sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Um caso de amor pelo Cinema



por Francisco Mário

Não é de hoje que o cinema de forma particular envolve os seus espectadores, proporcionando momentos de extrema satisfação e bem estar. É uma forma de representação atraente para os olhos de seu público. Imaginemos as reações no Grand Café em 1895, com a apresentação pública do cinematógrafo. São reações parecidas que envolvem milhões de seguidores do cinema nacional e internacional.

Encantados pelo cinema, e conduzidos por suas produções, o público se torna cada vez mais exigente. Atraídos pelas redes de estudiosos e de produtores de cinema, são levados a tornar parte do seu cotidiano às experiências que o cinema proporciona. Não é à toa que as salas de cinema e cineclubes espalhados pelo mundo são frequentadas por pessoas de diferentes idades, movimentando uma indústria bilionária.

Ravena Monte, uma das mais assíduas frequentadoras das salas de exibição de cinemas no Cariri, revela que hoje não somente assiste filmes, mas aprendeu a apreciá-los. Ela afirma que teve grande influência do mediador das mais badaladas salas de exibição do cinema na região, Elvis Pinheiro.

«Depois do Cine Café, passei a frequentar as outras salas de exibição mediadas por Elvis, e confesso que são tão maravilhosas quanto. Saber o valor de um filme, se dedicar, se entregar de fato a ele, é uma tarefa que Elvis consegue exercer com todo aquele charme e irreverência, mesmo que às vezes tenha que ser rígido quanto a celulares e afins. Saiba de uma coisa: ele faz isso para o nosso bem, para o entendimento completo da obra de arte que, não à toa, ele exibe ali e com a certeza de que ele faz por prazer! Filme para mim passou a ser algo raro e caro, algo para ser escolhido a dedo, assim como livro de poesias.»

Não importa a idade nem o gênero escolhido, o cinema envolve pessoas das mais diferentes classes. Wendell Borges, tutor de um acervo cinematográfico que passa de três mil filmes, além de livros sobre cinema, revela que seu amor pela arte cinematográfica começou ainda na juventude, quando o seu pai comprou o primeiro vídeo cassete «na época a tecnologia do momento». Apaixonado pelo cinema utilizou da internet para aperfeiçoar os seus conhecimentos e através de seu blog pode conhecer cinematógrafos e pessoas envolvidas com o cinema em todo o Brasil.

«Foi através do blog também que conheci o Antônio Leão, um engenheiro cinéfilo de São Paulo que publicou o atualmente maior guia de cinema brasileiro. A internet também propiciou algumas conversas com o falecido diretor brasileiro Carlos Reichenbach, que me indicou alguns filmes bizarros e estranhos e me enviou links de torrents para alguns filmes difíceis de conseguir e também contatos com diretores de produções de horror nacionais, como é o caso do Kapel Furman e do simpático diretor de A Capital dos Mortos, e do também simpático crítico de cinema Rubens Ewald Filho. Além de colecionar filmes, coleciono também livros sobre Cinema. Os meus xodós são os livros Cinema Now, da Taschen, Cinefilia, de Antonie de Baecque, o já citado Dicionário de Filmes Brasileiros Longa Metragem, do Antônio Leão, A Significação no Cinema, de Christian Metz e o livro de entrevistas Hitchcok-Truffaut. Também gosto de um guia da Zahar editado por Ronald Bergan, que volta e meia consulto. Meu acervo de livros cresce mensalmente, já que volta e meia estou comprando mais exemplares».

É o amor pelo cinema, esse sentimento que leva milhões de pessoas a apreciar a arte cinematográfica, de forma que se envolvem a ponto de tornar parte de sua vida à admiração pela chamada «sétima arte». 
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Francisco Mário: estudante de Comunicação Social (Jornalismo) na Universidade Federal do Cariri, em Juazeiro do Norte-CE. Apaixonado pela produção cinematográfica.

Texto originalmente publicado na SÉTIMA: Revista de Cinema (edição 04, de 02 de outubro de 2013), que é distribuída gratuitamente na Região do Cariri cearense. A Revista Sétima é uma publicação do Grupo de Estudos Sétima de Cinema, que se reúne semanalmente no SESC de Juazeiro do Norte-CE.

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