Centenário de Juazeiro do Norte # 18
Arquivo Cariri # 03
Hoje destacamos um dos grandes nomes da cultura popular juazeirense. Falamos de Manoel Antonio da Silva, o Mestre Bigode, à frente do seu grupo de Maneiro-pau desde 1942.
Em 2004, juntamente com outros expoentes da cultura cearense, o Mestre Bigode recebeu da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará o diploma de "Mestre da Cultura Popular".
Apresentamos dois vídeos com o grupo de Mestre Bigode: o primeiro com a participação do Maneiro-pau no Programa Brasil Legal, da Rede Globo, em meados de 1998; o segundo no Projeto Música do Povo, em Caririaçu-CE.
sábado, 30 de abril de 2011
A canção que Roberto Carlos não gravou...
...até porque ela não foi feita.
Hoje é o último dia de abril e aproveito para destacar duas datas do mês que não mencionamos neste blog: 1) 19 de abril: 70 anos de Roberto Carlos — fato que teve grande repercussão na mídia brasileira; 2) 13 de abril: dia em que Sérgio Sampaio, se estivesse vivo (faleceu em 1994), completaria 63 anos de idade — fato que passou batido pela mídia brasileira.
Datas, portanto, referentes a dois cantores e compositores brasileiros: coincidentemente, dois capixabas de Cachoeiro de Itapemirim. Roberto Carlos é hoje uma das figuras mais conhecidas do Brasil, até por isso todo o noticiário destacou seu aniversário de 70 anos; enquanto o genial Sérgio Sampaio sempre foi considerado um "maldito da MPB", sempre avesso aos protocolos estabelecidos pela fama, tendo seus discos conhecidos apenas por fãs e por interessados em vasculhar a história da música popular brasileira.
Por curiosidade, quero citar um fato que aproxima — e ao mesmo tempo distancia, você entenderá por quê — esses dois cachoeirenses. Escrevo muitas passagens baseado nos relatos de Rodrigo Moreira, autor da biografia de Sérgio Sampaio (Eu quero é botar meu bloco na rua, Editora Muiraquitã, 2000).
Sérgio Sampaio virou sucesso nacional no FIC 72 (Festival Internacional da Canção) com a composição "Eu quero é botar meu bloco na rua" que, embora não saindo vencedora, virou o grande sucesso do Brasil naquele ano. Em tempo: o Festival foi vencido por "Fio Maravilha", de Jorge Ben, na voz de Maria Alcina; e "Diálogo", de Baden Powell e Paulo César Pinheiro, interpretada por Tobias e Márcia.
Conquistado o sucesso repentino, Sérgio Sampaio deixou, de uma hora pra outra, de ser um artista pobre e desconhecido para virar figurinha fácil na mídia, sendo requisitado por gravadoras e por cantores que queriam conhecer suas novas composições.
Em meio a tudo isso, chega até Sampaio um bilhete de um assessor de Roberto Carlos (nome já consagrado na música brasileira à época), solicitando uma composição "nos moldes do 'Bloco'", para que o "rei" pudesse gravar. De repente, Sérgio Sampaio estava diante da possibilidade de realizar seu sonho como compositor: ter uma composição gravada pelo seu ídolo de juventude, o conterrâneo Roberto Carlos.
Começava mais uma batalha de Sérgio Sampaio consigo mesmo, pois a fama e a agenda lotada já estava o incomodando bastante, além da cobrança para que ele escrevesse novos hits do tipo "Eu quero é botar meu bloco na rua". Em meio a essa turbulência e tentando se aproximar esteticamente de uma composição que agradasse ao Roberto Carlos que vivia uma nova fase — deixara de ser o 'Rei do Iê-Iê-Iê' dos anos 60 para se transformar no mais famoso cantor de música romântica do país —, Sérgio Sampaio acabou não conseguindo compor a "canção encomendada".
Mas para a tentativa não se dar por perdida, Sérgio Sampaio acabou compondo uma canção que relata toda essa angústia e incapacidade de ouvir uma música sua gravada pelo antigo ídolo. O resultado foi a composição "Meu pobre blues", gravada por Sérgio Sampaio em compacto do ano de 1974. Na letra e na melodia, citações da obra de Roberto Carlos ("Detalhes", "Como 2 e 2", entre outras).
Logo abaixo, a letra de "Meu pobre blues" e a gravação feita por Zizi Possi — incluída no seu álbum de estreia, Flor do mal, de 1978, e no álbum-tributo ao "maldito cahoeirense", Balaio do Sampaio, de 1998. As aflições, teimosias e ironias dos versos corrosivos de Sampaio:
Meu pobre blues
(Sérgio Sampaio)
Meu amigo, um dia eu ouvi maravilhado
no radinho do meu vizinho seu rockzinho antigo
foi como se alguma bomba houvesse explodido no ar
todo o povo brasileiro nunca mais deixou de dançar
e desde aquele instante eu nunca mais parei de tentar
mostrar meu blues pra você cantar.
Foi inútil! Juro que tentei compor
uma canção de amor
mas tudo pareceu tão fútil...
E agora que esses detalhes
estão pequenos demais
até o nosso calhambeque não te reconhece mais
eu trouxe um novo blues
com cheiro de uns dez anos atrás
que penso ouvir você cantar.
Mesmo que as mesmas portas
estejam fechadas
eu pretendo entrar
mesmo que minha mulher depois de me escutar
ainda insista que você não vai gostar
mesmo que o gerente, o assistente ou o inteligente
ainda não me queira acreditar
vou fingir que tudo isso não é nada
e que um dia ainda em plena praça
eu posso lhe encontrar.
Blues tão rico, só que não esconde mais
que o meu pobre coração
está ficando um tanto quanto aflito
pois deve tá pintando o tempo
em que você começa a gravar
no seu próximo disco
eu queria tanto ouvi-lo tanto cantar
eu não preciso de sucesso
eu só queria ouvi-lo cantar
meu pobre blues e nada mais
É tão simples...
Hoje é o último dia de abril e aproveito para destacar duas datas do mês que não mencionamos neste blog: 1) 19 de abril: 70 anos de Roberto Carlos — fato que teve grande repercussão na mídia brasileira; 2) 13 de abril: dia em que Sérgio Sampaio, se estivesse vivo (faleceu em 1994), completaria 63 anos de idade — fato que passou batido pela mídia brasileira.
Datas, portanto, referentes a dois cantores e compositores brasileiros: coincidentemente, dois capixabas de Cachoeiro de Itapemirim. Roberto Carlos é hoje uma das figuras mais conhecidas do Brasil, até por isso todo o noticiário destacou seu aniversário de 70 anos; enquanto o genial Sérgio Sampaio sempre foi considerado um "maldito da MPB", sempre avesso aos protocolos estabelecidos pela fama, tendo seus discos conhecidos apenas por fãs e por interessados em vasculhar a história da música popular brasileira.
Por curiosidade, quero citar um fato que aproxima — e ao mesmo tempo distancia, você entenderá por quê — esses dois cachoeirenses. Escrevo muitas passagens baseado nos relatos de Rodrigo Moreira, autor da biografia de Sérgio Sampaio (Eu quero é botar meu bloco na rua, Editora Muiraquitã, 2000).
Sérgio Sampaio virou sucesso nacional no FIC 72 (Festival Internacional da Canção) com a composição "Eu quero é botar meu bloco na rua" que, embora não saindo vencedora, virou o grande sucesso do Brasil naquele ano. Em tempo: o Festival foi vencido por "Fio Maravilha", de Jorge Ben, na voz de Maria Alcina; e "Diálogo", de Baden Powell e Paulo César Pinheiro, interpretada por Tobias e Márcia.
Conquistado o sucesso repentino, Sérgio Sampaio deixou, de uma hora pra outra, de ser um artista pobre e desconhecido para virar figurinha fácil na mídia, sendo requisitado por gravadoras e por cantores que queriam conhecer suas novas composições.
Em meio a tudo isso, chega até Sampaio um bilhete de um assessor de Roberto Carlos (nome já consagrado na música brasileira à época), solicitando uma composição "nos moldes do 'Bloco'", para que o "rei" pudesse gravar. De repente, Sérgio Sampaio estava diante da possibilidade de realizar seu sonho como compositor: ter uma composição gravada pelo seu ídolo de juventude, o conterrâneo Roberto Carlos.
Começava mais uma batalha de Sérgio Sampaio consigo mesmo, pois a fama e a agenda lotada já estava o incomodando bastante, além da cobrança para que ele escrevesse novos hits do tipo "Eu quero é botar meu bloco na rua". Em meio a essa turbulência e tentando se aproximar esteticamente de uma composição que agradasse ao Roberto Carlos que vivia uma nova fase — deixara de ser o 'Rei do Iê-Iê-Iê' dos anos 60 para se transformar no mais famoso cantor de música romântica do país —, Sérgio Sampaio acabou não conseguindo compor a "canção encomendada".
Mas para a tentativa não se dar por perdida, Sérgio Sampaio acabou compondo uma canção que relata toda essa angústia e incapacidade de ouvir uma música sua gravada pelo antigo ídolo. O resultado foi a composição "Meu pobre blues", gravada por Sérgio Sampaio em compacto do ano de 1974. Na letra e na melodia, citações da obra de Roberto Carlos ("Detalhes", "Como 2 e 2", entre outras).
Logo abaixo, a letra de "Meu pobre blues" e a gravação feita por Zizi Possi — incluída no seu álbum de estreia, Flor do mal, de 1978, e no álbum-tributo ao "maldito cahoeirense", Balaio do Sampaio, de 1998. As aflições, teimosias e ironias dos versos corrosivos de Sampaio:
Meu pobre blues
(Sérgio Sampaio)
Meu amigo, um dia eu ouvi maravilhado
no radinho do meu vizinho seu rockzinho antigo
foi como se alguma bomba houvesse explodido no ar
todo o povo brasileiro nunca mais deixou de dançar
e desde aquele instante eu nunca mais parei de tentar
mostrar meu blues pra você cantar.
Foi inútil! Juro que tentei compor
uma canção de amor
mas tudo pareceu tão fútil...
E agora que esses detalhes
estão pequenos demais
até o nosso calhambeque não te reconhece mais
eu trouxe um novo blues
com cheiro de uns dez anos atrás
que penso ouvir você cantar.
Mesmo que as mesmas portas
estejam fechadas
eu pretendo entrar
mesmo que minha mulher depois de me escutar
ainda insista que você não vai gostar
mesmo que o gerente, o assistente ou o inteligente
ainda não me queira acreditar
vou fingir que tudo isso não é nada
e que um dia ainda em plena praça
eu posso lhe encontrar.
Blues tão rico, só que não esconde mais
que o meu pobre coração
está ficando um tanto quanto aflito
pois deve tá pintando o tempo
em que você começa a gravar
no seu próximo disco
eu queria tanto ouvi-lo tanto cantar
eu não preciso de sucesso
eu só queria ouvi-lo cantar
meu pobre blues e nada mais
É tão simples...
sexta-feira, 29 de abril de 2011
Karimai e a pintura do Horto
Centenário de Juazeiro do Norte # 17
Arquivo Cariri # 02
Hoje (29 de abril de 2011) acontecerá, no CCBNB Cariri, a abertura da exposição Fragmentos amostra, que já destacamos em outra postagem (para ler, clique aqui) e homenageia o artista plástico Luis Karimai.
Para enfatizar ainda mais a ligação da vida e obra de Karimai com a cidade de Juazeiro do Norte, recorremos à obra que o artista, falecido no ano passado, considerava como seu mais belo trabalho. "Horto", que levou seis meses para ser concluída, destaca o colorido das casas em meio à natureza da serra e, principalmente, a imagem de um povo que vive a fé e a esperança de dias melhores junto aos espaços percorridos pelo Padre Cícero.
O olhar do artista e seu pincel retratam nitidamente o povo simples (crianças, donas de casa, velhos) da rua do Horto — numa visada do baixo para o alto — valorizando a subida, o caminho (tortuoso e de pedras) percorrido por essa gente, mirando um horizonte que destaca o infinito da natureza e a liberdade dos pássaros.
Este quadro tocou a sensibilidade e o imaginário de juazeirenses e visitantes da cidade que, ao frequentarem a sede da Telemar (ou partindo para tempos mais antigos: da Teleceará), verificavam a maestria de um grande artista, profundo conhecedor de procedimentos estéticos e da tradição mística "da gente humilde" e trabalhadora de Juazeiro do Norte.
Arquivo Cariri # 02
Hoje (29 de abril de 2011) acontecerá, no CCBNB Cariri, a abertura da exposição Fragmentos amostra, que já destacamos em outra postagem (para ler, clique aqui) e homenageia o artista plástico Luis Karimai.
Para enfatizar ainda mais a ligação da vida e obra de Karimai com a cidade de Juazeiro do Norte, recorremos à obra que o artista, falecido no ano passado, considerava como seu mais belo trabalho. "Horto", que levou seis meses para ser concluída, destaca o colorido das casas em meio à natureza da serra e, principalmente, a imagem de um povo que vive a fé e a esperança de dias melhores junto aos espaços percorridos pelo Padre Cícero.
O olhar do artista e seu pincel retratam nitidamente o povo simples (crianças, donas de casa, velhos) da rua do Horto — numa visada do baixo para o alto — valorizando a subida, o caminho (tortuoso e de pedras) percorrido por essa gente, mirando um horizonte que destaca o infinito da natureza e a liberdade dos pássaros.
Este quadro tocou a sensibilidade e o imaginário de juazeirenses e visitantes da cidade que, ao frequentarem a sede da Telemar (ou partindo para tempos mais antigos: da Teleceará), verificavam a maestria de um grande artista, profundo conhecedor de procedimentos estéticos e da tradição mística "da gente humilde" e trabalhadora de Juazeiro do Norte.
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Narrativa sobre a morte do Padre Cícero
Centenário de Juazeiro do Norte # 16
Ponto de fuga # 05
De Juazeiro do Norte, cidade que está prestes a completar cem anos de existência, conhecemos parte da história de seu fundador, o Padre Cicero, através de cordéis, romances, peças teatrais e minisséries feitas pela Rede Globo (até onde me lembre e tenha visto).
Vasculhando a grande rede, encontrei trecho de um vídeo feito pelo escritor Daniel Walker para a videoteca Juaonline, com o título "A morte de Padre Cícero contada por Assunção Gonçalves". Achei apropriado levar ao conhecimento do nosso leitor o vídeo, porque como disse no começo do texto: conhecemos parte da história do Pe. Cícero em vários formatos. Agora acrescente-se mais um, o que segue abaixo:
Vale apena conferir o blog do escritor Daniel Walker, que traz o Juazeiro do Norte em foco: http://www.blogdojuaonline.blogspot.com, bem como o endereço http://www.juaonline.info.
Ponto de fuga # 05
De Juazeiro do Norte, cidade que está prestes a completar cem anos de existência, conhecemos parte da história de seu fundador, o Padre Cicero, através de cordéis, romances, peças teatrais e minisséries feitas pela Rede Globo (até onde me lembre e tenha visto).
Vasculhando a grande rede, encontrei trecho de um vídeo feito pelo escritor Daniel Walker para a videoteca Juaonline, com o título "A morte de Padre Cícero contada por Assunção Gonçalves". Achei apropriado levar ao conhecimento do nosso leitor o vídeo, porque como disse no começo do texto: conhecemos parte da história do Pe. Cícero em vários formatos. Agora acrescente-se mais um, o que segue abaixo:
Vale apena conferir o blog do escritor Daniel Walker, que traz o Juazeiro do Norte em foco: http://www.blogdojuaonline.blogspot.com, bem como o endereço http://www.juaonline.info.
A paciência de monge do torcedor de futebol
Recentemente, o programa Bate-Bola da ESPN Brasil resgatou dos seus arquivos uma entrevista coletiva de 2003, na qual dirigentes do Flamengo anunciam o novo treinador do clube.
Após o Vassoura, diretor do clube na época, anunciar que o treinador seria Waldemar Lemos, alguns torcedores presentes receberam com entusiasmo a informação...
Após o Vassoura, diretor do clube na época, anunciar que o treinador seria Waldemar Lemos, alguns torcedores presentes receberam com entusiasmo a informação...
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Exposição destaca vida e obra de Luis Karimai
Centenário de Juazeiro do Norte # 15
Em meio às comemorações do centenário de Juazeiro do Norte, o Centro Cultural Banco do Nordeste homenageará um dos grandes artistas que já pousaram em solo caririense.
Luis Karimai, paulista de nascença, radicado em Juazeiro desde o final dos anos 70 e falecido no ano passado, recebe uma justa homenagem com a exposição Fragmentos amostra. Será uma oportunidade para os caririenses terem contato com um pouco da vida e obra desse artista singular, que não apenas produziu arte como também ensinou fundamentos estéticos e procurou valorizar e divulgar os artistas de Juazeiro do Norte.
A exposição — que conta com a curadoria e organização de Reginaldo Farias, nosso companheiro berrista, artista e amigo de Karimai de longa data — terá abertura na próxima sexta-feira, dia 29 de abril, a partir das 18h, no Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri.
Um dos destaques da exposição é a exibição de vídeos (produzidos pelo trio Ythallo Rodrigues, Daniel Batata e Reginaldo Farias) com depoimentos de artistas, amigos e familiares de Karimai, relatando o que ficou da experiência de convivência com o artista que mantinha vida e obra em constante harmonia.
Em breve, ainda durante as postagens do Centenário, voltaremos a falar sobre a obra de Luis Karimai. Por ora, a dica é ir à abertura da exposição na sexta-feira e conferir uma entrevista feita pelo Berro, no ano 2000, com Luis Karimai e Petrônio Alencar, clicando aqui.
Exposição Karimai - fragmentos amostra
Abertura: dia 29 de abril (sexta-feira), às 18h
3º andar do Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri
Juazeiro do Norte-CE
Entrada gratuita.
.
Em meio às comemorações do centenário de Juazeiro do Norte, o Centro Cultural Banco do Nordeste homenageará um dos grandes artistas que já pousaram em solo caririense.
Luis Karimai, paulista de nascença, radicado em Juazeiro desde o final dos anos 70 e falecido no ano passado, recebe uma justa homenagem com a exposição Fragmentos amostra. Será uma oportunidade para os caririenses terem contato com um pouco da vida e obra desse artista singular, que não apenas produziu arte como também ensinou fundamentos estéticos e procurou valorizar e divulgar os artistas de Juazeiro do Norte.
A exposição — que conta com a curadoria e organização de Reginaldo Farias, nosso companheiro berrista, artista e amigo de Karimai de longa data — terá abertura na próxima sexta-feira, dia 29 de abril, a partir das 18h, no Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri.
Um dos destaques da exposição é a exibição de vídeos (produzidos pelo trio Ythallo Rodrigues, Daniel Batata e Reginaldo Farias) com depoimentos de artistas, amigos e familiares de Karimai, relatando o que ficou da experiência de convivência com o artista que mantinha vida e obra em constante harmonia.
Em breve, ainda durante as postagens do Centenário, voltaremos a falar sobre a obra de Luis Karimai. Por ora, a dica é ir à abertura da exposição na sexta-feira e conferir uma entrevista feita pelo Berro, no ano 2000, com Luis Karimai e Petrônio Alencar, clicando aqui.
Exposição Karimai - fragmentos amostra
Abertura: dia 29 de abril (sexta-feira), às 18h
3º andar do Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri
Juazeiro do Norte-CE
Entrada gratuita.
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16 anos sem Raphael Rabello
Nossa pequena homenagem ao grande violonista Raphael Rabello. Há 16 anos, no dia 27 de abril de 1995, com apenas 32 anos de idade, falecia um dos maiores violonistas do mundo.
Vídeos de apresentações de Rabello e o áudio de "Retrato em branco e preto", do disco Todos os tons, de 1992.
Vídeos de apresentações de Rabello e o áudio de "Retrato em branco e preto", do disco Todos os tons, de 1992.
Grifo nosso # 15
"Imagino, sobre a essência da Poesia, que ela tenha, de acordo com as diversas naturezas dos espíritos, valor nulo ou importância infinita: o que a assimila ao próprio Deus."
____
Paul Valéry, em Variedades (Editora Iluminuras, 1999).
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Paul Valéry, em Variedades (Editora Iluminuras, 1999).
terça-feira, 26 de abril de 2011
Centro Cultural Banco do Nordeste-Cariri comemora cinco anos
Centenário de Juazeiro do Norte # 14
O Centro Cultural Banco do Nordeste-Cariri comemora nos meses de abril e maio cinco anos de existência, valorizando os artistas e grupos caririenses. Durante o mês de abril está sendo realizada uma série de eventos comemorativos, abrangendo as diversas áreas artísticas (artes cênicas, música, artes visuais e cinema).
Essas comemorações acabam, de certa forma, compondo as comemorações do centenário de Juazeiro do Norte, cidade onde está instalada a sede do Centro Cultural.
Como destaque das últimas semanas que fazem parte da programação especial, é possível acompanhar as exibições do CineCafé — que tem a mediação de Elvis Pinheiro e curadoria de Ythallo Rodrigues —, que traz filmes em longa e curtametragem que foram produzidos por caririenses ou na região do Cariri.
A programação musical, da mesma forma como aconteceu com as artes cênicas, traz espetáculos e/ou artistas que já passaram pelo Centro Cultural nos últimos cinco anos.
Nas artes virtuais teremos, no próximo dia 29 de abril, a inauguração do espaço “Juazeiro 100 anos”, que trará a exposição “Karimai, fragmentos amostra”: uma homenagem a esse artista que fixou morada em Juazeiro do Norte ainda na década de 1970, falecido no ano passado.
O CCBNB Cariri firmou-se no Cariri há cinco anos, trazendo para os artistas, e principalmente para o público, uma nova esperança no tocante à educação cultural e entretenimento de qualidade, realizando em sua sede, e em várias cidades da região do Cariri, centenas de eventos.
É notável os benefícios da atuação do Centro Cultural no Cariri, proporcionando a profissionalização de artistas e produtores culturais; agregando valor aos trabalhos desenvolvidos por esses profissionais da cultura; gerando renda e trazendo novas perspectivas. Além disso, a população passou a ter uma série de atividades culturais, oferecidas gratuitamente, como espetáculos, shows, atividades literárias, cinema, eventos da tradição cultural; além de oficinas e cursos, podendo-se encontrar uma programação diversificada e ter acesso aos livros e filmes da biblioteca física, além de acesso gratuito à internet na biblioteca virtual.
Para ver a programação desta semana, clique aqui ou aqui.
O Centro Cultural Banco do Nordeste-Cariri comemora nos meses de abril e maio cinco anos de existência, valorizando os artistas e grupos caririenses. Durante o mês de abril está sendo realizada uma série de eventos comemorativos, abrangendo as diversas áreas artísticas (artes cênicas, música, artes visuais e cinema).
Essas comemorações acabam, de certa forma, compondo as comemorações do centenário de Juazeiro do Norte, cidade onde está instalada a sede do Centro Cultural.
Como destaque das últimas semanas que fazem parte da programação especial, é possível acompanhar as exibições do CineCafé — que tem a mediação de Elvis Pinheiro e curadoria de Ythallo Rodrigues —, que traz filmes em longa e curtametragem que foram produzidos por caririenses ou na região do Cariri.
A programação musical, da mesma forma como aconteceu com as artes cênicas, traz espetáculos e/ou artistas que já passaram pelo Centro Cultural nos últimos cinco anos.
Nas artes virtuais teremos, no próximo dia 29 de abril, a inauguração do espaço “Juazeiro 100 anos”, que trará a exposição “Karimai, fragmentos amostra”: uma homenagem a esse artista que fixou morada em Juazeiro do Norte ainda na década de 1970, falecido no ano passado.
O CCBNB Cariri firmou-se no Cariri há cinco anos, trazendo para os artistas, e principalmente para o público, uma nova esperança no tocante à educação cultural e entretenimento de qualidade, realizando em sua sede, e em várias cidades da região do Cariri, centenas de eventos.
É notável os benefícios da atuação do Centro Cultural no Cariri, proporcionando a profissionalização de artistas e produtores culturais; agregando valor aos trabalhos desenvolvidos por esses profissionais da cultura; gerando renda e trazendo novas perspectivas. Além disso, a população passou a ter uma série de atividades culturais, oferecidas gratuitamente, como espetáculos, shows, atividades literárias, cinema, eventos da tradição cultural; além de oficinas e cursos, podendo-se encontrar uma programação diversificada e ter acesso aos livros e filmes da biblioteca física, além de acesso gratuito à internet na biblioteca virtual.
Para ver a programação desta semana, clique aqui ou aqui.
Programação do Cine Cariri Shopping - de 29/04 a 05/05/2011
Cine I: Rio
(Rio, 2011)
Horários: 14h, 16h10 e 18h20
Origem: EUA
Gênero: Animação
Classif.: Livre
Duração: 96 min.
Distribuidora: 20th Century Fox
Lanç. Nacional: 08/04/2011
Sinopse: Situado na magnífica cidade do Rio de Janeiro e nas florestas exuberantes do Brasil, a aventura-comédia conta a história de Blu, uma arara azul rara que pensa que é a última de sua espécie. Quando Blu descobre que há uma outra ele deixa o conforto de sua gaiola em uma pequena cidade de Minnesota e vai para o Rio de Janeiro.
Elenco: Vozes de: Anne Hathaway, Rodrigo Santoro, George Lopez, Jake T. Austin, Carlos Ponce, Kate del Castillo, Bernardo de Paula
Roteiro: Don Rhymer
Produção: Bruce Anderson, John C. Donkin
Direção: Carlos Saldanha
Trailer:
Cine I: Sexo sem compromisso
(No Strings Attached, 2011)
Horários: 20h30
Origem: EUA
Gênero: Comédia, Romance
Classif.: 14 anos
Duração: 108 min.
Distribuidora: Paramount Pictures
Lanç. Nacional: 18/03/2011
Sinopse: Emma (Portman) e Adam (Kutcher) são amigos de longa data que quase estragam tudo transando numa manhã. Para protegerem sua amizade, eles fazem um pacto para manter seu relacionamento estritamente "sem qualquer ligação". "Sem ligação" significa sem ciúmes, sem esperanças, sem brigas, sem flores, sem voz de bebê. Isto significa que eles podem fazer o que quiserem, quando quiserem e em qualquer lugar público que quisere, desde que não se apaixonem. As perguntas então aparecem - Será que você pode somente transar sem que o amor atrapalhe? E será que a amizade deles irá sobreviver?
Elenco: Natalie Portman, Ashton Kutcher, Cary Elwes, Lake Bell, Kevin Kline, Olivia Thirlby, Greta Gerwig, Mindy Kaling
Roteiro: Elizabeth Meriwether
Produção Executiva: Gary Barber, Roger Birnbaum, Jon Glickman, Jonathan Glickman, Gerald D. Moon, Tom Pollock, Natalie Portman
Produção: Jeffrey Clifford, Joe Medjuck, Ivan Reitman
Direção: Ivan Reitman
Trailer:
Cine II: Thor
(Thor, dublado, 2011)
Horários: 15h40, 18h e 20h20
Origem: EUA
Gênero: Aventura
Classif.: 10 anos
Duração: 114 min.
Distribuidora: Paramount Pictures
Lanç. Nacional: 29/04/2011
Sinopse: Thor (Chris Hemsworth) é um poderoso guerreiro cujas ações imprudentes faz reacender uma guerra antiga. Thor é enviado à Terra por seu pai Odin (Anthony Hopkins) e é forçado a viver entre os humanos. Um jovem bela cientista, Jane Foster (Natalie Portman), tem um efeito profundo sobre Thor, já que ela finalmente se torna seu primeiro amor. É aqui na Terra que Thor aprende o que é preciso para ser um verdadeiro herói, quando o vilão mais perigoso de seu mundo envia as forças mais sombrias de Asgard para invadir a Terra.
Elenco: Chris Hemsworth, Natalie Portman, Kat Dennings, Anthony Hopkins, Idris Elba, Stellan Skarsgård, Ray Stevenson
Roteiro: Ashley Miller, Don Payne, Mark Protosevich, Zack Stentz
Produção Executiva: Louis D´Esposito, Stan Lee, Patricia Whitcher
Produção: Kevin Feige
Direção: Kenneth Branagh
Trailer:
______
Preço do ingresso (+ pipoca):
Segunda, Terça e Sexta: Inteira: R$8,00 / Meia: R$4,00
Quarta e Quinta: Inteira: R$6,00 /Meia: R$3,00
Mais dicas de filmes ou programação de outros cinemas:
http://www.orientcinemas.com.br/programacao
(Rio, 2011)
Horários: 14h, 16h10 e 18h20
Origem: EUA
Gênero: Animação
Classif.: Livre
Duração: 96 min.
Distribuidora: 20th Century Fox
Lanç. Nacional: 08/04/2011
Sinopse: Situado na magnífica cidade do Rio de Janeiro e nas florestas exuberantes do Brasil, a aventura-comédia conta a história de Blu, uma arara azul rara que pensa que é a última de sua espécie. Quando Blu descobre que há uma outra ele deixa o conforto de sua gaiola em uma pequena cidade de Minnesota e vai para o Rio de Janeiro.
Elenco: Vozes de: Anne Hathaway, Rodrigo Santoro, George Lopez, Jake T. Austin, Carlos Ponce, Kate del Castillo, Bernardo de Paula
Roteiro: Don Rhymer
Produção: Bruce Anderson, John C. Donkin
Direção: Carlos Saldanha
Trailer:
Cine I: Sexo sem compromisso
(No Strings Attached, 2011)
Horários: 20h30
Origem: EUA
Gênero: Comédia, Romance
Classif.: 14 anos
Duração: 108 min.
Distribuidora: Paramount Pictures
Lanç. Nacional: 18/03/2011
Sinopse: Emma (Portman) e Adam (Kutcher) são amigos de longa data que quase estragam tudo transando numa manhã. Para protegerem sua amizade, eles fazem um pacto para manter seu relacionamento estritamente "sem qualquer ligação". "Sem ligação" significa sem ciúmes, sem esperanças, sem brigas, sem flores, sem voz de bebê. Isto significa que eles podem fazer o que quiserem, quando quiserem e em qualquer lugar público que quisere, desde que não se apaixonem. As perguntas então aparecem - Será que você pode somente transar sem que o amor atrapalhe? E será que a amizade deles irá sobreviver?
Elenco: Natalie Portman, Ashton Kutcher, Cary Elwes, Lake Bell, Kevin Kline, Olivia Thirlby, Greta Gerwig, Mindy Kaling
Roteiro: Elizabeth Meriwether
Produção Executiva: Gary Barber, Roger Birnbaum, Jon Glickman, Jonathan Glickman, Gerald D. Moon, Tom Pollock, Natalie Portman
Produção: Jeffrey Clifford, Joe Medjuck, Ivan Reitman
Direção: Ivan Reitman
Trailer:
Cine II: Thor
(Thor, dublado, 2011)
Horários: 15h40, 18h e 20h20
Origem: EUA
Gênero: Aventura
Classif.: 10 anos
Duração: 114 min.
Distribuidora: Paramount Pictures
Lanç. Nacional: 29/04/2011
Sinopse: Thor (Chris Hemsworth) é um poderoso guerreiro cujas ações imprudentes faz reacender uma guerra antiga. Thor é enviado à Terra por seu pai Odin (Anthony Hopkins) e é forçado a viver entre os humanos. Um jovem bela cientista, Jane Foster (Natalie Portman), tem um efeito profundo sobre Thor, já que ela finalmente se torna seu primeiro amor. É aqui na Terra que Thor aprende o que é preciso para ser um verdadeiro herói, quando o vilão mais perigoso de seu mundo envia as forças mais sombrias de Asgard para invadir a Terra.
Elenco: Chris Hemsworth, Natalie Portman, Kat Dennings, Anthony Hopkins, Idris Elba, Stellan Skarsgård, Ray Stevenson
Roteiro: Ashley Miller, Don Payne, Mark Protosevich, Zack Stentz
Produção Executiva: Louis D´Esposito, Stan Lee, Patricia Whitcher
Produção: Kevin Feige
Direção: Kenneth Branagh
Trailer:
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Preço do ingresso (+ pipoca):
Segunda, Terça e Sexta: Inteira: R$8,00 / Meia: R$4,00
Quarta e Quinta: Inteira: R$6,00 /Meia: R$3,00
Mais dicas de filmes ou programação de outros cinemas:
http://www.orientcinemas.com.br/programacao
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Juazeiro: sonho e realidade do Padre Cícero
Centenário de Juazeiro do Norte # 13
Ponto de fuga # 04
Na empreitada em que nos lançamos sobre o centenário desta cidade, reclamamos das obras inacabadas; do verdadeiro esgoto que esta cidade vem se tornando; mostramos um pouco do Juazeiro cantado e de uma passagem de sua história. A jornada está apenas no início e há muito a se mostrar.
Tem um fato que me chama muito a atenção: é que Juazeiro, apesar de tantos problemas (que também estão sendo/serão mostrados) tem uma curiosidade na sua origem, na sua fundação. Juazeiro do Norte é uma das poucas cidades "sonhadas". Verdade ou não, esse sonho foi fonte de misticismo, crenças, especulações e de pesquisas que, ao longo desses cem anos, transformaram Juazeiro em uma das cidades que mais cresce no Brasil.
Daniel Walker, um dos pesquisadores mais centrados e também o mais próximo de nossa turma d'O Berro, é a fonte que sempre buscamos quando queremos encontrar um norte para aprofundarmos nossos estudos e pesquisas. E é dele o texto que indico agora para que nossos textos futuros sobre a história do Juazeiro possam ser melhor entendidos:
Link: Padre Cícero e os Novos Estudos (Daniel Walker)
Ponto de fuga # 04
Na empreitada em que nos lançamos sobre o centenário desta cidade, reclamamos das obras inacabadas; do verdadeiro esgoto que esta cidade vem se tornando; mostramos um pouco do Juazeiro cantado e de uma passagem de sua história. A jornada está apenas no início e há muito a se mostrar.
Tem um fato que me chama muito a atenção: é que Juazeiro, apesar de tantos problemas (que também estão sendo/serão mostrados) tem uma curiosidade na sua origem, na sua fundação. Juazeiro do Norte é uma das poucas cidades "sonhadas". Verdade ou não, esse sonho foi fonte de misticismo, crenças, especulações e de pesquisas que, ao longo desses cem anos, transformaram Juazeiro em uma das cidades que mais cresce no Brasil.
Daniel Walker, um dos pesquisadores mais centrados e também o mais próximo de nossa turma d'O Berro, é a fonte que sempre buscamos quando queremos encontrar um norte para aprofundarmos nossos estudos e pesquisas. E é dele o texto que indico agora para que nossos textos futuros sobre a história do Juazeiro possam ser melhor entendidos:
Link: Padre Cícero e os Novos Estudos (Daniel Walker)
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Ponto de fuga
Shows musicais nos 5 anos do CCBNB
Shows musicais - 5 anos do CCBNB Cariri
26/04, terça, 18h30: Os Peleja; Família Linard
27/04, quarta, 18h30: Morfin 8; Glory Fate
28/04, quinta, 18h30: Silvio Granjeiro; Geraldo Junior
29/04, sexta, 19h: Abidoral Jamacaru, João do Crato, Salatiel e Zabumbeiros Cariris
30/04, sábado, 20h: Cleivan Paiva e Dihelson Mendonça
No Centro Cultural Banco do Nordeste de Juazeiro do Norte-CE
Entrada franca
+ info: 3512.2855.
Coelhinho, se eu fosse como tu...
"Nunca vi coêlho pôr ovo! kkkkkkkkkkk"
A Páscoa já passou, mas o tipo de comentário acima, divulgado por um dos meus contatos no msn, me chamou a atenção. Primeiro pelo “rodapé”; segundo pela semântica.
Segundo o Houaiss, "pôr" — entre tantos outros significados: bitransitivo 4 (sXIII) fazer (algo), deslocar-se para (algum lugar), transportando-o com as mãos, garras, bico etc., ou com auxílio de mecanismo, como um robô, um guindaste etc.; colocar, depositar.
Dentro dessa óptica, o coelho (sem acento) pode sair por aí pondo seus ovos; e não precisa ser biólogo ou veterinário pra saber que o mesmo não pode ser feito pelas coelhas.
A Páscoa já passou, mas o tipo de comentário acima, divulgado por um dos meus contatos no msn, me chamou a atenção. Primeiro pelo “rodapé”; segundo pela semântica.
Segundo o Houaiss, "pôr" — entre tantos outros significados: bitransitivo 4 (sXIII) fazer (algo), deslocar-se para (algum lugar), transportando-o com as mãos, garras, bico etc., ou com auxílio de mecanismo, como um robô, um guindaste etc.; colocar, depositar.
Dentro dessa óptica, o coelho (sem acento) pode sair por aí pondo seus ovos; e não precisa ser biólogo ou veterinário pra saber que o mesmo não pode ser feito pelas coelhas.
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Paiol de bobagens,
Rodapé
Poesia e Música no SESC Crato
domingo, 24 de abril de 2011
Os labirintos e os livros da negação do real
Centenário de Juazeiro do Norte # 12
Ponto de fuga # 03
Juazeiro do Norte é muitas vezes reconhecida como uma terra de grandes artistas da chamada "cultura popular". Em solo juazeirense temos dezenas (ou centenas) de grandes cordelistas, repentistas, gravadores, mestres do reisado, do maneiro-pau, etc. E naturalmente falaremos de muitos desses artistas nesta nossa série comemorativa do centenário da terra do Padre Cícero.
Mas também precisamos abrir os olhos para a constatação de que o repertório artístico de Juazeiro vai bem mais além. Como toda cidade que vive o impacto do crescimento urbano, Juazeiro convive com as mais variadas linguagens, que "disparam símbolos" para todos os lados, no melhor sentido.
Tamanha a variedade de informações que circulam, que venho citar a literatura de um "juazeirense" que nasceu em Santana do Cariri — no melhor estilo de tantas famílias que vieram de diferentes localidades, habitaram e deram cara a uma cidade com menos de 100 anos, como é o caso de Juazeiro. Seu trabalho literário não tem lápis nem caneta, mas teclado e mouse; e a livraria onde encontramos seus escritos é a internet.
O autor: Harlon Homem. Sua obra (em constante mutação e progresso): o blog Eu canto conto.
Trata-se de um blog que abriga a intensa produção literária desse mestre em literatura pela UFPB, que possui no seu repertório uma formação que inclui pesquisas sobre o teatro, canção, conto, romance, etc. E um dos resultados práticos da captação de tantas informações — além do trabalho de professor universitário — é um blog que mantém seus escritos. Assim podemos dizer, para não errar: escritos!
A produção de Harlon Homem resulta em contos, crônicas, pensamentos, confissões. Nos contos, por exemplo, destacam-se as séries, que resultam num produto final, uno, que Harlon lança em livros impressos. Temos já finalizada a série 'athicëa: Livro Primeiro (ra'maelülehcëa). Essa sequência, inclusive, já desaguou no segundo livro da série, que está em plena produção e você pode acompanhar "postagem a postagem" no blog.
Se a natureza da internet é labiríntica ou rizomática (como nos mostram diversos teóricos das linguagens da rede mundial de computadores), a diversidade de textos do blog de Harlon — que vai de contos fantásticos até uma homenagem às crianças do massacre de Realengo, por exemplo — desenha um labirinto paralelo dentro do blog. Mas não se preocupe, pois nem todo labirinto sugere a ideia de estar perdido, sem rumo. No blog, o autor organiza as postagens, dá orientações de percurso, ao mesmo tempo em que temos a liberdade de, a cada clique, escolher nossa próxima leitura, fazer nosso próprio caminho.
E vou parando por aqui! Pois quero apenas mostrar o caminho para se chegar ao labirinto da negação do real, como diz o próprio Harlon. Agora o que importa são os escritos de lá.
Blog Eu canto conto
Link: http://eucantoconto.blogspot.com
Ponto de fuga # 03
Juazeiro do Norte é muitas vezes reconhecida como uma terra de grandes artistas da chamada "cultura popular". Em solo juazeirense temos dezenas (ou centenas) de grandes cordelistas, repentistas, gravadores, mestres do reisado, do maneiro-pau, etc. E naturalmente falaremos de muitos desses artistas nesta nossa série comemorativa do centenário da terra do Padre Cícero.
Mas também precisamos abrir os olhos para a constatação de que o repertório artístico de Juazeiro vai bem mais além. Como toda cidade que vive o impacto do crescimento urbano, Juazeiro convive com as mais variadas linguagens, que "disparam símbolos" para todos os lados, no melhor sentido.
Tamanha a variedade de informações que circulam, que venho citar a literatura de um "juazeirense" que nasceu em Santana do Cariri — no melhor estilo de tantas famílias que vieram de diferentes localidades, habitaram e deram cara a uma cidade com menos de 100 anos, como é o caso de Juazeiro. Seu trabalho literário não tem lápis nem caneta, mas teclado e mouse; e a livraria onde encontramos seus escritos é a internet.
O autor: Harlon Homem. Sua obra (em constante mutação e progresso): o blog Eu canto conto.
Trata-se de um blog que abriga a intensa produção literária desse mestre em literatura pela UFPB, que possui no seu repertório uma formação que inclui pesquisas sobre o teatro, canção, conto, romance, etc. E um dos resultados práticos da captação de tantas informações — além do trabalho de professor universitário — é um blog que mantém seus escritos. Assim podemos dizer, para não errar: escritos!
A produção de Harlon Homem resulta em contos, crônicas, pensamentos, confissões. Nos contos, por exemplo, destacam-se as séries, que resultam num produto final, uno, que Harlon lança em livros impressos. Temos já finalizada a série 'athicëa: Livro Primeiro (ra'maelülehcëa). Essa sequência, inclusive, já desaguou no segundo livro da série, que está em plena produção e você pode acompanhar "postagem a postagem" no blog.
Se a natureza da internet é labiríntica ou rizomática (como nos mostram diversos teóricos das linguagens da rede mundial de computadores), a diversidade de textos do blog de Harlon — que vai de contos fantásticos até uma homenagem às crianças do massacre de Realengo, por exemplo — desenha um labirinto paralelo dentro do blog. Mas não se preocupe, pois nem todo labirinto sugere a ideia de estar perdido, sem rumo. No blog, o autor organiza as postagens, dá orientações de percurso, ao mesmo tempo em que temos a liberdade de, a cada clique, escolher nossa próxima leitura, fazer nosso próprio caminho.
E vou parando por aqui! Pois quero apenas mostrar o caminho para se chegar ao labirinto da negação do real, como diz o próprio Harlon. Agora o que importa são os escritos de lá.
Blog Eu canto conto
Link: http://eucantoconto.blogspot.com
Filosofias de mesa de bar # 03
Terceira sessão filosófica com Papudim (Bené Barbosa) e Sócrates (João Netto).
sábado, 23 de abril de 2011
Juazeiro na voz de Gonzagão # 02
Centenário de Juazeiro do Norte # 11
Na décima postagem sobre o centenário de Juazeiro, Hudson mencionou o descaso com os romeiros/turistas que visitam Juazeiro do Norte para suas peregrinações religiosas.
Hoje recorremos a uma composição de Luiz Gonzaga (em parceria com Julinho do Acordeon) que retrata o quanto a devoção ao Padre Cícero movimenta estradas de todo o Nordeste brasileiro. Em época de romaria, os caminhos do Ceará, Pernambuco e Alagoas, etc. (Crato, Bodocó, Salgueiro, Cabrobó, Arcoverde, Maceió), levam a Juazeiro do Norte — tenha Juazeiro estrutura ou não para receber bem os romeiros; o que, aliás, já deveria ter há muito tempo.
"De Juazeiro a Crato", do disco São João do Araripe, de 1968.
Na décima postagem sobre o centenário de Juazeiro, Hudson mencionou o descaso com os romeiros/turistas que visitam Juazeiro do Norte para suas peregrinações religiosas.
Hoje recorremos a uma composição de Luiz Gonzaga (em parceria com Julinho do Acordeon) que retrata o quanto a devoção ao Padre Cícero movimenta estradas de todo o Nordeste brasileiro. Em época de romaria, os caminhos do Ceará, Pernambuco e Alagoas, etc. (Crato, Bodocó, Salgueiro, Cabrobó, Arcoverde, Maceió), levam a Juazeiro do Norte — tenha Juazeiro estrutura ou não para receber bem os romeiros; o que, aliás, já deveria ter há muito tempo.
"De Juazeiro a Crato", do disco São João do Araripe, de 1968.
Ripimpé # 23
Esse é o tipo de capa que não se sabe por onde começar. Poderíamos chamá-la de "o jogo dos sete(nta) erros".
Olha a bota do indivíduo da esquerda! Todos (principalmente a Dona Florinda, na ponta direita) devem estar rindo dessa marmota (além das roupas, cores, moldura, etc...).
ABBA, Gracias por la música, de 1980.
Olha a bota do indivíduo da esquerda! Todos (principalmente a Dona Florinda, na ponta direita) devem estar rindo dessa marmota (além das roupas, cores, moldura, etc...).
ABBA, Gracias por la música, de 1980.
O Berro dos outros # 01
Nosso blog espera contar com a colaboração de amigos, seguidores, leitores, etc. Para divulgar eventos, enviar algum artigo, citação, sugestão de link, vídeos e outros berros mais, envie um e-mail para oberro.net@gmail.com
A estreia das colaborações fica por conta de Elandia Duarte:
Grifo (dos outros) # 01
"Meus poemas nascem porque precisam nascer. Nascem do inconformismo. Do desejo de ultrapassar o Nada. As emoções sentimentais raramente inspiram a minha poesia que quase sempre surge de um problema maior – o problema da morte, não no sentido metafísico de tudo quanto possa advir depois de acontecida. O que faz nascer a minha poesia é a não aceitação de que um dia a vida se diluirá e, com ela, o amor, as emoções do sonho e toda essa força potencial que vive dentro de nós."
____
Hilda Hilst, em trecho de depoimento publicado no Jornal de Letras, São Paulo, fev. 1952.
Colaboração de Elandia Duarte, que mantém o blog "No descomeço era o verbo..."
A estreia das colaborações fica por conta de Elandia Duarte:
Grifo (dos outros) # 01
"Meus poemas nascem porque precisam nascer. Nascem do inconformismo. Do desejo de ultrapassar o Nada. As emoções sentimentais raramente inspiram a minha poesia que quase sempre surge de um problema maior – o problema da morte, não no sentido metafísico de tudo quanto possa advir depois de acontecida. O que faz nascer a minha poesia é a não aceitação de que um dia a vida se diluirá e, com ela, o amor, as emoções do sonho e toda essa força potencial que vive dentro de nós."
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Hilda Hilst, em trecho de depoimento publicado no Jornal de Letras, São Paulo, fev. 1952.
Colaboração de Elandia Duarte, que mantém o blog "No descomeço era o verbo..."
sexta-feira, 22 de abril de 2011
A infindável obra do Centro de Apoio aos Romeiros
Centenário de Juazeiro do Norte # 10
Se Juazeiro está comemorando 100 anos, essa obra aí está comemorando pelo menos uns 25. Iniciada na primeira administração de Manoel Salviano, na década de 1980, a obra deveria ser um Centro de Apoio aos Romeiros, como o próprio nome já diz.
Se Juazeiro está comemorando 100 anos, essa obra aí está comemorando pelo menos uns 25. Iniciada na primeira administração de Manoel Salviano, na década de 1980, a obra deveria ser um Centro de Apoio aos Romeiros, como o próprio nome já diz.
O objetivo seria proporcionar, aos romeiros que vêm a esta cidade, um local onde pudessem descansar, alimentar-se, encontrar informações, serviços emergenciais de saúde, entre outras possibilidades.
Acontece que: entra prefeito e sai prefeito, entram verbas (e essas verbas vão para não sei onde ou para não sei quem) e, entre descasos e ideias cada vez mais mirabolantes, o término da obra vai sempre ficando para um depois que nunca chega.
Há alguns dias foi inaugurada uma parte dos boxes que deverão servir para atividades comerciais (confira a matéria sobre a inauguração clicando aqui). Como tá parecendo que vai virar moda, inauguram-se algumas coisas nesta cidade que não podem funcionar de imediato (pra que inaugurar então?), e o mesmo está acontecendo com esses boxes que vão ficar lá, largados no meio do nada.
E a parte que serviria para acolher melhor os grandes financiadores do progresso desta cidade (leia-se romeiros), está lá, inerte, parecendo as ruínas do coliseu romano.
Enquanto isso, os romeiros continuam chegando a esta cidade sem encontrar local adequado para estacionarem seus ônibus; sem encontrar um banheiro digno e limpo onde possam fazer suas
necessidades; sem encontrar informações turísticas adequadas; sem encontrar um local onde possam descansar seus corpos cansados depois de uma desgastante peregrinação.
Mas, Juazeiro, fique atenta! A geração de romeiros que vem pra Juazeiro do Norte apenas para rezar e padecer de sofrimentos e maus tratos está passando. Esta cidade já devia ter aprendido a respeitar seus romeiros/turistas há muitas décadas atrás; e a respeitar também sua população, aplicando corretamente as verbas para onde elas realmente deveriam ser destinadas.
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Programação do Cine Cariri Shopping - de 22/04 a 28/04/2011
Cine I: Rio
(Rio, 2011)
Horário: 14h, 16h10, 18h20 e 20h30
Origem: EUA
Gênero: Animação
Classif.: Livre
Duração: 96 min.
Distribuidora: 20th Century Fox
Lanç. Nacional: 08/04/2011
Sinopse: Situado na magnífica cidade do Rio de Janeiro e nas florestas exuberantes do Brasil, a aventura-comédia conta a história de Blu, uma arara azul rara que pensa que é a última de sua espécie. Quando Blu descobre que há uma outra ele deixa o conforto de sua gaiola em uma pequena cidade de Minnesota e vai para o Rio de Janeiro.
Elenco: Vozes de: Anne Hathaway, Rodrigo Santoro, George Lopez, Jake T. Austin, Carlos Ponce, Kate del Castillo, Bernardo de Paula
Roteiro: Don Rhymer
Produção: Bruce Anderson, John C. Donkin
Direção: Carlos Saldanha
Trailer:
Cine II: Gnomeu e Julieta
(Gnomeo and Juliet, 2011)
Horário: 14h30 e 16h20
Origem: Inglaterra, EUA
Gênero: Animação
Classif.: Livre
Duração: 84 min.
Distribuidora: Imagem Filmes
Lanç. Nacional: 04/03/2011
Sinopse: Gnomeu e Julieta são anões de jardim e vão enfrentar muitos obstáculos para viver um amor proibido. O Sr. Capuleto e A Sra. Montéquio tem uma rixa há anos e ninguém na verdade lembra por que tudo começou. Mas a regra é clara, um gnomo vermelho do jardim do Sr. Capuleto nunca poderá se misturar com os gnomos azuis do jardim da Sra. Montéquio. Quando os humanos saem de casa é que a aventura realmente começa com os gnomos tramando um final bem diferente para essa historia.
Elenco: Vozes de: James McAvoy, Emily Blunt, Jason Statham, Michael Caine, Maggie Smith, Patrick Stewart, Jim Cummings, Julie Walters, Matt Lucas
Roteiro: Mark Burton, Kevin Cecil, Andy Riley, John R. Smith, Rob Sprackling
Produção: Baker Bloodworth, David Furnish, Elton John, Steve Hamilton Shaw
Direção: Kelly Asbury
Trailer:
Cine II: Pânico 4
(Scream 4, 2011)
Horário: 18h10 e 20h30
Origem: EUA
Gênero: Suspense
Classif.: 14 anos
Duração: 111 min.
Distribuidora: Imagem Filmes
Lanç. Nacional: 15/04/2011
Sinopse: Dez anos se passaram e Sidney (Neve Campbell) já conseguiu deixar o passado para trás. Quando tudo parecia entrar nos eixos ela recebe uma visita do esfaqueador mascarado. Mas dessa vez Sidney não pode fazer nada a não ser assistir.
Elenco: David Arquette, Neve Campbell, Courteney Cox, Emma Roberts, Hayden Panettiere, Rory Culkin, Nico Tortorella
Roteiro: Kevin Williamson
Produção Executiva: Marianne Maddalena, Ron Schmidt, Bob Weinstein, Harvey Weinstein
Produção: Wes Craven, Iya Labunka
Direção: Wes Craven
Trailer:
(Rio, 2011)
Horário: 14h, 16h10, 18h20 e 20h30
Origem: EUA
Gênero: Animação
Classif.: Livre
Duração: 96 min.
Distribuidora: 20th Century Fox
Lanç. Nacional: 08/04/2011
Sinopse: Situado na magnífica cidade do Rio de Janeiro e nas florestas exuberantes do Brasil, a aventura-comédia conta a história de Blu, uma arara azul rara que pensa que é a última de sua espécie. Quando Blu descobre que há uma outra ele deixa o conforto de sua gaiola em uma pequena cidade de Minnesota e vai para o Rio de Janeiro.
Elenco: Vozes de: Anne Hathaway, Rodrigo Santoro, George Lopez, Jake T. Austin, Carlos Ponce, Kate del Castillo, Bernardo de Paula
Roteiro: Don Rhymer
Produção: Bruce Anderson, John C. Donkin
Direção: Carlos Saldanha
Trailer:
Cine II: Gnomeu e Julieta
(Gnomeo and Juliet, 2011)
Horário: 14h30 e 16h20
Origem: Inglaterra, EUA
Gênero: Animação
Classif.: Livre
Duração: 84 min.
Distribuidora: Imagem Filmes
Lanç. Nacional: 04/03/2011
Sinopse: Gnomeu e Julieta são anões de jardim e vão enfrentar muitos obstáculos para viver um amor proibido. O Sr. Capuleto e A Sra. Montéquio tem uma rixa há anos e ninguém na verdade lembra por que tudo começou. Mas a regra é clara, um gnomo vermelho do jardim do Sr. Capuleto nunca poderá se misturar com os gnomos azuis do jardim da Sra. Montéquio. Quando os humanos saem de casa é que a aventura realmente começa com os gnomos tramando um final bem diferente para essa historia.
Elenco: Vozes de: James McAvoy, Emily Blunt, Jason Statham, Michael Caine, Maggie Smith, Patrick Stewart, Jim Cummings, Julie Walters, Matt Lucas
Roteiro: Mark Burton, Kevin Cecil, Andy Riley, John R. Smith, Rob Sprackling
Produção: Baker Bloodworth, David Furnish, Elton John, Steve Hamilton Shaw
Direção: Kelly Asbury
Trailer:
Cine II: Pânico 4
(Scream 4, 2011)
Horário: 18h10 e 20h30
Origem: EUA
Gênero: Suspense
Classif.: 14 anos
Duração: 111 min.
Distribuidora: Imagem Filmes
Lanç. Nacional: 15/04/2011
Sinopse: Dez anos se passaram e Sidney (Neve Campbell) já conseguiu deixar o passado para trás. Quando tudo parecia entrar nos eixos ela recebe uma visita do esfaqueador mascarado. Mas dessa vez Sidney não pode fazer nada a não ser assistir.
Elenco: David Arquette, Neve Campbell, Courteney Cox, Emma Roberts, Hayden Panettiere, Rory Culkin, Nico Tortorella
Roteiro: Kevin Williamson
Produção Executiva: Marianne Maddalena, Ron Schmidt, Bob Weinstein, Harvey Weinstein
Produção: Wes Craven, Iya Labunka
Direção: Wes Craven
Trailer:
Versos em Juazeiro; Juazeiro em versos
Centenário de Juazeiro do Norte # 09
O Berro nas antas # 06
Poema publicado na edição 27 d'O Berro, de março de 2000:
Juazeiro e os Carcarás
Os carcarás que pousam suave
nas ramagens de Juazeiro
admiram com olho seco
nossa carne humana.
Lânguida
Putrefa
Macia
Por entre as cercanias
do brejo.
Por ermos ventos do mundo
com forte cheiro
de infortúnio,
seu sorriso por diversas
vezes me feriu.
Mas eis-me aqui
com rosas que atiro
ao teu corpo.
____
Orivaldo Batista
O Berro nas antas # 06
Poema publicado na edição 27 d'O Berro, de março de 2000:
Juazeiro e os Carcarás
Os carcarás que pousam suave
nas ramagens de Juazeiro
admiram com olho seco
nossa carne humana.
Lânguida
Putrefa
Macia
Por entre as cercanias
do brejo.
Por ermos ventos do mundo
com forte cheiro
de infortúnio,
seu sorriso por diversas
vezes me feriu.
Mas eis-me aqui
com rosas que atiro
ao teu corpo.
____
Orivaldo Batista
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Pe. Cícero no Drama da Paixão
Centenário de Juazeiro do Norte # 08
Embalado pra viagem # 14
Semana Santa. E diante de muitas encenações da "paixão", lembro de uma em que o fundador de nossa cidade, Padim Ciço, assume papel fundamental no drama. Para muitos, o Pe. Cícero é o Santo maior de suas devoções e que traz para Juazeiro do Norte milhares de fiéis todos os anos em suas romarias. Nesse espetáculo, o próprio Jesus recorre ao nosso santo padre, no clímax do enredo, para lhe pedir ajuda.
O episódio se passou aqui pertinho, em "Matozinho", e quem conta o acontecido é o escritor J. Flávio Vieira em seu livro Matozinho vai à guerra.
Leia esse episódio:
Paixão de Cristo
Há controvérsias em Matozinho, mas parece que se deve à iniciativa de D. Carlina a ideia revolucionária. Enfurnada nas "Filhas de Maria", já entrada nos anos, viúva de um dos maiores paus-d´água da Vila, Carlina transpirava santidade por todos os poros. Um dia já tivera vida menos regrada, desfrutara uma difícil vida fácil, lá pras bandas da "Rua do Cacete no Lombo" em Bertioga, até que fora resgatada da zona por Zé Quequéu que, apaixonado, a tomou por esposa. Tirado o luto, Carlina voltouse à religião, pregava abstinência de todos os vícios e comentava, com ares críticos, os desvios dos matozenses mais libertinos. Como todo puritano, já esquecera que o caminho da virtude muitas vezes vem das veredas da perdição.
Embalado pra viagem # 14
Semana Santa. E diante de muitas encenações da "paixão", lembro de uma em que o fundador de nossa cidade, Padim Ciço, assume papel fundamental no drama. Para muitos, o Pe. Cícero é o Santo maior de suas devoções e que traz para Juazeiro do Norte milhares de fiéis todos os anos em suas romarias. Nesse espetáculo, o próprio Jesus recorre ao nosso santo padre, no clímax do enredo, para lhe pedir ajuda.
O episódio se passou aqui pertinho, em "Matozinho", e quem conta o acontecido é o escritor J. Flávio Vieira em seu livro Matozinho vai à guerra.
Leia esse episódio:
Paixão de Cristo
Há controvérsias em Matozinho, mas parece que se deve à iniciativa de D. Carlina a ideia revolucionária. Enfurnada nas "Filhas de Maria", já entrada nos anos, viúva de um dos maiores paus-d´água da Vila, Carlina transpirava santidade por todos os poros. Um dia já tivera vida menos regrada, desfrutara uma difícil vida fácil, lá pras bandas da "Rua do Cacete no Lombo" em Bertioga, até que fora resgatada da zona por Zé Quequéu que, apaixonado, a tomou por esposa. Tirado o luto, Carlina voltouse à religião, pregava abstinência de todos os vícios e comentava, com ares críticos, os desvios dos matozenses mais libertinos. Como todo puritano, já esquecera que o caminho da virtude muitas vezes vem das veredas da perdição.
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Embalado pra viagem
SUS é eleito Judas no Crato
11ª Festa Popular da Malhação do Judas 2011
Resultado da Eleição
Depois de mais de treze mil votos apurados, o SUS (Sistema Único de Saúde) foi eleito o Judas 2011 na cidade do Crato, Ceará, com 4.607 votos. O segundo colocado, obtendo 3.645 sufrágios foi Politicus Hypócritas Corruptus. Em terceira posição aparece Muammar Kadhafi, com 2.476 votos. Tissunaminus Exterminódium foi marcado por 1.034 eleitores, enquanto Candidatos Paraquedistas ficou em última colocação com apenas 846 votos.
O SUS destacou-se na antipatia popular devido à precariedade de seu funcionamento, condenando o povo brasileiro a uma situação de indigência e desespero, expondo o caos na saúde pública brasileira.
A apuração foi realizada nos dias 2 e 3 de abril, no Bar do Evandro – Escritório Central da Malhação do Judas –, sob a coordenação do dramaturgo e folclorista Cacá Araújo. Concluída a contagem – não havendo nenhum recurso impetrado por quaisquer dos indicados, reclamando para si o direito de subir à forca no dia 23 de abril do corrente ano, Sábado de Aleluia, no Largo da RFFSA (Centro Cultural do Araripe / Crato), em virtude de haver traído o povo com requinte de maior sacanagem e ou maldade, gozando de maior índice de antipatia –, o Presidente da Junta Eleitoral do Judas 2011, Evandro Saraiva Primo, proclamou o resultado da eleição, ficando autorizada a severa malhação do eleito.
A brincadeira tradicional é realizada pela Sociedade Cariri das Artes e Cia. Cearense de Teatro Brincante, com o apoio da Prefeitura Municipal do Crato. O resultado da eleição, única no país, está sendo distribuído a toda a imprensa, seja ela falada, escrita, televisada, internetizada, psicografada, gesticulada ou fuxicada.
Junta Eleitoral do Judas: Presidente – Evandro Saraiva Primo; Secretária – Mariana Nunes; Orador Oficial – Chico Morais; Coordenador de Trânsito de Urnas – Emerson Rodrigues; Delegado da Fronteira Crato-Juazeiro – Edilberton Menezes Joquinha; Chefe de Segurança – Franciolli Luciano; Registrador do movimento: Antonio Toyota Wideny; Peritos da judança: Alexandre Lucas, Zé Wellington Gouveia e Roberto Brito; Fiscais do anel-do-juda: Gil do Bar, Rapaz Véi, Malhada, Joaquim Justo e Luciano Luna.
Cacá Araújo
Professor, Folclorista, Dramaturgo, Ator
Diretor da Cia. Cearense de Teatro Brincante
Crato-Cariri-Ceará-Brasil / (88) 8801.0897
____
11ª Festa Popular da Malhação do Judas
Dia 23 de abril de 2011
Programação resumida:
15h - Concentração da Bodega do Joquinha
16h - Cortejo folclórico: Caretas, Banda Cabaçal, Atores-Brincantes
17h - Chegada ao Centro Cultural do Araripe (RFFSA): Roubo do Sítio do Judas, Testamento, Explosão do Judas, Forró-Pé-de-Serra
Resultado da Eleição
Depois de mais de treze mil votos apurados, o SUS (Sistema Único de Saúde) foi eleito o Judas 2011 na cidade do Crato, Ceará, com 4.607 votos. O segundo colocado, obtendo 3.645 sufrágios foi Politicus Hypócritas Corruptus. Em terceira posição aparece Muammar Kadhafi, com 2.476 votos. Tissunaminus Exterminódium foi marcado por 1.034 eleitores, enquanto Candidatos Paraquedistas ficou em última colocação com apenas 846 votos.
O SUS destacou-se na antipatia popular devido à precariedade de seu funcionamento, condenando o povo brasileiro a uma situação de indigência e desespero, expondo o caos na saúde pública brasileira.
A apuração foi realizada nos dias 2 e 3 de abril, no Bar do Evandro – Escritório Central da Malhação do Judas –, sob a coordenação do dramaturgo e folclorista Cacá Araújo. Concluída a contagem – não havendo nenhum recurso impetrado por quaisquer dos indicados, reclamando para si o direito de subir à forca no dia 23 de abril do corrente ano, Sábado de Aleluia, no Largo da RFFSA (Centro Cultural do Araripe / Crato), em virtude de haver traído o povo com requinte de maior sacanagem e ou maldade, gozando de maior índice de antipatia –, o Presidente da Junta Eleitoral do Judas 2011, Evandro Saraiva Primo, proclamou o resultado da eleição, ficando autorizada a severa malhação do eleito.
A brincadeira tradicional é realizada pela Sociedade Cariri das Artes e Cia. Cearense de Teatro Brincante, com o apoio da Prefeitura Municipal do Crato. O resultado da eleição, única no país, está sendo distribuído a toda a imprensa, seja ela falada, escrita, televisada, internetizada, psicografada, gesticulada ou fuxicada.
Junta Eleitoral do Judas: Presidente – Evandro Saraiva Primo; Secretária – Mariana Nunes; Orador Oficial – Chico Morais; Coordenador de Trânsito de Urnas – Emerson Rodrigues; Delegado da Fronteira Crato-Juazeiro – Edilberton Menezes Joquinha; Chefe de Segurança – Franciolli Luciano; Registrador do movimento: Antonio Toyota Wideny; Peritos da judança: Alexandre Lucas, Zé Wellington Gouveia e Roberto Brito; Fiscais do anel-do-juda: Gil do Bar, Rapaz Véi, Malhada, Joaquim Justo e Luciano Luna.
Cacá Araújo
Professor, Folclorista, Dramaturgo, Ator
Diretor da Cia. Cearense de Teatro Brincante
Crato-Cariri-Ceará-Brasil / (88) 8801.0897
____
11ª Festa Popular da Malhação do Judas
Dia 23 de abril de 2011
Programação resumida:
15h - Concentração da Bodega do Joquinha
16h - Cortejo folclórico: Caretas, Banda Cabaçal, Atores-Brincantes
17h - Chegada ao Centro Cultural do Araripe (RFFSA): Roubo do Sítio do Judas, Testamento, Explosão do Judas, Forró-Pé-de-Serra
terça-feira, 19 de abril de 2011
Refrigerante de urina e injustiças com Beato José Lourenço
Centenário de Juazeiro do Norte # 07
Ponto de Fuga # 02
O Beato José Lourenço e sua comunidade de seguidores, no então Sítio Baixa Dantas, merecem do poder público, principalmente da cidade de Juazeiro do Norte, uma reparação histórica e oficial por um monte de sofrimentos que lhes foram causados. Ainda mais nesta época, quando se comemora 100 anos da fundação desta cidade.
Durante a Sedição de Juazeiro, o beato e sua comunidade não participaram diretamente da guerra, mas forneciam alimentos paras as tropas de Floro Bartolomeu.
O que acontece agora na Índia vem confirmar o quanto aquele homem fora também injustiçado no caso do boi Mansinho!
A referência vem de um site xará nosso, mas que trata de assuntos do mundo rural:
CAUCA-COLA, o refrigerante de urina!
http://www.revistaberro.com.br/?materias/ler,1539
Para entender melhor:
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=472583
http://cariricangaco.blogspot.com/2009/11/baixa-dantas-mansinho-e-lourenco.html
Embalado pra viagem # 13
Madrigal melancólico
O que eu adoro em ti,
Não é a tua beleza.
A beleza, é em nós que ela existe.
A beleza é um conceito.
E a beleza é triste.
Não é triste em si,
Mas pelo que há nela de fragilidade e de incerteza.
O que eu adoro em ti,
Não é a tua inteligência.
Não é o teu espírito sutil,
Tão ágil, tão luminoso,
— Ave solta no céu matinal da montanha.
Nem é a tua ciência
Do coração dos homens e das coisas.
O que eu adoro em ti,
Não é a tua graça musical,
Sucessiva e renovada a cada momento,
Graça aérea como o teu próprio pensamento,
Graça que perturba e que satisfaz.
O que eu adoro em ti,
Não é a mãe que já perdi.
Não é a irmã que já perdi.
E meu pai.
O que eu adoro em tua natureza,
Não é o profundo instinto maternal
Em teu flanco aberto como uma ferida.
Nem a tua pureza. Nem a tua impureza.
O que eu adoro em ti — lastima-me e consola-me!
O que eu adoro em ti, é a vida.
Manuel Bandeira, em Ritmo dissoluto (1924). Retirado da edição Estrela da vida inteira (5 ed. Editora Nova Fronteira: Rio de Janeiro, 2009).
Há 125 anos, em 19 de abril de 1886, nascia Manuel Bandeira, no Recife.
O que eu adoro em ti,
Não é a tua beleza.
A beleza, é em nós que ela existe.
A beleza é um conceito.
E a beleza é triste.
Não é triste em si,
Mas pelo que há nela de fragilidade e de incerteza.
O que eu adoro em ti,
Não é a tua inteligência.
Não é o teu espírito sutil,
Tão ágil, tão luminoso,
— Ave solta no céu matinal da montanha.
Nem é a tua ciência
Do coração dos homens e das coisas.
O que eu adoro em ti,
Não é a tua graça musical,
Sucessiva e renovada a cada momento,
Graça aérea como o teu próprio pensamento,
Graça que perturba e que satisfaz.
O que eu adoro em ti,
Não é a mãe que já perdi.
Não é a irmã que já perdi.
E meu pai.
O que eu adoro em tua natureza,
Não é o profundo instinto maternal
Em teu flanco aberto como uma ferida.
Nem a tua pureza. Nem a tua impureza.
O que eu adoro em ti — lastima-me e consola-me!
O que eu adoro em ti, é a vida.
(11 de julho de 1920)
____Manuel Bandeira, em Ritmo dissoluto (1924). Retirado da edição Estrela da vida inteira (5 ed. Editora Nova Fronteira: Rio de Janeiro, 2009).
Há 125 anos, em 19 de abril de 1886, nascia Manuel Bandeira, no Recife.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Ponto de fuga # 01
A partir desta postagem, o blog d'O Berro também indicará (bons) percursos para sua navegação na internet. Serão dicas de blogs e sites, dos mais variados assuntos.
E começo a empreitada indicando o blog Lendo canção, de Leonardo Davino, pesquisador e mestre em literatura.
Após alimentar, durante todo o ano de 2010, o arrojado blog 365 canções, que consistia em postar, diariamente, análises e comentários sobre canções da MPB, agora a missão de Davino consiste em falar sobre metacanção.
O Lendo canção possui nova postagem toda quinta-feira, sempre analisando e comentando alguma canção que fale sobre a própria canção, sobre o ato criador do compositor. O corpus é composto por gravações do ano 2000 em diante.
Vale a pena conferir os textos de Leonardo Davino, sempre com informações que extrapolam o lastro musical, alimentados também por referências literárias e de outras criações artísticas.
Link do Lendo canção: http://lendocancao.blogspot.com/
Link do 365 canções: http://365cancoes.blogspot.com/
E começo a empreitada indicando o blog Lendo canção, de Leonardo Davino, pesquisador e mestre em literatura.
Após alimentar, durante todo o ano de 2010, o arrojado blog 365 canções, que consistia em postar, diariamente, análises e comentários sobre canções da MPB, agora a missão de Davino consiste em falar sobre metacanção.
O Lendo canção possui nova postagem toda quinta-feira, sempre analisando e comentando alguma canção que fale sobre a própria canção, sobre o ato criador do compositor. O corpus é composto por gravações do ano 2000 em diante.
Vale a pena conferir os textos de Leonardo Davino, sempre com informações que extrapolam o lastro musical, alimentados também por referências literárias e de outras criações artísticas.
Link do Lendo canção: http://lendocancao.blogspot.com/
Link do 365 canções: http://365cancoes.blogspot.com/
O 'dono' do Sítio
No dia 18 de abril de 1882 (há 129 anos), nascia o escritor Monteiro Lobato.
Ignorando, por ora, as discussões e polêmicas sobre sua obra literária — que pretendemos um dia abordar neste blog — fica o registro da data com um vídeo do Sítio do picapau amarelo (versão televisiva da reunião de livros infantis do autor), na Rede Globo, em 1977.
O Sítio (em mais de uma versão) é uma produção de TV indiscutivelmente marcante para algumas gerações.
Ignorando, por ora, as discussões e polêmicas sobre sua obra literária — que pretendemos um dia abordar neste blog — fica o registro da data com um vídeo do Sítio do picapau amarelo (versão televisiva da reunião de livros infantis do autor), na Rede Globo, em 1977.
O Sítio (em mais de uma versão) é uma produção de TV indiscutivelmente marcante para algumas gerações.
Quinta da Paixão
domingo, 17 de abril de 2011
Juazeiro sofre com mau cheiro
Centenário de Juazeiro do Norte # 05
Muita gente conhece a eterna cisma competitiva que existe entre alguns cratenses e juazeirenses. Aliás, há quem diga que essa rixa surgiu por conta da, já comentada aqui, Sedição de Juazeiro, pois as tropas de Juazeiro expulsaram as tropas do governo pro Crato. Mas essa é outra história que quero contar outro dia.
O fato é que, conversando certa vez com uma cratense, entramos nessa discussão de que Crato é melhor que Juazeiro e vice-versa. E nessa brincadeira besta, ela soltou uma verdade que na hora fiquei espantado e indignado. Ela disse que Juazeiro fede! Assunto que, de brincadeira, passou a ter ares de seriedade e passei a dizer que aquilo já era frescura e mentira das grandes.
Mas, infelizmente, naquele dia, o que ela fez realmente foi me abrir os olhos e as narinas!
Aquela cidadã cratense que se negava a reconhecer que o esgoto do canal do Crato é absurdamente fedorento, fez-me observar que, ao cair da tarde, o centro de Juazeiro é tomado por uma indescritível fedentina proveniente da lagoa de decantação da Cagece, a que recebe o esgoto.
Se fosse só isso, tava bom demais! Comecei a reparar que o esgoto que corre a céu aberto na beira das calçadas, inclusive no centro, também fede pra caramba.
Se fosse só isso, tava uma beleza, mas comecei a notar que em frente ao supermercado Super Lagoa, na rua da Conceição, a fedentina pode ser mais cruel do que qualquer uma dessas que citei acima, por causa de uma lama fedorenta que se acumula lá.
Se fosse só isso, eu ficava calado, mas só de passar por perto dos mercados do Pirajá, Sra. Santana e Central, dá logo vontade de vomitar!
Se fosse só isso, eu tinha parado no item anterior, mas às margens da linha férrea passa um rio (se é que posso chamar assim) de esgoto que parece o canal do Crato.
Se fosse só isso, eu sossegaria, mas na Av. Castelo Branco, ali perto do Rubão, o mau cheiro é insuportável, assim como é naquela baixa da Av. Virgílio Távora.
Mas, se eu fosse ficar citando todos os lugares onde Juazeiro fede, eu passaria o resto do mês escrevendo esta matéria.
O pior de tudo é: ninguém faz nada pra acabar isso!
Parabéns, Juazeiro! Por seus 100 anos de progresso, fedentina e fé!
Muita gente conhece a eterna cisma competitiva que existe entre alguns cratenses e juazeirenses. Aliás, há quem diga que essa rixa surgiu por conta da, já comentada aqui, Sedição de Juazeiro, pois as tropas de Juazeiro expulsaram as tropas do governo pro Crato. Mas essa é outra história que quero contar outro dia.
O fato é que, conversando certa vez com uma cratense, entramos nessa discussão de que Crato é melhor que Juazeiro e vice-versa. E nessa brincadeira besta, ela soltou uma verdade que na hora fiquei espantado e indignado. Ela disse que Juazeiro fede! Assunto que, de brincadeira, passou a ter ares de seriedade e passei a dizer que aquilo já era frescura e mentira das grandes.
Mas, infelizmente, naquele dia, o que ela fez realmente foi me abrir os olhos e as narinas!
Aquela cidadã cratense que se negava a reconhecer que o esgoto do canal do Crato é absurdamente fedorento, fez-me observar que, ao cair da tarde, o centro de Juazeiro é tomado por uma indescritível fedentina proveniente da lagoa de decantação da Cagece, a que recebe o esgoto.
Se fosse só isso, tava bom demais! Comecei a reparar que o esgoto que corre a céu aberto na beira das calçadas, inclusive no centro, também fede pra caramba.
Se fosse só isso, tava uma beleza, mas comecei a notar que em frente ao supermercado Super Lagoa, na rua da Conceição, a fedentina pode ser mais cruel do que qualquer uma dessas que citei acima, por causa de uma lama fedorenta que se acumula lá.
Se fosse só isso, eu ficava calado, mas só de passar por perto dos mercados do Pirajá, Sra. Santana e Central, dá logo vontade de vomitar!
Se fosse só isso, eu tinha parado no item anterior, mas às margens da linha férrea passa um rio (se é que posso chamar assim) de esgoto que parece o canal do Crato.
Se fosse só isso, eu sossegaria, mas na Av. Castelo Branco, ali perto do Rubão, o mau cheiro é insuportável, assim como é naquela baixa da Av. Virgílio Távora.
Mas, se eu fosse ficar citando todos os lugares onde Juazeiro fede, eu passaria o resto do mês escrevendo esta matéria.
O pior de tudo é: ninguém faz nada pra acabar isso!
Parabéns, Juazeiro! Por seus 100 anos de progresso, fedentina e fé!
Filosofias de mesa de bar # 01
Filosofias de mesa de bar na Vila do Riso (TV Diário), em 2008, com Papudim (Bené Barbosa) e Sócrates (João Netto).
sábado, 16 de abril de 2011
Sedição de Juazeiro - Verdades e Mentiras?
Centenário de Juazeiro do Norte # 04
Grifo nosso # 14
Para acalorar um pouco mais as discussões sobre a famosa Sedição de Juazeiro, ocorrida primordialmente no ano de 1914, segue abaixo um trecho do texto de Daniel WalkerAlmeida Marques, que está na coletânea O Pensamento Vivo de Padre Cícero, organizada pelo próprio Daniel Walker e lançada pela Martin Claret Editores, em 1988. No fragmento, alguns prós e contras a respeito da participação efetiva de Padre Cícero na rebelião:
____
"Em 1913, Padre Cícero é novamente o centro de acirrada polêmica, agora de caráter estritamente político. É que Dr. Floro Bartolomeu, convidado pela alta cúpula do Partido Republicano Conservador, aceita a chefia de uma revolução para depor o coronel Franco Rabelo do governo cearense, eleito pelo partido contrário.
O fato de Padre Cícero ter sido destituído do cargo de prefeito de Juazeiro pelo coronel Franco Rabelo, deve ter contribuído para que alguns historiadores tenham creditado a ele a liderança de tal movimento sedicioso.
Padre Cícero, porém, negou terminantemente tal insinuação, dizendo em seu testamento que o comando foi, efetivamente, do Dr. Floro Bartolomeu.
Mas todos concordam que a participação do Padre Cícero foi absolutamente necessária na convocação e recrutamento dos voluntários, porquanto somente ele, com seu indiscutível carisma e liderança junto às massas populares, seria capaz de conseguir a adesão dos combatentes. Armas, munição e estratégia, tudo isso ficou a cargo do Dr. Floro Bartolomeu com respaldo do governo federal, através do prócer político Pinheiro Machado, que era, de fato, quem mandava no país naquela época.
A chamada 'Sedição de Juazeiro' teve combates violentos, havendo muitas mortes de ambos os lados. As tropas rabelistas, fiéis ao governo cearense e aquarteladas na vizinha cidade do Crato, apesar de estarem muito bem municiadas, foram derrotadas facilmente no primeiro embate, realizado no Cariri.
Depois os rebeldes seguiram em caminhada vitoriosa com destino a Fortaleza, combatendo e vencendo as forças do governo que encontravam pelo caminho.
O movimento triunfou. Franco Rabelo foi deposto, Dr. Floro Bartolomeu cresceu politicamente, adquirindo fama nacional. Padre Cícero reassumiu o cargo de prefeito de Juazeiro, permanecendo nele até 1927, mas terminou arranjando um punhado de novos inimigos, que a partir de então passaram a criticá-lo como protetor de bandidos."
Grifo nosso # 14
Para acalorar um pouco mais as discussões sobre a famosa Sedição de Juazeiro, ocorrida primordialmente no ano de 1914, segue abaixo um trecho do texto de Daniel WalkerAlmeida Marques, que está na coletânea O Pensamento Vivo de Padre Cícero, organizada pelo próprio Daniel Walker e lançada pela Martin Claret Editores, em 1988. No fragmento, alguns prós e contras a respeito da participação efetiva de Padre Cícero na rebelião:
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"Em 1913, Padre Cícero é novamente o centro de acirrada polêmica, agora de caráter estritamente político. É que Dr. Floro Bartolomeu, convidado pela alta cúpula do Partido Republicano Conservador, aceita a chefia de uma revolução para depor o coronel Franco Rabelo do governo cearense, eleito pelo partido contrário.
O fato de Padre Cícero ter sido destituído do cargo de prefeito de Juazeiro pelo coronel Franco Rabelo, deve ter contribuído para que alguns historiadores tenham creditado a ele a liderança de tal movimento sedicioso.
Padre Cícero, porém, negou terminantemente tal insinuação, dizendo em seu testamento que o comando foi, efetivamente, do Dr. Floro Bartolomeu.
Mas todos concordam que a participação do Padre Cícero foi absolutamente necessária na convocação e recrutamento dos voluntários, porquanto somente ele, com seu indiscutível carisma e liderança junto às massas populares, seria capaz de conseguir a adesão dos combatentes. Armas, munição e estratégia, tudo isso ficou a cargo do Dr. Floro Bartolomeu com respaldo do governo federal, através do prócer político Pinheiro Machado, que era, de fato, quem mandava no país naquela época.
A chamada 'Sedição de Juazeiro' teve combates violentos, havendo muitas mortes de ambos os lados. As tropas rabelistas, fiéis ao governo cearense e aquarteladas na vizinha cidade do Crato, apesar de estarem muito bem municiadas, foram derrotadas facilmente no primeiro embate, realizado no Cariri.
Depois os rebeldes seguiram em caminhada vitoriosa com destino a Fortaleza, combatendo e vencendo as forças do governo que encontravam pelo caminho.
O movimento triunfou. Franco Rabelo foi deposto, Dr. Floro Bartolomeu cresceu politicamente, adquirindo fama nacional. Padre Cícero reassumiu o cargo de prefeito de Juazeiro, permanecendo nele até 1927, mas terminou arranjando um punhado de novos inimigos, que a partir de então passaram a criticá-lo como protetor de bandidos."
Grifo nosso # 13
"Tempos modernos foi o último filme em que Charles Chaplin fez o papel de Carlitos, personagem que ele criara em 1914 e que lhe trouxe fama e carinho universais. (...)
Concebido em quatro 'atos' — cada qual equivalente a uma de suas antigas comédias de dois rolos —, Tempos modernos mostra Chaplin ainda em seu ápice, imbatível como criador de comédias visuais. O filme resiste, no mínimo, como um olhar sobre a sobrevivência humana nas circunstâncias industriais, econômicas e sociais do século XX — e, talvez, do século XXI."
____
David Robinson, na sua crítica sobre o filme Tempos modernos, publicada em 1001 filmes para ver antes de morrer, livro editado por Steven Jay Schneider (Editora Sextante, 2008).
Nossa homenagem aos 122 anos de nascimento do grande Charlie Chaplin (16-04-1889).
Concebido em quatro 'atos' — cada qual equivalente a uma de suas antigas comédias de dois rolos —, Tempos modernos mostra Chaplin ainda em seu ápice, imbatível como criador de comédias visuais. O filme resiste, no mínimo, como um olhar sobre a sobrevivência humana nas circunstâncias industriais, econômicas e sociais do século XX — e, talvez, do século XXI."
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David Robinson, na sua crítica sobre o filme Tempos modernos, publicada em 1001 filmes para ver antes de morrer, livro editado por Steven Jay Schneider (Editora Sextante, 2008).
Nossa homenagem aos 122 anos de nascimento do grande Charlie Chaplin (16-04-1889).
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Controle remorso # 05
Pode isso, Arnaldo?
Mais uma do "Fantástico mundo de Cleber Machado":
Disputa tosqueira-pesada entre:
1 - o empurrão;
2 - Caio Ribeiro continuar comentando e elaborando teses, mesmo depois do 'chega pra lá';
3 - Cleber Machado querer justificar o ato inventando uma pergunta nada a ver (tipo pergunta de Cleber Machado).
Mais uma do "Fantástico mundo de Cleber Machado":
Disputa tosqueira-pesada entre:
1 - o empurrão;
2 - Caio Ribeiro continuar comentando e elaborando teses, mesmo depois do 'chega pra lá';
3 - Cleber Machado querer justificar o ato inventando uma pergunta nada a ver (tipo pergunta de Cleber Machado).
Juazeiro na voz de Luiz Gonzaga
Centenário de Juazeiro do Norte # 03
"Beata Mocinha", de José Renato e Manezinho Araújo, gravada por Luiz Gonzaga no disco O sanfoneiro do povo de Deus, de 1967.
"Beata Mocinha", de José Renato e Manezinho Araújo, gravada por Luiz Gonzaga no disco O sanfoneiro do povo de Deus, de 1967.
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Minissérie 'Sedição de Juazeiro'
Centenário de Juazeiro do Norte # 02
Preparem-se para qualquer coisa mesmo!
Lembro que a gente citou na reunião d'O Berro [sobre as 100 postagens do Centenário de Juazeiro] a matéria que pretendíamos fazer, há mais de 10 anos — para a revista que nunca concluímos —, sobre a Guerra de 1914. Tínhamos escolhido como tema aquele momento na história de Juazeiro do Norte, tanto pelo seu “lirismo” quanto por sua importância política.
Na tentativa de honrar com o compromisso deste marcador, fui vasculhar na net e percebi que não estava tão bem informado com nossa atualidade.
Para os não atualizados como eu, vai a informação: estão em pleno ritmo as gravações para a minissérie Sedição de Juazeiro, com direção de Daniel Abreu e produção e roteiro de Jonas Luiz.
Leia matéria no blog do Seminário Cariri Cangaço e veja o vídeo:
Preparem-se para qualquer coisa mesmo!
Lembro que a gente citou na reunião d'O Berro [sobre as 100 postagens do Centenário de Juazeiro] a matéria que pretendíamos fazer, há mais de 10 anos — para a revista que nunca concluímos —, sobre a Guerra de 1914. Tínhamos escolhido como tema aquele momento na história de Juazeiro do Norte, tanto pelo seu “lirismo” quanto por sua importância política.
Na tentativa de honrar com o compromisso deste marcador, fui vasculhar na net e percebi que não estava tão bem informado com nossa atualidade.
Para os não atualizados como eu, vai a informação: estão em pleno ritmo as gravações para a minissérie Sedição de Juazeiro, com direção de Daniel Abreu e produção e roteiro de Jonas Luiz.
Leia matéria no blog do Seminário Cariri Cangaço e veja o vídeo:
Marcadores:
Centenário de Juazeiro do Norte
Programação do Cine Cariri Shopping - de 15/04 a 21/04/2011
(Rio, 2011)
Horários: 14h, 16h10, 18h20 e 20h30
Origem:EUA
Gênero: Animação
Classif.: Livre
Duração: 96 min.
Distribuidora: 20th Century Fox
Lanç. Nacional: 08/04/2011
Origem:EUA
Gênero: Animação
Classif.: Livre
Duração: 96 min.
Distribuidora: 20th Century Fox
Lanç. Nacional: 08/04/2011
Sinopse: Situado na magnífica cidade do Rio de Janeiro e nas florestas exuberantes do Brasil, a aventura-comédia conta a história de Blu, uma arara azul rara que pensa que é a última de sua espécie. Quando Blu descobre que há uma outra ele deixa o conforto de sua gaiola em uma pequena cidade de Minnesota e vai para o Rio de Janeiro.
Elenco: Vozes de: Anne Hathaway, Rodrigo Santoro, George Lopez, Jake T. Austin, Carlos Ponce, Kate del Castillo, Bernardo de Paula
Roteiro: Don Rhymer
Produção: Bruce Anderson, John C. Donkin
Direção: Carlos Saldanha
Trailer:
(Scream 4, 2011)
Horários: 14h, 16h10, 18h20 e 20h30
Origem: EUA
Gênero: Suspense
Classif.: 14 anos
Duração: 111 min.
Distribuidora: Imagem Filmes
Lanç. Nacional: 15/04/2011
Origem: EUA
Gênero: Suspense
Classif.: 14 anos
Duração: 111 min.
Distribuidora: Imagem Filmes
Lanç. Nacional: 15/04/2011
Sinopse: Dez anos se passaram e Sidney (Neve Campbell) já conseguiu deixar o passado para trás. Quando tudo parecia entrar nos eixos ela recebe uma visita do esfaqueador mascarado. Mas dessa vez Sidney não pode fazer nada a não ser assistir.
Elenco: David Arquette, Neve Campbell, Courteney Cox, Emma Roberts, Hayden Panettiere, Rory Culkin, Nico Tortorella
Roteiro: Kevin Williamson
Produção Executiva: Marianne Maddalena, Ron Schmidt, Bob Weinstein, Harvey Weinstein
Produção: Wes Craven, Iya Labunka
Direção: Wes Craven
Trailer:
______
Preço do ingresso (+ pipoca):
Segunda, Terça e Sexta: Inteira: R$8,00 / Meia: R$4,00
Quarta e Quinta: Inteira: R$6,00 /Meia: R$3,00
Mais dicas de filmes ou programação de outros cinemas:
http://www.orientcinemas.com.br/programacao/
Depois do 100º gol, Rogério Ceni fatura R$ 40 mil por palestra
Clique aqui para ler a matéria
Injustiças à parte, garanto que já fiz muito mais gols que ele e nem por isso ganho a mesma coisa.
Ripimpé # 21
Este Ripimpé é culpa de toda a equipe d'O Berro.
Esta pérola (que pode ser ouvida abaixo) recebeu a alcunha de "Hino d'O Berro" (é mole ou quer mais?).
Contextualizando a coisa: o fato ocorreu em algum ano do final da década de 90, em uma das reuniões para fechar mais uma edição do Informativo O Berro. Essa música tocou no som que embalava os hilários e, ao mesmo tempo tensos, encontros para fechamento de edição (a tensão devia-se à corrida contra o tempo). Logo a canção caiu nas graças de todo mundo. Catarse geral: emoção, risos, a sensação de descobrir que não éramos tão ruins no que fazíamos... acho que foi de tudo um pouco.
E agora a canção merece ser a inauguradora do canal do Youtube Vitrola no Berro. "Vivo arrependido", de Aldo Sena.
Esta pérola (que pode ser ouvida abaixo) recebeu a alcunha de "Hino d'O Berro" (é mole ou quer mais?).
Contextualizando a coisa: o fato ocorreu em algum ano do final da década de 90, em uma das reuniões para fechar mais uma edição do Informativo O Berro. Essa música tocou no som que embalava os hilários e, ao mesmo tempo tensos, encontros para fechamento de edição (a tensão devia-se à corrida contra o tempo). Logo a canção caiu nas graças de todo mundo. Catarse geral: emoção, risos, a sensação de descobrir que não éramos tão ruins no que fazíamos... acho que foi de tudo um pouco.
E agora a canção merece ser a inauguradora do canal do Youtube Vitrola no Berro. "Vivo arrependido", de Aldo Sena.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Contagem regressiva para o Centenário de Juazeiro
A partir de hoje, dia 13 de abril, faltam exatamente 100 dias para o tão aguardando Centenário de Juazeiro do Norte.
Em meio a blá-blá-blás de toda sorte, também vamos entoar nosso berro nessa jornada!
Hoje, nossa equipe se comprometeu em fazer 100 postagens, uma a cada dia, até o dia 22 de julho, em alusão a esse centenário.
Como em Juazeiro nem tudo são flores, preparem-se para qualquer coisa!
Então, inaugurando essa coluna, declaro que essa é a nossa primeira postagem!
Embalado pra viagem # 12
Meu eu brasileiro
quisera poder pensar
como se faz no velho mundo
eles me querem espelho
como se não tivesse mistério
essa minha falta de assunto
____
Paulo Leminski, no volume de inéditos O ex-estranho (org. e sel. Alice Ruiz e Áurea Leminski, Editora Iluminuras, 2009).
quisera poder pensar
como se faz no velho mundo
eles me querem espelho
como se não tivesse mistério
essa minha falta de assunto
____
Paulo Leminski, no volume de inéditos O ex-estranho (org. e sel. Alice Ruiz e Áurea Leminski, Editora Iluminuras, 2009).
terça-feira, 12 de abril de 2011
Entrevista com Luis Karimai e Petrônio Alencar
O Berro nas antas # 05
Entrevista com Luis Karimai e Petrônio Alencar
Por Reginaldo Farias e Luís André Bezerra
Inauguramos o "Arquivo Cariri" com um momento de "O Berro nas antas". Trata-se de uma entrevista que fizemos com dois grandes artistas plásticos caririenses: o saudoso e inesquecível Luis Karimai e seu “discípulo”, parceiro e amigo, Petrônio Alencar.
Importante ressaltar que muitas das perguntas feitas estavam permeadas por um “jovem impulso” de querer uma arte transformadora da sociedade, no sentido “mais raso” da coisa. Hoje podemos ponderar muitas dessas questões. A nossa felicidade é que contamos com a sabedoria de Karimai e Petrônio, que deram uma aula de postura artística, de conhecimento estético e de consciência de linguagem, que é o mais importante nesse tipo de abordagem.
Reproduzimos abaixo o bate-papo publicado na edição 28 d’O Berro, em abril de 2000.(LAB)
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O Berro, edição 28, abril de 2000:
Batemos um papo com os artistas plásticos Luís Karimai e Petrônio Alencar. Falamos sobre a arte e os problemas por ela enfrentados na região do Cariri cearense.
Massaki (Luis) Karimai, 53, artista plástico há cerca de 23 anos, quando veio morar em Juazeiro do Norte. No momento está trabalhando em seu álbum; também está ilustrando o livro O Eco da Pedra, do poeta Clairton Oliveira, de Icó-CE; com Luís Carlos Salatiel colabora no NaveGarte, incluindo a abertura da galeria de arte José Normando Rodrigues.
Petrônio Sampaio de Alencar, 33, nasceu e reside em Juazeiro. Há 13 anos trabalha profissionalmente com artes plásticas. Atualmente dá prioridade aos desenhos antigos que está retrabalhando. Também é o Diretor Financeiro da recém inaugurada Casa da Gravura.
O BERRO: Qual a necessidade que o povo tem de se alimentar de arte e qual a função desta? E qual o papel das artes plásticas nesse ramo? Por aparentar ser mais afastada do popular...
LUIS KARIMAI: A arte tem função de reflexão, de fazer com que elementos que não são claramente definidos pelo discurso formal possam ser entendidos pelo sentimento, e por intuições que são sentidas. Faz com que eclodam nas pessoas as sensações de harmonia, de reflexão, de meditação e, sobretudo, de provocar o que seja o belo, no sentido de fazer com que as pessoas se elevem no comportamento e no sentimento. Evidente que existem muitas artes que levam as pessoas ao prazer ou à alienação, ao discurso panfletário, doutrinário, como por exemplo nas artes plásticas na Rússia no período da Revolução e na instalação do regime Comunista. Quanto à arte plástica em geral, ela não é somente um apelo visual, pois leva ao entendimento de coisas que ficam dentro da jazida da alma dos indivíduos, suscita meditações no sentido de poder fazer com que o espectador vislumbre possibilidades que não tinha pensado ainda, então ela é uma abertura de posições, de entendimentos e de raciocínios.
PETRÔNIO ALENCAR: O homem sente necessidade de arte desde a pré-história, quando pintava e desenhava nas cavernas a sombra de animais que eram abatidos em caças, e estes desenhos participavam de um ofício religioso. Durante muito tempo a arte teve seu papel religioso, papel político também, mas com os romanos ela passou a ter um caráter mais estético, apreciar a arte por si mesma, apreciar o belo.
KARIMAI: Tem uma declaração de Salvador Dalí muito interessante, ele diz que pintaria uns moluscos que, apesar de serem conhecidos pela ciência, mostraria um lado desconhecido que a ciência ainda não teria condições de perceber e este conhecimento novo de algo já conhecido seria através das relações de cores e de formas. A arte é uma forma de conhecimento de vanguarda.
Entrevista com Luis Karimai e Petrônio Alencar
Por Reginaldo Farias e Luís André Bezerra
Inauguramos o "Arquivo Cariri" com um momento de "O Berro nas antas". Trata-se de uma entrevista que fizemos com dois grandes artistas plásticos caririenses: o saudoso e inesquecível Luis Karimai e seu “discípulo”, parceiro e amigo, Petrônio Alencar.
Importante ressaltar que muitas das perguntas feitas estavam permeadas por um “jovem impulso” de querer uma arte transformadora da sociedade, no sentido “mais raso” da coisa. Hoje podemos ponderar muitas dessas questões. A nossa felicidade é que contamos com a sabedoria de Karimai e Petrônio, que deram uma aula de postura artística, de conhecimento estético e de consciência de linguagem, que é o mais importante nesse tipo de abordagem.
Reproduzimos abaixo o bate-papo publicado na edição 28 d’O Berro, em abril de 2000.(LAB)
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O Berro, edição 28, abril de 2000:
Batemos um papo com os artistas plásticos Luís Karimai e Petrônio Alencar. Falamos sobre a arte e os problemas por ela enfrentados na região do Cariri cearense.
Massaki (Luis) Karimai, 53, artista plástico há cerca de 23 anos, quando veio morar em Juazeiro do Norte. No momento está trabalhando em seu álbum; também está ilustrando o livro O Eco da Pedra, do poeta Clairton Oliveira, de Icó-CE; com Luís Carlos Salatiel colabora no NaveGarte, incluindo a abertura da galeria de arte José Normando Rodrigues.
Petrônio Sampaio de Alencar, 33, nasceu e reside em Juazeiro. Há 13 anos trabalha profissionalmente com artes plásticas. Atualmente dá prioridade aos desenhos antigos que está retrabalhando. Também é o Diretor Financeiro da recém inaugurada Casa da Gravura.
O BERRO: Qual a necessidade que o povo tem de se alimentar de arte e qual a função desta? E qual o papel das artes plásticas nesse ramo? Por aparentar ser mais afastada do popular...
LUIS KARIMAI: A arte tem função de reflexão, de fazer com que elementos que não são claramente definidos pelo discurso formal possam ser entendidos pelo sentimento, e por intuições que são sentidas. Faz com que eclodam nas pessoas as sensações de harmonia, de reflexão, de meditação e, sobretudo, de provocar o que seja o belo, no sentido de fazer com que as pessoas se elevem no comportamento e no sentimento. Evidente que existem muitas artes que levam as pessoas ao prazer ou à alienação, ao discurso panfletário, doutrinário, como por exemplo nas artes plásticas na Rússia no período da Revolução e na instalação do regime Comunista. Quanto à arte plástica em geral, ela não é somente um apelo visual, pois leva ao entendimento de coisas que ficam dentro da jazida da alma dos indivíduos, suscita meditações no sentido de poder fazer com que o espectador vislumbre possibilidades que não tinha pensado ainda, então ela é uma abertura de posições, de entendimentos e de raciocínios.
PETRÔNIO ALENCAR: O homem sente necessidade de arte desde a pré-história, quando pintava e desenhava nas cavernas a sombra de animais que eram abatidos em caças, e estes desenhos participavam de um ofício religioso. Durante muito tempo a arte teve seu papel religioso, papel político também, mas com os romanos ela passou a ter um caráter mais estético, apreciar a arte por si mesma, apreciar o belo.
KARIMAI: Tem uma declaração de Salvador Dalí muito interessante, ele diz que pintaria uns moluscos que, apesar de serem conhecidos pela ciência, mostraria um lado desconhecido que a ciência ainda não teria condições de perceber e este conhecimento novo de algo já conhecido seria através das relações de cores e de formas. A arte é uma forma de conhecimento de vanguarda.
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Música, artesanato e cordel no SESC Juazeiro
Grifo nosso # 12
"Algumas pessoas têm a sensação de que fazendo as coisas no Brasil é como se não tivessem chegado a atuar no mundo propriamente dito, é como se vivessem num submundo. Eu não tenho essa sensação. Pra mim, de alguma forma, eu, tendo tocado na vida brasileira, toquei o mundo da maneira mais profunda que poderia tocar."
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Caetano Veloso, em entrevista ao Pasquim, em 1971, republicada no livro O Som do Pasquim (Agir Editora, 2009).
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Caetano Veloso, em entrevista ao Pasquim, em 1971, republicada no livro O Som do Pasquim (Agir Editora, 2009).
sábado, 9 de abril de 2011
Festival Histórias Marcantes
Programação (abril):
13/04: A vida dos outros (Das Leben der Anderen, Dir. Florian Henckel von Donnersmarck, Alemanha, 2006, 137 min)
20/04: Down by law (Down by law, Dir. Jim Jarmusch, EUA, 1986, 105 min)
27/04: Underground (Underground, Dir. Emir Kusturica, Iuguslávia, Alemanha, França, Hungria, 1995, 170 min)
Cinematógrapho
Festival Histórias Marcantes
Certificado de 20h para quem acompanhar a Mostra inteira
Toda quarta-feira, às 19h, no Teatro SESC Patativa do Assaré
SESC Juazeiro do Norte-CE
Entrada franca
+info: 3587.1065.
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