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segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Belchior realizou show no Navegarte (Espaço Cultural do Crato) em 2002

Guia Cultural O Berro - Edição 28, de 15 de agosto de 2002 

Em 17 de agosto de 2002, Belchior fez uma de suas últimas aparições nos palcos caririenses com um show no Navegarte (Crato), espaço cultural que sediou, no início dos anos 2000, diversos shows de artistas da MPB.

Dois berristas antes do show se aventuraram naquele dia: Ythallo Rodrigues em uma rápida entrevista no shopping de Juazeiro do Norte [tem fotos da entrevista no nosso Instagram @oberronet, confere lá!], enquanto, paralelamente, Hudson Jorge produzia o show que iria abrir a noite, com o músico goiano Chico Aafa, conhecido por sua participação no disco Cantoria 2, de Elomar, Xangai, Vital Farias e Geraldo Azevedo.

Ythallo relembra: “O tempo passa rápido e já estamos aqui, 18 anos depois daquela aventura. As lembranças da tensão de produzir o show de abertura, misturada a goles de vinho a mais, já meio que bagunçam a memória, mas lembro que foi uma noite memorável: ver pela última vez um show de Belchior (algo que, óbvio, não tinha noção que seria), num lugar onde pudemos produzir diversas atividades artísticas importantes na nossa trajetória. Para além de tudo, sinto saudades do Navegarte como um espaço das artes no Cariri”.

Na memória de Hudson: “Estive presente naquele show de um dos maiores nomes da música brasileira. Apesar de, naquele tempo, ainda conhecer muito pouco da obra do Belchior, a promessa é de que seria um grande espetáculo. Foi um show épico, talvez, mais pela simbologia da presença desse grande ícone. Cantou alguns clássicos e interagiu com o público. Aparentava estar bem feliz, mas, naquele show, a impressão que tive foi de um Belchior cansado do palco e, sabe-se lá o porquê.

O fato é que, nos anos seguintes, o desdobramento da vida desse grande artista, ao meu ver, comprovaria aquela impressão que tive naquele 2002, quando Belchior cantou umas poucas músicas e saiu do palco para beber e conversar com amigos, enquanto seu parceiro de show fazia o público vibrar com seu violão. Um espetáculo à parte”.

Na imagem: detalhe do Guia Cultural O Berro, edição 28, de 15 de agosto de 2002, anunciando o show de Belchior no Navegarte (Crato), que aconteceria dois dias depois.

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Corpo em Crise: Ensaio a̶b̶e̶r̶t̶o Fechado – Destrinchando o primeiro encontro com o palco



“Corpo em crise é um projeto de música autoral que tem como processo de construção principal etapas de traduções. Primordialmente, busca explorar como as crises políticas e questões efervescentes atuais são traduzidas em sensações pelo corpo. Então, como esses sentimentos podem ser traduzidos em imagens ou enredos mentais, como se encaixam dentro de uma narrativa. A última etapa seria a tradução dessas imagens e histórias em palavras e em sonoridade.

Sendo o corpo o conduíte principal de tais traduções, ele também é o foco das composições, com um toque dançante, às vezes enérgico, às vezes contido. A música intitulada ‘Mãos’, por exemplo, trata de um corpo que vai para as ruas para não permitir que seus direitos escapem por entre os dedos, mas também tateia as memórias de uma infância sem medo. A música ‘Língua’ é malemolência, é gingado, é uma sensualidade que permeia os corpos da noite urbana, que seduz sob as luzes dos postes e dos letreiros de neon.

Cada uma das músicas tem como título uma parte do corpo. Imprime sobre cada membro ou órgão uma identidade relativa a um sentimento, a um movimento, a uma questão política. Afinal, o corpo é político, assim como os espaços que lhe são permitidos ocupar ou forçado a desocupar, qual membro é usado para que finalidade, quem tem poder sobre o corpo de quem.

Em termos de sonoridade, o projeto mistura música pop, samba, rock e eletrônico.

Queríamos compartilhar nosso trabalho em um ensaio aberto marcado para a noite de 16 de março, que precisou ser cancelado por conta das medidas preventivas lançadas pelo governo do estado durante a tarde do mesmo dia, que previa o cancelamento de eventos com público maior que 100 pessoas. Como já estávamos com tudo programado, resolvemos fazer um ensaio fechado, sem público, apenas com a equipe técnica. O ensaio foi gravado e intitulado ‘Corpo em Crise - Ensaio a̶b̶e̶r̶t̶o fechado’.

O objetivo da divulgação do ensaio fechado é trazer para o público o material que temos trabalhado desde que começamos a ensaiar e receber um feedback, saber o que outros olhares tem para contribuir com nosso processo criativo, com a construção de nossa sonoridade e performance.

Em maio, foi aprovado no edital Cultura Dendicasa da Secult Ceará um vídeo onde trazemos falas de integrantes da banda e três músicas do ensaio gravado em março. O vídeo faz parte da plataforma decorrente do edital, que abriga 400 trabalhos produzidos na quarentena por artistas cearenses.” (texto da produção - Corpo em Crise)

O vídeo está disponível no link abaixo:
https://bit.ly/corpoemcrise

Instagram: @corpoemcrise



Sinopse
O ensaio aberto do Corpo em Crise, nossa primeira aparição pública, foi cancelado por conta da pandemia. Resolvemos, então, fazer um ensaio fechado e fazer registros desse momento. Aqui compartilhamos relatos da banda sobre as composições, processo criativo, e três das músicas gravadas nesse ensaio.

Ficha Técnica
Roteiro, apresentação e composições: Corpo em Crise
Vocal: Ailton Jesus
Guitarra: Zarelly Souza
Baixo: João Victor
Teclados, samples e MPC: Marcus Freire
Iluminação: Sinesia Ventura
Técnico de som e gravação: Michel Leocaldino
Filmaker e edição: Linaldo Pereira
Edição final: Marcus Freire
Fotos: Fusion Filmes.

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quarta-feira, 27 de maio de 2020

9 (+1) discos preferidos do rock internacional, por Michel Macedo



por Michel Macedo

Fui “intimado” pelos meus amigos do Berro a fazer uma lista de 9 + 1 discos que gosto* e fiquei sem dormir pensando e chegando à conclusão de que uma lista de 100 já seria difícil (risos, mas é mesmo), logo eu que mudo de opinião e faço mil coisas ao mesmo tempo.

Mas vamos lá... pensei nuns 100 e, na minha cabeça de metamorfose ambulante, ela ia variar a cada semana, então vou fazer uma lista de 10 discos que se a ditadura voltasse com gosto de gás eu fugiria para o bunker com eles, uma das guitarras, minha coleção de Sandman e uma garrafa de whisky.

Muitas vezes eu já acordo com, tipo água na boca, sendo no ouvido, para ouvir determinado disco (Led Zeppelin, Janis Joplin, The Doors e Jimi Hendrix não é muito frequente, mas no dia q acontece chega dá comichão...) mas há alguns discos que dá para ouvir em qualquer momento, qualquer clima, vamos a 10 deles, na minha opinião... vai ficar faltando uns 90.



1. Revolver - The Beatles (1966): esse foi o disco da mudança, quando eles deixaram de fazer shows e resolveram só gravar. Foi aí que eles começaram a inventar coisas no estúdio (com cola, papel e tesoura) que se tornaram inovações que modernizaram em muito as técnicas de gravação. Esse disco também tem minhas duas músicas preferidas dos Beatles: “Eleanor Rigby” e “For No One”.



2. Aqualung - Jethro Tull (1971): nossa... quando ouvi esse disco a primeira vez já achei fantástico, mas fiquei procurando no meu HD uma pasta para colocá-lo, era difícil classificar se era rock'n'roll, progressivo, fusion... um amigo meu na época deu uma ótima definição: rock medieval. Essa banda é fantástica, e acho esse o que melhor define.



3. In Rock - Deep Purple (1970): uma das minhas bandas preferidas, talvez a que eu mais escute, foi por causa do Ritchie Blackmore que decidi tocar guitarra. Esse disco moldou meu ouvido para um dos estilos que mais gosto, que é esse hard rock progressivo, estilo de bandas como Wishbone Ash, Atomic Rooster, Irish Coffee, entre outras.



4. Jailbreak - Thin Lizzy (1976): banda irlandesa não tão conhecida aqui, mas que é super endeusada por lá, tem até estátua do vocalista em Dublin. Influenciaram bandas como Iron Maiden e Metallica (entre outras) e GloryFate também. Depois que você conhece Thin Lizzy nunca mais vai ouvir duetos de guitarra com os mesmos ouvidos.



5. Powerslave - Iron Maiden (1984): se não o melhor, pelo menos o disco mais maduro do Iron Maiden. Fizeram a turnê desse disco no primeiro Rock in Rio, era uma época mágica. Muita nostalgia para mim escutar esse disco, além de conter uma de minhas músicas preferidas deles: “The Rime of the Ancient Mariner”, um poema de Samuel Taylor Coleridge. O Iron Maiden também me aguçou o gosto pela Literatura, eles têm pelo menos umas 20 músicas temáticas de livros.



6. Phenomenon - UFO (1974): outro disco que quando ouvi a guitarra fiquei procurando na memória que tipo de som era aquele. Os solos do Michael Schenker são uma música dentro da música. Esse disco é quase uma unanimidade em ser o melhor da banda. Difícil de encontrar, esse eu ainda não tenho em LP.


7. In the Court of the Crimson King - King Crimson (1969): esse disco é simplesmente um ícone do Rock Progressivo, uma banda que beira a perfeição (junto com Rush e Yes). É meu disco de meditação.



8. Fragile - Yes (1971): uma banda perfeita, um disco perfeito, até a sonoridade da gravação parece estar bem à frente de seu tempo. Esse disco também tem um sentimento de nostalgia imenso para mim porque todas as viagens que faço de carro a gente costumava botar ele, com o bordão de “colocar Yes para que a viagem seja positiva”.



9. Foxtrot - Genesis (1972): eu acho o melhor deles, principalmente por conta da grande suíte, “Supper's Ready”, a parte da flor. É um disco super viagem, narrada pela voz inconfundível do Peter Gabriel. Depois que você vê ao vivo fica ainda melhor porque você fica visualizando a performance dele.



+1. Animals - Pink Floyd (1977): Pink Floyd foi a segunda banda de rock que me afeiçoei, e a primeira que me fez iniciar a maratona de colecionar. Esse disco, de praticamente 3 músicas, tem os melhores solos de guitarra (lembrando que o mais lindo está em “Comfortably Numb”, no The Wall), refrões emocionantes, além de uma atmosfera única. A história por trás das letras também é fascinante – mais uma obra literária musicada, o livro Revolução dos Bichos, de George Orwell. O Pink Floyd se consolida como uma banda antifascista, pena que muitos brasileiros não souberam entender isso na banda e ouviram errado, assim como ouvem muita coisa errada, afinal, o rock é, em sua essência, rebelde e transgressor.


A princípio seriam 10 discos no geral e, valha, pensei que tinha botado pelo menos um disco nacional, mas no final vi que errei a contagem (eu fiz Letras). Tem muita coisa nacional que amo também: Secos & Molhados, Mutantes, Ronnie Von, Jorge Ben, Tim Maia, O Terço, Novos Baianos, Casa das Máquinas, Som Nosso de Cada Dia, Quinteto Violado, e muitos outros...
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Michel Macedo é professor de Literatura Inglesa no curso de Letras (URCA) e guitarrista da banda de heavy metal GloryFate.

Confira outras listas postadas recentemente no blog O Berro:
9 (+1) importantes obras de filosofia, por Camila Prado
9 (+1) artistas visuais contemporâneos, por Adriana Botelho
9 (+1) leituras para quem quer conhecer melhor a literatura brasileira, por Edson Martins
9 (+1) músicas para ouvir no Primeiro de Maio, por Antonio Lima Júnior
9 (+1) obras que me fizeram refletir durante o isolamento, por Cecilia Sobreira
9 (+2) contos de Rubem Fonseca para ler, por Elvis Pinheiro
9 (+1) filmes para assistir na Netflix, por Wendell Borges
10 (+1) livros de escritoras que me tocaram, por Dia Nobre



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sexta-feira, 15 de maio de 2020

Daniel Batata e a música iraniana



por Antonio Lima Júnior

Conheci Batata no saudoso tempo do BatCaverna, onde a nata juazeirense se agrupava entre os esgotos e o calçadão. Naquela época eu ainda usava camisa do Super-Homem e Batata logo me botou o apelido de Super Homem Plus, referente à música do Mundo Livre S/A. Isso foi o pontapé para começar a explorar melhor as letras e as sonoridades, investigando com mais afinco essa música para entender a referência.

Batata me apresentou também uma das minhas músicas favoritas, “Proletariado”, do DJ Dolores, que comentei em texto anterior n’O Berro[1], além de Kraftwerk, banda que estes dias perdeu um de seus fundadores, Florian Schneider, enquanto escrevia estas palavras. Mas as noites de birita com meu amigo não me influenciaram somente no campo musical, foram também laboratórios para o jornalismo, como nas disciplinas do curso, em que eu insistia em colocar os bares como pauta nos programas, entrevistando Batata num programa de rádio, ou escrevendo minha primeira reportagem cultural, sobre a banda Algarobas, da qual Batata é componente.

Com as músicas “A Palavra” e “Constipação Psicosomática”, lançado pela Caninha Records no último 2 de maio, o EP Música Iraniana foi gravado na caverna do músico, em meio à pandemia do novo coronavírus, dialogando com os tempos de isolamento e de uma produção musical mais introspectiva. É possível ver as referências de Batata com clareza, bem como uma sonoridade que não destoa muito do que já tem sido produzido na Algarobas, tanto como sua improvisação poética, agora com um toque mais verdadeiramente solo.

Como um homem bomba, Batata joga sua música iraniana ao mundo, sem preocupações, pois todo músico, tal como um mártir terrorista, deve saber sua missão e cumpri-la, caso contrário nem deve tentar. Como uma verdadeira constipação, o trabalho do nosso iraniano, radicado no Cariri, resolve enfim se soltar, provando que as experimentações musicais podem superar barreiras psicossomáticas de uma indústria fonográfica que permanece limitada e tacanha, apesar do discurso “mundo livre” que é imposto a partir do advento da nada democrática internet.

Intrigado com a composição do EP em tempos pandêmicos, tive que ir no cerne, falar com o artista, que solicitamente me respondeu às perguntas a seguir:

Durante o lançamento do EP, você comentou nas redes sociais sobre “o desejo de não mais esperar a chance de ir pra um estúdio”. Como você enxerga a relação entre o fazer música e a indústria fonográfica?
Batata: Acho que a indústria manda na mídia, como sempre, assim elege quem é mais pop. Não deve ser muito meu caso por minhas escolhas, mas hoje vejo que a tecnologia aumentou a democratização. Infelizmente, todos não têm acesso nem à pouca tecnologia que tive, pra gravar suas coisas, mas com certeza muito mais gente tá podendo se expressar.

Você comentou na internet também que além desse EP existem outras músicas para lançar. Quais os planos para soltar novas músicas?
Batata: Como tenho que trabalhar pra viver, não posso prever, mas acho que em junho sai ao menos mais uma [música] e um clipe.

A gravação do EP foi toda artesanal e em casa, num período em que a sociedade está em isolamento social. Como você analisa a produção musical em tempos de quarentena?
Batata: No meu caso não tem tanto a ver com a quarentena: “Constipação...” é de 2017 e “A palavra” de 2019, mas não creio que essa situação seja fértil pra ninguém. No meu caso, dois dias de férias que tive me adiantaram, mas muita coisa veio sendo pronta aos pedaços de 2017 pra cá.

Fazer música autoral sempre foi difícil no Brasil, ainda mais no sertão, com ou sem pandemia. Sabendo que o mundo pode não ser mais o mesmo depois da quarentena, qual sua perspectiva?
Batata: Fazer não é difícil, o complexo é divulgar. Ninguém fala nisso, mas também tem de achar seu público, muitos ouvem e não gostam, é normal, mas os artistas independentes sempre se pegam na indústria e na mídia pra tirar de si essa responsabilidade. Cara, se tu gostar gostou, a fiz em casa, ah não tem público, ah não tá na novela... Chega de se enganar, tudo isso ajuda até música ruim, mas nem tanto [risos].

[1] http://oberronet.blogspot.com/2020/05/9-1-musicas-para-ouvir-no-primeiro-de.html


Escute as músicas do EP Música Iraniana, de Daniel Batata:

Constipação Psicosomática (Maçã do Amor):


A Palavra:

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Antonio Lima Júnior é jornalista formado pela Universidade Federal do Cariri (UFCA). Diretor da Associação Cearense de Imprensa (ACI), fã de cinema brasileiro e um marxista convicto e confesso.

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quarta-feira, 13 de maio de 2020

‘Songs in the Key of Life’, álbum de Stevie Wonder (1976)



Songs in the Key of Life | Stevie Wonder (1976)

“Em 15 de agosto de 1975, Stevie Wonder assinou um contrato de U$$ 13 milhões com a Motown, que garantia a ele total liberdade artística. Wonder tinha estocado centenas de música e, nos meses seguintes, gravou outras 200, forçando a gravadora a organizar o primeiro de dois álbuns duplos que o transformaram de dissidente precoce a megaestrela internacional (foi um dos primeiros álbuns a entrar nas paradas americanas já no topo).

Há momentos em que o disco se aproxima do jazz: ‘Sir Duke’ é uma homenagem no estilo big-band a Duke Ellington; ‘Contusion’ traz um jazz-rock instrumental à la Mahavishnu Orchestra. Com elementos de samba, ‘As’ conta com Herbie Hancock; ‘Another Star’, com gosto de salsa, tem o flautista Bobbi Humphrey e o guitarrista George Benson; e a celestial ‘If It's Magic’ apresenta um dueto com a harpista Dorothy Ashby.

O álbum sofreu vários atrasos por conta das novas canções. ‘Houve vezes em que Stevie ficou no estúdio direto, durante 48 horas’, contou o baixista Nathan Watts. ‘Ninguém conseguia fazer o homem parar, nem para comer!’ De fato, as quatro faixas finais do CD eram, originalmente, um disco bônus de sete polegadas e 33 rpm.

Songs In The Key of Life foi muito elogiado, embora Robert Christgau, do Village Voice, tenha achado o disco repleto de bobagem New Age (‘Saturn’), sermões didáticos (‘Black Man’) e sentimentalismo barato (‘Ins't She Lovely’). Apesar disso, o disco deu o tom político da militância de Stevie Wonder no movimento negro – há agradecimentos a Jesse Jackson e Louis Farrakhan, ao lado de Frank Zappa e Andy Williams.”
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John Lewis, no livro 1001 discos para ouvir antes de morrer (Editora Sextante, 2007).

Selo | Tamla Motown
Produção | Stevie Wonder
Projeto gráfico | Motown Graphics Department
Nacionalidade | EUA
Duração | 86:53

Lista de músicas
Disco 1:
1. Love's in Need of Love Today (Stevie Wonder)
2. Have a Talk with God (Calvin Hardaway / Stevie Wonder)
3. Village Ghetto Land (Gary Byrd / Stevie Wonder)
4. Contusion (Stevie Wonder)
5. Sir Duke (Stevie Wonder)
6. I Wish (Stevie Wonder)
7. Knocks Me off My Feet (Stevie Wonder)
8. Partime Paradise (Stevie Wonder)
9. Summer Soft (Stevie Wonder)
10. Ordinary Pain (Stevie Wonder)

Disco 2:
1. Isn't She Lovely (Stevie Wonder)
2. Joy Inside My Tears (Stevie Wonder)
3. Black Man (Gary Byrd / Stevie Wonder)
4. Ngiculela - Es Una Historia - I Am Singing (Stevie Wonder)
5. If It's Magic (Stevie Wonder)
6. As (Stevie Wonder)
7. Another Star (Stevie Wonder)
8. Saturn (Michael Sembello / Stevie Wonder)
9. Ebony Eyes (Stevie Wonder)
10. All Day Sucker (Stevie Wonder)
11. Easy Goin' Evening (My Mamma's Call) (Stevie Wonder)

‘Sir Duke’:


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terça-feira, 12 de maio de 2020

‘Casa, comida e cama’, canção de josuh



Casa, Comida e Cama
josuh

Tão cheio de amor
Imagine você
Tão cheio de som
Pronto pra te morder

Prepare o bordô
Ora que eu vou te compadecer
Prepara a janela do teu quarto
Ora que eu vou te comer

Ora que eu vou, ah eu vou
Prepara um canto pra pernoitar
Uma viola ao lado
Ela sozinha vai tocar

Pedaço a pedaço
A minha boca tudo vai fazer
Pedaço é um laço
Pronto pra desfazer

Ora que eu vou te consumir
É na linha da mão
Boca e nuca
Coração com coração

Aí, não parta não parta, não
Se junta nessa condução
Me bebe em teus braços
E me faz a tua condição.
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‘Casa, Comida e Cama’
Letra e música: josuh
Gravação, mixagem, produção e masterização: Luiz Araújo
Guitarras: Junior Cardoso
Baixo: Luiz Araújo
Violão: josuh
Bateria: Bruno Barbosa
Voz: josuh
Capa do single: josuh
Estúdio Casa de Pedra (Juazeiro do Norte-CE)
Distribuidora: Onerpm

Escute ‘Casa, Comida e Cama’ no Spotify:


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sexta-feira, 1 de maio de 2020

9 (+1) músicas para ouvir no Primeiro de Maio, por Antonio Lima Júnior



por Antonio Lima Júnior

O Primeiro de Maio é uma data importante, pois é quando comemoramos a existência daquele que produz a riqueza desse mundo: sim, você, meu caro trabalhador ou trabalhadora que está lendo essas palavras! Enquanto os capitalistas tentam apagar a simbologia desta data, relegando-a como um mero feriado qualquer, é preciso lembrar que o Primeiro de Maio é uma homenagem aos trabalhadores que, nesta mesma data, em 1886, reivindicavam a jornada de trabalho de 8 horas nos Estados Unidos, numa época em que as jornadas chegavam a 16 horas por dia.

Nesse dia, muitos foram presos e condenados à morte após participarem da manifestação. O movimento operário internacional decidiu então pela data como a que devemos comemorar aos trabalhadores de todo o mundo (uni-vos!), lembrando sempre do legado da luta por seus direitos, luta essa incansável de lá pra cá. Nesse cenário de barbárie em que vivemos, é sempre bom resgatar esse espírito de resistência e seguirmos firmes. Daí resolvi compartilhar canções que possam acalentar nossas almas e enchê-las de esperança:


 
“Primeiro de Maio“ ” - Milton Nascimento e Chico Buarque
Lançada em 1977 num compacto simples, junto com a também esplêndida “O cio da terra”, aqui temos uma verdadeira homenagem à data, com um time de peso tocando junto: Nelson Ângelo na guitarra, Novelli no baixo, Robertinho Silva na bateria, Francis Hime no piano e Wagner Tiso no órgão. Para ouvir: https://www.youtube.com/watch?v=a2jyd61mPa8


 
“A Internacional” - Garotos Podres
“A Internacional” é uma canção cuja letra original foi escrita em 1871 por Eugène Pottier, em homenagem à Comuna de Paris, primeira experiência de tomada de poder pelo proletariado, quando os trabalhadores “tomaram o céu de assalto”, nas palavras de Marx. Uma de suas versões mais enérgicas é certamente a dos Garotos Podres, banda punk paulista que surge com a eclosão do movimento punk no Brasil, fortemente ligado à industrialização do ABC paulista e como um movimento de contestação ao sistema capitalista. Para ouvir: https://www.youtube.com/watch?v=a3sfQzliYS4


 
“Venceremos” - Inti Illimani
Canção que serviu inicialmente como a música da propaganda eleitoral de Salvador Allende nas eleições presidenciais do Chile em 1970. Representa também o movimento das músicas de protesto chilenas da época, a Nueva Canción, num clima de efervescência cultural e política, em que o governo socialista e que representava os anseios dos trabalhadores fora derrubado em 1973 por um golpe militar com apoio dos Estados Unidos. Para ouvir: https://www.youtube.com/watch?v=TCIf8iK5Jzo


 
“E daí?” - Milton Nascimento
Música composta para o filme “A Queda“ (1976) de Ruy Guerra, que trata da precariedade do trabalho dos operários da construção civil, a partir da morte de um trabalhador numa obra, devido à falta de segurança. Recentemente, o termo que é título da música foi usado pelo presidente de plantão ao ser questionado sobre o número de mortos no país devido à pandemia do novo coronavírus. Coincidências da luta de classes.Para ouvir: https://www.youtube.com/watch?v=ge4eu4C_gD4


 
“Cuba va!” - Grupo de Experimentación Sonora
O grupo, criado em 1969 pelo incentivo do Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográficas, tinha a função de fazer músicas para a trilha sonora de filmes cubanos. Dentre seus componentes, figuras como Sílvio Rodríguez, Pablo Milanés e Noel Nicola, compositores da música “Cuba va!”, lograram com o movimento da “Nova Trova Cubana”, uma variante local da Nueva Canción Latinoamericana, tal como a chilena. Para ouvir: https://www.youtube.com/watch?v=ygTs4BGVGXI


 
“O dia em que a terra parou” - Raul Seixas
Lançada no disco homônimo em 1977, essa canção teve repercussão durante o começo da quarentena, como uma espécie de previsão do Raulzito. Entretanto, desde os tempos de passeata no movimento estudantil que sempre achei a letra referente a uma greve geral. De todo modo, mostra que o mundo para quando não há trabalho. Para ouvir: https://www.youtube.com/watch?v=H8zbYY41Vus


 
“Que as crianças cantem livres” - Taiguara
Um dos artistas mais censurados pela ditadura militar e ignorado pela indústria fonográfica desde então, Taiguara cantou canções de liberdade, tendo um repertório rico de referências ao trabalhador brasileiro. É preciso resgatar suas canções do limbo e mostrar que é possível um mundo onde as crianças cantem livres. Para ouvir: https://www.youtube.com/watch?v=f9gAV3yfsAA


 
“Proletariado” - DJ Dolores
Aliando música eletrônica com a música popular brasileira, a letra da canção, cuja composição foi realizada num momento em que a sociedade debatia a redução da maioridade penal após um caso de assassinato envolvendo um menor de idade, expressa a atualidade do trabalhador brasileiro neste século XXI, onde quem apanha continua sendo o proletariado. Para ouvir: https://www.youtube.com/watch?v=1uD2QIZs6BE


 
América Latina Obrera” - Alí Primera
Representando a Venezuela na Nueva Canción Latinoamericana, Alí Primera, militante do Partido Comunista da Venezuela, teve destaque com canções que exaltam a força dos trabalhadores da América e sua incansável unidade contra o imperialismo. Suas músicas, consideradas como “canções de protesto” e boicotadas pela indústria fonográfica, tornaram-se patrimônio nacional da Venezuela desde 2005. Para ouvir: https://www.youtube.com/watch?v=yUwPQzi95wM


 
“Me gustan los estudiantes” - Violeta Parra
Espécie de hino dos estudantes, a canção foi composta por Violeta Parra, considerada a mãe das canções de protesto na América. A versão mais conhecida é na voz de Mercedes Sosa, cantora argentina e também expoente no movimento da Nueva Canción. Que vivam los estudiantes! Para ouvir: https://www.youtube.com/watch?v=2_k6A4MVCEI
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Antonio Lima Júnior é jornalista formado pela Universidade Federal do Cariri (UFCA). Diretor da Associação Cearense de Imprensa (ACI), fã de cinema brasileiro e um marxista convicto e confesso.

Confira outras listas postadas recentemente no blog O Berro:
9 (+1) obras que me fizeram refletir durante o isolamento, por Cecilia Sobreira
9 (+2) contos de Rubem Fonseca para ler, por Elvis Pinheiro
9 (+1) filmes para assistir na Netflix, por Wendell Borges
10 (+1) livros de escritoras que me tocaram, por Dia Nobre


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terça-feira, 28 de abril de 2020

Para além da risada da Janis



por Hudson Jorge | ilustração: Reginaldo Farias

O ano era 2000. Ganhei de presente do amigo Ythallo Rodrigues uma fita com músicas da Janis Joplin. Na verdade, acho que peguei emprestado e ela foi ficando lá por casa ao ponto de eu ter achado que era um presente.

Naquela época, a noção que eu tinha era a de que estava começando a revolucionar o (meu) mundo, conhecendo coisas, frequentando faculdade, conhecendo artistas, pessoas descoladas, presenciando e participando de um monte de porralouquice. Tempos bons.

Então, a Janis começou a fazer parte desse meu mundo também. Eu gostava, como ainda gosto, da sua voz rouca, pouco preocupada com os padrões comerciais, do seu som com belos arranjos e com aquelas guitarras sem aqueles milhares de efeitos das pedaleiras modernas de hoje em dia. Me agradava o clássico “Mercedes Benz” com aquela risada engraçadinha da Janis no final.

Como ainda não tinha acesso à internet com facilidade, também conhecia poucas fotos da garota. Mas, me lembro que me causou uma “estranheza tremenda” umas imagens dela que vi na TV...

Como passava pouco tempo em casa e na época não havia dispositivos super portáteis para a execução de música como MP3 players e celulares e os walkmans eram incômodos, pesados e caros, procurava aproveitar meus momentos em casa para poder ouvir minhas músicas preferidas e isso significava já acordar pela manhã apertando o play e ouvir as músicas até o momento de sair de casa para a faculdade.

Geralmente, entre 6h30 e 7h da manhã o quatro em um CCE que ficava no meu quarto começava seu trabalho. O problema é que o quarto era divido com meus irmãos e, confesso, que hoje vejo que me faltou um negócio chamado bom senso, pois, enquanto o som rolava solto, os bichim tentavam dormir.

Suportaram bem essa situação até a chegada da Janis, cuja fita cassete tinha como primeira música o clássico “Mercedez Bens”. Lá pelo terceiro dia, um dos meus irmãos acorda e dá um grito: “Pelo Amor de Deus, desliga essa gasguita!”

Ok Janis! Nesse romance só vai dar você e eu...
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quarta-feira, 22 de abril de 2020

Uma crônica quase tão bela quanto o boné do meu avô



por Antonio Lima Júnior

Sempre achei que ser cronista é coisa de gente mais velha, que tenha experiência suficiente para extrair a poesia do cotidiano. Por isso me acostumei a relutar em escrever crônicas, mas o convite d'O Berro veio a calhar. Nesses dias de confinamento, pensei aqui ou ali sobre a possibilidade de escrever crônicas. Vamos ao experimento então.

Desde que comecei o isolamento, há mais de um mês, o pior dia certamente foi a última segunda (13 de abril), quando acordei, já tarde devido à intensa insônia que estou tendo esses dias, e fui noticiado da morte do músico Moraes Moreira, um dos integrantes dos Novos Baianos.

A música do Moraes Moreira sempre esteve presente na minha vida adulta (falo como se já fosse velho hein?). Ainda no movimento estudantil, as músicas “A menina dança” e “Mistério do planeta” dos Novos Baianos eram praticamente hinos dos encontros de estudantes de comunicação social.

Em 2016, quando voltei pra Fortaleza depois de concluir o curso de Jornalismo na UFCA, finalmente pude começar a curtir o carnaval valendo. Antes disso, o mesmo movimento estudantil de comunicação me fazia abrir mão de viajar no carnaval pra gastar a grana viajando para congressos que sempre caíam em datas próximas ao carnaval. Tudo bem, tudo tem seu tempo, né?

A partir daí, a carreira solo do Moraes Moreira virou trilha sonora oficial dos meus carnavais. O último, bem recente, ainda está muito fresco na minha memória, assim como o livro que li alguns anos atrás do próprio Moraes Moreira sobre a história do carnaval baiano e do saudoso trio elétrico de Dodô e Osmar.

A perda deste ídolo da música brasileira foi de grande tristeza para mim, ainda muito impactado com a morte do meu avô materno em dezembro, que não tinha um chinelo tão belo quanto o meu cabelo, mas que foi uma pessoa muito importante na minha vida, mesmo não aparentando tanto, já que nossa relação sempre foi muito de dar e pedir a bênção sem muito papo depois.

Desde 1979, quando a família da minha mãe se mudou do interior dos Inhamuns para a capital alencarina, meu avô tinha um bar-mercearia, vulgo bodega, aqui no famigerado bairro José Walter. Quando criança, comecei a andar lá para ver a criação de pebas que meu avô tinha num tambor. Depois comecei a ir para ganhar uns chicletes e bombons, depois para entregar o almoço e nos últimos meses ia aos domingos tomar cerveja. Talvez seja dali que surgiu o meu interesse pelos bares rústicos.

Estamos falando de muitos lutos aqui, não só pela minha vida recente, mas também pelo cenário que vivemos atualmente na geração quarentener. Entretanto, num dos banhos de sol que tomo confinado no meu quintal acimentado e ensolarado, vi uma planta brotar nas frestas de um tijolo. Sempre há de brotar vidas novas onde tudo parece estar morto.
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Antonio Lima Júnior é jornalista formado pela Universidade Federal do Cariri (UFCA). Diretor da Associação Cearense de Imprensa (ACI), fã de cinema brasileiro e um marxista convicto e confesso.

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quarta-feira, 11 de julho de 2018

Tiago Araripe apresenta o show ‘Na Mala, Só a Viagem’ em Crato



Retornando ao Cariri após fazer história na música brasileira, Tiago Araripe faz show quinta, 12/07, na Vila da Música, no Crato. Entrada franca.

Um dos grandes nomes da música do Ceará e do Brasil, o cantor e compositor Tiago Araripe realiza show especial na quinta-feira, 12 de julho, às 19h, com entrada franca, na Vila da Música/Solibel, equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult), no distrito do Belmonte, município do Crato. A apresentação marca o reencontro de Tiago, nascido no Crato, com o público do Cariri, depois de deixar a cidade, ainda nos anos 70, para seguir carreira musical em Recife e São Paulo, destacando-se pelo disco Cabelos de Sansão, de 1982, relançado em 2008 pelo selo Saravá Discos, de Zeca Baleiro. Uma apresentação que promete muitas emoções e recordações a Tiago Araripe, também parceiro do baiano Tom Zé.

O show também reforça o lançamento, no Ceará, do novo EP de Tiago Araripe, Na Mala, Só a Viagem, gravado em Recife, com produção do aclamado guitarrista pernambucano Juliano Holanda. Com quatro faixas, o EP já está disponível em todas as plataformas digitais.

No show, que também marca a despedida de Tiago do Brasil, antes de uma viagem por diversos países para busca de novos horizontes artísticos e pessoais, ele interpretará também músicas de seus álbuns Cabelos de Sansão e Baião de Nós, lançado em 2012, com participação de Zeca Baleiro.

Para mostrar esse amplo repertório, Tiago contará com a companhia de três músicos de diferentes gerações da nova cena cearense: o multiinstrumentista e compositor Caio Castelo (guitarra, violão, teclado, programações e direção musical), Rian Batista, do Cidadão Instigado (contrabaixo) e Igor Ribeiro (bateria, integrante do grupo Argonautas e de inúmeras outras formações atuantes em Fortaleza).

“Estamos emocionados e muito felizes em fazer esse show na Vila da Música, no Crato, na companhia de grandes músicos da nova cena cearense. É um privilégio dialogar musicalmente com esses novos nomes. Todos do Cariri estão convidados pra nos encontrarmos nesse show, que marca um retorno muito simbólico para mim”, aponta Tiago Araripe, autor de “Cine Cassino”, canção em homenagem ao antigo cinema que marcou época no município do Crato e que estará no repertório do show na Vila da Música.

Na mala, só as canções

A história do novo EP, Na Mala, Só a Viagem, começou nos bastidores das gravações do CD Baião de Nós. Ali mesmo, no estúdio Muzak, no bairro recifense de Casa Forte, nascia uma parceria entre Tiago Araripe e Juliano Holanda. Um dos resultados desse encontro é a música “De Passagem”, que sintetiza o espírito do mini-álbum, presente nas outras três faixas escritas por Araripe.

Ali estão os diversos sentidos de viagem: no tempo, no espaço, na dor, para dentro de si mesmo. Nessa linha, podemos dizer que o EP teve início quando Zeca Baleiro resgatou, em CD, o velho vinil de Araripe, Cabelos de Sansão. Até então, a história musical de Tiago, que culminara com o LP lançado pelo Lira Paulistana, estava interrompida. A segunda vida de Cabelos deu novo fôlego ao artista, abrindo espaço para Baião de Nós, produzido por ele e Baleiro.

Recife, anos 70

Retrocedendo ainda mais no tempo, pode-se destacar que o novo EP não seria possível sem aquele instante em que Tiago Araripe subiu pela primeira vez em um palco. No caso, no Teatro do Parque, Recife, onde apresentou suas 12 composições para uma peça teatral em 1971. Ali estava o embrião do que seria o grupo experimental Nuvem 33, que, no mesmo palco, estrearia com o show “Retreta Eletrônica”.

Ou este EP teria origem no ano de trabalho ao lado de Tom Zé, na pauliceia dos anos 70? Ou nos cinco anos de estrada como integrante do grupo Papa Poluição, ainda na cena musical de São Paulo?

Soma de todas essas e muitas outras vivências, Na Mala, Só a Viagem vem ao mundo com distribuição digital, juntando-se assim, nas diversas plataformas de streaming e download de arquivos musicais, aos álbuns Cabelos de Sansão (em sua terceira vida) e Baião de Nós. Pronto para dar início a novas histórias, a partir do momento em que entrar nos ouvidos e chegar ao coração do público. (sinopse da divulgação do evento)
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Tiago Araripe
Show “Na Mala, Só a Viagem”
Quinta-feira, 12 de julho de 2018, às 19h
Na Vila da Música, no distrito do Belmonte, Crato
Espaço Cênico - Padre Ágio- Vila da Música
(Av. José Horácio Pequeno, 1366, Belmonte - Lameiro- Crato - CE)
Entrada gratuita
Mais informações: 9.8699.6524 (whatsapp).
O EP Na Mala, Só a Viagem já está disponível em todas as plataformas digitais, gratuitamente para os assinantes.

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terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Clipe de ‘Opostos bipolares se atraem’, música da Banda Algarobas



“Opostos bipolares se atraem”
Banda Algarobas
EP A estrada é longa e o caminho é deserto
Realização: Filmes de Alvenaria
Roteiro, direção, edição e câmera 3: Daniel Batata
Direção de fotografia e câmera 1: Ythallo Rodrigues
Câmera 2: Thiago Zanotti
Agradecimentos: Edson Xavier, Welson Mota, Graça Linhares e Dudé Casado
Apoio: Porão Rock

Clique aqui para ver o clipe oficial de “Cores”, da banda Algaboras.

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terça-feira, 24 de outubro de 2017

Junu: letra e videoclipe de ‘Natureza’ (composição de Junu e Beto Lemos)



Natureza
(Junu e Beto Lemos)

Eram tantos os sinais de tua natureza
Anunciando as chuvas, os estios,
Em seus ciclos, os fins e recomeços.

Não sei porque insisti
Não observei o meio
- Talvez abrupto, pela ação do tempo
Ou quem sabe em transe,
De som em sonho, encantado.

Observando as estrelas,
Vivo fiz meus sacrifícios.
Sangrando em tua dor
Ou cantando em teu sorriso,
Fiz tudo o que foi impreciso
Não me arrependo por isso.

Vez em quando ainda pendo
Mas tenho teu equilíbrio
E solidez, e esperança
Estou na maciez de tua lembrança
Acalentado. Amamentado.
Como uma criança.


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Junu no EP Forró Eletrônico, Toadas Digitais.

Ficha Técnica (videoclipe):
Direçao: Geo Brasil e Junu
Montagem e fotografia: Geo Brasil
Assistentes de câmera: Rodrigo Siqueira e Joscemy Siqueira
Apoio e maquiagem: Bibiana Belisário
Imagens Aéreas: Jeff Soares
Finalização: Filipe Magalhães - OEstudio Difusor Filmes
Local: Chapada do Araripe - região do Cariri-CE
Junu veste: Jullia Martins, Bota Sollas

Ficha técnica (faixa):
Música: Junu e Beto Lemos
Produção: Junu e Ricardo Cotrim
Arranjo: Beto Lemos e Junu
Edição: Ricardo Cotrim
Mixagem e masterização: Pedro Tiê
Voz, sintetizadores e bases: Junu
Guitarra: Beto Lemos.

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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

‘A saudade é uma cela’: letra e videoclipe da canção de Dudé Casado



A saudade é uma cela
(Letra e música: Dudé Casado)

Nunca que o bater da porta de um carro
Tinha causado uma dor tão grande assim
Nunca imaginei que um retrovisor
Lembrasse o meu amor indo pra bem longe de mim

Vendo ela descer uma ladeira
A minha companheira olhou pra mim pela última vez
Então em questão de segundos
Foi-se embora o meu mundo e a mulher que eu quis amar

Eu vou já sair da zona urbana
Vou passar umas semanas por aí sem ver ninguém
A vontade agora é de ir embora
E sem saber qual é a hora ou dia certo de voltar
E eu vou lá

Nunca que um barulho de um avião
Tinha deixado um coração vazio assim
Nunca imaginei que um céu tão estrelado
Lembrasse o meu amor indo pra bem longe de mim

Vendo ela sumir entre as estrelas
Eu sei que lá em cima ela chorou pela última vez
As noites têm o cheiro dela
E a saudade é uma cela tentando me aprisionar

Eu vou já sair da zona urbana
Vou passar umas semanas por aí sem ver ninguém
A vontade agora é de ir embora
E sem saber qual é a hora ou dia certo de voltar
E eu vou lá.


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Direção do videoclipe: Geo Brasil e Dudé Casado
Fotografia e Edição: Geo Brasil
Assistentes de Câmera: Rodrigo Siqueira, Joscemy Siqueira, Ana Beatriz, Alissa Carvalho, Julia Brasil
Elenco: Izadora Loiola, Julius Patricio, Lela Belem, Dudé Casado, Michel
Banda: Dudé Casado, Ramon Saraiva, Hugo Alexandre, Lituan Sanssara
Agradecimentos: Leonardo Almeida, João Pedro Almeida, João Paulo Ferreira, Larissa Linard, Valbert Wendel, Charlenne Campos e a todos que participaram das gravações que foram feitas no Estação da Sé.
Gravação, Mixagem e Masterização: Dudé Casado
Vozes, Guitarras, Violões, Baixo, Pandeirola: Dudé Casado
Bateria: Lituan Sanssara.

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domingo, 3 de setembro de 2017

‘Enfim, sai o disco de Abidoral’: matéria no Diário do Nordeste, em agosto de 1987, sobre o álbum ‘Avallon’



Compartilhamos texto publicado no jornal Diário do Nordeste do dia 27 de agosto de 1987. A matéria, assinada por Carlos Raphael, baseava-se em depoimentos de Luiz Carlos Salatiel e Abidoral Jamacaru sobre o Avallon, disco de estreia de Abidoral, que seria lançado no Crato no dia 30 de agosto de 1987.

Leia a matéria na íntegra:
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Diário do Nordeste, 27 de agosto de 2017
Enfim, sai o disco de Abidoral

Primeiro LP do cantor e compositor cratense Abidoral Jamacaru. Gravado nos Studios Vice-Versa (São Paulo), entre outubro e dezembro de 1986; Técnico de gravação: Nico; Técnicos de mixagem: Paulinho Chagas, Ary Rogério e Nico; Corte: Juca; Capa: Romildo Alves; Encarte: Edelson Diniz; Fotografia LC Salatiel; Assistência de Produção: Carlos Raphael (Crato) e Marcos Vinícius Leonel (São Paulo); Co-produção: Maria Socorro Salatiel; Projeto, direção de produção e executiva: Luiz Carlos Salatiel; Músicos convidados: Adriana, Audízio Tapioca, Bá Freire, Betão, Cacá Malaquias, Dementier, Gil, Grupo Bendegó, Izânio, Luís Brasil, Manel DiJardim, Proveta, Paulinho, Paulinho Chagas, Rubão, Suzana Belo, Teningson, Tiago Araripe e Xico Carlos. Selo OCA.

* Os depoimentos de Abidoral Jamacaru e Luiz Carlos Salatiel foram dados no pré-lançamento do disco Avallon, no programa Terra Brasilis, da Rádio Cidade do Crato.

Necessárias foram quase duas décadas para que o público pudesse ouvir o registro, em disco, de um dos trabalhos mais coerentes da Música Popular Brasileira (MPB) - a música do compositor cratense Abidoral Jamacaru. O LP, gravado entre outubro e dezembro de 1986, em São Paulo, já é antológico pela sua própria atuação. Não poderia ser diferente. É o que se percebe ao ouvir Abidoral falar da obra com ares de contente.

Há tempos não tão remotos, Abidoral descartava a possibilidade da gravação de um disco. Era uma ideia engavetada. Não pelas dificuldades, mas pelo preço ideológico que se paga para ser editado pelas gravadoras comerciais. E para que as “nativas” canções de Abidoral sofressem um tratamento tecnológico e serem transportadas para os sulcos do vinil, foi preciso a interferência do também compositor Luiz Carlos Salatiel, que se disfarçou de produtor.

“Produzir este disco era um projeto de longas datas”, afirma Salatiel. “Era pública a resignação de Abidoral quanto ao lançamento de discos, mas pesou um convívio que temos de mais de uma década. É um processo artístico de interferência, de dar certo e estar certo para a gente. E foi uma questão de tempo que tivemos para amadurecer o projeto”, explica o produtor.

Luiz Carlos Salatiel continua dizendo que na cidade os artistas são muito bem tratados quando animam e divertem, “mas durante o dia são chamados de vagabundos e drogados”. “Daí, continua a importância de nós mesmos lutarmos pelas nossas coisas. Então, dentro desse projeto, existe o empenho de escrevermos a nossa crônica. Agora, esse disco não é o ‘disco de Abidoral’, num sentido personalístico. É um disco nosso, com ideias de toda marginália da cidade”. Concordando, observa Abidoral: “a gente gravou com músicos de nível excelente, que liberaram toda a criatividade que tinham, e o disco saiu bem à vontade, como combinamos, uma espécie de cooperação de ideias que fluiu dessa forma”.

Baião-de-todos
É controvertido saber que Abidoral representa toda a iconolatria necessária ao bairrismo da cidade somada ao seu provincianismo mitológico tipo “na-minha-terra-tem-um-grande-cantor”. E mais controvérsia é saber que Abidoral, depois de ser aclamado como uma revelação, ao vencer vários festivais da canção regional nos anos 70, ser praticamente banido da cidade por incomodar demais.

Dez anos de exílio voluntários na Cidade Maravilhosa foram suficientes para dimensionar ainda mais a personalidade, também controvertida, deste autêntico representante da geração que batalha por um lugar ao sol, sem o falso requinte da vida meramente artística.

Nesse ínterim, Abidoral foi motivo de noticiário. Não porque gravou um disco e estourou no rádio, mas justamente pelo oposto, tendo rejeitado inúmeras propostas de grandes gravadoras em nome de sua música, cristalina e serrana. Eis porque esse disco não tem anacronismo nas suas oito faixas. Abidoral teve a dignidade de manter viva até agora uma expressão artística que há muito é alvo do inescrúpulo da mídia. “o problema atinge o artista em geral, enfatiza Abidoral, principalmente quando você se propõe a fazer um trabalho fora dos padrões estritamente comerciais”.

O lacre de controle de qualidade e idoneidade ideológica de Avallon está no aroma acentuado do pequi, que pode ser sentido por quem respira pela alma. Um “cast” quase 100 por cento de músicas caririenses invoca os ancestrais Kariris e o clima de magia corre solto. Essa aura sela o LP em definitivo, sendo o ingrediente básico desse “baião-de-todos”. Salatiel explica melhor: “é aquele negócio do sentimento. Você pode comprar uma quadro e jogá-lo na parede para ornamentar sua casa, mas a sensibilidade só passa quando você tem uma sensibilidade artística. Não adianta comprar um disco, jogar na prateleira e dizer ‘pô, eu tenho um disco do Abidoral’. O negócio é ouvir e tirar lições dali”.

Jardins abandonados
E quantas lições têm ali! A primeira está na produção autossuficiente, até de certo modo cara-de-pau, por ter sido feita no meio de uma crise da indústria fonográfica e tudo mais. Por ser 100% autoproduzido, Avallon tem um caminho próprio a percorrer. E fica difícil prever resenhas da crítica oficial (pelo menos, elogiosas). E fica também impossível a cena de uma família do melhor estilo cratense em volta de uma vitrola acompanhando sorridente os versos cáusticos de Geraldo Urano (em duas faixas - “Cuba” e “Deixa Estar”).

Mas não tirem conclusões apressadas: na mesma medida que Avallon não é um postal do Grangeiro, com seus belos jardins e piscinas, também não é um panfleto cru da podridão em que estamos metidos. E da mesma maneira que Abidoral é o orgulho (mesmo que ferido) formal da cidade, ele é também uma unha nas mais recônditas feridas. Numa cidade que já foi cantada pela sua exposição agropecuária, pela sua efervescente vida cultural, pelo seu passado de heróis e revoluções e pela “subida do Lameiro”, onde se toma “um trago de aguardente”, Abidoral redimensiona o valor do torrão cantando uma outra cidade, tão cheia de  contradições que é possível ouvir da inteligência pública um plano de demolir o Parque Municipal para a construção de um hotel.

E nisso há uma razão histórica para entendermos Avallon como uma raridade arqueológica em que o texto-fábula presente no disco define: “...Dos doze pares provindos de França, sete druidas bretões eram e cavalgavam a enorme baleia dourada e desposaram sete índias das tribos deste vale do Cariri e festejaram por sete luas seguidas: cantaram e dançaram e banharam-se nas fontes e provaram da bebida do fermento da mandioca e roeram caroços do pequi e saborearam o doce do fruto do buriti e trocaram mágicas e fumaram do mesmo cachimbo com o pajé. Prosseguiram viagem pela trilha de Sumé, a oeste, rumo ao santuário inca de Machu Picchu onde...” (Manuscrito em papel-seda, datado de MCMLXXXVI d.C., encontrado nos jardins abandonados de um parque em Crato-Cósmica, distrito de Avallon).
Carlos Raphael

Agradecimentos especiais a Luiz Carlos Salatiel.
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Outras postagens no blog O Berro com Abidoral Jamacaru:
- 30 anos do lançamento do LP de estreia de Abidoral Jamacaru; e lançamento do teaser de ‘Menestrel de Avallon’
- ‘Mais tarde, mais forte’, composição de Abidoral Jamacaru
- ‘Discurso’, de Abidoral Jamacaru
- 'O Peixe', poema de Patativa do Assaré musicado por Abidoral Jamacaru
- Entrevista com Abidoral Jamacaru (edição 30 d'O Berro, ano 2000)

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quarta-feira, 30 de agosto de 2017

30 anos do lançamento do LP de estreia de Abidoral Jamacaru; e lançamento do teaser de ‘Menestrel de Avallon’



No dia 30 de agosto de 1987, o Auditório do Cine Educadora, em Crato, foi palco de um show histórico: o lançamento do disco Avallon, de Abidoral Jamacaru. O evento celebrou a concretização de algo bastante difícil à época: gravar e lançar um disco independente.

Para ser gravado em São Paulo, nos meses de outubro e novembro de 1986, o disco contou a colaboração e participação de muitos músicos caririenses, além do especial empenho de Luiz Carlos Salatiel, que esteve à frente de toda a direção e produção executiva do projeto, que levava o selo da OCA (Officinas de Cultura e Artes) - Salatiel também enfatiza que foi fundamental o apoio e estímulo de sua irmã, Maria Socorro Salatiel de Alencar, para que o projeto fosse concretizado.

E, finalmente, na noite de um domingo, em 30 de agosto de 1987, o público caririense passou a desfrutar um LP que já nasceu clássico, o Avallon. O show de lançamento repetia a fórmula de sucesso do LP, reunindo no palco muitos artistas de uma geração talentosa, que passava a ter o disco de Abidoral como um registro da verve criativa que estava em ebulição no Crato (e no Cariri) há muitos anos e que já se expandira além-fronteiras. No palco, as presenças de artistas como João do Crato, Manel de Jardim, Dihelson Mendonça, Pachelly Jamacaru, Luís Fidélis, Pantico, Haroldo, Cristiano, Sterferson, Nilton Fiori, Ricardo Barcellar, além de Romildo e Marcos Vinicius Leonel (nos bastidores) e, claro, Luiz Carlos Salatiel (agora como cerimonialista e cantor) e o anfitrião Abidoral Jamacaru.

Na data em que se completam 30 anos desse show histórico para a arte caririense, O Berro Filmes aproveita a ocasião para fazer o lançamento do teaser de Menestrel de Avallon, documentário que está em fase de montagem e que contará toda essa história da gravação e trajetória do álbum de estreia de Abidoral Jamacaru, um clássico que completa três décadas. Confira o teaser:

Teaser - Menestrel de Avallon (O Berro Filmes):


Agradecimentos especiais a Luiz Carlos Salatiel, que cedeu imagens de arquivo.

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sexta-feira, 11 de agosto de 2017

‘Mais tarde, mais forte’, composição de Abidoral Jamacaru




Mais tarde, mais forte
(Abidoral Jamacaru)

Tudo tem tempo de ser
E quando um grito custa a nascer
Se atira além do horizonte
Viaja nos quatro ventos

Estala que nem chicote
Ressoa muito pra pouco chão
Dói, lateja, explode
E voa sem direção

Dói na canção, dói no refrão
Tem força de água de cheia
Que cai no mar e passeia

Tem madrugada morrendo
Tem aurora raiando
Tem tempo parindo dia
Tem novo grito sangrando.


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Abidoral Jamacaru, no disco Bárbara (2008)
Capa do disco: Reginaldo Farias.

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quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Rock Cordel 2017 faz homenagem aos 50 anos do Movimento Tropicália



O Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri realiza, entre os dias 16 a 20 de agosto, mais uma edição do Rock Cordel. O evento faz uma homenagem aos 50 anos da Tropicália com shows musicais, exposição, literatura, oficina e exibição de filmes. Neste ano, o evento conta com apoio da Secretaria de Cultura de Juazeiro do Norte e da Feira Gastronômica O Rancho.

Sucesso de público há vários anos, o Rock Cordel 2017 faz um diálogo com um dos momentos mais referenciais da arte brasileira, a Tropicália, que, entre vários outros, tem como ícones, músicos como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Rogério Duprat, Tom Zé e a banda Mutantes, além de outros segmentos, como o artista plástico Hélio Oiticica e o cineasta Glauber Rocha.

Surgido em 1967, o Movimento Tropicália foi marcado pela inovação das composições, nos arranjos musicais e na elaboração das letras que mudaram significativamente o panorama musical brasileiro. Já no contexto político, a Tropicália aparecia como um movimento contestador do regime militar, da censura às artes e aos meios de comunicação da época, através do Ato Institucional nº 5 (o famoso AI-5) e às torturas praticadas pela ditadura no Brasil.

O Rock Cordel 2017 contará com apresentações de 9 atrações musicais da Região do Cariri e de Fortaleza, no Ceará, e do estado de Sergipe, que possuem ligação com o Movimento Tropicália, seja na influência musical, no repertório ou em sua história.

Os shows acontecerão nos dias 16 e 17, no Teatro do Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri, e entre 18 e 20 de agosto, na praça do Teatro Marquise Branca.

Além das apresentações musicais, o Centro Cultural Banco do Nordeste preparou uma programação para todo o mês especialmente voltada para o tema do Rock Cordel 2017. Oficinas, inclusive para as crianças, Clube do Leitor, exposição e exibições de filmes devem dar a cara do Tropicalismo durante todo mês de agosto no CCBNB Cariri.

Neste ano há uma parceria com a Secretaria de Cultura de Juazeiro do Norte, que disponibilizou a estrutura do Teatro Marquise Branca para a realização dos shows musicais, exibição de filmes e para a instalação da exposição “Tropicalismo 50 anos”.

A exposição alusiva aos 50 anos do movimento tropicalista faz uma contextualização no tempo e espaço de seu surgimento, influências e influenciados nas artes, hábitos e costumes brasileiros nos idos de 1967 e 1968.

Outra novidade é que, na mesma área onde acontecerão os shows musicais na praça do Teatro Marquise Branca, acontecerá a tradicional Feira Gastronômica o Rancho, oferecendo mais uma opção para o público presente.

A programação completa pode ser conferida na página do Rock Cordel 2017 no facebook (www.facebook.com/rockcordelcariri) .

Toda a programação é gratuita.” (sinopse da divulgação do evento)

Rock Cordel 2017 - Tropicalismo 50 anos
Shows musicais, exposições, exibição de filmes, literatura
De 16 a 20 de agosto de 2017
Evento gratuito
Mais informações: (88) 3511.4582

Dias 16 e 17 de agosto no CCBNB Cariri
Rua São Pedro, 337, Centro, Juazeiro do Norte-CE

De 18 a 20 de agosto nas dependências do Teatro Marquise Branca
Rua Padre Cícero, s/n, próximo à Estação Teatro. 
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Programação do Rock Cordel 2017:

MÚSICA
Dia 16/08, quarta-feira:
19h: Quebra Tranca (Crato-CE)
Local: Teatro do Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri

Dia 17/08, quinta-feira:
19h: Aquiles Salles - Show Antropofagia Tropical (Juazeiro do Norte-CE)
20h30: Abidoral Jamacaru (Crato-CE)
Local: Teatro do Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri

Dia 18/08, sexta-feira:
19h: Casa de Velho (Fortaleza-CE)
20h30: The Baggios (São Cristóvão-SE)
Local: Praça do Espaço de Cultura Marquise Branca (Juazeiro do Norte-CE)

Dia 19/08, sábado:
19h: David Ávila (Fortaleza-CE)
20h30: Lorena Nunes - Show Homenagem à Tropicália (Fortaleza-CE)
Local: Praça do Espaço de Cultura Marquise Branca (Juazeiro do Norte-CE)

Dia 20/08, domingo:
19h: Esotéricos (Fortaleza-CE)
20h30: Os Transacionais (Fortaleza-CE)
Local: Praça do Espaço de Cultura Marquise Branca (Juazeiro do Norte-CE)


LITERATURA
Atividades infantis
Oficina: Faça você mesmo seu parangolé (Facilitadora: Maria Luisa Martins)
Dia 05/08, sábado, 15h
Local: Sala de Oficinas do Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri
Criado pelo artista Hélio Oiticica, o Parangolé é uma capa de tecido colorido usado sobre o corpo tornando-se uma vestimenta com cores e texturas que se destaca e ganha vida, quando vestida por alguém para dar a ele seus movimentos. A oficina se dará pela confecção de parangolés infantis utilizando-se de pinturas em tecido com várias formas criadas pelas

Recreação
Vozes da Tropicália na improvisação com crianças e adolescentes (Bárbara Leite)
Dia 12/08, sábado, 14h
Local: Sala de Oficinas do Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri
Desenvolver uma ação cênica com crianças a partir de algumas referências que fizeram parte da cultura do movimento considerado tropicalismo brasileiro (1967). Dentre as referências algumas letras de músicas interpretadas especialmente por Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa, serão trabalhados trechos do texto dramático O Rei da Vela, de Oswald de Andrade. A partir desse estudo pretendemos construir cenas que dialoguem com as questões apontadas no discurso do movimento tropicalista e sua reverberação até os dias atuais.

Oficina
Explorando o Universo de Hélio Oiticica (facilitador: Cleiton Araújo)
Dia 12/08, sábado, 15h
Local: Sala de Oficinas Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri
Conhecer um pouco das obras do artista Hélio Oiticica, em que ele traz pinturas de formas geométricas (labirintos), trabalhos esses que fizeram parte do movimento Tropicalista, do qual o artista fez parte.

Artes Visuais
Abertura da Exposição Tropicalismo 50 Anos
Dia 18/08, sexta-feira, 18h
Local: Teatro Marquise Branca (Juazeiro do Norte-CE)
Exposição alusiva aos 50 anos do movimento tropicalista, contextualizando-o no tempo e espaço de seu surgimento, influências e influenciados nas artes, hábitos e costumes brasileiros nos idos de 1967 e 1968.

Audiovisual
Uma Noite em 67 (Dir. Renato Terra/Ricardo Calil, BRA, 2010, 93 min)
Dia 16/08, quarta-feira, 16h:
Local: Auditório Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri
Dia 20/08, domingo, 16h:
Local: Teatro Marquise Branca (Juazeiro do Norte-CE)
Final do III Festival da Música Popular Brasileira da TV Record, em 21 de outubro de 1967. Entre os candidatos que disputavam os principais prêmios figuravam Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil com Os Mutantes, Roberto Carlos, Edu Lobo e Sérgio Ricardo, protagonista da célebre quebra do violão no palco e lançado para a plateia, depois das vaias para “Beto Bom de Bola”. Com imagens de arquivo e apresentações de músicas como “Roda Viva”, “Alegria, Alegria”, “Domingo no Parque” e “Ponteio”, o filme registra o momento do tropicalismo, os rachas artísticos e políticos na época da ditadura militar e a consagração de nomes que se tornaram ídolos até hoje no cenário musical brasileiro.

Lóki - Arnaldo Baptista (Dir. Paulo Henrique Fontenelle, BRA, 2008, 120 min)
Dia 17/08, quinta-feira, 16h:
Local: Auditório do Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri
Dia 19/08, sábado,16h:
Local: Teatro Marquise Branca (Juazeiro do Norte-CE)
Lóki – Arnaldo Baptista é um documentário biográfico brasileiro de 2008 de longa-metragem dirigido por Paulo Henrique Fontenelle e produzido pelo Canal Brasil sobre a vida e a obra de Arnaldo Baptista, líder e fundador da banda Os Mutantes, um dos grupos musicais mais importantes da Música Popular Brasileira e fundamental no movimento conhecido por Tropicália. Além do próprio Arnaldo Baptista, vários artistas que acompanharam e participaram da trajetória dos Mutantes e da posterior carreira solo do músico, prestam longos e emocionados depoimentos.

Clube do Leitor
Consolidação do Movimento Tropicália na Cultura Brasileira
(Prof. Me. Émerson Cardoso - Juazeiro do Norte-CE)
Dia 11/08, sexta-feira, 14h:
Local: Teatro Memorial Padre Cícero
Em 1968, em plena ditadura militar, surgiu o Movimento Tropicalista Brasileiro, como forma de transgressão cultural que, na música, notabilizou-se pelo lançamento do disco Tropicália ou Panis et Circensis, tendo como seus protagonistas Tom Zé, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa, Torquato Neto, entre tantos outros. O Movimento Tropicalista conquistou outras formas de linguagens artísticas, tais como a poesia, o cinema, as artes plásticas, etc. Neste Clube do Leitor, aventaremos rapidamente sobre esse universo que sincronizou o mundo artístico-cultural, apesar de sua pouca temporalidade.

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segunda-feira, 17 de julho de 2017

‘Bárbara’, de Pachelly Jamacaru e Abidoral Jamacaru




Bárbara
(Pachelly Jamacaru / Abidoral Jamacaru)

Toda luta tem perigo e inspira um afã
Uma vida tem mistério canta a cor de uma romã
Era Bárbara, dona Bárbara
Alma linda no perdão
Muito Bárbara mente bárbara
Te aceno na canção
Bárbara mente bárbara
Te aceno na canção

Quero naufragar na fonte
Mãe de luz liberdade
Esperança de um povo
Reluzida em Tristão

Era Bárbara, dona Bárbara
Alma linda no perdão
Muito Bárbara mente bárbara
Te aceno na canção
Bárbara mente bárbara
Te aceno na canção

Na Caiçara tu brotaste
Vale dos Índios Açu
No Pau Seco floreceste
Perfumando o Vale Sul
Hoje flora Sucupira, Oiticica, Mororó
Filhos de tuas palavras.


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Abidoral Jamacaru, no disco Bárbara (2008)
Capa do disco: Reginaldo Farias.

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