Me lembro de 1992, quando aqui cheguei, e de ter me deparado com situações e hábitos um tanto diferentes dos quais eu estava acostumado, mas que aos poucos, e em menos de três anos, já fui me adaptando. Uma das coisas que mais me chamaram atenção e que me trouxe uma certa incompreensão e nojo, foi o fato de eu ver, em praticamente toda a cidade, o esgoto escorrer a céu aberto, na maior naturalidade do mundo, nas portas das casas.
Há quase vinte anos atrás me vinha à cabeça que aquilo era coisa de cidade pequena e que um dia isso iria mudar.
Minhas esperanças ficaram maiores quando, ainda no século passado, a companhia de água e esgoto começou a construir o sistema de saneamento básico, que poderia eliminar essa imundície e acabar com o perigo das fossas nos quintais. Enganei-me profundamente...
Primeiro porque os moradores das casas que passaram a utilizar o sistema sanitário da Cagece tiveram que pagar um adicional de 100% em cima do consumo de água em sua conta mensal. Segundo, porque, de fato, o problema não foi resolvido nem pras fossas (que continuam sendo construídas por aqueles que não querem tomar um susto avisado mensalmente em suas contas de água), nem para os esgotos nas beiras das calçadas.
Infelizmente, não possuo nenhum flagrante de acidente que essas merdas (literalmente), proporcionam aos cidadãos desta cidade e aos seus visitantes. Mas, acredito não precisar disso porque todo bom cidadão juazeirense já deve ter sido vítima desses esgotos traquinos, esteja a pé, de moto, carro ou bicicleta. Hoje mesmo presenciei uma senhora idosa que, ao atravessar a rua, atolou seu pé e quase caiu no cruzamento de duas das principais avenidas de Juazeiro do Norte (Rua São Benedito / Av. Castelo Branco).
Atualmente, em 2011, século XXI, quando a cidade completa 100 anos e se tornou a sede de uma região metropolitana; que tem em seu solo empresas multinacionais instaladas; a promessa de 3 shoppings centers; lojas de departamento; trem; três ou quatro empresas de ônibus atuando; que possui o aeroporto que mais cresce, proporcionalmente, em movimentação no Brasil; e uma série de coisas mais, não consigo compreender porque essa merda toda ainda tem que estar aos meus pés.
Sinceramente, ainda estou pra ver um prefeito, vereador ou deputado que seja homem pra acabar com isso.
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