quarta-feira, 16 de julho de 2014

As salas de cinema alternativo



por Josú Ribeiro

Uma dessas perguntas é geralmente feita pelo grande público da sétima arte: onde fica o cinema da minha cidade? Aqui possui Cinema?

Geralmente localizados em ambientes como Shopping Centers e centros de convenções, as salas acabam sendo erroneamente associadas a um puro entretenimento de terceira ordem.

Nesse âmbito é perceptível e compreensivo que muitas pessoas não tenham o acesso a uma gama de filmes de outros estilos e outras nacionalidades. Na superfície cinematográfica propagada não se possui uma variabilidade de filmes em que seja possível conhecer a diversidade do cinema, como por exemplo, filmes iranianos ou até mesmo nacionais que não possuem tanto espaço nas grandes salas.

Lugares para exibição de filmes que não seguem muito a fôrma da indústria de entretenimento americana existem, mas é necessária uma busca mais aprimorada nas regiões de sua cidade. Muitas vezes exibidos em Centros Culturais, os filmes alternativos tratam de crítica social, humor, amor, mas contendo algo muito particular. Uma construção que desconstrói o público. Com títulos desde os mais tímidos aos mais «escrachados», não seguindo a ordem de mocinha perdida ou rapaz que possui a obrigação de salvar o mundo. São filmes que prendem a atenção do público, e se fossem mais divulgados, se tivessem mais espaço, iriam lotar salas e mais salas por cidades afora.

Infelizmente, por diversos fatores, tanto de contratos quanto de gostos culturais, esses filmes acabam sendo exibidos em mostras e festivais, onde há um público para eles. Não que não haja público para esses tipos de filmes, simplesmente não há uma valorização dos mesmos.

Salas alternativas existem na região do Cariri. É só uma questão de querer descobrir onde e quando as exibições estão sendo feitas. Que o número destas salas cresça cada vez mais em nosso cenário, tanto quanto das salas comerciais, pois isso irá contribuir com a diversidade cultural local, saindo do senso comum de que ver filme é igual a pagar, consumir, assistir e sair vazio do cinema.
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Josú Ribeiro é poeta e músico. Atualmente estuda Psicologia na Faculdade Leão Sampaio.

Texto originalmente publicado na SÉTIMA: Revista de Cinema (edição 12, de 27 de novembro de 2013), que é distribuída gratuitamente na Região do Cariri cearense. A Revista Sétima é uma publicação do Grupo de Estudos Sétima de Cinema, que se reúne semanalmente no SESC de Juazeiro do Norte-CE.


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