Foto: Rejane Lima |
Trabalho e fé são ingredientes importantes para essa fonte de geração de renda: Confecção de flores artificiais para ornamentação de festas religiosas, dentre elas, a de Renovação do Sagrado Coração de Jesus.
Em Juazeiro do Norte, uma atividade informal gera renda para famílias há pelo quatro décadas, passando de geração para geração. É a confecção de Flores Artificiais usadas para, entre outras coisas, ornamentar a Sala do Santo no dia a dia ou nas festas de Renovação do Sagrado Coração de Jesus, uma pequena festa religiosa realizada em casas de famílias católicas.
A Renovação do Santo teve seu surgimento em Juazeiro do Norte, incentivada pelo Padre Cícero que orientava seus fiéis a realizarem essa festa pelo menos uma vez ao ano. Essa tradição se espalhou pelo Nordeste, fazendo com que algumas famílias católicas reservem a sala de entrada da casa para afixar as imagens do Sagrado Coração de Jesus e Maria e outros santos.
Para enfeitar esse cantinho especial de suas casas, alguns moradores compram as tradicionais flores artificiais, comercializadas livremente em alguns mercados de Juazeiro do Norte, e que são produzidas com materiais variados como cetim, crepom, nylon, cola, papel, etc. Para tingir o tecido a ser utilizado, usa se goma (fécula de mandioca) e tinta.
As flores são usadas na ornamentação da Sala do Santo com intuito de deixar o ambiente festivo e alegre. Cada cor remete a um santo. Por exemplo, as flores vermelhas homenageam o Sagrado Coração de Jesus, já as flores azuis, são usadas para ornamentar o espaço dedicado à Nossa Senhora das Dores, enquanto as flores brancas, remetem à figura do Padre Cícero.
No mercado do bairro do Pirajá há um grupo composto por quatro mulheres que se revezam ao longo de quase 30 anos comercializando esse tipo de flores em uma de suas calçadas. São mulheres que encontraram nesse ofício a oportunidade de ganhar a vida de forma digna, mobilizadas por um sentimento de prosperidade e fé no que fazem.
São elas:
Francisca Bezerra Alvez
Dona Francisca Bezerra produz flores artificiais há cerca de 30 anos. Aprendeu o ofício com seus filhos que ainda pequenos, um com 04 e o outro com 05 anos de idade, aprenderam a fazer flores com uma tia. Quando o mais velho inteirou 10 anos de idade, incentivou Dona Francisca a ter seu próprio negócio, ensinando-a. O trabalho aumentou a renda familiar e custeou os estudos dos filhos que hoje estão formados e trabalhando em suas profissões.
Francisca Lopes Bezerra
Dona Francisca Lopes Bezerra está no ramo desde os doze anos de idade. Aprendeu a fazer flores artificiais trabalhando com uma tia. Já adulta, passou a trabalhar por conta própria, conquistando sua independência e uma clientela fiel. Hoje aos 37 anos de idade, Dona Francisca Lopes comercializa seus produtos de segunda a domingo no mercado do Pirajá e em feiras livres nas cidades de Caririaçu e Crato.
Maria Juracy Quintino da Silva
Dona Juracy é a mais velha do grupo. Produz flores há 20 anos e também aprendeu a fazer flores de papel com sua filha Francisca. A maior parte da produção fica sob responsabilidade de sua filha. Dona Juracy ajuda na produção e é responsável pela comercialização dos produtos no
Mercado do Pirajá.
Maria Aparecida Ferreira da Silva
Aparecida aprendeu a fazer flores artificiais ainda criança, na década de 1970 com sua mãe e passou a desenvolver novas ideias para seus produtos. Comercializa a produção no mesmo local há mais de 30 anos, antes mesmo da construção do Mercado do Pirajá, no ano de 1988.
As Floristas do Pirajá comercializam seus produtos de Domingo à Domingo no Mercado do Pirajá, calçada do primeiro pavilhão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário