[sobre a capacidade inventiva da nova geração da canção brasileira]:
"Mas tem tanta gente experimentando... O Cidadão Instigado faz um som ao mesmo tempo ligado em canções populares e cheio de quebras e colagens. Sai de um ritmo e entra em outro. É bem ousado. Karina Buhr e Léo Cavalcanti também trazem muitas novidades. Admiro o frescor dessa galera. A música não está estagnada, não. E não concordo nem um pouco com essa ideia de linha evolutiva, da necessidade de romper com a tradição. Isso fez sentido em alguns momentos, como quando surgiu a Tropicália. Não acho que hoje a realidade exija renovação. Existem múltiplos caminhos em que a novidade se dá. Falam que a canção vai morrer. Eu, na verdade, acho que ela não acabou. Pelo contrário, está dando inúmeros sinais de saúde. O rap, o rock, os meios digitais com que você picota os instrumentos, tudo isso é renovador para a linguagem da canção. O próprio disco novo da Céu (Caravana Sereia Bloom, Universal, 2012) tem coisas muito frescas, aqueles reggaes, a versão de 'Palhaço', de Nelson Cavaquinho, com um assovio bem diferente..."
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Arnaldo Antunes, em entrevista à Revista Bravo! 178 (Editora Abril, junho de 2012).
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