terça-feira, 28 de dezembro de 2010
sábado, 25 de dezembro de 2010
Então é Natal!!!
Manter O BERRO ativo nesses tempos não vai ser nada fácil. Será uma árdua e prazerosa tarefa, espero. Mas, estamos tentando.
Lembro-me de como era escrever para O BERRO e editar as matérias antigamente. Geralmente, eu me deslocava para algum lugar tranquilo no CEFET ou na minha casa, caneta e papel nas mãos. Depois, a edição era uma grande putaria: onde havia duas ou mais pessoas reunidas em nome d’O BERRO a esculhambação era geral (ainda hoje é assim) e, depois de algum tempo, lá estava ele prontinho para ser enviado pra fotocópia e, anos mais tarde, para a gráfica.
Naquele tempo, achávamos que não tínhamos tempo. Estávamos triangulamente enganados.
Cada um, hoje em dia, com suas ocupações pessoais, profissionais e momentos familiares a serem devidamente cumpridos, faz com que encontremos algumas dificuldades para executarmos nossos sonhos, e nos encontramos aperreados até pra dizer um boa tarde no twitter!
Mas é isso! Acho que O BERRO tem a missão de fazer com continuemos a sonhar, mesmo diante de todas as atribulações, mesmo diante do tempo já vivido. A missão de fazer com tenhamos outros sonhos mais e acreditemos que outras coisas mais possamos viver.
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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
45 anos de lançamento do "Rubber Soul"
O último dia 29 de novembro registrou o nono aniversário da morte de George Harrison e agora as atenções se voltam para os 30 anos do assassinato de John Lennon, no próximo dia 8 de dezembro. E tal fato, naturalmente, segue o mesmo roteiro: destaque nos noticiários, publicações especiais, etc.
Pelo que sabemos, a cultura pop jamais foi a mesma depois do Beatles - dizer isso é chover no molhado. Mas para entender como se deu todo o processo de ascensão ao estrelato dos quatro músicos de Liverpool (além dos 3 beatles citados, vez ou outra lembram que o Ringo Starr existe!), nunca é demais rememorar a importância de cada álbum lançado pela banda.
E há exatos 45 anos (3 de dezembro de 1965), era lançado o álbum Rubber Soul - considerado o início da ponte entre a primeira fase da banda (com shows superlotados, histerismo e Beatlemania) e a segunda fase (mais criativa, sem shows e gravação de álbuns antológicos - além, é claro, das drogas e dos problemas de relacionamento entre o grupo, Yoko Ono e cia.).
Nossa homenagem ao aniversário de lançamento do Rubber Soul...
... já que Beto Guedes havia feito a sua homenagem, com o lançamento, em 1986, de um disco intitulado Alma de Borracha, numa tradução literal, que vale pelo curioso registro:
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
terça-feira, 16 de novembro de 2010
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
O universo artístico de Arnaldo Antunes
Aproveitando o ensejo, reproduzimos um artigo de Amador Ribeiro Neto sobre a obra do compositor e poeta. O artigo (originalmente publicado no jornal A União, de João Pessoa-PB, em setembro de 2009) foi escrito antes da distribuição do Iê-iê-iê, o que justifica a menção de Ao vivo no estúdio como sendo o último lançamento do ex-titã.
Vamos direto ao ponto
Amador Ribeiro Neto (15 de setembro de 2009)
Vamos direto ao ponto: poesia é concisão, sacação, inteligência e sensibilidade a favor da linguagem nova. O resto, de fato, não é nada. É brincadeirinha de palavras montadas segundo "manuais de versificação" ou outras técnicas que, por si, nada são. Em nada ajudam.
Poetinhas de meia pataca enchem o solo estrelado deste país. Há, sabidamente, mais poetas que leitores de poesia. Esta relação é estatisticamente comprovada. Qualquer um que saiba as regras do soneto, do haicai, do madrigal, ou mesmo dos versos livres acha que é poeta porque fez um decassílabo, um terceto, ou mesmo escreveu ao léu, o que lhe veio à cabeça - considerando que tais "poetas" têm cabeça, coração e membros.
Oswald nunca quis um Brasil apenas, mas vários Brasis: variados, distintos, plurais. Por isto mesmo incentivou a postura carnavalizadora do "só me interessa o que não é meu". Isto é, o que é do outro devo devorar pois este ato desperta-me para um novo meu, que será diverso do que era enquanto do outro. Assim ele criou a Antropofagia, que agrada a gregos, baianos, josés e paulos. E que deu origem ao Cinema Novo, à Poesia Concreta, ao Tropicalismo, ao Mangue Beat eticétera & tal. E que continua gerando as artes antenadas do nosso país.
O nome mais novo deste universo artístico e carnavalístico é Arnaldo Antunes. Este artista multimídia, sempre partindo da palavra, tem produzido uma obra rara e rica. Que não tem merecido o reconhecimento a que faz jus. Mas se hoje poucos leem ou ouvem sua poesia, não resta dúvida que amanhã ela receberá o posto que lhe compete.
Seu lugar está marcado, tanto na história do rock brasileiro como no da poesia contemporânea. Já tive oportunidade de dizer aqui que sem Arnaldo os Titãs viraram um cortejo de velório. Faz chorar.
Enquanto isto a carreira solo de Arnaldo vai de vento em popa. Do vanguardeiro Nome, 1993, um projeto tríplice, unindo livro + vídeo + disco, até seu mais recente trabalho Ao vivo no estúdio, tudo em sua obra tem um toque provocativo, indagador, desestabilizador. Gosta? Ótimo. Não gosta? Vá buscar sua praia. Este parece ser o slogan de Arnaldo, tal a independência do que faz. O resultado que lhe interessa, e isto ele parece deixar bem claro para o público, são as sempre vivas e revigoradas linguagens intersemióticas.
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Amador Ribeiro Neto é poeta, escritor e professor de Teoria Literária da UFPB.
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sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Espetáculo de música barroca em João Pessoa
"Do último verso que eu fizer no mundo!"
Essa fui encontrar nO BERRO das antas! Na edição de primeiro aniversário dO BERRO, em novembro de 1997, publicamos o poema "Versos íntimos", do poeta paraibano Augusto dos Anjos. Tinha sido uma escolha do até então Francismário, que hoje devemos chamar de Mário Menezes (cf. perfil do orkut! ¬¬).
A questão é que há 96 anos (12/11/1914), morria Augusto dos Anjos, vítima de pneumonia, aos 30 anos. E pouco importando que a bicharia tenha roído o coração de tal singularíssima pessoa, celebramos, em 3 atos, a poesia que ainda espanta(?!) e encanta(?!).
1 - Repetindo o poema escolhido por Mário, 13 anos atrás:
VERSOS ÍNTIMOS
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente invevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
o beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
2 - Ouvindo a singularíssima interpretação do poema "Budismo Moderno", musicado por Arnaldo Antunes (disco Ninguém, de 1995):
BUDISMO MODERNO
Tome, Dr., esta tesoura, e...corte
Minha singularíssima pessoa.
Que importa a mim que a bicharia roa
Todo o meu coração, depois da morte?!
Ah! Um urubu pousou na minha sorte!
Também, das diatomáceas da lagoa
A criptógama cápsula se esbroa
Ao contato de bronca destra forte!
Dissolva-se, portanto, minha vida
Igualmente a uma célula caída
Na aberração de um óvulo infecundo;
Mas o agregado abstrato das saudades
Fique batendo nas perpétuas grades
Do último verso que eu fizer no mundo!
3 - Baixando gratuitamente o livro Eu e outras poesias, disponibilizado em PDF pelo site Domínio Público:
Eu e outras poesias (Augusto dos Anjos) - em PDF
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12 de novembro dá samba!
Nessa data, em 1941, nascia João Nogueira. Intérprete de voz marcante, que merece também ser lembrado pelas suas composições e pela capacidade de aglutinar grandes cantores e compositores em rodas de samba.
João Nogueira faleceu no ano 2000, mas seu sangue rubro-negro e de sambista continua nos palcos na voz do seu filho, Diogo Nogueira.
Exatamente um ano após o nascimento de Nogueira, nascia o vascaíno Paulinho da Viola, que desde os anos 60 empresta seu talento ao melhor da música popular brasileira. Outro com grande capacidade de reunir antigos e novos talentos nas famosas rodas de samba.
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
10 de novembro: data da morte de Rimbaud
10 de novembro de 1891 (Marselha, França): morria o poeta Arthur Rimbaud, para - usando o clichê dos clichês - cravar seu nome na eternidade.
Considerado tanta coisa: do pré/pós ou simplesmente simbolismo; do pré-modernismo; precursor do surrealismo(?) e tantos outros ismos (escolha o seu!, o que nem sempre vai dizer algo de tão relevante, pois corre o risco de cair no mero historicismo - outro ismo).
De qualquer forma, o nome de Rimbaud parece carregar essa sina: falar de sua obra é falar de sua vida, e vice-versa. Com a palavra, Paulo Leminski (falando sobre Rimbaud no texto "Poeta roqueiro"):
"...o primeiro marginal. Vivesse hoje, Rimbaud seria músico de rock. Drogado como o guitarrista Jimi Hendrix, bissexual como Mike Jagger, dos Rolling Stones. "Na estrada", como toda uma geração de roqueiros. Nenhum poeta francês do século passado teve vida tão "contemporânea" quanto o gatão e "vidente" Arthur Rimbaud. Pasmou os contemporâneos com uma precocidade poética extraordinária — obras-primas entre os 15 e os 18 anos. (...)
(...) Como diz o próprio poeta: "Eu é um outro". A melhor poesia de Rimbaud esteve, porém, em seu gesto final: a recusa do "sucesso", a escolha do "fracasso", a derrota da literatura, inimiga da poesia, para que esta triunfasse."
E se o caso é poesia: "Cocher ivre", na tradução de Augusto de Campos:
Cocher ivre
Pouacre
Boit:
Nacre
Voit;
Acre
Loi,
Fiacre
Choit!
Femme
Tombe:
Lombe
Saigne:
- Clame!
Geigne.
Cocheiro bêbado (trad. Augusto de Campos)
Álacre
Vai:
Nacre
Rei.
Acre
Lei.
Fiacre
Cai!
Dama:
Tombo.
Lombo
Dói.
Clama:
Ai!
poema em:
CAMPOS, Augusto de. Verso reverso controverso. 2 ed. rev. São Paulo: Perspectiva, 1988.
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terça-feira, 9 de novembro de 2010
Rodapé # 03
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segunda-feira, 8 de novembro de 2010
O Berro nas antas # 01
Que boca é essa?!
Bora bora, O Berro está voltando! E como sou um dos responsáveis pela parte visual de nossos produtos, fiquei de bulir um pouco no layout do blog.
Como me programei pra trabalhar somente uma hora neste processo, não pude fazer muita coisa (na verdade brinquei um pouco). Além disso, pra contrariar Fredson, resolvi não usar a logo antiga d’O Berro, o que fez com que eu demorasse uma hora a mais que o previsto (mas deixei a marca antiga quietinha lá no canto direito).
Então, enquanto não me disponho a mexer nessa imagem do topo novamente fico aguardando outras inspirações ou sugestões. Agora, pelo amor de Deus, se tiver algum odontólogo de plantão, não me venha falar que coloquei dentes demais, que só tem inciso, molar, canino ou sei lá o que. Eu até aceito uma dessas próteses dentárias - se quiserem me presentear - para algum dia eu estudar e desenhar uma boca ao gosto da classe. E brevemente trabalharei uma proposta melhor.
Com a retomada dos trabalhos fica até difícil não ser saudosista e não relembrar algumas histórias, por isso, além das novidades, vamos contar algumas memórias que se passaram durante os fechamentos das edições da revista e, de minha parte, mostrar algumas ilustrações.
O que me vem a mente neste momento é uma capa que tinha os "CEFETUBBIES". Foi uma das capas mais toscas e contava um pouco da nossa compreensão de um certo período pós-eleitoral da diretoria do CEFET. Mas o que me fez lembrar dessa capa foi que um dia desses estava escolhendo uns filmes na locadora com os guris, e Gabriel, o mais novo do trio, cismou em levar o filme dos Teletubbies. Não teve Homem de Ferro, Batman, Homem Aranha ou qualquer outra animação que o fizesse desistir de levar aquelas criaturinhas pra casa. Fiquei abismado! Como pode ele não querer nem negociar comigo?! Fiquei procurando alguma mensagem subliminar ou outra coisa do tipo pra ver se era seguro.
Cheguei a assistir duas vezes com eles pra garantir que eu poderia dormir tranquilo (e só não presenciei a terceira exibição devido à intervenção iluminada de minha companheira). Era o fim. Embora eu não tivesse encontrado nenhum vestígio de má intenção naquelas criaturinhas “andróginas” resolvi que era melhor devolver o mais rápido possível aquele dvd e escolher eu mesmo os filmes para os meninos.
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terça-feira, 2 de novembro de 2010
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
sábado, 30 de outubro de 2010
Encontro de Ex-Alunos da Escola Técnica Federal / CEFET / IFET
Como o tempo hoje em dia é muito corrido, não pude fazer isso antes, então, uma semana depois é que veio começar a ser escrito algo.
O interessante é que a história d’O BERRO se confunde com o início da história daquela instituição. Surgimos lá com aquele sentimento juvenil de querer mudar o mundo, de querer levar informação pros alunos, de berrar as injustiças que víamos naquela instituição, no Brasil e no mundo como todo (nas edições antigas que serão postadas poderemos confirmar isso, principalmente nas capas).
O encontro do ex-estudantes da escola foi tranqüilo. Compareceu uma quantidade razoável de pessoas, todos carregando no semblante um negócio chamado saudosismo. Eu mesmo me vi percorrendo cada espaço daquele...
Começou com uma chuva depoimentos. Barroso foi o primeiro chorão, mas em sua fala, sustentou bem as lágrimas. Mas, não se conteve quando foi citado nos depoimentos dos ex-alunos, todos reconhecendo a importância daquele gigante na manutenção da Escola e na formação dos alunos. Não é que Barroso tivesse, assim, uma forma pedagógica de educar, mas cada estrondo verbal, cada xingamento e cada ação brusca daquele homenzarrão foram transformados e reconhecidos, com o tempo, em valores morais e sinônimo do que realmente é amor pela profissão e por toda uma instituição.
Mas, deixando de chorumelas, o grande show man foi o magnífico CAGECE (ex-Junior) que relembrou momentos, imitou professores e fez uma bela homenagem a professora Carmen, falecida há pouco tempo.
Perto do fim, a professora Cieusa também falou. Incrivelmente (e eu não sei porque), disse no microfone que O BERRO dava um trabalho danado e eu também... Ora mais, essa eu não entendi. Eu que era o aluno mais exemplar da quadra de basquete e o colaborador d’O BERRO que só escrevia poeminha, apois...
Pudemos ver muitos rostos que marcaram aqueles bons tempos (uns bonitinhos e outros nem tanto). Quanta saudade! Saudade das conversas, das pracinhas, da quadra de basquete, da cantina, das andorinhas que cagavam tudo, inclusive nosso lanche, dos gatos ariscos que moravam perto do auditório (que por sinal foi reinaugurado essa semana com uma estrutura moderníssima), do cheiro de guardado do auditório, dos funcionários, dos professores (mas não de suas aulas), da cadelinha faísca, dos movimentos, dos ônibus lotados, dos cururus, dos extintores secando, da minha farda e da coisa mais inesquecível daqueles tempos: o cuscuz com galinha de Barroso! Aliás, quem não comeu daquele cuscuz???
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sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Rodapé # 01
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O que é o Rodapé d’o BERRO
Agora, na versão virtual, pensamos em um novo nome para esta coluna: mas não encontramos, até o momento, nada mais genial. Sendo assim, essa será a primeira vez na nova história virtual do planeta que serão usadas notas de rodapé como postagens de um blog.
E uma sugestão muito importante: não saia repetindo essas loucuras por aí!
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Tempos de Romaria
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sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Discurso: ETFCE Uned, Cefet Cariri e agora Ifet, sabe-se lá Deus que nome ainda vão dar
É como se por algumas horas reassumíssemos a nossa condição de atores em um filme que tem como protagonista essa escola, esse Centro, ou Instituto como queiram alguns. Cada um tem o seu espaço de memória particular, no que poderíamos chamar de “Vale a pena reviver de novo”. Essa imensa estrutura que hoje aniversaria, nos proporcionou um cotidiano que se repetiu por muitos e muitos anos. Tornou-se, enfim, o nosso espaço de sociabilidade, onde construímos laços fraternos que duram até hoje.
Mesmo que cada um tenha seguido às bifurcações que essa vida nos oferece – como tem sido a ordem natural das coisas desde sempre – ainda assim os laços não se enfraqueceram. Lógico que alguns artifícios nos permitem isso: como o uso de Orkut, MSN, Twitter, facebook entre outras redes sociais, que por mais que pareçam banais, em alguns momentos têm lá sua utilidade.
Hoje voltamos aqui para celebrar um momento especial, 15 anos, do que alguns de nós conhecemos como ETFCE-Uned (é, realmente estamos ficando velhos!), que passados alguns anos foi rebatizada com o nome de CEFET Cariri, e mais recentemente, IFET.
Mas não é o nome o que importa, pois por mais que o mudem e que modifiquem as estrutura, o que vai contar de verdade não é o que podemos enxergar, mas o que sentimos. É a metafísica o que torna difícil passar pelos corredores, pelas quadras, pela cantina e demais blocos e lugares e não ser tocado por um mesmo sentimento comum a todos: a saudade.
Sentimento esse que nos moveu até aqui, além da possibilidade de reencontrar pessoas que durante muito tempo fizeram parte de momentos não apenas importantes, mas principalmente muito felizes de nossas vidas. Os vigilantes, o pessoal dos serviços gerais e Administrativos, ex-alunos, grandes ex-professores, todas essas pessoas que diariamente encontrávamos pelos corredores, e com quem conversávamos e trocávamos experiências de vida.
Muitos foram os bons momentos. Particularmente, sinto-me muito honrado de ter feito parte da equipe de basquetebol da Escola Técnica Federal, e mais orgulhoso ainda por ter sido treinador da equipe feminina em competições locais e em uma edição do JETEC em Fortaleza, quando a equipe feminina foi vice-campeã e tivemos uma de nossas atletas eleita como a melhor atleta da competição, muita felicidade para todos nós.
São muitas as lembranças. Eu selecionei duas: uma triste e uma que seria trágica se não tivesse se tornado cômica. Por ordem, vamos primeiro a triste, e ela se deu em dessas viagens para competição em fortaleza, quando antes de uma partida de basquete, Barrosão nos deu a triste notícia de que não tinha conseguido a sua vaga para cursar mestrado há tanto perseguido e desejado. Lamentamos junto com ele, e naquele momento ele me deu lição, que guardo até hoje, quando disse: “Macho véi, a vida é isso, mas ano que vem tem de novo e eu vou fazer, eu quero” palavras exatas e que ficaram gravadas. Anos depois ele conseguiu o que tanto perseguia, e de aspirante a Mestre, tornou-se agora aspirante a Doutor...PhD, resumindo, será o Fodão.
Agora a parte que teria sido trágica se não tivesse se tornado cômico: nessa mesma viagem, Barrosão, pregou o que pra mim se tornou o maior trote e mico e vergonha a que um aluno poderia ser submetido. O trote se deu antes do café da manhã, quando ele, juntamente com outras pessoas me pegaram para jogar na piscina, e por mais que eu pedisse, até pelo amor de Deus, pois eu não sabia nadar, não teve jeito, com essa cara simpática que ele tem, olhou pra mim e disse: você vai por bem ou por mal, mas voce vai. Resultado mais que óbvio: fui jogado na piscina, que até então eu não sabia ser rasa; só que para mim, naquele momento de desespero, angústia e pânico ela parecia bem mais funda, e no desespero de tentar sair daquela piscina e por não saber nadar, comecei a gritar por socorro... quando ouvi a voz do Barrosão à beira da piscina bolando de rir e gritando: fica em pé, macho véi, a piscina é raza... Bom depois disso foi levantar-me e agüentar a zombaria do pessoal que durou muito tempo e para alguns até hoje. (Adendo: Já sei nadar, então se tiver pensando em tirar alguma onda, não vou pagar mico dessa vez).
Nessa escola, desculpem o saudosismo e a relutância em chamar esse espaço de Instituto, é coisa de saudosista eu admito, mas ainda acho o conceito de escola um pouco mais abrangente do que o Instituto, que para mim, soa mais como um nome de hospital, como ia dizendo, aqui me foi dada a oportunidade de fazer as melhores e mais sólidas amizades que eu tenho até hoje, além dos amigos-irmãos d’O Berro e do basquete, tenho bons amigos entre professores e funcionários.
Enfim, esse é um espaço mágico, no qual tudo acontece e onde tudo é possível, e por mais que mudem o seu nome, a essência é eterna e a áurea que o envolve permanecerá por muitos e muitos anos, séculos, milênios, oxalá para que tudo assim aconteça.
Xico Fredson!
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O BERRO está de volta!
É isso mesmo! Até pra mim que estou escrevendo este texto parece uma coisa inacreditável. O renascimento d’O BERRO não poderia ser em melhor hora. (Usando aquele velho jargão) Como uma fênix que renasce das cinzas, quase sem querer, O BERRO ressurge num momento bom de nossas vidas, pois Os Berro São Five já não são mais aqueles adolecescentes estudantes da Escola Técnica Federal. Hoje somos pais de famílias, artistas plásticos, cineastas, poetas, historiadores, designers e mais um bocado de coisas que poderíamos citar, com a disponibilidade de tempo não tão grande como nos tempos do ensino médio.
Apesar das marcas do tempo em nossos rostos e em nossas experiências de vida (minha filha mais nova teima em esculhambar essa digitação bulindo no mouse e no teclado!!), ainda trazemos conosco boa parte daqueles sentimentos que nos impeliam como a vontade de levar informação, entretenimento e arte através de nossas ações, contribuindo de alguma forma, para melhorar o mundo que nos cerca. O desafio agora é conseguir tudo isso com aquela mesma irreverência, bom humor e pitada de indignação daqueles velhos tempos...
Outro momento especial: amanhã é o dia do encontro dos ex-alunos da Escola Técnica Federal, que passou a ser chamada de CEFET e agora se chama IFET. Na oportunidade serão comemorados os 15 anos de existência da instituição. Coincidentemente, esse mês de outubro (pausa pra secar o xixi de Iara Fernanda) ... (retomando) nós comemoramos 14 anos de lançamento da 1ª edição do Informativo O BERRO.
Há uns dois anos que estamos nos reunindo e discutindo a volta d’O BERRO. Sempre com um projeto mirabolante em mente para o relançamento (ainda temos o plano de vencer a Rede Globo), sempre esbarrávamos em algumas dificuldades, até que finalmente alguém teve a brilhante ideia de relançar O BERRO como um blog do blogspot. Mais simples impossível!
Mas, mesmo com toda essa simplicidade, estamos felizes e empolgados com tudo isso.
Então é isso velhos amigos fiéis leitores e os novos também, aos poucos vamos incrementando esse espaço aqui, mudando o layout, fazendo fírulas... Vamos resgatar algumas coisas boas do passado d’O BERRO como edições antigas, fotos e depoimentos de algumas pessoas que nos adoravam e outras que nos odiavam (se é que elas já superaram essa mágoa – rsrs). Coisas novas também terão espaço por aqui, é claro! Esperamos também receber muitas colaborações.
Parabéns amigos berristas (Reginaldo Farias, Luís André Bezerra, Xico Fredson e Ythallo Rodrigues): nosso sonho está se realizando. Parabéns Escola Técnica Federal e parabéns pra mim também!