estrelas de veneza
a beleza do belo
envaidece o feio
quem me dera
noite dessas
contar estrelas em veneza.
a virtude do sono
me subjuga
meu poema
faz muitos verões
de andorinhas cadentes.
o sonho da máquina
aniquila a verdade
estive pensando
sobre os luares de júpiter
pela madrugada.
em cada verso desmancho
e depois renasço.
reverso o poema
até que de novo
desapareço total (a)
mente averso, lasso.
minhas rimas:
revólver sem gatilho
navalha sem carne
solo sem plantio
geleira que arde
crime não, castigo, é tarde.
vertiginosa (a) mente
quero fuga
pobre de mim
viver sem versos
ânsia latente
da ponta dos dedos
em ranger
engrenagens
faíscas
que imprimem
outro sono
mais um sonho.
amor louco amor
me dê teu beijo mais doce
que te darei meu calor.
caro amigo,
vá ser piegas assim em veneza!
quem me dera
noite dessas
contar estrelas...
_____
Da série "Beijos oblíquos: desterro, destempero, desalento", parte do livro Obras completas, previsto para 2013.
Ythallo Rodrigues é poeta e cineasta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário