terça-feira, 23 de setembro de 2014
II Encontro dos ex-alunos do IFCE (Juazeiro do Norte)
por Hudson Jorge
Parte I
Eu achei muito estranho o silêncio de Xico Fredson nos dois dias que antecederam o 2º encontro de ex-alunos da ETFCE/CEFET/IFCE (de Juazeiro do Norte). O bicho tinha feito tanto enxame choroso no Facebook nos últimos dois meses, no entanto, havia dois dias que calara o bico.
No dia do evento (20 de setembro de 2014), às 9h10, liguei para o celular dele. Só chamou. Liguei para o fixo. A pessoa que atende avisa que ele está dormindo. Insisto, dizendo dessa vez que era urgente. E de fato, era! O evento iria começar às 10h e o “cara de chibata” ainda tava dormindo.
Só ouvi quando a mãe dele, já conhecendo a peça, avisa para a pessoa que atendeu ao telefone: - Ele tá dormindo! Tu vai se meter à besta de acordá-lo?
- Mas, o rapaz disse que era urgente.
- Tá bom, tu quem sabe. Mas, bata na porta e saia correndo.
Dois minutos depois, Xico Fredson atende ao telefone com voz de ressaca: “Alô!”
- Ei meu fí! Acorda rapaz! Tu não vai não, é?
- Pra onde, ome?
- Como assim “pra onde”? Pro encontro de ex-alunos. Começa daqui a 50 minutos!
- Tô afim não, ó! To meio baqueado, tô com uma quase gripe, meio assim quase uma dor de garganta que afeta meu quadril. Acho que não vai dar dessa vez.
Não aguentei! Dei-lhe um racha! Daqueles rachas que um dono de armazém de grãos dá em chapeado sem razão alguma. Como seria possível, depois de todos aqueles apelos emotivos que mobilizaram dezenas de ex-alunos, Xico Fredson faltar àquele encontro? Sem noção mesmo!
- Acorda, cara de chibata! Até quando você vai ser assim!? Vá lavar esse rosto remelento, escove essa chapa e faça essa barba! Luís André vai passar por aí daqui a 30 minutos pra te levar.
- Mas, mas, mas... (do outro lado da linha, dava perceber que ele tentava argumentar com beiços trêmulos!)
- Mas, nada! André chegará aí em 29 minutos.
Desliguei o telefone e fiquei me perguntando se, para a conservação do meu estado físico, deveria ter falado daquela forma com um cara de um 1,90m. Agora era tarde.
Parte II
Tá certo. Relembrar é viver, já dizia um ditado popular. Mas, relembrar os momentos vividos na ETFCE UnED Juazeiro do Norte, andando pelos seus corredores novamente, para mim é algo quase que inenarrável! Acho que só quem estudou lá, principalmente na década de 90 do século passado, talvez, saiba o que quero dizer.
Algumas coisas mudaram, mas, na essência, tudo continua a mesma coisa. (HAHAHA me lembrei agora da velha música: “A mesma praça, o mesmo banco...”). O que mudou, mudou para melhor. O auditório, hoje em dia, parece uma nave interestelar. Não parece mais aquele velho galpão. Os laboratórios equipados! Sim, hoje em dia há recursos para a compra de diodos; as salas de aula agora são climatizadas, pois no tempo das chapinhas não se pode mais querer um ventilador tufão embaraçando cabelos lisos e encaracolados!
Ah sim! Velhos corredores! Quantas histórias os senhores nos contariam? Quantas angústias e alegrias juvenis têm aí gravados em suas memórias de concreto? Quantas?
Uma pequena parte dessas memórias foi relatada no horário da programação destinado para tal fim. Histórias alegres, histórias de superação; histórias de saudades; histórias de pessoas que já se foram, mas que deixaram suas marcas indeléveis em quem os conheceu: histórias de amigos! Sim, histórias de amigos.
Depois da recepção, do tour histórico e do momento revival, fomos agraciados com uma suculenta e deliciosa feijoada! Ainda tenho cá comigo que Reginaldo Farias não foi para esse evento por causa da carne de porco da feijoada! Perdeu, pleibói, perdeu mesmo!
Como ninguém sabia do paradeiro etílico de Ythallo Rodrigues, só nos restou mesmo ouvir de Barroso o relato fiel de quando o Gordim, tentando simular uma sobriedade, conseguiu esconder com perfeição um litro de Ypióca amarela num lugar entre a virilha e o umbigo! Ythallo tem o dom da mágica desde novinho, se tem.
Fomos brindados com uma belíssima apresentação da banda Dialogya, que tem no comando a ex-aluna e, segundo as próprias palavras dela, futura professora do então IFCE (ex-CEFET e sempre ETFCE), Adjanir Nascimento, relembrando os velhos tempos de MPBerro e Mostra Musical. Importante frisar: repertório inteiro de músicas autorais, cantado em bom português e com arranjos bem elaborados.
Como não podia deixar de ser, resgataram as velhas histórias de Aleide e a lenda do gerador. Só não conseguiram responder a velha pergunta: por onde andará Aleide? Por onde andará?
Agora, uma coisa me causou uma certa frustração: a feijoada não foi feita pelo Barroso! Foi encomendada a um bufê. Tava gostosa, mas não foi empregado ali o suor do Barrosão, e isso é uma pena, definitivamente.
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Alguns depoimentos do II Encontro de Egressos - ETFCE / CEFET Juazeiro do Norte:
Prof. Barroso:
Hudson Jorge:
Prof. Barroso e Chico Júnior (Cagece):
Para ver outros vídeos do evento, acesse o canal Chico Júnior Show no Youtube.
Fotos: Chico Júnior e Tibério César.
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Excelente texto, Hudson! Bem ao seu estilo: sério, sem deixar de ser engraçado! Traduziu exatamente o que nós, ex-alunos, gostaríamos de expressar sobre esse evento, que foi tão marcante quanto os muitos outros vivenciados naquela escola...
ResponderExcluirGrato, Adjanir!
ResponderExcluirAí é apenas uma pequena fagulha do que rolou naquele dia. Sempre falta mais. rsrs
:)
Muito bom o episódio de Ythalo! Saudades Pessoal! Damille
ResponderExcluirMaravilhoso teu texto Hudson... como sinto por não ter participado...nem tem como mensurar o tamanho do aperto no peito agora...
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