segunda-feira, 19 de maio de 2014

Aprendendo a voar!



por Xico Fredson

O prazer de uma conquista muitas vezes não se resume à sua materialização em si, que é o troféu de vencedor. Muitas vezes esse prazer está intimamente ligado à jornada percorrida, mesmo que como atletas não percebamos isso.

E o que é essa jornada? É uma viagem que começa a partir do momento em que um grupo de pessoas se une em torno de um ideal, de uma ideia, de um sonho. Esse é o primeiro passo da jornada. O segundo vem a partir do momento em que esse grupo de pessoas percebe que a realização do sonho não será nada fácil, pois um grupo, por mais que esteja unido por um ideal, é formado por pessoas que possuem pensamentos, valores e personalidades diferentes.

Agora entramos no campo da aceitação, do convívio, do tentar entender e aceitar o outro: é quando percebemos que juntos somos mais fortes, e que muitas vezes o que aos nossos olhos parece um defeito, pode se transformar num complemento de algo que nos falta como pessoa ou como time, e que o mais importante é quando aprendemos que somar forças para vencer é melhor do que dividir e nada conquistar.

Todo esse preâmbulo foi para dizer que a equipe feminina do time Juazeiro Basquetebol Clube (ou simplesmente JBC) sagrou-se campeã, no dia 17 de maio de 2014, do X Campeonato de Basquete do Interior Masculino e Feminino Adulto, cujo circuito final foi realizado pela sexta vez seguida no município de Tabuleiro do Norte (a “Franca” do Basquetebol Cearense), nos dias 17 e 18 de maio. Tendo a equipe da casa, capitaneada pelo Técnico Dimitry Queiroz conquistado o seu 5º título.

Um sonho que era sonhado há muito tempo pela equipe, que ao longo de oito anos passou por muitas mudanças, derrotas, vitórias, sorrisos, lágrimas, desconfianças, e uma série de outras situações e momentos que estão intimamente ligados à história do grupo.

Grupo este que aceitou o desafio da jornada e que aprendeu a se fortalecer coletivamente — aprendendo a conviver com as diferenças e como time —, aprendendo que quando se deseja algo do fundo do coração, e soma-se a isso a conjugação do verbo “querer” na primeira pessoa do presente (“eu quero”), e quando isso contagia a todos, não há nada que afaste o grupo do seu objetivo.

Desculpem aqueles que precisam de estatísticas e de números para tentar entender o contexto de uma partida. A minha análise é emotiva e simples: venceu quem teve mais coração, quem sonhou junto e com isso tornou o que parecia irreal e distante, num doce momento de glória que estará para sempre guardado dentro de cada uma das pessoas que aceitaram o desafio da jornada. Venceu quem, enfim, aprendeu a voar.

A foto da equipe campeã [no início da postagem] é a sintese de um grupo que vem se formando ao longo dos anos, que passou por diversas transformações, pois no início da jornada encontramos meninas e hoje vemos mulheres com suas vidas, pessoais e profissionais, formadas ou bem encaminhadas.

Essa conquista pertence também a todas as pessoas que, direta ou indiretamente, ajudaram na solidificação da equipe, contribuindo para que a conquista se tornasse possível.

Como podem ter percebido, eu não falei e não vou falar nos placares, nas estatísticas, nos pontos fortes da equipe e demais detalhes, que aqui se tornam pequenos. Este texto não é sobre um campeonato, o campeonato é detalhe — muito importante, é bem verdade — mas um detalhe.

A medalha é a resposta para perguntas feitas por pessoas próximas e outras que gostam de exercitar o “importar-se com a vida que não lhe pertence”: o que você ganha correndo atrás de uma bola? Ou quanto você ganha para fazer isso?  São pessoas que não têm capacidade de entender a importância de um grupo, de um espaço em que se pode comungar da vida uns dos outros, sempre na tentativa de ajudar, em que não há recompensas financeiras, apenas o carinho, o respeito, o reconhecimento do valor individual e coletivo, e o indispesável “estamos aí”.

Parabéns ao Técnico Fernando Nobre, pela persistência e pela paciência em ensinar diariamente a todos nós o valor ético e moral do basquebol e pela formação desse grupo campeão; ao seu assistente Anderon; às atletas: Bruna, Amanda, Evelyn, Daniele, Taty, Thaís, Gilda, Hinara, Natália e Paulinha, que lutaram em quadra para a realização dessa conquista.

E um agradecimento especial ao SESC Juazeiro do Norte, nas pessoas do seu Gerente Paulo Damasceno e da Prof. Kamile de Lira Sobral, pelo apoio irrestrito às nossas equipes, dando todo o suporte para que o basquete juazeirense se desenvolva com excelência!

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