por Hudson Jorge
Não! Não sou, pelo menos ainda, um assíduo frequentador de estádio de futebol. Acredito que, antes dessa agora, a última vez que tinha entrado no estádio Romeirão deve ter sido lá pelos idos de 2005.
Foi um caso atípico. Hoje, dia 28, uma quarta-feira enluarada de novembro, depois de realizar uma prova da cadeira de Cultura Brasileira onde o professor pedia que desvendássemos todo o processo de formação do povo brasileiro, parti para o Romeirão pra deixar um estimado colega da imprensa que iria fazer a cobertura do jogo Icasa x Oeste pela final do campeonato brasileiro da série C e, quem sabe, ficar para assistir ao jogo! Nada mais justo! Afinal, futebol também faz parte de nossa cultura!
Aproveitei o vácuo do conceituado repórter e quando vi: zás! Lá estava eu de frente daquela imensidão verde. Cacei um cantinho pra me escorar e me acomodei por entre as cadeiras cativas, sentando num batente de concreto. Quando dei por mim, lá estava eu rodeado por autoridades municipais, repórteres esportivos e personalidades caririenses ligadas ao esporte.
O jogo rolou legal. O Icasa teve, além de boas e impressionantes chances, uma expressiva posse de bola. Seu adversário, o Oeste, ficou mais na defensiva levando poucos perigos ao gol alviverde.
Apesar das boas chances, o Icasa se mostrou um tanto apático e com falta de objetividade. Faltou também aos jogadores do time juazeirense uma merenda reforçada, talvez um caldo do véi do caldo, que desse sustância nas pernas de alguns jogadores que caiam à toa, principalmente um tal de Lima que perdeu 3 espetaculares gols feitos do tipo “Esse até a minha vó faria!”.
Enquanto o jogo se desenrolava, eu que cheguei sozinho, passei a me enturmar. Deixei de ser o homem na multidão para me socializar com os colegas ao lado! Aos 30 minutos do segundo tempo eu já entendia toda a cadeia futebolística internacional e gritava “Puta que paréuuuu” pra cada gol perdido! Foi dramático!
Como disse no começo, havia muito tempo que eu tinha assistido a um jogo no estádio, porém consegui sentir a falta de alguns detalhes como palavrões cabeludos e o xingamento das mães dos árbitros. Talvez, o povo que se senta nas cativas não conheça tantos palavrões, sei lá. Senti falta também de um negócio chamado torcida organizada. Aliás, havia sim um grupo organizado que tentava fazer alguma coisa lá, menos torcer.
Senti a falta dos replays e do narrador gritando “espaaaaalmaa o goleiro!” No entanto, fui premiado com um comentarista gabaritado do meu lado, que eu vi alguém chamando de “Seu Major” (que de militar não tinha nada) e que despejou umas cem vezes a frase: "Esse Oeste é assanhado, é assanhaaadoo!"
E só agora, escrevendo essas linhas, é que me dei conta da importância da partida de hoje! Eu, pela primeira vez na vida, assisti ao vivo, de corpo presente, um jogo do Campeonato Brasileiro. Logo a finalíssima! Só podia entrar pra história mesmo!
Ah, sim! O jogo saiu 0x0.
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