Direção: Delbert Mann
Origem: EUA
Ano de Lançamento: 1955
Duração: 94 min.
Comentário: Marty foi agraciado com a primeira Palma de Ouro do Festival de Cannes, um dos mais prestigiados Festivais de Cinema do Mundo que, desde sua fundação, em 1946, confere prêmios aos melhores filmes franceses e internacionais. Além da Palma de Ouro, Marty recebeu oito indicações ao Oscar, tendo sido agraciado com quatro estatuetas: melhor filme, melhor ator (para Ernest Borgnine), melhor diretor (para Delbert Mann) e melhor roteiro adaptado (para Paddy Chayefsky, que também é o autor da peça teatral na qual o filme foi baseado).
Marty é um filme leve, quase sem conflitos, e centra-se na figura do tímido Marty Piletti, interpretado por Ernest Borgnine, um açougueiro atormentado pela família e pelos amigos, por já estar com 34 anos e ainda ser solteiro. Se a trama se passasse nos dias atuais não funcionaria, mas como o filme foi realizado na década de 1950, o preconceito realmente era forte com as pessoas que ficavam solteiras e residindo com os pais já depois dos 30 — e também é tocante a interpretação de Borgnine na pele do personagem. Além do preconceito para os solteirões, o filme também mostra a angústia dos pais ao verem os filhos casando e a solidão que vai batendo com a ausência deles. Um filme simples e cativante que merece ser visto, principalmente se você continua solteiro, já tem mais de 30 anos e tem algum familiar pegando no seu pé por ainda não ter casado.
Trailer:
Filme: Eu não quero dormir sozinho
Direção: Tsai Ming-Liang
Origem: Malasia/Taiwan
Ano de Lançamento: 2006
Duração: 115 min.
Comentário: Comecei a ver os filmes do diretor malaio Tsai Ming-Liang em 2009, e com este já são oito filmes vistos de sua filmografia — que já conta até o momento com dez longas-metragens, considerando apenas os filmes lançados comercialmente nos festivais. Todos os oito filmes foram comentados no meu blogue Arquivoxdecinema.
Tsai Ming-Liang é um artista completo, daqueles que manifestam sua visão crítica do ser humano através de suas obras, visualmente belíssimas, em que cada plano parece tomar vida própria na tela e fazer o espectador mais atento arregalar os olhos para admirar a beleza da construção de sua mise en scène. E antes de comentar um pouco sobre a trama do filme, vale ressaltar que os filmes deste cineasta exigem paciência extrema do espectador e são indicados apenas aos que buscam algo além do entretenimento escapista dos filmes tipo blockbuster.
Neste Hei yan quan temos a presença novamente de seu ator fetiche, Lee Kang-Sheng, em uma trama que gira em torno de uma relação aparentemente homossexual, entre um sujeito moribundo que é espancado e um jovem trabalhador imigrante que resolve ajudá-lo. Acompanhamos também uma garçonete que cuida de um paciente em coma, este também interpretado por Lee Kang-Sheng. Estão presentes no filme os planos longos, a ausência de diálogos e a captação cuidadosa dos sons diegéticos, que são marcas artísticas que Liang usa com frequência em suas obras.
Trailer:
Filme: Um Filme Sérvio: Terror sem Limites
Direção: Srđan Spasojević
Origem: Sérvia
Ano de Lançamento: 2010
Duração: 104 min.
Comentário: Finalmente parei para conferir o filme mais polêmico que estreou nos cinemas ano passado, e que foi exibido no Brasil este ano durante o Festival de Cinema de Porto Alegre (Fantaspoa). Um Filme Sérvio foi proibido em diversos países e é daqueles que já são realizados com o intuito de chocar o público mais moralista e fazer marketing em torno do conteúdo antiético de sua trama. Afinal, qualquer filme que contenha menores de idade em cenas que tenham apelo erótico já deixam todos os moralistas de plantão de olhos arregalados, prontos para entrarem com ações proibitivas como ocorreu no Festival de Cinema Fantástico do Rio de Janeiro: o filme foi retirado da amostra após os produtores do evento terem recebido o seguinte comunicado:
"Senhor Produtor, informamos que, por decisão da Caixa Econômica Federal, o filme A Serbian Film – Terror sem Limites deverá ser retirado da programação da mostra RIOFAN, em cartaz na CAIXA Cultural-RJ e patrocinada por essa Instituição."
A trama gira em torno de um ator pornô aposentado que recebe uma oferta para participar de um filme de arte pornográfico, mas sem saber nada do roteiro do filme que iria realizar. Ele se vê chocado quando descobre que o filme terá cenas de necrofilia e pedofilia, e é praticamente obrigado a participar sob efeito de drogas alucinógenas, quando percebe que sua mulher e seu filho foram sequestrados.
O filme realmente tem cenas angustiantes e não deve ser visto por pessoas que se impressionam facilmente ou não têm discernimento para separar uma realidade fictícia do mundo em que vive. Retirando as cenas polêmicas — que são o cerne diferencial que fez o filme ter o alarde que teve — como cinema é bastante fraco: a montagem é desengonçada, a trilha sonora é ruim e os atores parecem todos meio perdidos em cena. Indicado apenas para fãs do horror extremo e aos que entendem que não há limites para a ficção cinematográfica. No mundo do Cinema, tudo é possível.
Trailer:
____
Filmes indicados por Wendell Borges: formado em Letras pela URCA em 2005. Um alucinado por tudo o que envolve o cinema, desde os principais filmes que fizeram e fazem a sua história, até os filmes trash ou caseiros feitos por amadores e outros apaixonados pela sétima arte.
Wendell Borges mantém o blog Arquivo X de Cinema (arquivoxdecinema.blogspot.com), onde os leitores poderão encontrar outras dicas de filmes produzidos em variadas épocas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário