respeitar a profissão de jornalista e tenha a capacidade de reconhecer, verdadeiramente, a diferença entre o bom e o mau profissional. Que saiba se informar por fontes realmente confiáveis que gastam sola de sapato, planos de internet e minutos do celular em busca da informação, para ser apurada, filtrada e dada de presente (sim, toda reportagem é um presente!) para o público.

Aos amigos e amigas jornalistas, a minha solidariedade! O parabéns que posso nos dar é pela força, pela resistência e pela coragem. (Para muitos) não há glamour! Há suor, comprometimento e competência.

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