 |
fotos (detalhes e editadas) de Verônica Leite |
por Ravena Monte
No dia 4 de setembro de 2010 surgia um dos mais saudáveis programas pra se fazer em dias de sábado, o CINE CAFÉ. Com satisfação e prazer, vamos a uma pequena retrospectiva destes três anos de cinema, café e aconchego.
Algumas curiosidades a respeito: as sessões do Cine Café antes começavam às 18h30min. Com a intenção de ter mais tempo para filmes mais longos e para que os debates após a exibição seguissem com tranquilidade, decidiu-se antecipar para as 17h30min a entrada na sala. As primeiras sessões do Cine Café resultaram em um certificado de 40h como Curso de Apreciação da Arte, emitido pelo CCBNB (Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri - Juazeiro do Norte-CE).
Faço parte desta "irmandade" desde o primeiro filme exibido, tenho esse certificado e digo mais: "foi sim, para mim, uma forma de apreciar a arte do CINEMA!"
O Cine Café é isso: começa na fila de espera (que, diga-se de passagem, está aumentando a cada sábado que passa) até a conversa no final das sessões. Você é recepcionado logo na entrada da sala pelo mediador Elvis Pinheiro: papel e caneta nas mãos, anotando o nome de quem por ele passe.
Lembro que a primeira sessão, onde foi exibido o belíssimo filme
Minha vida em cor-de-rosa (
Ma vie en rose), do diretor Alain Berliner, tinha pouco mais de 30 pessoas, mas a partir daí já pude perceber a crescente participação do público.
E como não lembrar a sessão mais lotada? O filme
Psicose, do famoso diretor do suspense, Hitchcock, que levou todos os presentes, incluindo os que estavam no chão, a uma emoção inigualável. Neste 12 de fevereiro de 2011, estar mais lotada significou apenas estar mais aconchegante, uma das principais características do Cine Café!

Risos garantidos com as sessões das películas de Pedro Almodóvar, que inclusive são com lotação garantida; sessões de reflexão, que dão um baque na gente, como no dia que
Irreversível nos deixou atônitos;
A festa de Babete para nos encantar e dar água na boca com suas belíssimas cenas e fotografia comestível; a irreverência dos anos 80 em
A Marca da Pantera; o filme solar e límpido
O garoto da bicicleta, dos irmãos Dardenne; toda uma história de vida que pode ser contada através de películas, onde cada sessão se tira algo pra si, nos tornando mais humanos, mais perspicazes; as engraçadíssimas e deliciosas sessões dos filmes de Woody Allen; o peso e a beleza do silêncio denso nos longas do sueco Ingmar Bergman; e tudo mais que compõe o Cine Café: a conversa na fila, o café com biscoito, o silêncio durante a sessão, e o debate que sempre acrescenta elementos importantes. Sem esquecer o poema/poesia que é lido antes de toda exibição, abrindo nossa sensibilidade para o filme e que quase sempre está relacionado a este. O Cine Café faz com que seu sábado não seja um sábado qualquer!
Numa difícil missão, pedi que alguns dos frequentadores definissem o CINE CAFÉ em apenas uma palavra: Yan Ferreira: "amor"; Samuel Macêdo: "acolhedor"; João Heriberto: "liberdade"; João Paulo Xavier: "magnânimo"; Amanda Teixeira: "reflexão", Elandia Duarte: "deslumbramento"; João Paulo Jucá: "acalanto"; Kérollen Duarte: "inovador" e Luan Bezerra: "eclético".
____
Ravena Monte é formada em Letras, poeta, produtora cultural e mais um monte de coisa.
Texto originalmente publicado na SÉTIMA: Revista de Cinema (edição 01, de 11 de setembro de 2013), que é distribuída gratuitamente na Região do Cariri cearense. A Revista Sétima é uma publicação do Grupo de Estudos Sétima de Cinema, que se reúne semanalmente no SESC de Juazeiro do Norte-CE.
.