quarta-feira, 16 de dezembro de 2015
‘Star Wars Episódio IV: Uma Nova Esperança’ (George Lucas, 1977)
Grifo nosso # 95
Star Wars Episódio IV: Uma Nova Esperança
(Star Wars Episode IV: A New Hope, George Lucas, 1977)
“Ninguém esperava que o filme do roteirista e diretor George Lucas fosse um sucesso. Em se tratando de um ‘faroeste de ficção científica’ cujo elenco principal era essencialmente desconhecido (Harrison Ford, Mark Hamill e Carrie Fisher), os chefões do estúdio estavam tão convencidos de que o filme iria fracassar que gentilmente cederam a Lucas, de graça, os direitos de merchandising de qualquer produto relacionado a Guerra nas estrelas. Obviamente, não perceberam o enorme potencial do filme e jamais esperaram que fosse gerar duas continuações, três capítulos “anteriores”, um derivativo baseado nos Ewoks, desenhos animados, jogos de computador, brinquedos, trilhas sonoras, livros, enormes vendas de vídeos e DVDs, doces, roupas, roupa de cama e até mesmo comida.
O filme, que custou 11 milhões de dólares e rendeu mais de 460 milhões de dólares, não parecia ter o potencial para ser tornar um enorme sucesso. Depois da morte dos tios que o educaram, o jovem obstinado Luke Skywalker (Hamill) se junta com um velho cavaleiro Jedi, Ben ‘Obi-Wan’ Kenobi (Alec Guinness), dois robôs, um piloto espacial arrogante chamado Han Solo (uma atuação estelar de Ford) e seu peludo amigo wookie, Chewbacca (Peter Mayhew), para resgatar uma princesa (Carrie Fisher) de um vilão que usava uma túnica preta e um capacete de plástico. Guerra nas estrelas poderia ter sido incrivelmente tolo, considerando-se que, em meados dos anos 70, as pessoas esperavam que ‘ficção científica’ fosse algo similar aos cenários de plástico de Jornada nas estrelas ou com efeitos como a ‘calota pendurada em um fio’ de Ed Wood em seu Plano 9 do espaço sideral (1959).
Mas Lucas tinha ideias mais grandiosas. Duas décadas antes que imagens de computador fossem usadas para criar mundos fantásticos, Lucas, usando modelos ultradetalhados, truques inteligentes e locações bem escolhidas — as cenas que mostram o planeta desértico de Tatooine, onde Luke morava, foram filmadas em cenários construídos na Tunísia (reutilizados em 1999, em Guerra nas estrelas: Episódio I - A ameaça fantasma —, conta a história de outro universo, no qual o maligno Império dominado por Darth Vader (David Prowse, com a voz de James Earl Jones) está no controle. Mas as forças rebeldes estão se reunindo para tentar derrubar os tiranos.
Lucas criou uma mitologia que foi abraçada com entusiasmo por pessoas de todas as idades. Além de dar origem a várias criaturas de uma galáxia muito, muito distante, sua linha de narrativa do bem contra o mal nos apresentou a pessoas e objetos que, desde então, tornaram-se parte de diversos idiomas de nosso planeta: o Millenium Falcon (a nave espacial de Han Solo, que Lucas originalmente imaginou com o aspecto de um hambúrguer voador), os sabres de luz (a arma similar a uma espada, com seu som característico), os Stormtrooppers imperiais e, naturalmente, os cavaleiros Jedi (hoje uma parte tão integral de nosso inconsciente coletivo que uma campanha via internet sugerindo que as pessoas respondessem ‘Jedi’ a um item sobre religião num formulário de recenseamento do Reino Unido teve enorme sucesso).
Ao dar vida a Guerra nas estrelas, Lucas conseguiu criar muito mais do que apenas um filme: criou um mundo, um novo estilo de cinema e uma ópera espacial inesquecível que jamais foi superada.”
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EUA (Lucasfilm) 121 minutos. Technicolor; idioma: inglês; direção: George Lucas; produção: Gary Kurtz, George Lucas; roteiro: George Lucas; fotografia: Gilbert Taylor; música: John Williams; elenco: Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher, Peter Cushing Alec Guinness, Anthony Daniels, Kenny Baker, Peter Mayhew, David Prowse, James Earl Jones, Phil Brown, Shelagh Fraser, Jack Purvis, Alex McCrindle, Eddie Byrne; Oscar: John Barry, Norman Reynolds, Leslie Dilley, Roger Christian (direção de arte), John Molo (figurinos), John Stears, John Dykstra, Richard Edlund, Grant McCune, Robert Balack (efeitos especiais visuais), Paul Hirsch, Marcia Lucas, Richard Chew (edição), John Williams (música), Dom MacDougall, Ray West, Bob Minkler, Derek Ball (som), Be Burtt (efeitos especiais sonoros); Indicação ao Oscar: Gary Kurtz (melhor filme), George Lucas (diretor), George Lucas (roteiro), Alec Guinness (ator coadjuvante).
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Joanna Berry, no livro 1001 filmes para ver antes de morrer (Editora Sextante, 2008).
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