terça-feira, 22 de março de 2011

De perder a voz

"A vitória do Unicaja por 69 a 68, na prorrogação, veio com uma cesta de três do americano Terrel McIntyre, desequilibrado, de muito longe, no estouro do cronômetro. Mas não foi só isso. Nos últimos 35 segundos, foram quatro viradas de placar, todas em cestas de três. Algumas precipitadas, é verdade, mas com incrível pontaria, incluindo um tiro de Pablo Prigioni lá do meio da rua, e outro de Jorge Garbajosa (ex-Real, que estreava pelo Unicaja). O resultado é dos desfechos mais emocionantes que eu vi nos últimos tempos. Dá para ter uma ideia da carga de emoção pelo narrador, que simplesmente perde a voz no lance final". Confira aí:



Ver esse lance, ouvir a narração do jogo e perceber como o narrador perdeu a voz durante os últimos segundos da partida, dá uma noção do que é o esporte e do que ele pode nos proporcionar. Lances como esses fazem com que a gente acredite na possibilidade do impossível, ou mesmo dê sentido a algumas frases que parecem soar bem apenas pelo lado sonhador, romântico. Uma delas diz: "há sempre a pequena chance do impossível acontecer". Pois é, esse final de partida retrata bem isso.

Minha leitura dessa cena quase inacreditável é simples e, ao mesmo tempo, apaixonada: o basquete é um esporte para pessoas que acreditam a todo instante no que fazem. E não perder a esperança dentro de quadra é regra, pois um segundo é tempo mais que suficiente para mudar a história de uma partida, de uma vida; e a crença nisso é fundamental para todos, não apenas para esportistas (seja de qual for o esporte), mas para quem está sempre na batalha por uma conquista pessoal.

Esse não foi um lance simplesmente de sorte, mas de crença no imponderável. Tirando esse lance poético, e não sendo nenhum um pouco racional, ao contrário, sendo pura emoção, meu resumo da ópera é: esse jogo foi massa pra caramba...

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O primeiro parágrafo (que está entre aspas) foi retirado do blog:
http://globoesporte.globo.com/platb/rebote/2011/03/20/de-perder-a-voz/

2 comentários:

  1. A Europa é mesmo um continente muito pitoresco. Parece que lá é permitido que narradores esportivos fumem drogas durante as transmissões...

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  2. O time da Unimed de Cajazeiras ganhou numa sorte lascada! O curioso é que o mesmo atleta que faz uma marcação bisonha na primeira cesta do vídeo, se redime com um arremesso desesperado no final. hehe

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