sábado, 10 de maio de 2014
Remakes: inspiração, homenagem ou releitura
por Verônica Leite e Erick Linhares
Ao escolhermos um filme para assistir, é importante conhecer o nome do diretor, o ano em que foi produzido, porque, entre outras coisas, há muitas versões do mesmo longa-metragem. As refilmagens estão em alta nas produções hollywoodianas e a lista de fontes originais que são resgatadas para serem refeitas é imensa. E com isso também está a crítica dos cinéfilos para esses filmes “renovados”: “O original é melhor?”
Damos o nome de Refilmagem ou Remake ao procedimento de refazer um mesmo produto já lançado anteriormente, seja em outro país, seja em outra época.
As críticas sobre uma refilmagem não são infundadas, visto que se pode perceber uma falta de detalhes que pode não fazer tanta diferença na história, mas causa indignação para quem já está familiarizado com o original. É raro o remake superar o filme base, pois esses clássicos são cultuados devido aos detalhes particulares e peculiares apresentados e a participação de determinados astros e estrelas consagrados na sétima arte. Há um oportunismo em aproveitar a fama do filme original e há também uma proposta de atualizar a produção, refazendo-o com uma roupagem que agrade mais a plateia de hoje. Eles contam também com as avançadas tecnologias do momento, o que não quer dizer, necessariamente, que garantirá o sucesso.
Mas como tudo tem seu lado bom, as versões reafirmam ou revigoram a história que pode deixar o novo público interessado pelo original. Nesse sentido, pode-se dizer que as refilmagens fazem um grande favor ao cinema, colocando de volta em pauta filmes que a nova geração talvez desconhecesse.
O cinema, além de indústria, também é uma arte que, como as demais, também se reinventa, experimenta, busca novas fórmulas e não apenas emula o que já deu certo.
Claro que as produções originais precisam ter seu devido respeito e sempre trazem melhor a emoção e perspectiva do diretor/escritor que o produz. Mas os remakes devem ser olhados com cuidado: não é apenas uma imitação de uma obra, mas também uma criação da mesma história com outra perspectiva, às vezes preenchida com personagens, fatos e dizeres de um outro diretor, preenchido com uma nova imaginação, como quem quer colocar um novo sabor numa obra cinematográfica.
Deixamos aqui uma pequena lista de indicações:
01. Psicose: 1960, por Alfred Hitchcok / 1998, por Gus Van Sant
02. Nosferatu: 1922, por Murnau / Nosferatu - O Vampiro da Noite: 1979, por W. Herzog
03. A Pequena Loja de Horrores: 1960, por Roger Corman / 1986, por Frank Oz
04. Ben-Hur: 1925, por Fred Niblo / 1959, por William Wyler / (2013: no momento está sendo refilmado pelo diretor russo Timur Bekmambetov)
05. Scarface: 1932, por Howard Hawks / 1983, por Brian de Palma
06. O Pai da Noiva: 1950, por Vicente Minelli / 1991, por Charles Shyer
07. Dragão Vermelho: 1986, por Michael Mann / 2002, Brett Ratner
08. Nikita: 1990, por Luc Besson / A Assassina: 1993, por John Badham
09: Lolita: 1962, por Stanley Kubrick / 1997, por Adrian Lyne
10: O Massacre da Serra Elétrica: 1974, por Tobe Hooper / 2003, por Marcus Nispel.
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Verônica Leite Machado é enfermeira especializada em Estomaterapia e Bloco Cirúrgico. Estudante do Curso de Artes Visuais da Universidade Regional do Cariri (URCA), professora de Artes Visuais do Colégio Elit (Juazeiro do Norte) e bolsista do grupo de pesquisa O Prazer da Arte, no GPEACC (Grupo de Pesquisa de Arte em Contexto Contemporâneo, na URCA).
Erick Linhares é estudante de Psicologia na Faculdade Leão Sampaio, onde foi coordenador geral do Centro Acadêmico do curso. Atualmente é bolsista na Especialização em Gestalt Terapia.
Texto originalmente publicado na SÉTIMA: Revista de Cinema (edição 10, de 13 de novembro de 2013), que é distribuída gratuitamente na Região do Cariri cearense. A Revista Sétima é uma publicação do Grupo de Estudos Sétima de Cinema, que se reúne semanalmente no SESC de Juazeiro do Norte-CE.
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