terça-feira, 12 de maio de 2020
9 (+1) artistas visuais contemporâneos, por Adriana Botelho
por Adriana Botelho
Os artistas escolhidos fazem parte de um relativo acompanhamento que faço de suas produções. Me chama a atenção a definição do tema, as escolhas de suas referências estéticas, a experimentação e o domínio da técnica, o que gera uma poética própria, ao mesmo tempo que são capazes de traduzir um estado de coisas do momento, uma época ou geração.
Por outro lado, há algo de indefinível e misterioso, pois vêm da maneira que acalentam algumas angústias. Naquele sentimento que aprofunda o diálogo reflexivo e provoca instantaneamente o prazer estético.
Foi difícil escolher apenas duas imagens de cada um deles, mas corroboro que aqui se faz um estímulo a mais, para xs leitorxs d’O Berro irem à procura em sites por mais informações. Grata à equipe d’O Berro e à todxs, e marcando um dado do momento: #fiquemos em casa!
Adriana Varejão (Rio de Janeiro): à maneira que utiliza os signos e tema da história colonial brasileira para traduzir a atualidade.
Telma Saraiva (Ceará): pioneira da performance no retrato, com referências do cinema e seu imaginário de fantasia. Exímia colorista, domina as formas cromáticas, nas suas variedades e composição da luz.
Leo Ferreira (Ceará): poetiza com as formas elementares. Constrói um diário lírico e delicado do cotidiano.
Tiago Santana (Ceará): compõe formas primorosas realçando certa estranheza do cotidiano. Trabalha o detalhe em composição ao contexto maior, mostrando que tudo existe em relação simbiótica.
Maria Cândido Monteiro (Ceará): tem notável domínio da composição cromática e riqueza de detalhes na forma escultórica. Utiliza temas que representam uma coletividade, num misto de registro histórico com sentimentos de idealismo.
Francisco Zanazanan (Ceará): perscrutador possui intenso diálogo e experimentação entre a arte e as áreas correlatas das ciências, como a física, química, ótica, espaço, movimento.
Berna Reale (Pará): a potência da performance ao reordenar os signos sociais. Elabora narrativas contemporâneas utilizando as mitologias e as convenções, para emergir suas contradições.
Célio Celestino (Ceará): reordena, no domínio da escala e composição, os signos culturais subvertendo seus sentidos sociais.
Maxwell Alexandre (Rio de Janeiro): evidencia vida e arte, realçando as contradições sociais.
Marepe (Bahia): possui humor na observação do cotidiano, encontrando a nostalgia e ironia nos objetos prontos (ready-made).
____
Adriana Botelho é documentarista, curadora de artes visuais e professora de história da arte, na UFCA (Universidade Federal do Cariri).
Confira outras listas postadas recentemente no blog O Berro:
9 (+1) leituras para quem quer conhecer melhor a literatura brasileira, por Edson Martins
9 (+1) músicas para ouvir no Primeiro de Maio, por Antonio Lima Júnior
9 (+1) obras que me fizeram refletir durante o isolamento, por Cecilia Sobreira
9 (+2) contos de Rubem Fonseca para ler, por Elvis Pinheiro
9 (+1) filmes para assistir na Netflix, por Wendell Borges
10 (+1) livros de escritoras que me tocaram, por Dia Nobre
.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário