por Ravena Monte
Autodidata, ela afirma «aprender, não para repetir, mas para ir além», e por isso vai continuar fazendo cinema até o fim de sua vida. Determinação e boa pontaria são de suas características principais presentes em seus filmes. E falando neles, embora uma grande parte de sua produção seja de curtas-metragens, percebe-se o sangue dado nos longas-metragens. Elementos rotineiros (vistos por outra perspectiva) causam e arrancam do espectador variadas sensações corporais, de calafrios a suores e tremedeiras em cenas limpas, sem cortes ou com cortes secos. Em seus filmes o espectador acompanha os fatos em tempo real.
O cinema de Tata Amaral procura ver o lado mais fraco da corda, de forma positiva. A sociedade excluída dentro da sociedade excluída. Ela cria laços com o popular, com o povo classe média baixa, sem marginalizá-los de modo preconceituoso como é tão comum em outras cinematografias.
Assistir Tata Amaral é ter estômago e bom gosto para saber lidar com a realidade tão claramente e inteligentemente exposta nos seus fotogramas. Ela reúne verdade e reflexão, estejam em nove ou noventa minutos de intensas cenas, intensas emoções e intenso pensar. Trazer à tona a realidade da sociedade, do nosso povo, de nossas religiões, isso ela tira de letra.
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Ravena Monte é formada em Letras, poeta, produtora cultural e mais um monte de coisa.
Texto originalmente publicado na SÉTIMA: Revista de Cinema (edição 05, de 09 de outubro de 2013), que é distribuída gratuitamente na Região do Cariri cearense. A Revista Sétima é uma publicação do Grupo de Estudos Sétima de Cinema, que se reúne semanalmente no SESC de Juazeiro do Norte-CE.
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