Por Xico Fredson
Nascido em 18 de agosto de 1927, residente na cidade de Juazeiro do Norte, era comerciante proprietário de uma sucata na Rua Santa Luzia, no Centro da mesma cidade.
Dito dessa forma, em poucas linhas pode até parecer que apenas mais uma pessoa morreu. Mas, essa informação toma outra dimensão quando despimos o homem e vestimos a lenda urbana nordestina que também atendia pelo nome de Seu Lunga.
Aí a gente percebe que não foi apenas mais um juazeirense que morreu. Percebemos que um pouco da nossa história, do nosso folclore e, porque não dizer, um pouco de nós, se vai também.
Impossível qualquer cearense ou mesmo nordestino e, quem sabe, muitos brasileiros, não conhecerem pelo menos uma história ou uma piada atribuída a Seu Lunga, nome que também virou adjetivo atribuído às pessoas que não dispõem de muita paciência para questionamentos sem sentido ou de sentido dúbio. Acredito que a ironia dele era fina demais para alguns ouvidos frágeis aceitarem a verdade de suas respostas.
Vai ser difícil definir quanto do que falam a respeito dele é folclore ou lenda urbana ou realidade. Debates em mesas redondas acadêmicas ou mesas de bar, isso tudo pouco importará.
Acredito que morreu apenas o senhor Joaquim dos Santos Rodrigues, pois o personagem que cotidianamente construímos em torno dele está imortalizado. E o rito que perpetuará a lenda urbana voltará ao imaginário popular sempre que alguém der uma resposta seca para uma pergunta “besta”, bem como quando alguma pessoa, comediante ou não, se remeter ao nosso Cariri, dizendo que aqui morava um cidadão tão ignorante, mas tão ignorante, que provavelmente era o mais sábio dentre nós.
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