Muito provável que o eleitor cearense lembre do João Oliveira. Candidato algumas vezes ao cargo de deputado estadual, passou muito tempo defendendo uma tese rápida e rasteira: "vamos cortar o mal pela raiz!".
Neste vídeo da campanha para Prefeito de Fortaleza, no ano 2000, o bordão foi traduzido na imagem de uma tesoura (você verá nem sempre colocada no melhor local da imagem). Outro destaque é o comício simulado através do "efeito Chaves" (tipo quando o Seu Barriga dividia a mesma cena com o Nhonho).
Em breve, outro vídeo do perseverante João Oliveira.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
domingo, 27 de fevereiro de 2011
Grifo nosso # 04
"Agora, deixa que te conte. Fecho os olhos — não para fingir de cego, é para me lembrar melhor. Fecho os olhos. Desaparece a Rua da Ladeira. Desaparece a Rua da Praia, com seus hippies, seus negros de cabeleira afro, os corretores de ternos berrantes, os maconheiros, as lojas de discos, os magazines — tudo se desfaz, tudo se dissolve. Estou no alto de uma coxilha verdejante, rodeado de bois que pastam tranquilamente sob o sol. Sou de novo guri, paulista, na fazenda de meu pai. Olha, lá vem ele, montado em seu cavalo, a peonada galopando atrás. Vão cercar a boiada. Vão separar as reses que serão depois vendidas. E abatidas. E carneadas. E assadas, e comidas. Pronto: passou a minha infância.
É. Passou."
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Trecho de Mês de cães danados, de Moacyr Scliar.
É. Passou."
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Trecho de Mês de cães danados, de Moacyr Scliar.
Morre o escritor Moacyr Scliar
Morreu neste domingo (27) o escritor e colunista da Folha Moacyr Sclyar, 73. A morte ocorreu à 1h. Segundo o Hospital das Clínicas de Porto Alegre, onde ele estava internado, Scliar teve falência múltipla dos órgãos. O velório acontece hoje na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, a partir das 14h. O escritor sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) isquêmico no dia 17 de janeiro. Ele já estava internado para a retirada de pólipos (tumores benignos) no intestino.
Logo depois do AVC, o escritor foi submetido a uma cirurgia para extirpar o coágulo que se formou na cabeça. Depois da cirurgia, ele ficou inconsciente no centro de terapia intensiva.
O quadro chegou a evoluir para a retirada da sedação, mas no dia 9 de fevereiro o paciente foi abatido por uma infecção respiratória e teve de voltar a ser sedado e à respiração por aparelhos.
Por causa da idade, os médicos evitaram fazer prognósticos sobre a recuperação do escritor.
Carreira
Nascido em Porto Alegre e formado em medicina, o escritor e colunista da Folha publicou mais de 70 livros entre diversos gêneros literários: romance, crônica, conto, literatura infantil e ensaio. Sua obra tem forte influência da literatura fantástica e da tradição judaica.
Integrante da Academia Brasileira de Letras desde 2003, Scliar recebeu prêmios Jabuti, uma das mais prestigiadas premiações literárias do país, em 1988, 1993, 2000 e 2009.
Entre suas obras mais importantes destacam-se os livros A Guerra no Bom Fim, O Centauro no Jardim, O Exército de um Homem Só e Max e os Felinos.
Foto: Neco Varella -16.set.2010/Folhapress
Matéria de Graciliano Rocha, extraída da Folha.com - Ilustrada
O quadro chegou a evoluir para a retirada da sedação, mas no dia 9 de fevereiro o paciente foi abatido por uma infecção respiratória e teve de voltar a ser sedado e à respiração por aparelhos.
Por causa da idade, os médicos evitaram fazer prognósticos sobre a recuperação do escritor.
Carreira
Nascido em Porto Alegre e formado em medicina, o escritor e colunista da Folha publicou mais de 70 livros entre diversos gêneros literários: romance, crônica, conto, literatura infantil e ensaio. Sua obra tem forte influência da literatura fantástica e da tradição judaica.
Integrante da Academia Brasileira de Letras desde 2003, Scliar recebeu prêmios Jabuti, uma das mais prestigiadas premiações literárias do país, em 1988, 1993, 2000 e 2009.
Entre suas obras mais importantes destacam-se os livros A Guerra no Bom Fim, O Centauro no Jardim, O Exército de um Homem Só e Max e os Felinos.
Foto: Neco Varella -16.set.2010/Folhapress
Matéria de Graciliano Rocha, extraída da Folha.com - Ilustrada
sábado, 26 de fevereiro de 2011
SESC realizará Mostra de Bandas
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Múltiplo Caetano
por Fábio Vieira
Lançado em 24 de novembro de 2010, num restaurante à beira-mar do Cabo Branco, em João Pessoa, o livro Muitos: outras leituras de Caetano Veloso (Orobó Edições) apresenta oito ensaios que falam sobre as canções, a prosa e o cinema de Caetano Veloso. Sob a organização do escritor e professor Amador Ribeiro Neto o livro é fruto da pesquisa “O neobarroco em Caetano Veloso” desenvolvida com alunos da graduação e pós-graduação do curso de Letras e do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal da Paraíba.
Na introdução, Amador Ribeiro ilumina as bases teóricas da pesquisa e justifica o projeto de leituras, antes adverte que é apenas uma forma de ver a produção do compositor baiano, sem desejos totalizantes nem redutores. Apoiando-se em Severo Sarduy e Lezama Lima, aproxima os recursos estilísticos presentes na obra de Caetano aos procedimentos típicos do neobarroco: proliferação de termos, inversões, sintaxe inusitada, perda do objeto, metalinguagem, condensação. Elementos que promovem a erotização da linguagem e o júbilo da obra artística através da sabotagem do eixo denotativo e do desvio logocêntrico.
Daniel Sampaio de Azevedo faz interessante leitura da canção “Meu Rio” do disco Noites do Norte (2000), na qual destaca a maneira original com que Caetano amalgama as metáforas, a melodia e a naturalidade da fala cantada. Toma como referência as categorias de modalização da canção elencadas por Luiz Tatit no livro O cancionista. Composição de canções no Brasil: “tematização” (projeção das consoantes em staccato), “passionalização” (projeção e alongamento das vogais) e a “figurativização” (canto em forma de fala natural).
Kátia Fonsaca lê a canção “O herói” presente no álbum Cê (2006) problematizando os termos “homem cordial” e “democracia racial” através das discussões apresentadas por Sérgio Buarque de Holanda e Darcy Ribeiro sobre a formação do Brasil. Kátia afirma que Caetano coloca essas referências em rotação através da contradição dos argumentos e da sintaxe de justaposição de contrários. Além de introduzir, pensando com os meus botões, a paródia dissonante de Castro Alves: “que a brisa do brasil BRiga e balança”. O termo “beijo” deslocado para “BRiga” (reforço do grupo oclusivo/vibrante), reflete e refrata provavelmente os conflitos desse desvio histórico do “beijo” cordial para a “briga” social.
Em outro momento, Kátia Fonsaca fala sobre as ligações entre a figura de Carmem Miranda e o Tropicalismo, os motivos de orgulho e vergonha provocados por esta portuguesa, e a assimilação crítica de Caetano posta na música “Tropicália”, híbrido entre cultura pop e dadaísmo: “Carmem Miranda da da da da”.
Em seguida, Ana Lopes chama a atenção para a saturação das cores nas canções do compositor baiano. Repetição de termos ligados ao campo semântico da luminosidade (“sol”, “lua” e “estrelas”) e a superabundância de cores são características que autorizam a autora a nomear de “barrocanção” essas composições de Caetano.
Karina Fonsaca, por sua vez, analisa de maneira perspicaz uma cena do filme de Caetano Veloso O cinema falado (1986) em diálogo com o poema “Organismo” de Décio Pignatari. Sugere que em ambas as linguagens há a presença das ideias desenvolvidas por Sierguéi Eisenstein, nas quais o processo de montagem se dá pelo choque de opostos e não pelo encadeamento linear dos quadros.
Já Leonardo Davino de Oliveira, atualmente doutorando em Literatura Comparada, faz uma leitura das canções “Feitiço” e “Namorado”, ambas do disco Eu não peço desculpas (2002). Baseando-se no conceito de paródia (“canto paralelo”) desenvolvido por Severo Sarduy e Haroldo de Campos, Leonardo entra nas texturas da canção com sensibilidade e argúcia, para nos revelar o poder de reflexão que o provocador Caetano tem. Ao ler a canção “Zera a Reza” do disco Noites do Norte (2000), destaca os espelhamentos, os anagramas e as intertextualidades da composição para nos convencer de que a Bahia já deu a Velô a régua e o compasso, o dom de iludir, e o jeito de corpo entre o prazer e a dor.
Por fim, Amador faz uma análise de vários trechos de canções a partir do mote metalinguístico, espelhado no texto autorreferente da metacanção. Destaca as canções menos populares, que escondem mais do que mostram, “que não se entregam de imediato”. Cita o livro inovador de Augusto de Campos Balanço da bossa e outras bossas que faz leitura inaugural das canções da Tropicália, ressaltando o caráter inventivo das composições. Amador, que escreveu uma dissertação de mestrado e uma tese de doutorado sobre a obra de Caetano Veloso, ambas inéditas, tem o cuidado para que o diálogo com a teoria não sufoque o objeto artístico, transformando-o em ilustração de um discurso pronto, mas que potencialize a canção a fim de torná-la aberta aos vários prismas e aos múltiplos olhares. A teoria está presente, mas quem sempre sobe ao palco da análise é a canção com seu desejo odara de dizer e de brilhar. O convite ao múltiplo Caetano está feito para que a gente nunca esqueça de que o saber vem junto com o sabor da canção.
______
*Fábio Vieira é autor de Oriente ocidente através: a melofanologopaica poesia de Paulo Leminski (Ideia, 2010). Doutorando em Literatura e Cultura pela UFPB. email: fabiovieiramarcolino@gmail.com / twitter: @ffabiovieira
Lançado em 24 de novembro de 2010, num restaurante à beira-mar do Cabo Branco, em João Pessoa, o livro Muitos: outras leituras de Caetano Veloso (Orobó Edições) apresenta oito ensaios que falam sobre as canções, a prosa e o cinema de Caetano Veloso. Sob a organização do escritor e professor Amador Ribeiro Neto o livro é fruto da pesquisa “O neobarroco em Caetano Veloso” desenvolvida com alunos da graduação e pós-graduação do curso de Letras e do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal da Paraíba.
Na introdução, Amador Ribeiro ilumina as bases teóricas da pesquisa e justifica o projeto de leituras, antes adverte que é apenas uma forma de ver a produção do compositor baiano, sem desejos totalizantes nem redutores. Apoiando-se em Severo Sarduy e Lezama Lima, aproxima os recursos estilísticos presentes na obra de Caetano aos procedimentos típicos do neobarroco: proliferação de termos, inversões, sintaxe inusitada, perda do objeto, metalinguagem, condensação. Elementos que promovem a erotização da linguagem e o júbilo da obra artística através da sabotagem do eixo denotativo e do desvio logocêntrico.
Daniel Sampaio de Azevedo faz interessante leitura da canção “Meu Rio” do disco Noites do Norte (2000), na qual destaca a maneira original com que Caetano amalgama as metáforas, a melodia e a naturalidade da fala cantada. Toma como referência as categorias de modalização da canção elencadas por Luiz Tatit no livro O cancionista. Composição de canções no Brasil: “tematização” (projeção das consoantes em staccato), “passionalização” (projeção e alongamento das vogais) e a “figurativização” (canto em forma de fala natural).
Kátia Fonsaca lê a canção “O herói” presente no álbum Cê (2006) problematizando os termos “homem cordial” e “democracia racial” através das discussões apresentadas por Sérgio Buarque de Holanda e Darcy Ribeiro sobre a formação do Brasil. Kátia afirma que Caetano coloca essas referências em rotação através da contradição dos argumentos e da sintaxe de justaposição de contrários. Além de introduzir, pensando com os meus botões, a paródia dissonante de Castro Alves: “que a brisa do brasil BRiga e balança”. O termo “beijo” deslocado para “BRiga” (reforço do grupo oclusivo/vibrante), reflete e refrata provavelmente os conflitos desse desvio histórico do “beijo” cordial para a “briga” social.
Em outro momento, Kátia Fonsaca fala sobre as ligações entre a figura de Carmem Miranda e o Tropicalismo, os motivos de orgulho e vergonha provocados por esta portuguesa, e a assimilação crítica de Caetano posta na música “Tropicália”, híbrido entre cultura pop e dadaísmo: “Carmem Miranda da da da da”.
Em seguida, Ana Lopes chama a atenção para a saturação das cores nas canções do compositor baiano. Repetição de termos ligados ao campo semântico da luminosidade (“sol”, “lua” e “estrelas”) e a superabundância de cores são características que autorizam a autora a nomear de “barrocanção” essas composições de Caetano.
Karina Fonsaca, por sua vez, analisa de maneira perspicaz uma cena do filme de Caetano Veloso O cinema falado (1986) em diálogo com o poema “Organismo” de Décio Pignatari. Sugere que em ambas as linguagens há a presença das ideias desenvolvidas por Sierguéi Eisenstein, nas quais o processo de montagem se dá pelo choque de opostos e não pelo encadeamento linear dos quadros.
Já Leonardo Davino de Oliveira, atualmente doutorando em Literatura Comparada, faz uma leitura das canções “Feitiço” e “Namorado”, ambas do disco Eu não peço desculpas (2002). Baseando-se no conceito de paródia (“canto paralelo”) desenvolvido por Severo Sarduy e Haroldo de Campos, Leonardo entra nas texturas da canção com sensibilidade e argúcia, para nos revelar o poder de reflexão que o provocador Caetano tem. Ao ler a canção “Zera a Reza” do disco Noites do Norte (2000), destaca os espelhamentos, os anagramas e as intertextualidades da composição para nos convencer de que a Bahia já deu a Velô a régua e o compasso, o dom de iludir, e o jeito de corpo entre o prazer e a dor.
Por fim, Amador faz uma análise de vários trechos de canções a partir do mote metalinguístico, espelhado no texto autorreferente da metacanção. Destaca as canções menos populares, que escondem mais do que mostram, “que não se entregam de imediato”. Cita o livro inovador de Augusto de Campos Balanço da bossa e outras bossas que faz leitura inaugural das canções da Tropicália, ressaltando o caráter inventivo das composições. Amador, que escreveu uma dissertação de mestrado e uma tese de doutorado sobre a obra de Caetano Veloso, ambas inéditas, tem o cuidado para que o diálogo com a teoria não sufoque o objeto artístico, transformando-o em ilustração de um discurso pronto, mas que potencialize a canção a fim de torná-la aberta aos vários prismas e aos múltiplos olhares. A teoria está presente, mas quem sempre sobe ao palco da análise é a canção com seu desejo odara de dizer e de brilhar. O convite ao múltiplo Caetano está feito para que a gente nunca esqueça de que o saber vem junto com o sabor da canção.
______
*Fábio Vieira é autor de Oriente ocidente através: a melofanologopaica poesia de Paulo Leminski (Ideia, 2010). Doutorando em Literatura e Cultura pela UFPB. email: fabiovieiramarcolino@gmail.com / twitter: @ffabiovieira
Carroça de Mamulengos no Jô Soares
Vídeos com a participação da Cia. Carroça de Mamulengos no Programa Jô Soares Onze e Meia (ainda no SBT). Compartilhamos a entrevista dividida em duas partes.
Parte 1:
Parte 2:
Parte 1:
Parte 2:
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Ripimpé # 07
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Programação do Cine Cariri Shopping - de 04/03 a 10/03/2011
(Bruna Surfistinha, 2009)
Horários: 14h, 16h10, 18h25 e 20h40
Origem: Brasil
Gênero: Drama
Classif.: 16 anos
Duração: 100 min.
Distribuidora: Imagem Filmes
Origem: Brasil
Gênero: Drama
Classif.: 16 anos
Duração: 100 min.
Distribuidora: Imagem Filmes
Lanç. Nacional: 25/02/2011
Sinopse: história da jovem Raquel (Deborah Secco), filha de classe média paulistana que um dia sai de casa e toma uma decisão surpreendente: virar garota de programa. Em pouco tempo, Raquel se transforma em Bruna Surfistinha e passa a ser uma celebridade nacional, contando sua rotina em um blog na internet.Elenco: Deborah Secco, Drica Moraes, Cássio Gabus Mendes, Danielle Winits, Fabiula Nascimento, Cristina Lago, Guta Ruiz
Roteiro: José de Carvalho, Homero Olivetto, Antônia Pellegrino
Produção Executiva: Lorena Bondarovsky, Rodrigo Letier, Bianca Villar
Produção: Marcus Baldini, Roberto Berliner
Direção: Marcus Baldini
Cine II: Caça às Bruxas
(Season of the Witch, 2010, legendado)
Horários: 14h30; 16h30; 18h30 e 20h30 Origem: EUA
Gênero: Aventura, Drama
Classif.: 14 anos
Duração: 95 min.
Distribuidora: Imagem Filmes
Lanç. Nacional: 28/01/2011
Sinopse: Behmen (Nicolas Cage) é um cavaleiro que, depois de vários anos lutando nas Cruzadas, perdeu algumas batalhas, muitos amigos e até a fé. De volta à sua terra natal, ele encontra uma Europa devastada pela fome e a peste negra. Neste cenário de destruição ele se une a um grupo de guerreiros encarregados de levar uma garota, suspeita de ser bruxa, para um monastério distante. Não leva muito tempo até o grupo perceber que a jovem possui forças sobrenaturais e que eles estão prestes a enfrentar um mal além da nossa compreensão.(Ancine) No século 14, cavaleiros levam uma bruxa suspeita ao monastério, onde os monges deduzem que seus poderes são a fonte da Peste Negra.
Elenco: Nicolas Cage, Ron Perlman, Stephen Campbell Moore, Robert Sheehan, Claire Foy, Ulrich Thomsen, Stephen Graham
Roteiro: Bragi F. Schut
Produção Executiva: Alan Glazer, Tom Karnowski, Ryan Kavanaugh, Tucker Tooley
Produção: Alex Gartner, Charles Roven
Direção: Dominic Sena
Segunda, Terça e Sexta: Inteira: R$8,00 / Meia: R$4,00
Quarta e Quinta: Inteira: R$6,00 /Meia: R$3,00
Mais dicas de filmes ou programação de outros cinemas:
http://www.orientcinemas.com.br/programacao/
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Fazendo o bem
OBS.: O Berro e todos os integrantes de sua equipe não possuem qualquer tipo de vínculo político-partidário. Aqui, qualquer um poderá ter espaço, qualquer um poderá ser alvo!
.
Grifo nosso # 03
"Warhol fez célebre sua visão cética da fama, com a ideia de que todo mundo podia ser 'famoso durante 15 minutos'. Era, em seu modo de ver, um dos maiores privilégios que podia oferecer aquela sociedade, e 15 minutos se converteram na metáfora do frágil e do efêmero que pode ser o sucesso numa sociedade em que, quando uma pessoa está em cima, é adorada como um ídolo, mas a qualquer momento pode cair no esquecimento."
Trecho do livro Warhol (col. Gênios da Arte, Editora Girassol - textos de Margarita Perera Rodríguez), sobre a vida e obra de Andy Warhol, que faleceu no dia 22 de fevereiro de 1987.
Trecho do livro Warhol (col. Gênios da Arte, Editora Girassol - textos de Margarita Perera Rodríguez), sobre a vida e obra de Andy Warhol, que faleceu no dia 22 de fevereiro de 1987.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Ripimpé # 05
Essa é daquelas capas que a pessoa olha e fica imaginando a cara dos (ir)responsáveis pelo "projeto" dizendo que "chegaram ao resultado desejado".
Tino (usando uma roupa de quando tinha 6 anos de idade), na capa de Por primera vez, de 1983.
E no dicionário duas das definições para a palavra "tino" são "cuidado" e "prudência"...
Tino (usando uma roupa de quando tinha 6 anos de idade), na capa de Por primera vez, de 1983.
E no dicionário duas das definições para a palavra "tino" são "cuidado" e "prudência"...
domingo, 20 de fevereiro de 2011
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Espetáculo no Rachel de Queiroz
Ritmos caririenses no SESC Crato
Resultado da união de vários artistas do Cariri, o Grupo Batucada estreia com o show homônimo no próximo dia 25 (sexta-feira), no SESC do Crato, a partir das 20 horas.
Misturando vários instrumentos e vozes, o trabalho do grupo dá ênfase às batidas que lembram o belo e requebrante som do batuque caririense.
Para o show de estreia, o Batucada selecionou um repertório que privilegia o reencontro com as raízes culturais do Nordeste e mistura causos, poemas e boa música de mestres como Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Sivuca, além de revelações do Cariri como Geraldo Júnior, Zabumbeiros Cariri e Cantigar.
Um show pra ficar na memória e ser apreciado sem moderação.
(informações fornecidas pela organização do evento)
Show A Batucada
25/fev de 2011 (sexta-feira), 20h
No SESC Crato-CE
Entrada: R$8,00 (inteira) e R$4,00 (meia)
+ info:
(88)9903.1706 - flaubertoce@gmail.com
(88)9685.6525 - walesvickpinho@gmail.com
Misturando vários instrumentos e vozes, o trabalho do grupo dá ênfase às batidas que lembram o belo e requebrante som do batuque caririense.
Para o show de estreia, o Batucada selecionou um repertório que privilegia o reencontro com as raízes culturais do Nordeste e mistura causos, poemas e boa música de mestres como Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Sivuca, além de revelações do Cariri como Geraldo Júnior, Zabumbeiros Cariri e Cantigar.
Um show pra ficar na memória e ser apreciado sem moderação.
(informações fornecidas pela organização do evento)
Show A Batucada
25/fev de 2011 (sexta-feira), 20h
No SESC Crato-CE
Entrada: R$8,00 (inteira) e R$4,00 (meia)
+ info:
(88)9903.1706 - flaubertoce@gmail.com
(88)9685.6525 - walesvickpinho@gmail.com
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Controle remorso # 03
Carnaval da Saudade no CTC
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Ripimpé # 04
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Comédia com Henrique Vidal
Programação do Cine Cariri Shopping - de 18/02 a 24/02/2011
Horários: 14h40 e 18h45
Origem: EUA
Gênero: Comédia
Classif.: Livre
Duração: 85 min.
Distribuidora: 20th Century Fox
Origem: EUA
Gênero: Comédia
Classif.: Livre
Duração: 85 min.
Distribuidora: 20th Century Fox
Lanç. Nacional: 14/01/2011
Sinopse: Lemuel Gulliver (Jack Black) tem um emprego simples na sala de correspondência de um jornal de Nova York. Gulliver resolve viajar para escrever uma matéria sobre o Triângulo das Bermudas e acaba sendo transportado para uma terra desconhecida, Liliput. Nesse mundo fantástico, ele finalmente se torna uma grande figura - em tamanho e no ego; principalmente quando começa a contar histórias mirabolantes em que leva o crédito pelas maiores invenções do seu mundo, colocando-se numa posição de destaque como participante de acontecimentos históricos. E isso só piora quando ele lidera seus novos amigos numa desafiadora batalha contra seus inimigos de longa data.
Elenco: Jack Black, Jason Segel, Emily Blunt, Amanda Peet, Billy Connolly, Chris O´Dowd, Catherine Tate, James CordenRoteiro: Nicholas Stoller, Joe Stillman
Produção: Jack Black, Ben Cooley, John Davis, Gregory Goodman
Direção: Rob Letterman
Cine I: O Turista (The Tourist, 2010, legendado)
Horários: 16h35 e 20h40
Origem: EUA, França
Gênero: Drama, Suspense
Classif.: 12 anos
Duração: 103 min.
Distribuidora: Sony Pictures
Lanç. Nacional: 21/01/2011
Sinopse: Durante uma viagem improvisada à Europa para curar um coração partido, Frank (Depp) desenvolve uma inesperada relação amorosa com Elise (Jolie), uma mulher extraordinária que deliberadamente cruza o seu caminho. Tendo o excitante cenário de Paris e Veneza como pano de fundo, o intenso romance se desenvolve rapidamente na medida em que ambos se envolvem involuntariamente num jogo mortal como gato e rato.
Elenco: Johnny Depp, Angelina Jolie, Paul Bettany, Rufus Sewell, Timothy Dalton, Ralf Moeller, Raoul Bova, Steven Berkoff
Roteiro: Julian Fellowes, Christopher McQuarrie, Jeffrey Nachmanoff
Produção Executiva: Lloyd Phillips
Produção: Gary Barber, Roger Birnbaum, Jonathan Glickman, Tim Headington, Graham King
Direção: Florian Henckel von Donnersmarck
Horários: 15h40, 18h05 e 20h30
Origem: EUA
Gênero: Ação, Aventura
Duração: 119 min.
Distribuidora: Sony Pictures
Lanç. Nacional: 18/02/2011
Elenco: Seth Rogen, Cameron Diaz, Christoph Waltz, Edward Furlong, Tom Wilkinson, Edward James Olmos, Jay Chou, David Harbour
Roteiro: Evan Goldberg, Seth Rogen
Produção Executiva: Evan Goldberg, Michael Grillo, Ori Marmur, Seth Rogen, George W. Trendle Jr.
Produção: Neal H. Moritz
Direção: Michel Gondry
Mais dicas de filmes ou programação de outros cinemas:
http://www.orientcinemas.com.br/programacao/
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Nightlife e Red Steel na RFFSA
80 anos de Augusto de Campos
14 de fevereiro de 2011: 80 anos de Augusto de Campos.
Poeta, tradutor, ensaísta, crítico de literatura e música. Liderou, juntamente com seu irmão, Haroldo de Campos, e Décio Pignatari, o grupo Noigandres, que daria origem ao movimento de Poesia Concreta brasileira na década de 1950.
Autor de vários livros de poesia (Poetamenos; Viva vaia; Não poemas; Despoesia; etc.), crítica e tradução (Panorama do Finnegans Wake; O Anticrítico; Linguaviagem; Poesia Russa Moderna; etc.) e de ensaios diversos (Balanço da Bossa e outras bossas - um dos melhores livros sobre música popular brasileira -; Poesia, antipoesia, antropofagia; Música de Invenção; Re/Visão de Sousândrade, etc.).
Augusto de Campos continua sua produção artística e intelectual. Traduz intersemioticamente muitos dos seus poemas para as linguagens das novas mídias, além de produzirr poemas inéditos para o meio digital.
Abaixo: "Pulsar", poema de 1975, musicado por Caetano Veloso para o disco Velô, de 1984.
Augusto de Campos fala sobre o processo de tradução-arte:
Poeta, tradutor, ensaísta, crítico de literatura e música. Liderou, juntamente com seu irmão, Haroldo de Campos, e Décio Pignatari, o grupo Noigandres, que daria origem ao movimento de Poesia Concreta brasileira na década de 1950.
Autor de vários livros de poesia (Poetamenos; Viva vaia; Não poemas; Despoesia; etc.), crítica e tradução (Panorama do Finnegans Wake; O Anticrítico; Linguaviagem; Poesia Russa Moderna; etc.) e de ensaios diversos (Balanço da Bossa e outras bossas - um dos melhores livros sobre música popular brasileira -; Poesia, antipoesia, antropofagia; Música de Invenção; Re/Visão de Sousândrade, etc.).
Augusto de Campos continua sua produção artística e intelectual. Traduz intersemioticamente muitos dos seus poemas para as linguagens das novas mídias, além de produzirr poemas inéditos para o meio digital.
Abaixo: "Pulsar", poema de 1975, musicado por Caetano Veloso para o disco Velô, de 1984.
Augusto de Campos fala sobre o processo de tradução-arte:
Augusto de Campos, poeta do carbono e do silício
por Fábio Vieira*
Este poema foi publicado no livro Despoesia (1994) e recebeu versão digital em Não (2003) (http://bit.ly/ezDBUu). A motivação material do texto se processa em todos os níveis. Através do jogo de signos, acionado pela interação com o poema, multiplicam-se os significados e as sugestões de percepção. Um dos destaques é a imposição de outra forma de ver e ler. A espiral articula os estratos do texto em ordem de sentido não-linear. No primeiro instante e durante o percurso do texto torna-se inevitável a participação do leitor.
O centro do poema é ambíguo, pode ser a vogal /o/, o número /0/ (zero), ou ainda o vazio: {O}. Mas se tomarmos o poema como um conjunto de esferas, o núcleo da palavra “SOS”, passa a ser a redução de todos os outros círculos maiores. Condensação de vozes que percorrem um mesmo movimento concêntrico e interligado.
No centro, um clamor de socorro rodeado de silêncio. Silêncio por todos os lados: sozinhos estamos em um vazio circular? Solidão concêntrica, disposta em um sistema de esferas, no qual a noite é isomórfica à página escura, e as palavras giram em torno de um centro vazio e negro. O reforço semiótico é extremo: em todas as esferas há a vogal /o/, o que pode sugerir que dentro de cada nível a voz está presente, mesmo que em silêncio: egO> sÓs> apÓs> sOl> nOite> vOz> silenciOsO> sOs.Ou, os sozinhos “sós” estão pronunciando “SOS”: socorro em muitas línguas? Sozinhos sem voz, vagando na noite sem luz, despatriados, sem saber o que fazer. O poema aponta para o centro de nós mesmos. Ou, dos “nós da gente”.
Na versão em livro de 1994, não há a justaposição de vozes nem o movimento hipnótico dos sucessivos círculos em movimento, presentes na versão digital. Essa transposição para outro suporte foi nomeada por Julio Plaza (2008) por “tradução topológica-homeomórfica, quer dizer, aquela em que o poema original é transladado para um outro meio, sem mudanças significativas de suas configurações inerentes”. No suporte gráfico, o poema pulsa de dentro, como uma rosa despetalada a partir de um vazio escuro. O poema sugere uma emoção de dor, baseada num pedido sombrio de socorro. Esses vários “eus” (ich-io-je-yo-I-ego) estão “sós”. Tensionado em sentimento da raça, essa solidão é projetada pelo seguinte campo semântico: “sós, sem, noite, sem pai, sem voz, vagar, silêncio, socorro”. Não há esperança, porém o desespero é posto sem derramamentos emocionais.
O que é difícil de negar é a presença de um lirismo, cuja plasmação regida por condensação e isomorfias musicais, ativa ampla rede de signos. O poema torna visível a materialidade desse “silencioso sos” quando age nas áreas visuais e musicais. Através do jogo sonoro, do movimento giratório, exporta para o audiovisual a ideia de circularidade e simultaneidade, apoiada na aproximação sonora entre as palavras.
Há várias perguntas sem resposta ou que encontram o silêncio como eco. Há a sugestão de incomunicabilidade entre esses “eus” tão “sós”, lançados num tempo “pós” e projetados para “após”. O panorama que é colocado pelo poema aproxima-se de uma condenação, bem próxima de uma observação de Octávio Paz, ao falar da condição da poesia na sociedade industrial: “O árido mundo atual, o inferno circular, é o espelho do homem cerceado em sua faculdade poetizante” (Paz, 2003, p. 108).
Augusto de Campos é um poeta multimídia muito antes da explosão dos meios e da cultura das mídias. Ele assimila antropofagicamente o aparelho tecnológico em sua lavra, na qual sensibilidade e pensamento não estão dicotomicamente dissociados. O desejo de mudar é alçado sob um solo textual baseado na condensação, na carpintaria verbal, na liberdade de procedimentos, no jogo entre música e artes gráficas. Em sua poesia, a intersemiose verbivocovisual está grávida de sentidos.
Referências:
CAMPOS, Augusto. Despoesia. São Paulo: Perspectiva, 1994.
______. Viva Vaia: poesia 1949-1979. 4. ed. São Paulo: Ateliê, 2007.
______. Não poemas. São Paulo: Perspectiva, 2003.
______. Clip poemas. (cd rom) In: Não poemas. São Paulo: Perspectiva, 2003.
PAZ, Octavio. Signos em rotação. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 2003.
PLAZA, Julio. Tradução intersemiótica. São Paulo: Perspectiva, 2008.
*Fábio Vieira é autor de Oriente ocidente através: a melofanologopaica poesia de Paulo Leminski (Ideia, 2010). Doutorando em Literatura e Cultura pela UFPB. Membro do Núcleo Literário Caixa Baixa. (Twitter: @ffabiovieira)
Este poema foi publicado no livro Despoesia (1994) e recebeu versão digital em Não (2003) (http://bit.ly/ezDBUu). A motivação material do texto se processa em todos os níveis. Através do jogo de signos, acionado pela interação com o poema, multiplicam-se os significados e as sugestões de percepção. Um dos destaques é a imposição de outra forma de ver e ler. A espiral articula os estratos do texto em ordem de sentido não-linear. No primeiro instante e durante o percurso do texto torna-se inevitável a participação do leitor.
O centro do poema é ambíguo, pode ser a vogal /o/, o número /0/ (zero), ou ainda o vazio: {O}. Mas se tomarmos o poema como um conjunto de esferas, o núcleo da palavra “SOS”, passa a ser a redução de todos os outros círculos maiores. Condensação de vozes que percorrem um mesmo movimento concêntrico e interligado.
No centro, um clamor de socorro rodeado de silêncio. Silêncio por todos os lados: sozinhos estamos em um vazio circular? Solidão concêntrica, disposta em um sistema de esferas, no qual a noite é isomórfica à página escura, e as palavras giram em torno de um centro vazio e negro. O reforço semiótico é extremo: em todas as esferas há a vogal /o/, o que pode sugerir que dentro de cada nível a voz está presente, mesmo que em silêncio: egO> sÓs> apÓs> sOl> nOite> vOz> silenciOsO> sOs.Ou, os sozinhos “sós” estão pronunciando “SOS”: socorro em muitas línguas? Sozinhos sem voz, vagando na noite sem luz, despatriados, sem saber o que fazer. O poema aponta para o centro de nós mesmos. Ou, dos “nós da gente”.
Na versão em livro de 1994, não há a justaposição de vozes nem o movimento hipnótico dos sucessivos círculos em movimento, presentes na versão digital. Essa transposição para outro suporte foi nomeada por Julio Plaza (2008) por “tradução topológica-homeomórfica, quer dizer, aquela em que o poema original é transladado para um outro meio, sem mudanças significativas de suas configurações inerentes”. No suporte gráfico, o poema pulsa de dentro, como uma rosa despetalada a partir de um vazio escuro. O poema sugere uma emoção de dor, baseada num pedido sombrio de socorro. Esses vários “eus” (ich-io-je-yo-I-ego) estão “sós”. Tensionado em sentimento da raça, essa solidão é projetada pelo seguinte campo semântico: “sós, sem, noite, sem pai, sem voz, vagar, silêncio, socorro”. Não há esperança, porém o desespero é posto sem derramamentos emocionais.
O que é difícil de negar é a presença de um lirismo, cuja plasmação regida por condensação e isomorfias musicais, ativa ampla rede de signos. O poema torna visível a materialidade desse “silencioso sos” quando age nas áreas visuais e musicais. Através do jogo sonoro, do movimento giratório, exporta para o audiovisual a ideia de circularidade e simultaneidade, apoiada na aproximação sonora entre as palavras.
Há várias perguntas sem resposta ou que encontram o silêncio como eco. Há a sugestão de incomunicabilidade entre esses “eus” tão “sós”, lançados num tempo “pós” e projetados para “após”. O panorama que é colocado pelo poema aproxima-se de uma condenação, bem próxima de uma observação de Octávio Paz, ao falar da condição da poesia na sociedade industrial: “O árido mundo atual, o inferno circular, é o espelho do homem cerceado em sua faculdade poetizante” (Paz, 2003, p. 108).
Augusto de Campos é um poeta multimídia muito antes da explosão dos meios e da cultura das mídias. Ele assimila antropofagicamente o aparelho tecnológico em sua lavra, na qual sensibilidade e pensamento não estão dicotomicamente dissociados. O desejo de mudar é alçado sob um solo textual baseado na condensação, na carpintaria verbal, na liberdade de procedimentos, no jogo entre música e artes gráficas. Em sua poesia, a intersemiose verbivocovisual está grávida de sentidos.
Referências:
CAMPOS, Augusto. Despoesia. São Paulo: Perspectiva, 1994.
______. Viva Vaia: poesia 1949-1979. 4. ed. São Paulo: Ateliê, 2007.
______. Não poemas. São Paulo: Perspectiva, 2003.
______. Clip poemas. (cd rom) In: Não poemas. São Paulo: Perspectiva, 2003.
PAZ, Octavio. Signos em rotação. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 2003.
PLAZA, Julio. Tradução intersemiótica. São Paulo: Perspectiva, 2008.
*Fábio Vieira é autor de Oriente ocidente através: a melofanologopaica poesia de Paulo Leminski (Ideia, 2010). Doutorando em Literatura e Cultura pela UFPB. Membro do Núcleo Literário Caixa Baixa. (Twitter: @ffabiovieira)
domingo, 13 de fevereiro de 2011
ExpoAnime Cariri Fest
Grifo nosso # 02
Do alpendre sobre o canavial
a vida se dá tão vazia
que o tempo dali pode ser
sentido: e na sua substância física.
Do alpendre, o tempo pode ser
sentido com os cinco sentidos
que ali depressa se acostumam
a tê-lo ao lado, como um bicho.
Ou porque no deserto, em volta,
da cana oceânica e sem ilhas,
os poros, mais ávidos, se abram
e a alma se faça menos fibra,
ou porque ele próprio, o tempo,
por contraste com a vida rala,
se condense, se faça coisa,
que se vê, se escuta, se apalpa.
(...)
João Cabral de Melo Neto, em Melhores Poemas (Editora Global, 9ª Edição, 2003). Fragmento do poema "O alpendre no canavial".
a vida se dá tão vazia
que o tempo dali pode ser
sentido: e na sua substância física.
Do alpendre, o tempo pode ser
sentido com os cinco sentidos
que ali depressa se acostumam
a tê-lo ao lado, como um bicho.
Ou porque no deserto, em volta,
da cana oceânica e sem ilhas,
os poros, mais ávidos, se abram
e a alma se faça menos fibra,
ou porque ele próprio, o tempo,
por contraste com a vida rala,
se condense, se faça coisa,
que se vê, se escuta, se apalpa.
(...)
João Cabral de Melo Neto, em Melhores Poemas (Editora Global, 9ª Edição, 2003). Fragmento do poema "O alpendre no canavial".
Grifo nosso # 01
"O Manifesto Comunista afirma que 'a burguesia converteu o médico, o advogado, o sacerdote, o poeta e o homem de ciência em servidores pagos'. Isto é verdade, com uma exceção: a burguesia fechou os seus cofres aos poetas. Nem criados, nem bufões: párias, fantasmas, vadios."
Octavio Paz, em Signos em rotação (Editora Perspectiva, 1996).
Octavio Paz, em Signos em rotação (Editora Perspectiva, 1996).
sábado, 12 de fevereiro de 2011
Perdemos um herói
Faleceu, na madrugada de hoje, dia 12/02/2011, Edson Bispo, aos 75. Pivô de 1,98m, ele fez parte da geração mais vitoriosa do basquete brasileiro: foi campeão mundial em 1959 (11,2 pontos de média), obteve dois bronzes em Olimpíadas (1960 e 1964), três medalhas Pan-Americanas (bronze em 1955 e 1959 e prata em 1963) e dois títulos sul-americanos (1958 e 1960). Como treinador, teve o retrospecto de 40-13, conquistando o ouro (1971) e o bronze (1975) em Pan-Americanos, além do sul-americano de 1973.
No Orkut, Wlamir Marques disse o seguinte: "Edson foi o pivô titular em 1959 no Chile quando ganham os o pri meiro título mundial e jogava muito . Me desculpem, depois eu conto mais detalhes sobre a sua vida - agora não consigo".
Se o mestre não consegue descrever o sentimento em relação a esta perda, eu tampouco consigo. Edson Bispo foi um dos grandes do basquete brasileiro, e se mantinha atuante e com comentários pertinentes sobre a modalidade. Hoje é um dia triste para todos nós.
Fontes: http://balanacesta.blogspot.com (texto)
http://globoesporte.globo.com/platb/rebote (foto)
No Orkut, Wlamir Marques disse o seguinte: "Edson foi o pivô titular em 1959 no Chile quando ganham os o pri meiro título mundial e jogava muito . Me desculpem, depois eu conto mais detalhes sobre a sua vida - agora não consigo".
Se o mestre não consegue descrever o sentimento em relação a esta perda, eu tampouco consigo. Edson Bispo foi um dos grandes do basquete brasileiro, e se mantinha atuante e com comentários pertinentes sobre a modalidade. Hoje é um dia triste para todos nós.
Fontes: http://balanacesta.blogspot.com (texto)
http://globoesporte.globo.com/platb/rebote (foto)
70 anos de Dominguinhos
"Viva São João, viva Dominguinhos!"
Hoje a música brasileira comemora os 70 anos do grande Dominguinhos. José Domingos de Morais nasceu em Garanhuns-PE, em 12 de fevereiro de 1941, e começou a carreira apadrinhado por Luiz Gonzaga, no Rio de Janeiro, ainda na década de 1950.
De lá para cá foram inúmeros discos, composições e grandes parcerias com os maiores nomes da música brasileira.
Atualmente Dominguinhos se recupera de problemas cardíacos e ficamos na torcida por sua saúde, para que espalhe ainda muita simpatia e boa música por todo o país.
Abaixo, vídeos com um pouco de Dominguinhos nas suas composições "Abri a porta" (parceria com Gilberto Gil) e "Contrato de separação" (com Anastácia), nas vozes de Liv Moraes (filha do músico) e Flávia Bittencourt, respectivamente.
Hoje a música brasileira comemora os 70 anos do grande Dominguinhos. José Domingos de Morais nasceu em Garanhuns-PE, em 12 de fevereiro de 1941, e começou a carreira apadrinhado por Luiz Gonzaga, no Rio de Janeiro, ainda na década de 1950.
De lá para cá foram inúmeros discos, composições e grandes parcerias com os maiores nomes da música brasileira.
Atualmente Dominguinhos se recupera de problemas cardíacos e ficamos na torcida por sua saúde, para que espalhe ainda muita simpatia e boa música por todo o país.
Abaixo, vídeos com um pouco de Dominguinhos nas suas composições "Abri a porta" (parceria com Gilberto Gil) e "Contrato de separação" (com Anastácia), nas vozes de Liv Moraes (filha do músico) e Flávia Bittencourt, respectivamente.
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
65 anos do escritor Mário Prata
Hoje, 11 de fevereiro de 2011, Mário Prata comemora 65 anos de idade. Escritor de romances, novelas e de inúmeras crônicas (muitas delas podem ser conferidas no site www.marioprataonline.com.br), Prata já figurou bastante tempo nas listas dos escritores mais vendidos do país.
Apresentamos o trecho de uma entrevista do escritor no Jô Soares Onze e Meia, em 1998. Na ocasião Mário Prata divulgava o recém-lançado Minhas vidas passadas (a limpo).
Apresentamos o trecho de uma entrevista do escritor no Jô Soares Onze e Meia, em 1998. Na ocasião Mário Prata divulgava o recém-lançado Minhas vidas passadas (a limpo).
Inquietações!!!
Quem sou eu?
Poderia ser uma página em branco?
Um segredo guardado entre as páginas
De um livro?
As declarações de amor escritas nas últimas
Folha do caderno?
Um quadro vermelho que arde em chamas?
Um mundo em desordem ?
Uma construção inacabada?
O caos?
Poderia ser um fragmento de um poema,
Escrito por Fernando Pessoa?
Um soneto de Vinicius de Moraes?
Ou apenas um nativo em Pasárgada?
Quem sou eu?
Poderia ser aquela poesia que lhe invade o sono
E fica sussurrando palavras estranhas ou períodos completos
Em seu ouvido?
Poderia ser o medo de enxergar o óbvio, quando já é tarde de mais?
Poderia ser o arrependimento?
Poderia ser aquele lugar onde nunca dá tempo chegar?
Quem sou eu?
História?
Poema?
Mito?
Conto de fadas?
Lenda?
Heródoto talvez?
Ythallo Rodrigues quem sabe?
Osíris?
Um dos sete anões?
Lancelot?
Quem sou eu?
Apenas uma inquietação?
Uma pergunta que não cala?
Um travessão talvez?
Um hífen?
Uma caneta sem tinta?
Um corpo em ebulição?
Uma mente brilhante em curto circuito?
Uma angústia contida?
Uma frase presa entre os dentes?
Uma transgressão?
Um beijo guardado entre os lábios?
Quem sou eu?
Quem somos nós não seria a pergunta mais apropriada?
Quem sois vós, algum dia vos despistes diante do altar de vossa alma?
Quem são eles que cultuam o que não conhecem?
Que confusão é essa?
Que medo é esse?
Que ansiedade é essa em saber, em conhecer, em viver?
Que musica é essa?
Que bebida é essa?
Café?
Cicuta?
Whisky?
Cerveja?
Cachaça?
Todas ao mesmo tempo?
Absinto, quem sabe?
Que ressaca é essa?
Seria eu a imagem do verbo transitivo direto,
Que não precisa de (pré)posição?
Seria um verme no meio do queijo?
Seria eu o que não aparece na tevê?
Seria eu o que incomoda a estética?
Seria eu o número sete na Bíblia?
Seria eu o alfa e o omega?
Seria eu a criatura que abandona o abismo para seduzir a pobre humanidade?
Seria eu o que causa nojo quando tem o nome pronunciado?
Seria eu o som das trombetas?
Fausto ou Mefistófeles?
Quem sabe eu sou Mefistófeles e todos vocês Faustos iludidos com
O conforto e a vida que pensam ter?
Quem sabe onde estão as respostas?
Na Bíblia?
No Alcorão?
Na Cabala?
No Tarô?
Nas Runas?
No Aurélio?
Nas Rimas?
Ricardo Reis?
Álvaro de Campos?
Drummond?
Manuel Bandeira?
Qual será o nome da Rosa?
Gandhi?
Maomé?
Cristo?
Caronte?
Prometeus?
Shakespeare?
Tao Te King?
Será que Confúcio me entenderia ou será que ele me ignoraria?
Ficaria confuso?
Em pânico como estou agora?
Que emaranhado de perguntas é esse?
Quem sou?
De onde venho?
Pra onde vou?
Com quem vim?
O que vim fazer aqui?
Aonde vão me levar?
Onde estão os anjos?
Onde está a luz?
Onde estão as respostas?
Onde estão todos?
O fim!
As sombras!
Cessam perguntas!
O silêncio!
Eu não aguento mais...
Que venha o fim,
Que venha a paz do silêncio,
Que venha enfim a última frase,
E que o verbo me deixe em paz,
Amém!!!
Xico Fredson!
A Ythallo Rodrigues e Elvis Ermano
Poderia ser uma página em branco?
Um segredo guardado entre as páginas
De um livro?
As declarações de amor escritas nas últimas
Folha do caderno?
Um quadro vermelho que arde em chamas?
Um mundo em desordem ?
Uma construção inacabada?
O caos?
Poderia ser um fragmento de um poema,
Escrito por Fernando Pessoa?
Um soneto de Vinicius de Moraes?
Ou apenas um nativo em Pasárgada?
Quem sou eu?
Poderia ser aquela poesia que lhe invade o sono
E fica sussurrando palavras estranhas ou períodos completos
Em seu ouvido?
Poderia ser o medo de enxergar o óbvio, quando já é tarde de mais?
Poderia ser o arrependimento?
Poderia ser aquele lugar onde nunca dá tempo chegar?
Quem sou eu?
História?
Poema?
Mito?
Conto de fadas?
Lenda?
Heródoto talvez?
Ythallo Rodrigues quem sabe?
Osíris?
Um dos sete anões?
Lancelot?
Quem sou eu?
Apenas uma inquietação?
Uma pergunta que não cala?
Um travessão talvez?
Um hífen?
Uma caneta sem tinta?
Um corpo em ebulição?
Uma mente brilhante em curto circuito?
Uma angústia contida?
Uma frase presa entre os dentes?
Uma transgressão?
Um beijo guardado entre os lábios?
Quem sou eu?
Quem somos nós não seria a pergunta mais apropriada?
Quem sois vós, algum dia vos despistes diante do altar de vossa alma?
Quem são eles que cultuam o que não conhecem?
Que confusão é essa?
Que medo é esse?
Que ansiedade é essa em saber, em conhecer, em viver?
Que musica é essa?
Que bebida é essa?
Café?
Cicuta?
Whisky?
Cerveja?
Cachaça?
Todas ao mesmo tempo?
Absinto, quem sabe?
Que ressaca é essa?
Seria eu a imagem do verbo transitivo direto,
Que não precisa de (pré)posição?
Seria um verme no meio do queijo?
Seria eu o que não aparece na tevê?
Seria eu o que incomoda a estética?
Seria eu o número sete na Bíblia?
Seria eu o alfa e o omega?
Seria eu a criatura que abandona o abismo para seduzir a pobre humanidade?
Seria eu o que causa nojo quando tem o nome pronunciado?
Seria eu o som das trombetas?
Fausto ou Mefistófeles?
Quem sabe eu sou Mefistófeles e todos vocês Faustos iludidos com
O conforto e a vida que pensam ter?
Quem sabe onde estão as respostas?
Na Bíblia?
No Alcorão?
Na Cabala?
No Tarô?
Nas Runas?
No Aurélio?
Nas Rimas?
Ricardo Reis?
Álvaro de Campos?
Drummond?
Manuel Bandeira?
Qual será o nome da Rosa?
Gandhi?
Maomé?
Cristo?
Caronte?
Prometeus?
Shakespeare?
Tao Te King?
Será que Confúcio me entenderia ou será que ele me ignoraria?
Ficaria confuso?
Em pânico como estou agora?
Que emaranhado de perguntas é esse?
Quem sou?
De onde venho?
Pra onde vou?
Com quem vim?
O que vim fazer aqui?
Aonde vão me levar?
Onde estão os anjos?
Onde está a luz?
Onde estão as respostas?
Onde estão todos?
O fim!
As sombras!
Cessam perguntas!
O silêncio!
Eu não aguento mais...
Que venha o fim,
Que venha a paz do silêncio,
Que venha enfim a última frase,
E que o verbo me deixe em paz,
Amém!!!
Xico Fredson!
A Ythallo Rodrigues e Elvis Ermano
Controle remorso # 01
Afinal de contas, jornalista de canal de notícias está sempre muito bem informado...
Para quem não sabe ou não lembra, o Lúcio Mauro 'pai' é ator.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
O Berro nas antas # 03
Entrevista com a banda Cabruêra
Publicada originalmente na edição 29 d'O Berro (maio de 2000)
Por Hudson Jorge e Ythallo Rodrigues
Fotos de Nivia Uchoa
Com duas passagens pela região do Cariri — a primeira delas em fevereiro deste ano e a segunda na Calourada Unificada da URCA —, a banda paraibana Cabruêra desenvolve um trabalho dando ênfase à “música regional”. Tendo como base o forró raiz e sua mistura com diversos ritmos, a banda vai aos poucos se destacando no cenário nacional.
Apesar das dificuldades de se trabalhar com arte, os resultados têm aparecido: foram considerados pela crítica a revelação do Festival Abril Pró-Rock (Recife, abril/2000), fato que rendeu uma matéria na revista Showbizz. Também estão com shows marcados no estado de São Paulo e foram convidados para um festival na Suíça, além de estarem com 80% do primeiro disco pronto.
Os cabras da Cabruêra (no ano 2000)*: Arthur Pessoa, Fred Guimarães, Orlando Freitas, Zé Guilherme e Alexandre Mota.
Curta um pouco da conversa que tivemos com a banda:
O Berro: Falem sobre a utilização e transformação da música nordestina...
Cabruêra: Essa ideia é antiga, surgiu na Semana de Arte Moderna de 22, quando Oswald de Andrade lançou o seu manifesto antropofágico, no qual ele enfatiza a antropofagia cultural do povo brasileiro, que pega as coisas vindas de fora e passa numa espécie de “liquidificador”, daí saindo uma “coisa nova”, apesar de não ser realmente nova. Atualmente um marco nessa nova musicalidade foi o Chico Science.
O Berro: A questão da manipulação cultural imposta pela mídia... Como vocês trabalham esse lado e tentam reverter o quadro?
Cabruêra: O que falta é democracia. O Brasil tem uma diversidade cultural imensa, mas há a falta de democracia. Muita coisa acaba ficando esquecida enquanto há privilégios para poucos. E as coisas são impostas mesmo. A luta é desigual, mas vamos fazendo nossa parte.
O Berro: Quais são basicamente as influências no “liquidificador” da Cabruêra?
Cabruêra: Mais importante que nossos gostos musicais são as nossas histórias como paraibanos. Coisas que estão na veia, pois crescemos numa cultura própria e singular. Somos de uma geração que escutou muito forró, desde Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Trio Nordestino, até o que toca hoje em dia nas rádios, o que já é outra discussão. Também a nossa vivência no maior São João do mundo, em Campina Grande. Esse ambiente somado a outras influências trazidas por cada um acabam afunilando-se no que hoje é o grupo Cabruêra.
O Berro: E no que diz respeito à questão social do povo brasileiro, a musicalidade, a cultura...
Cabruêra: Esse problema é antigo. No início do século XX Adorno escreveu o texto “A regressão do ouvido”, no qual, ele preocupado com o destino da música, “senta o pau” na música popular, na época o jazz. Logicamente se ele ouvisse o que tocam hoje em dia, talvez estivesse correndo louco na rua. Para Adorno, música era Stravinsky e outros.
O Berro: E sobre a representatividade do trabalho de vocês...
Cabruêra: Hoje viver de música em nosso país é muito difícil, principalmente quando se faz algo diferente dos padrões. Mas a identidade mais forte com o nosso público, e que nele refletiu, é a releitura de nossa própria identidade como nordestinos. Acho que transmitimos um pouco da sensação de olhar para si próprio e refletir o que verdadeiramente está dentro de você. Essa identidade traz o resgate cultural, o fato de você se sentir bem com sua própria cultura e, no caso, com sua musicalidade, hoje em dia tão marginalizada.
----
Cabruêra se apresentando no programa O+ da Band, no São João de Campina Grande, em junho de 2000:
*Atualmente a formação da Cabruêra é Arthur Pessoa (voz, violão e escaleta), Pablo Ramires (bateria), Edy Gonzaga (baixo) e Leo Marinho (guitarra)
Site da banda: www.cabruera.com.br
Publicada originalmente na edição 29 d'O Berro (maio de 2000)
Por Hudson Jorge e Ythallo Rodrigues
Fotos de Nivia Uchoa
Com duas passagens pela região do Cariri — a primeira delas em fevereiro deste ano e a segunda na Calourada Unificada da URCA —, a banda paraibana Cabruêra desenvolve um trabalho dando ênfase à “música regional”. Tendo como base o forró raiz e sua mistura com diversos ritmos, a banda vai aos poucos se destacando no cenário nacional.
Apesar das dificuldades de se trabalhar com arte, os resultados têm aparecido: foram considerados pela crítica a revelação do Festival Abril Pró-Rock (Recife, abril/2000), fato que rendeu uma matéria na revista Showbizz. Também estão com shows marcados no estado de São Paulo e foram convidados para um festival na Suíça, além de estarem com 80% do primeiro disco pronto.
Os cabras da Cabruêra (no ano 2000)*: Arthur Pessoa, Fred Guimarães, Orlando Freitas, Zé Guilherme e Alexandre Mota.
Curta um pouco da conversa que tivemos com a banda:
O Berro: Falem sobre a utilização e transformação da música nordestina...
Cabruêra: Essa ideia é antiga, surgiu na Semana de Arte Moderna de 22, quando Oswald de Andrade lançou o seu manifesto antropofágico, no qual ele enfatiza a antropofagia cultural do povo brasileiro, que pega as coisas vindas de fora e passa numa espécie de “liquidificador”, daí saindo uma “coisa nova”, apesar de não ser realmente nova. Atualmente um marco nessa nova musicalidade foi o Chico Science.
O Berro: A questão da manipulação cultural imposta pela mídia... Como vocês trabalham esse lado e tentam reverter o quadro?
Cabruêra: O que falta é democracia. O Brasil tem uma diversidade cultural imensa, mas há a falta de democracia. Muita coisa acaba ficando esquecida enquanto há privilégios para poucos. E as coisas são impostas mesmo. A luta é desigual, mas vamos fazendo nossa parte.
O Berro: Quais são basicamente as influências no “liquidificador” da Cabruêra?
Cabruêra: Mais importante que nossos gostos musicais são as nossas histórias como paraibanos. Coisas que estão na veia, pois crescemos numa cultura própria e singular. Somos de uma geração que escutou muito forró, desde Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Trio Nordestino, até o que toca hoje em dia nas rádios, o que já é outra discussão. Também a nossa vivência no maior São João do mundo, em Campina Grande. Esse ambiente somado a outras influências trazidas por cada um acabam afunilando-se no que hoje é o grupo Cabruêra.
O Berro: E no que diz respeito à questão social do povo brasileiro, a musicalidade, a cultura...
Cabruêra: Esse problema é antigo. No início do século XX Adorno escreveu o texto “A regressão do ouvido”, no qual, ele preocupado com o destino da música, “senta o pau” na música popular, na época o jazz. Logicamente se ele ouvisse o que tocam hoje em dia, talvez estivesse correndo louco na rua. Para Adorno, música era Stravinsky e outros.
O Berro: E sobre a representatividade do trabalho de vocês...
Cabruêra: Hoje viver de música em nosso país é muito difícil, principalmente quando se faz algo diferente dos padrões. Mas a identidade mais forte com o nosso público, e que nele refletiu, é a releitura de nossa própria identidade como nordestinos. Acho que transmitimos um pouco da sensação de olhar para si próprio e refletir o que verdadeiramente está dentro de você. Essa identidade traz o resgate cultural, o fato de você se sentir bem com sua própria cultura e, no caso, com sua musicalidade, hoje em dia tão marginalizada.
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Cabruêra se apresentando no programa O+ da Band, no São João de Campina Grande, em junho de 2000:
*Atualmente a formação da Cabruêra é Arthur Pessoa (voz, violão e escaleta), Pablo Ramires (bateria), Edy Gonzaga (baixo) e Leo Marinho (guitarra)
Site da banda: www.cabruera.com.br
Show com a banda Nightlife
Ripimpé # 02
A partir de hoje na seção Ripimpé traremos muitas capas de discos "lendárias".
Assim podemos chamá-las por serem curiosas, excêntricas, engraçadas, infelizes (ou felizes além da conta), desproporcionais, quase-criativas (ou criativas em excesso), etc. Ou (por que não?) muito originais. Tire suas próprias conclusões.
Para começar, Jacinto Silva com Passando a cabeça o resto passa, LP de 1980.
Assim podemos chamá-las por serem curiosas, excêntricas, engraçadas, infelizes (ou felizes além da conta), desproporcionais, quase-criativas (ou criativas em excesso), etc. Ou (por que não?) muito originais. Tire suas próprias conclusões.
Para começar, Jacinto Silva com Passando a cabeça o resto passa, LP de 1980.
Show-Baile S.O.S Batista
Acontecerá no próximo dia 12 de fevereiro, sábado, a partir das 20 horas, no salão nobre do Crato Tênis Clube, o Baile Show Beneficente S.O.S BATISTA. Uma iniciativa de professores e colegas da URCA, com o apoio do Crato Tênis Clube, Universidade Regional do Cariri -URCA, Francy Cópias, Rádio Educadora do Cariri, Farmácias Gentil, Mairton e OK Produções e revista virtual CaririCult. A produção é da OCA (Officinas de Cultura e Artes & Produtos Derivados).
O Baile é dançante com a banda do Batista e a participação de muitos artistas para apresentações avulsas, que abrilhantarão a festa e manifestarão através da arte a sua solidariedade ao artista. Todo o "apurado" será doado ao Batista que, no momento, precisa recuperar as perdas materiais provocadas pelo "dilúvio" experimentado pelo Cariri nos últimos dias do mês de janeiro.
O ingresso, com venda antecipada na Farmácia Gentil da rua Senador Pompeu (esquina com a agência do Banco do Brasil de Crato) custa R$10,00.
Luiz Carlos Salatiel (cantor e compositor)
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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Programação do Cine Cariri Shopping - de 11/02 a 17/02 de 2011
Cine I: O Turista (The Tourist, 2010, legendado)
Horários: 14h10; 16h20; 18h30 e 20h40
Origem: EUA, França
Gênero: Drama, Suspense
Classif.: 12 anos
Duração: 103 min.
Distribuidora: Sony Pictures
Lanç. Nacional: 21/01/2011
Sinopse: Durante uma viagem improvisada à Europa para curar um coração partido, Frank (Depp) desenvolve uma inesperada relação amorosa com Elise (Jolie), uma mulher extraordinária que deliberadamente cruza o seu caminho. Tendo o excitante cenário de Paris e Veneza como pano de fundo, o intenso romance se desenvolve rapidamente na medida em que ambos se envolvem involuntariamente num jogo mortal como gato e rato.
Elenco: Johnny Depp, Angelina Jolie, Paul Bettany, Rufus Sewell, Timothy Dalton, Ralf Moeller, Raoul Bova, Steven Berkoff
Roteiro: Julian Fellowes, Christopher McQuarrie, Jeffrey Nachmanoff
Produção Executiva: Lloyd Phillips
Produção: Gary Barber, Roger Birnbaum, Jonathan Glickman, Tim Headington, Graham King
Direção: Florian Henckel von Donnersmarck
Cine II: De Pernas pro Ar (2010, nacional)
Horários:14h00 e 18h20
Origem: Brasil
Gênero: Comédia
Classif.: 14 anos
Duração: 107 min.
Distribuidora: Downtown Filmes
Lanç. Nacional: 31/12/2010
Sinopse: Alice é uma mulher workaholic que tenta se equilibrar entre a rotina de trabalho e a família. Depois de perder o emprego e o marido, Alice vai descobrir com a ajuda da vizinha Marcela que é possível ser uma profissional de sucesso sem deixar os prazeres da vida de lado.
Elenco: Ingrid Guimarães, Maria Paula, Bruno Garcia, Denise Weinberg, Antonio Pedro, Cristina Pereira, João Fernandes
Roteiro: Paulo Cursino, Marcelo Saback
Produção Executiva: Camila Medina
Produção: Mariza Leão
Direção: Roberto Santucci
Cine II: Santuário (dublado)
Horários: 16h05 E 20h25
Origem: EUA
Gênero: Suspense
Classif.: 14 anos
Duração: 79 min.
Distribuidora: Sony Pictures
Lanç. Nacional: 21/01/2011
Sinopse: Drama inspirado na experiência do mergulhador Andrew Wight, que esteve próximo da morte quando liderou uma expedição de mergulho junto com seu filho. Na ocasião ele adentrou uma caverna abaixo do mar, cuja entrada foi fechada após uma tempestade e eles tiveram de lutar pela sobrevivência durante dois dias, até serem resgatados.
Elenco: Richard Roxburgh, Rhys Wakefield, Alice Parkinson, Dan Wyllie, Christopher Baker, Allison Cratchley, John Garvin, Sean Dennehy
Roteiro: John Garvin, Andrew Wight
Produção: Ben Browning, James Cameron, Ryan Kavanaugh, Michael Maher, Peter Rawlinson, Andrew Wight
Direção: Gary Johnstone
Mais dicas de filmes ou programação de outros cinemas: http://www.orientcinemas.com.br/programacao/
Horários: 14h10; 16h20; 18h30 e 20h40
Origem: EUA, França
Gênero: Drama, Suspense
Classif.: 12 anos
Duração: 103 min.
Distribuidora: Sony Pictures
Lanç. Nacional: 21/01/2011
Sinopse: Durante uma viagem improvisada à Europa para curar um coração partido, Frank (Depp) desenvolve uma inesperada relação amorosa com Elise (Jolie), uma mulher extraordinária que deliberadamente cruza o seu caminho. Tendo o excitante cenário de Paris e Veneza como pano de fundo, o intenso romance se desenvolve rapidamente na medida em que ambos se envolvem involuntariamente num jogo mortal como gato e rato.
Elenco: Johnny Depp, Angelina Jolie, Paul Bettany, Rufus Sewell, Timothy Dalton, Ralf Moeller, Raoul Bova, Steven Berkoff
Roteiro: Julian Fellowes, Christopher McQuarrie, Jeffrey Nachmanoff
Produção Executiva: Lloyd Phillips
Produção: Gary Barber, Roger Birnbaum, Jonathan Glickman, Tim Headington, Graham King
Direção: Florian Henckel von Donnersmarck
Cine II: De Pernas pro Ar (2010, nacional)
Horários:14h00 e 18h20
Origem: Brasil
Gênero: Comédia
Classif.: 14 anos
Duração: 107 min.
Distribuidora: Downtown Filmes
Lanç. Nacional: 31/12/2010
Sinopse: Alice é uma mulher workaholic que tenta se equilibrar entre a rotina de trabalho e a família. Depois de perder o emprego e o marido, Alice vai descobrir com a ajuda da vizinha Marcela que é possível ser uma profissional de sucesso sem deixar os prazeres da vida de lado.
Elenco: Ingrid Guimarães, Maria Paula, Bruno Garcia, Denise Weinberg, Antonio Pedro, Cristina Pereira, João Fernandes
Roteiro: Paulo Cursino, Marcelo Saback
Produção Executiva: Camila Medina
Produção: Mariza Leão
Direção: Roberto Santucci
Cine II: Santuário (dublado)
Horários: 16h05 E 20h25
Origem: EUA
Gênero: Suspense
Classif.: 14 anos
Duração: 79 min.
Distribuidora: Sony Pictures
Lanç. Nacional: 21/01/2011
Sinopse: Drama inspirado na experiência do mergulhador Andrew Wight, que esteve próximo da morte quando liderou uma expedição de mergulho junto com seu filho. Na ocasião ele adentrou uma caverna abaixo do mar, cuja entrada foi fechada após uma tempestade e eles tiveram de lutar pela sobrevivência durante dois dias, até serem resgatados.
Elenco: Richard Roxburgh, Rhys Wakefield, Alice Parkinson, Dan Wyllie, Christopher Baker, Allison Cratchley, John Garvin, Sean Dennehy
Roteiro: John Garvin, Andrew Wight
Produção: Ben Browning, James Cameron, Ryan Kavanaugh, Michael Maher, Peter Rawlinson, Andrew Wight
Direção: Gary Johnstone
Mais dicas de filmes ou programação de outros cinemas: http://www.orientcinemas.com.br/programacao/
O retorno da boemia, que jazia suplicante de poesia
A arte provou sua força mais uma vez. Em cinco semanas, entre 07 de janeiro e 04 de fevereiro deste ano de 2011, essa força foi reafirmada em bares e restaurantes da cidade de Juazeiro do Norte com o irreverente I Roteiro Poético-Boêmio.
Partindo da iniciativa do professor Edson Xavier, o evento reuniu vários poetas e músicos da região do Cariri para, em noites dionisíacas, regidas pela ordem do caos ou pela desordem da festa, entreter e enternecer os nobres frequentadores dos bares da cidade centenária do ora et labora. Cada uma das noites, as apresentações de poemas consagrados na região, na cidade ou no mundo, foram realizadas num bar diferente.
O primeiro deles, no dia 07 de janeiro, aconteceu na Hospedaria Santa Tereza, mais conhecida como Bar Casarão ou Bar da simpática Dona Rosi (Rua Dr. Floro Bartolomeu, esquina com Rua São Pedro). Contando com a apresentação do aedos caririenses Judson Jorge (recitando poemas de Ythallo Rodrigues), Harlon Homem e Edson Xavier, a noite, colorida de um luar místico, encheu os presentes com a vontade objetiva da poesia, fazendo-os, igualmente, recitarem seus poemas preferidos ou oportunos.
No dia 15 de janeiro, a segunda noite de boemia e poesia deitou-se no Barzinho do Zé, mais conhecido como Tereza (Rua Padre Cícero). Intercalando músicas de vários estilos com a poesia de Bitu, Cláudio Reis, Claudia Rejane, Syddha e de outros poetas e recitadores, a noite resultou gloriosa. No Sant’Esquina (Rua São Luís, esquina com Rua Santa Isabel), a terceira noite do Roteiro Boêmio-Poético aconteceu no dia 21 de janeiro, com a magistral apresentação de Elandia Duarte, Rodrigo e Wellington Teixeira e do surpreendente poema intitulado “Tereza”. O bar esgotou sua capacidade e sua cerveja.
Na quarta noite, no dia 27 de janeiro, num tom mais intimista, porém igualmente mítico ou místico, a poesia tomou o Armazém Kibebe 69 (Rua Carlos Gomes). A chuva não suportou a distância e caiu torrencialmente inebriada de poesia e destruição.
Encerrando de forma "caótica" o primeiro roteiro boêmio poético, o Kaosdos (Posto BR, Triângulo Crajubar) recebeu uma apresentação histórica de várias linguagens artísticas, com a apresentação do já renomado Eletroalvenaria, dos poetas Daniel Batata e Ythallo Rodrigues; e uma exibição de imagens projetadas sobre a tela de Reginaldo Farias, que realizava a sua arte durante o espetáculo, promovendo várias sensações de fruição estética no público. A participação do público durante o evento foi o grande resultado obtido no roteiro, demonstrando o que afirmamos anteriormente: a força criadora e redentora da arte, que não pode eximir-se de transformar a realidade humana – seja num bar ou no quarto.
Na terra do padre Cícero, oramos, laboramos e sonhamos: o resgate da arte para a noite caririense foi algo de extrema importância deste roteiro que, em breve, terá sua segunda edição.
_____
Harlon Homem de Lacerda Sousa (Professor de Literatura)
Fotos de Edson Xavier e Jusshara Rodrigues
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Partindo da iniciativa do professor Edson Xavier, o evento reuniu vários poetas e músicos da região do Cariri para, em noites dionisíacas, regidas pela ordem do caos ou pela desordem da festa, entreter e enternecer os nobres frequentadores dos bares da cidade centenária do ora et labora. Cada uma das noites, as apresentações de poemas consagrados na região, na cidade ou no mundo, foram realizadas num bar diferente.
O primeiro deles, no dia 07 de janeiro, aconteceu na Hospedaria Santa Tereza, mais conhecida como Bar Casarão ou Bar da simpática Dona Rosi (Rua Dr. Floro Bartolomeu, esquina com Rua São Pedro). Contando com a apresentação do aedos caririenses Judson Jorge (recitando poemas de Ythallo Rodrigues), Harlon Homem e Edson Xavier, a noite, colorida de um luar místico, encheu os presentes com a vontade objetiva da poesia, fazendo-os, igualmente, recitarem seus poemas preferidos ou oportunos.
No dia 15 de janeiro, a segunda noite de boemia e poesia deitou-se no Barzinho do Zé, mais conhecido como Tereza (Rua Padre Cícero). Intercalando músicas de vários estilos com a poesia de Bitu, Cláudio Reis, Claudia Rejane, Syddha e de outros poetas e recitadores, a noite resultou gloriosa. No Sant’Esquina (Rua São Luís, esquina com Rua Santa Isabel), a terceira noite do Roteiro Boêmio-Poético aconteceu no dia 21 de janeiro, com a magistral apresentação de Elandia Duarte, Rodrigo e Wellington Teixeira e do surpreendente poema intitulado “Tereza”. O bar esgotou sua capacidade e sua cerveja.
Na quarta noite, no dia 27 de janeiro, num tom mais intimista, porém igualmente mítico ou místico, a poesia tomou o Armazém Kibebe 69 (Rua Carlos Gomes). A chuva não suportou a distância e caiu torrencialmente inebriada de poesia e destruição.
Encerrando de forma "caótica" o primeiro roteiro boêmio poético, o Kaosdos (Posto BR, Triângulo Crajubar) recebeu uma apresentação histórica de várias linguagens artísticas, com a apresentação do já renomado Eletroalvenaria, dos poetas Daniel Batata e Ythallo Rodrigues; e uma exibição de imagens projetadas sobre a tela de Reginaldo Farias, que realizava a sua arte durante o espetáculo, promovendo várias sensações de fruição estética no público. A participação do público durante o evento foi o grande resultado obtido no roteiro, demonstrando o que afirmamos anteriormente: a força criadora e redentora da arte, que não pode eximir-se de transformar a realidade humana – seja num bar ou no quarto.
Na terra do padre Cícero, oramos, laboramos e sonhamos: o resgate da arte para a noite caririense foi algo de extrema importância deste roteiro que, em breve, terá sua segunda edição.
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Harlon Homem de Lacerda Sousa (Professor de Literatura)
Fotos de Edson Xavier e Jusshara Rodrigues
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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Apresentação da Orquestra Armorial do Cariri
Clube do Leitor no CCBNB Cariri
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Um pouco de basquetebol na terra da Fé e do Futebol
A cidade de Juazeiro do Norte é conhecida como “cidade da fé” (o que já virou até clichê), assim como se torna redundante falar no turismo religioso e tudo o que envolva essa tradição. Mas recentemente, no cenário esportivo, a cidade ganhou destaque nacional pela boa campanha do time do Icasa (carinhosamente chamado de Verdão do Cariri) na Série B do Campeonato Brasileiro de futebol, fato que muito orgulha as pessoas que gostam do esporte.
O que pouca gente sabe é que a cidade de Juazeiro do Norte não se limita, no esporte, ao futebol do Icasa. Somos também destaque no basquetebol cearense, pelo menos no que concerne ao interior do Estado. Contamos com uma equipe, o Juazeiro Basketball Clube (JBC), que atualmente está entre as melhores do interior e disputa um campeonato oficial organizado pela Federação Cearense de Basketball (FCB), entidade ligada à Confederação Brasileira de Basquetebol (CBB).
O Juazeiro Basketball possui uma equipe feminina, que foi vice-campeã da temporada 2008/2009 e terceira colocada da edição 2010/2011, tendo nessa última a cestinha do campeonato, Bruna Ribeiro (para os que desconhecem o termo, “cestinha” equivale ao artilheiro de um campeonato de futebol). Já a equipe masculina desde 2007 tem participado das finais, ficando em terceiro lugar na última edição do campeonato (2010/2011), contando com o segundo cestinha da competição, Ricardo Lemos.
O basquetebol nunca esteve tão em alta na cidade de Juazeiro do Norte, e diria até mesmo no interior cearense, onde o certame final foi um verdadeiro “duelo de titãs” — falarei mais sobre isso ao longo do texto, atendo-me por enquanto ao que acontece em Juazeiro do Norte, que acompanho mais de perto. Aqui vem sendo feito um trabalho muito forte na modalidade, não apenas com a equipe principal, que disputa o campeonato cearense do interior, mas principalmente com as equipes de base (mirim e juvenil) que preparam atletas para a categoria adulta sem queimar de etapas. Trata-se também de um trabalho social, na medida em que fomenta valores éticos e comunitários: disciplina, organização, trabalho em grupo e respeito são alguns dos valores que auxiliam os praticantes da modalidade em seu desenvolvimento, não apenas como atletas, mas principalmente como seres sociais.
O trabalho é realizado com o apoio da diretoria do SESC Juazeiro (que patrocina a equipe com apoio logístico) e pelos membros do time do JBC, representados pelo presidente do time, Ricardo Lemos, e pelo diretor técnico das equipes, Fernando Nobre. Juntos — “como mãos que se unem em uma só oração” — todos os membros desenvolvem, além das atividades administrativas, o trabalho de formação, de “garimpagem”, de aperfeiçoamento e, principalmente, de busca de identificação por parte daqueles que começam a fazer parte da equipe. Todos novos atletas precisam saber o significado da conjugação das três letras (JBC), algo impossível de ser aqui descrito por este torcedor e amante do basquetebol que vos escreve.
Bons frutos já foram colhidos: além de terem colocado o nome de Juazeiro do Norte no mapa do basquetebol cearense, conquistaram o respeito de todos os seus adversários, dentro e fora de quadra. Podemos destacar como relevante a participação do juazeirense Rawan Bezerra (foto) na Seleção Cearense de Basquetebol (se eu não estiver enganado, foi a primeira vez que tal fato aconteceu), que já estivera no campeonato brasileiro sub-15, em 2009, e mais recentemente participou do campeonato brasileiro sub-17, realizado em novembro de 2010, na cidade de Santa Maria-RS. Neste último a seleção cearense ficou na 5ª colocação, mantendo-se na elite do basquetebol brasileiro. E posso afirmar, sem medo de errar, que, pelo trabalho que está sendo desenvolvido e pela capacidade de quem o está fazendo, esse foi apenas o primeiro atleta representante do Juazeiro do Norte na Seleção Cearense, pois outros certamente seguirão os seus passos.
Voltando a falar sobre o campeonato cearense de Basquetebol do Interior: os playoffs (jogos finais) foram realizados nos dias 28, 29 e 30 janeiro de 2011. Participaram equipes que começaram a disputa em 2010: Juazeiro Basketball Clube (masculino e feminino); Clube de Basquetebol de Tabuleiro do Norte (masculino e feminino); Associação Sobralense de Basketball (masculino e feminino); Quixadá (masculino e feminino); além do Clube Moradanovense de Basquetebol, Pereiro, São João do Jaguaribe, Associação Comunitária Quixereense, Aracati, Maracanaú, Baturité e Quixeramobim, estes apenas com equipes masculinas.
Das 12 equipes, classificaram-se para as finais (no masculino): Juazeiro Basketball Clube, Clube de Basquetebol de Tabuleiro do Norte, Associação Sobralense de Basketball e o Clube Moradanovense de Basquetebol; no feminino classificaram-se: Juazeiro Basketball Clube, Clube de Basquetebol de Tabuleiro do Norte, Associação Sobralense de Basketball e a equipe de Pereiro.
Não estive na cidade de Tabuleiro do Norte (a “Franca do Basquetebol Cearense”) para assistir às partidas, mas pelo nível das equipes suponho que devam ter sido jogos memoráveis, verdadeiros “duelos de titãs”, cheios de estratégias. Todas as equipes que se classificaram eram postulantes ao título, não havia espaço para “zebras” ou para a sorte, tanto no masculino como no feminino.
Ao final da grande batalha, no masculino a equipe de Tabuleiro do Norte foi a grande vencedora da VII edição do Campeonato Cearense do Interior, conquistando o seu tricampeonato. A Associação Sobralense de Basketball foi a vice-campeã e, como já mencionamos no começo do texto, o JBC ficou em terceiro lugar. No feminino, a Associação Sobralense de Basketball foi a campeã (conquistando o bicampeonato), enquanto Pereiro e o JBC foram segundo e terceiro colocados, respectivamente. O Clube de Basquetebol de Tabuleiro do Norte foi a quarta colocada.
Após a realização da VII edição do campeonato, o ranqueamento dos títulos do Campeonato Cearense do Interior ficou da seguinte maneira: a Associação Comunitária Quixereense venceu a 2ª edição; a equipe do Clube Moradanovense de Basquetebol venceu a 1ª, 3ª e 4ª edição (tricampeã); e o Clube de Basquetebol de Tabuleiro do Norte venceu a 5ª, 6ª e a 7ª edição (também tricampeã), fato inédito, um tricampeonato seguido, e ousaria que eles querem repetir o fato.
Tentei contar brevemente um pouco do que está acontecendo no Juazeiro do Norte e no interior cearense no tocante ao basquetebol, e mostrar que em Juazeiro não se respira apenas futebol. Estamos muito bem representados no Campeonato Cearense do Interior de Basquetebol, que em março de 2011 estará iniciando a sua VIII edição. Muito em breve a bola será lançada ao alto e apenas os fortes sobreviverão para disputar os Playoffs de mais uma emocionante temporada do bom e emocionante Basquetebol Cearense. Façam suas apostas, pois a minha já está feita: JBC, Omnia vincit!
Xico Fredson!
Twitter: @XicoFredson
O que pouca gente sabe é que a cidade de Juazeiro do Norte não se limita, no esporte, ao futebol do Icasa. Somos também destaque no basquetebol cearense, pelo menos no que concerne ao interior do Estado. Contamos com uma equipe, o Juazeiro Basketball Clube (JBC), que atualmente está entre as melhores do interior e disputa um campeonato oficial organizado pela Federação Cearense de Basketball (FCB), entidade ligada à Confederação Brasileira de Basquetebol (CBB).
O Juazeiro Basketball possui uma equipe feminina, que foi vice-campeã da temporada 2008/2009 e terceira colocada da edição 2010/2011, tendo nessa última a cestinha do campeonato, Bruna Ribeiro (para os que desconhecem o termo, “cestinha” equivale ao artilheiro de um campeonato de futebol). Já a equipe masculina desde 2007 tem participado das finais, ficando em terceiro lugar na última edição do campeonato (2010/2011), contando com o segundo cestinha da competição, Ricardo Lemos.
O basquetebol nunca esteve tão em alta na cidade de Juazeiro do Norte, e diria até mesmo no interior cearense, onde o certame final foi um verdadeiro “duelo de titãs” — falarei mais sobre isso ao longo do texto, atendo-me por enquanto ao que acontece em Juazeiro do Norte, que acompanho mais de perto. Aqui vem sendo feito um trabalho muito forte na modalidade, não apenas com a equipe principal, que disputa o campeonato cearense do interior, mas principalmente com as equipes de base (mirim e juvenil) que preparam atletas para a categoria adulta sem queimar de etapas. Trata-se também de um trabalho social, na medida em que fomenta valores éticos e comunitários: disciplina, organização, trabalho em grupo e respeito são alguns dos valores que auxiliam os praticantes da modalidade em seu desenvolvimento, não apenas como atletas, mas principalmente como seres sociais.
O trabalho é realizado com o apoio da diretoria do SESC Juazeiro (que patrocina a equipe com apoio logístico) e pelos membros do time do JBC, representados pelo presidente do time, Ricardo Lemos, e pelo diretor técnico das equipes, Fernando Nobre. Juntos — “como mãos que se unem em uma só oração” — todos os membros desenvolvem, além das atividades administrativas, o trabalho de formação, de “garimpagem”, de aperfeiçoamento e, principalmente, de busca de identificação por parte daqueles que começam a fazer parte da equipe. Todos novos atletas precisam saber o significado da conjugação das três letras (JBC), algo impossível de ser aqui descrito por este torcedor e amante do basquetebol que vos escreve.
Bons frutos já foram colhidos: além de terem colocado o nome de Juazeiro do Norte no mapa do basquetebol cearense, conquistaram o respeito de todos os seus adversários, dentro e fora de quadra. Podemos destacar como relevante a participação do juazeirense Rawan Bezerra (foto) na Seleção Cearense de Basquetebol (se eu não estiver enganado, foi a primeira vez que tal fato aconteceu), que já estivera no campeonato brasileiro sub-15, em 2009, e mais recentemente participou do campeonato brasileiro sub-17, realizado em novembro de 2010, na cidade de Santa Maria-RS. Neste último a seleção cearense ficou na 5ª colocação, mantendo-se na elite do basquetebol brasileiro. E posso afirmar, sem medo de errar, que, pelo trabalho que está sendo desenvolvido e pela capacidade de quem o está fazendo, esse foi apenas o primeiro atleta representante do Juazeiro do Norte na Seleção Cearense, pois outros certamente seguirão os seus passos.
Voltando a falar sobre o campeonato cearense de Basquetebol do Interior: os playoffs (jogos finais) foram realizados nos dias 28, 29 e 30 janeiro de 2011. Participaram equipes que começaram a disputa em 2010: Juazeiro Basketball Clube (masculino e feminino); Clube de Basquetebol de Tabuleiro do Norte (masculino e feminino); Associação Sobralense de Basketball (masculino e feminino); Quixadá (masculino e feminino); além do Clube Moradanovense de Basquetebol, Pereiro, São João do Jaguaribe, Associação Comunitária Quixereense, Aracati, Maracanaú, Baturité e Quixeramobim, estes apenas com equipes masculinas.
Das 12 equipes, classificaram-se para as finais (no masculino): Juazeiro Basketball Clube, Clube de Basquetebol de Tabuleiro do Norte, Associação Sobralense de Basketball e o Clube Moradanovense de Basquetebol; no feminino classificaram-se: Juazeiro Basketball Clube, Clube de Basquetebol de Tabuleiro do Norte, Associação Sobralense de Basketball e a equipe de Pereiro.
Não estive na cidade de Tabuleiro do Norte (a “Franca do Basquetebol Cearense”) para assistir às partidas, mas pelo nível das equipes suponho que devam ter sido jogos memoráveis, verdadeiros “duelos de titãs”, cheios de estratégias. Todas as equipes que se classificaram eram postulantes ao título, não havia espaço para “zebras” ou para a sorte, tanto no masculino como no feminino.
Ao final da grande batalha, no masculino a equipe de Tabuleiro do Norte foi a grande vencedora da VII edição do Campeonato Cearense do Interior, conquistando o seu tricampeonato. A Associação Sobralense de Basketball foi a vice-campeã e, como já mencionamos no começo do texto, o JBC ficou em terceiro lugar. No feminino, a Associação Sobralense de Basketball foi a campeã (conquistando o bicampeonato), enquanto Pereiro e o JBC foram segundo e terceiro colocados, respectivamente. O Clube de Basquetebol de Tabuleiro do Norte foi a quarta colocada.
Após a realização da VII edição do campeonato, o ranqueamento dos títulos do Campeonato Cearense do Interior ficou da seguinte maneira: a Associação Comunitária Quixereense venceu a 2ª edição; a equipe do Clube Moradanovense de Basquetebol venceu a 1ª, 3ª e 4ª edição (tricampeã); e o Clube de Basquetebol de Tabuleiro do Norte venceu a 5ª, 6ª e a 7ª edição (também tricampeã), fato inédito, um tricampeonato seguido, e ousaria que eles querem repetir o fato.
Tentei contar brevemente um pouco do que está acontecendo no Juazeiro do Norte e no interior cearense no tocante ao basquetebol, e mostrar que em Juazeiro não se respira apenas futebol. Estamos muito bem representados no Campeonato Cearense do Interior de Basquetebol, que em março de 2011 estará iniciando a sua VIII edição. Muito em breve a bola será lançada ao alto e apenas os fortes sobreviverão para disputar os Playoffs de mais uma emocionante temporada do bom e emocionante Basquetebol Cearense. Façam suas apostas, pois a minha já está feita: JBC, Omnia vincit!
Xico Fredson!
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