quarta-feira, 25 de dezembro de 2013
'Doméstica', filme de Gabriel Mascaro, em exibição no CCBNB Cariri
8ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul
Exibição do filme Doméstica (Dir. Gabriel Mascaro, Brasil, 2012, 75 minutos)
Sábado, 28 de dezembro de 2013, 17h30
No Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri (mesma hora e local do Cine Café)
Sinopse curta do filme Doméstica: Durante uma semana, sete jovens se tornaram cineastas amadores e filmaram o cotidiano de suas empregadas domésticas. O material foi entregue ao diretor Gabriel Mascaro que compilou os momentos mais marcantes neste documentário.
Sinopse um pouco mais longa e detalhada: Por uma semana, adolescentes de sete capitais brasileiras filmaram suas empregadas. Munidos do kit que receberam do cineasta recifense Gabriel Mascaro – câmera digital, tripé e microfone –, eles as entrevistaram, observaram seu trabalho, inventaram situações. Depois, junto com o montador Eduardo Serrano, Mascaro transformou 120 horas de gravação em 75 minutos. Doméstica, que estreia neste mês, contém retratos de seis mulheres e um homem – o empregado doméstico Sérgio de Jesus – feitos pelos filhos de seus patrões. O filme, a um só tempo divertido, terno e triste, mostra relações em que trabalho e afeto se confundem.
“Queria abordar a questão da empregada doméstica no Brasil contemporâneo”, explica Mascaro. À época do projeto, porém, ele não imaginava que seu filme entraria em cartaz pouco depois da aprovação da “PEC das Domésticas”, emenda constitucional que regulamenta a profissão. Não é a primeira vez que um cineasta se debruça sobre o tema. Quase homônimo do documentário de Mascaro, a ficção Domésticas (2002), de Fernando Meirelles, baseava-se na história real de empregadas brasileiras. Elas aparecem fartamente em novelas, seriados e longas como Linha de Passe, de Walter Salles e Daniela Thomas (2008), e Trabalhar Cansa, de Juliana Rojas e Marco Dutra (2011).
A originalidade de Mascaro está na maneira de abordar o assunto. Não se trata de um cinema de classe média que ri do jeito de falar dos mais pobres ou se compadece com o sofrimento deles. Embora humor e melancolia existam em Doméstica, tais elementos se combinam de maneira complexa. Uma das personagens, a pernambucana Flávia Santos Silva, é empregada de uma empregada. Cuida de Mateus Antônio, de 11 anos, enquanto a mãe dele trabalha na casa de outra família – o garoto gargalha vendo-a dançar para a câmera, num momento de perturbadora sensualidade. A doméstica Lucimar Roza encerra o filme com uma história comovente. Na infância, ela brincava na fazenda dos bisavós de sua atual patroa, no interior do Rio de Janeiro. Diante do álbum de fotografias envelhecidas em que as duas crianças, uma branca, de sapatinho, a outra negra, descalça, compartilhavam a boneca, Lucimar nada lamenta. “Os relacionamentos amadurecem”, diz. Na banda sonora, ouvimos Blowin’ in the Wind, do norte-americano Bob Dylan, que Luiz Felipe Godinho, o jovem que filma tudo, toca ao violão.
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