quarta-feira, 27 de maio de 2020

9 (+1) discos preferidos do rock internacional, por Michel Macedo



por Michel Macedo

Fui “intimado” pelos meus amigos do Berro a fazer uma lista de 9 + 1 discos que gosto* e fiquei sem dormir pensando e chegando à conclusão de que uma lista de 100 já seria difícil (risos, mas é mesmo), logo eu que mudo de opinião e faço mil coisas ao mesmo tempo.

Mas vamos lá... pensei nuns 100 e, na minha cabeça de metamorfose ambulante, ela ia variar a cada semana, então vou fazer uma lista de 10 discos que se a ditadura voltasse com gosto de gás eu fugiria para o bunker com eles, uma das guitarras, minha coleção de Sandman e uma garrafa de whisky.

Muitas vezes eu já acordo com, tipo água na boca, sendo no ouvido, para ouvir determinado disco (Led Zeppelin, Janis Joplin, The Doors e Jimi Hendrix não é muito frequente, mas no dia q acontece chega dá comichão...) mas há alguns discos que dá para ouvir em qualquer momento, qualquer clima, vamos a 10 deles, na minha opinião... vai ficar faltando uns 90.



1. Revolver - The Beatles (1966): esse foi o disco da mudança, quando eles deixaram de fazer shows e resolveram só gravar. Foi aí que eles começaram a inventar coisas no estúdio (com cola, papel e tesoura) que se tornaram inovações que modernizaram em muito as técnicas de gravação. Esse disco também tem minhas duas músicas preferidas dos Beatles: “Eleanor Rigby” e “For No One”.



2. Aqualung - Jethro Tull (1971): nossa... quando ouvi esse disco a primeira vez já achei fantástico, mas fiquei procurando no meu HD uma pasta para colocá-lo, era difícil classificar se era rock'n'roll, progressivo, fusion... um amigo meu na época deu uma ótima definição: rock medieval. Essa banda é fantástica, e acho esse o que melhor define.



3. In Rock - Deep Purple (1970): uma das minhas bandas preferidas, talvez a que eu mais escute, foi por causa do Ritchie Blackmore que decidi tocar guitarra. Esse disco moldou meu ouvido para um dos estilos que mais gosto, que é esse hard rock progressivo, estilo de bandas como Wishbone Ash, Atomic Rooster, Irish Coffee, entre outras.



4. Jailbreak - Thin Lizzy (1976): banda irlandesa não tão conhecida aqui, mas que é super endeusada por lá, tem até estátua do vocalista em Dublin. Influenciaram bandas como Iron Maiden e Metallica (entre outras) e GloryFate também. Depois que você conhece Thin Lizzy nunca mais vai ouvir duetos de guitarra com os mesmos ouvidos.



5. Powerslave - Iron Maiden (1984): se não o melhor, pelo menos o disco mais maduro do Iron Maiden. Fizeram a turnê desse disco no primeiro Rock in Rio, era uma época mágica. Muita nostalgia para mim escutar esse disco, além de conter uma de minhas músicas preferidas deles: “The Rime of the Ancient Mariner”, um poema de Samuel Taylor Coleridge. O Iron Maiden também me aguçou o gosto pela Literatura, eles têm pelo menos umas 20 músicas temáticas de livros.



6. Phenomenon - UFO (1974): outro disco que quando ouvi a guitarra fiquei procurando na memória que tipo de som era aquele. Os solos do Michael Schenker são uma música dentro da música. Esse disco é quase uma unanimidade em ser o melhor da banda. Difícil de encontrar, esse eu ainda não tenho em LP.


7. In the Court of the Crimson King - King Crimson (1969): esse disco é simplesmente um ícone do Rock Progressivo, uma banda que beira a perfeição (junto com Rush e Yes). É meu disco de meditação.



8. Fragile - Yes (1971): uma banda perfeita, um disco perfeito, até a sonoridade da gravação parece estar bem à frente de seu tempo. Esse disco também tem um sentimento de nostalgia imenso para mim porque todas as viagens que faço de carro a gente costumava botar ele, com o bordão de “colocar Yes para que a viagem seja positiva”.



9. Foxtrot - Genesis (1972): eu acho o melhor deles, principalmente por conta da grande suíte, “Supper's Ready”, a parte da flor. É um disco super viagem, narrada pela voz inconfundível do Peter Gabriel. Depois que você vê ao vivo fica ainda melhor porque você fica visualizando a performance dele.



+1. Animals - Pink Floyd (1977): Pink Floyd foi a segunda banda de rock que me afeiçoei, e a primeira que me fez iniciar a maratona de colecionar. Esse disco, de praticamente 3 músicas, tem os melhores solos de guitarra (lembrando que o mais lindo está em “Comfortably Numb”, no The Wall), refrões emocionantes, além de uma atmosfera única. A história por trás das letras também é fascinante – mais uma obra literária musicada, o livro Revolução dos Bichos, de George Orwell. O Pink Floyd se consolida como uma banda antifascista, pena que muitos brasileiros não souberam entender isso na banda e ouviram errado, assim como ouvem muita coisa errada, afinal, o rock é, em sua essência, rebelde e transgressor.


A princípio seriam 10 discos no geral e, valha, pensei que tinha botado pelo menos um disco nacional, mas no final vi que errei a contagem (eu fiz Letras). Tem muita coisa nacional que amo também: Secos & Molhados, Mutantes, Ronnie Von, Jorge Ben, Tim Maia, O Terço, Novos Baianos, Casa das Máquinas, Som Nosso de Cada Dia, Quinteto Violado, e muitos outros...
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Michel Macedo é professor de Literatura Inglesa no curso de Letras (URCA) e guitarrista da banda de heavy metal GloryFate.

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