Do papel # 22
Reproduzimos um texto publicado em uma Revista Bravo! com os (pela revista considerados) 100 filmes essenciais da história do cinema. Clique na imagem abaixo para ampliar a página da revista.
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Blade Runner - O Caçador de Androides - Ridley Scott
Revista Bravo! Especial 100 Filmes Essenciais da História do Cinema (3ª edição, 2009)
Los Angeles, 2019. Com o planeta transformado em sucata por causa da chuva ácida e de outros desastres ambientais, a humanidade migrou para colônias espaciais e a Terra abriga apenas os excluídos. Nesse cenário de caos, cinco replicantes (androides extremamente desenvolvidos) desafiam a proibição de vir à Terra e são caçados por policiais chamados "blade runners". Um ex-caçador, Deckard (Harrison Ford), é convocado para eliminar os intrusos (cuja vida dura apenas quatro anos), e acaba descobrindo segredos sobre a própria identidade.
O que diferencia Blade Runner - O Caçador de Androides, dirigido por Ridley Scott, de outras produções futuristas centradas na ação é, em parte, seu conteúdo filosófico. Ao serem montados, os replicantes recebem memórias afetivas, o que lhes dá uma consciência quase humana, fazendo com que demonstrem emoções. O fato de serem monitorados por grandes corporações faz referência às formas diversas de controles individuais já presentes no início dos anos 1980, quando o filme foi realizado. A desumanização provocada pela tecnologia, a proximidade do colapso ambiental e a construção que fazemos dos sentimentos e lembranças são outros temas explorados.
O roteiro foi inspirado em Do Androids Dream of Electric Sheep?, do cultuado autor de ficção científica Philip K. Dick. A fotografia, a direção segura de Scott, os cenários futuristas banhados em luzes difusas e a gélida trilha sonora de Vangelis mantêm seu apelo intacto. A obra também serviu de trampolim para Rutger Hauer, Daryl Hannah e Sean Young, que se tornaram atores conhecidos.
A mistura de ação e filosofia e o elaborado visual, fatores que tornaram o filme cultuado, também atrapalharam seu desempenho nas bilheterias no lançamento. Era uma obra cerebral demais para o público, que esperava tiros e perseguições. Como Scott foi obrigado a fazer diversas alterações na montagem para deixar o resultado mais palatável, mudando inclusive o desfecho, originalmente pessimista, a crítica se dividiu entre elogios e restrições. Apenas em 1992, quando o cineasta relançou o filme na edição que ele havia concebido, sem a narração em off de Ford e com o final original, Blade Runner recuperou o status que sempre mereceu.
Blade Runner - O Caçador de Androides
Diretor: Ridley Scott
Estados Unidos (1982).
Bravo! Especial - 2009
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